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Formação da Imagem em Ressonância Magnética

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DESCRIÇÃO
Compreensão dos parâmetros de escala temporal, ponderações e principais sequências de
pulso e da formação de artefatos, Utilização de contraste, Procedimentos de segurança em
ressonância.
PROPÓSITO
Estudar os princípios físicos envolvidos na formação da imagem em ressonância, associados
às sequências utilizadas nas práticas de exames, e procedimentos relacionados à segurança
dos exames.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as principais ponderações em ressonância magnética, assim como suas
características e sequências de pulso
MÓDULO 2
Reconhecer os contrastes, artefatos e procedimentos de segurança em ressonância magnética
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos aprender o que são os parâmetros de escala temporal (tempo de repetição
e tempo de eco) e suas respectivas importâncias na determinação de uma ponderação em
ressonância magnética (RM). Por intermédio desses parâmetros, vamos decidir pela realização
de uma sequência em ponderação T1, T2 ou DP (densidade de prótons).
Vamos aprender também a identificar as principais ponderações em RM por meio de suas
características quanto a hipossinal (sinal mais escuro), isossinal (mesmo sinal) e hipersinal
(sinal mais claro) e saber quando aplicá-las de acordo com as indicações médicas
apresentadas e as patologias suspeitas.
Além de saber o que são os parâmetros de escala temporal e conhecer as ponderações, é de
grande importância identificar as sequências de pulso de cada imagem, pois elas terão
influência direta nas características de cada imagem obtida, assim como na sua resolução
espacial e temporal.
Reconhecer a importância dos campos gradientes é fundamental na aquisição de um exame de
RM. Aparelhos com campos gradientes mais fortes tendem a adquirir imagens mais
diagnósticas em tempos de exames mais curtos.
MÓDULO 1
 Identificar as principais ponderações em ressonância magnética, assim como suas
características e sequências de pulso
PARÂMETROS DE ESCALA TEMPORAL
Na geração de imagens pelo método de ressonância magnética, temos dois princípios físicos
importantes:
Um campo magnético com a função de alinhar os átomos de hidrogênio.
A emissão de radiofrequência (RF).
Tais princípios fazem com que esses átomos ganhem energia e se desloquem de um plano
para o outro, possibilitando a geração de sinal em RM.
Ainda falando da emissão de RF, a forma como é aplicada vai repercutir diretamente nos sinais
de RM, gerando, assim, sequências diferentes.
Para compreender essas sequências, são necessários alguns conceitos prévios, os quais
veremos a seguir.
- Tempo de eco (TE)
É o tempo medido entre a aplicação do pulso de radiofrequência de 90 graus e a indução
máxima de sinal de RM na bobina receptora. O TE determina o grau de declínio da
magnetização longitudinal e controla o grau de relaxamento T2.
- Tempo de repetição (TR)
É o tempo medido entre dois pulsos de 90 graus. O TR determina o grau de relaxamento que
ocorre entre os dois pulsos de radiofrequência de 90 graus, ou seja, determina o grau de
relaxamento T1.
 COMENTÁRIO
Em qualquer sequência, o TR sempre será maior do que o TE. Tanto o TE quanto o TR são
tempos que têm como unidade o milissegundo (ms), pois se trata de tempos extremamente
curtos.
A partir desses dois parâmetros – TE e TR –, vamos conseguir, nas sequências de pulsos mais
básicas (Spin Eco e Turbo Spin Eco), determinar se é um T1, T2, ou DP (densidade de
prótons).
 RECOMENDAÇÃO
A partir de agora, ter o conhecimento técnico do que realmente é um TE e um TR é
importantíssimo, pois esses são, em grande parte das sequências, os parâmetros
determinantes de contrastes das imagens.
CONTRASTE EM RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA (PONDERAÇÕES)
Em comparação com outros métodos de imagens, a ressonância magnética apresenta a
grande vantagem de ter uma excelente discriminação dos tecidos moles, devido ao contraste
de imagens que conseguimos obter.
Uma imagem tem contraste quando apresenta sinais fracos (imagens escuras) e sinais fortes
(imagens claras). Algumas áreas podem ter um sinal intermediário (imagens em cinza).
 ATENÇÃO
Quanto maior for a diferença entre esses tons, melhor será a resolução espacial, fornecendo
imagens cada vez mais diferentes, com maior distinção entre si, o que possibilita um
diagnóstico mais fidedigno.
RECUPERAÇÃO T1
É o tempo suficiente para recuperação de 63% da magnetização longitudinal do tecido.
PONDERAÇÃO T1
Nas sequências Spin Eco, essa ponderação, que também pode ser chamada de recuperação
T1, é caracterizada por apresentar um TR curto (menor que 800ms) e um TE curto (menor que
30ms). Isso faz com que ela registre o sinal da água hipointenso (escuro) e o sinal da gordura
hiperintenso (claro).
Fonte: Shutterstock.com
Devido à sua alta mobilidade molecular, a água tem uma recuperação T1 lenta, ou seja, ela
demora a recuperar a sua magnetização longitudinal (ML), acarretando um sinal fraco nessa
ponderação. Enfim, a água se apresenta escura devido ao seu T1 longo.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Fonte: Shutterstock.com
Já a gordura, em função de seu lento balanço molecular, tem uma recuperação T1 muito mais
rápida, ou seja, recupera mais rapidamente a magnetização longitudinal (ML), acarretando um
sinal alto na ponderação T1. Enfim, a gordura se apresenta clara (brilha mais), devido ao seu
T1 curto.
DECLÍNIO T2
É o tempo necessário para a perda de 63% da magnetização transversa inicial.
A ponderação T1 nos fornece uma imagem muito anatômica, com relevante importância na
observação de fraturas. Após administrarmos o meio de contraste, iremos normalmente realizar
sequências T1.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Sagital T1 da coluna cervical.
PONDERAÇÃO T2
Nas sequências Spin Eco, essa ponderação, também conhecida como declínio T2, é
caracterizada por apresentar um TR longo (maior do que 1.500ms) e um TE longo (maior do
que 70ms), fazendo com que ela apresente o sinal da água hiperintenso (claro) e o sinal da
gordura hipointenso (não brilhe).
Devido à troca de energia menos eficiente, a água demora mais a perder a magnetização
transversa, acarretando um sinal alto nessa ponderação. A água se apresenta clara devido ao
seu T2 longo.
Já a gordura, pela troca de energia mais eficiente, começa a perder a magnetização transversa
mais rapidamente, acarretando um sinal fraco nessa ponderação. Enfim, a gordura se
apresenta escura devido ao T2 curto.
A ponderação T2 nos fornece uma imagem com alto contraste tecidual, muito boa na detecção
de edemas. Essa ponderação está presente em praticamente todas as rotinas de exames,
independentemente da região do corpo do paciente.
javascript:void(0)
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Sagital T2 da coluna cervical.
PONDERAÇÃO DP (DENSIDADE DE PRÓTONS)
Essa ponderação se caracteriza por apresentar um TR longo (maior do que 1.500ms) e um TE
curto (menor do que 30ms). Como o próprio nome da sequência sugere, vai apresentar
hipersinal (imagens claras) em regiões com alta concentração de hidrogênio.
 VOCÊ SABIA
Ao contrário do que muita gente imagina, a ponderação DP não é a mescla entre as
ponderações T1 e T2. Na verdade, ela é a ausência dessas características, pois precisa ter um
TR alto para inibir as características T1 e um baixo TE para inibir as características T2.
A ponderação DP, atualmente, é muito utilizada nas rotinas dos exames articulares (joelho,
ombro, tornozelo, pé etc.), com o auxílio da técnica de supressão de gordura, já que é uma
excelente sequência para visualização de ligamentos, meniscos e tendões.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Sagital DP com supressão de gordura.
A seguir, você pode comparar, visualmente, as três sequências.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Imagens sagitais do cérebro nas três ponderações.
ESPAÇO K
As informações liberadas a partir de cada tempo de eco gerado nas sequências de pulso são
captadas pelas bobinas e,posteriormente, precisam ser armazenadas nos processadores
computacionais. A esse local de armazenamento deu-se o nome de espaço K.
O espaço K tem uma forma retangular e linhas perpendiculares uma à outra. Durante a
realização de uma sequência, os dados vão sendo armazenados no espaço K e posteriormente
são transformados em imagem a partir de uma equação matemática chamada de
transformada de Fourier.
Observações:
Linhas centrais do espaço K apresentam alto sinal e baixa resolução.

Linhas periféricas do espaço K apresentam baixo sinal e alta resolução.
SEQUÊNCIAS DE PULSO
A forma com que os pulsos de radiofrequência são aplicados e a maneira como são colhidos os
sinais de RM pelas bobinas (antenas) influenciam diretamente no contraste final das imagens.
Assim, a mesma ponderação pode ter pequenas variações no seu contraste, dependendo da
sua sequência de pulso.
Vamos, agora, apresentar as principais sequências de pulso utilizadas nas rotinas de exames.
SEQUÊNCIA SPIN-ECO (SE)
Representa a sequência mais simples e comum em ressonância magnética.
É iniciada com um pulso de radiofrequência de 90 graus, seguido de um pulso de 180 graus
(refaseamento).

Posteriormente à retirada do pulso de RF, acontece uma recuperação espontânea da
magnetização longitudinal e perda da magnetização transversa, liberando sinal na bobina.

Esse sinal será convertido na imagem de RM no computador.
A sequência spin-eco seria o padrão-ouro em RM, devido ao seu excelente sinal; por outro
lado, ela preenche apenas uma linha do espaço K com um TR, fazendo com que tenha um
longo tempo de aquisição, o que torna o exame mais longo e aumenta a possibilidade de o
paciente se mover durante o procedimento.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Sequência SE.
Sendo assim, para se construir uma imagem com uma matriz de 512 x 512, vamos precisar
que esse processo (90/180/sinal/90) se repita 512 vezes.
SEQUÊNCIA FAST SPIN-ECO (FSE)
A sequência fast spin-eco, também conhecida como turbo spin-eco (TSE), seria uma evolução
da sequência spin-eco.
Ela também se inicia com um pulso de 90 graus; porém, após esse pulso existe uma sequência
(mais do que um) de pulso de 180 graus, fazendo com que ela preencha mais do que uma
linha do espaço K com apenas um TR.
Essa sequência de pulsos de 180 graus pode ser chamada de fator turbo ou eco trem.
Uma sequência com fator turbo 5, por exemplo, possui cinco pulsos de 180 graus, fazendo
com que ela se torne aproximadamente cinco vezes mais rápida do que uma sequência spin-
eco.
Isso é maravilhoso, pois encurtamos bastante o tempo do exame.
Em contrapartida, essa sequência de pulsos de 180 graus faz com que o sinal fornecido tenha
um decaimento progressivo, gerando, então, imagens com um pouco menos de sinal.
As sequências TSE são as mais utilizadas no nosso dia a dia, nas rotinas de clínicas e
hospitais.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Sequência TSE.
SEQUÊNCIA SINGLE-SHOT FAST SPIN-ECO
(SSFSE)
As sequências de pulsos continuam evoluindo e, sendo assim, a single-shot fast spin-eco
também aparece como uma evolução da fast spin-eco.
Agora, na SSFSE, em vez de preenchermos algumas linhas do espaço K com apenas um TR,
todo o espaço K é preenchido.
Temos, assim, o surgimento de uma sequência que reduziu drasticamente o tempo de exame e
é muito utilizada na ponderação T2, pois faz-se necessário um TR um pouco mais longo.
Como problema dessa técnica de obtenção de imagem, temos um reduzido sinal induzido na
bobina, devido ao grande número de pulsos de 180 graus.
 EXEMPLO
Se estivermos realizando uma sequência com uma matriz de 512, serão necessários 512
pulsos de 180 graus para o preenchimento de uma única imagem.
As sequências SSFSE nos fornecem imagens com uma alta resolução temporal (baixo tempo
de aquisição), porém com baixa resolução espacial, devido ao pouco sinal de RM gerado nelas.
Enfim, é uma sequência extremamente rápida, mas, por outro lado, da qual não se pode cobrar
muita qualidade.
 RECOMENDAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Essa é uma técnica muito utilizada nos exames de abdômen, colangiorressonância,
urorressonância e sempre com o auxílio de solicitação de apneia para o paciente, por se tratar
de uma sequência que terá um tempo de aquisição de aproximadamente 20 segundos.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Colângio RM.
SEQUÊNCIA GRADIENTE-ECO
Esta é uma sequência que não tem a obrigação de começar com um pulso de 90 graus, como
nas que vimos anteriormente. Então, o seu ângulo de inclinação (flip angle) é variável. Ângulos
de inclinação de 5 a 30 graus geram sequências na ponderação T2, ângulos de 30 a 60 graus
geram sequências na ponderação DP e ângulos de 60 a 90 graus geram imagens ponderadas
em T1.
Nessa sequência, não temos a presença dos pulsos de 180 graus (refaseamento).
O refaseamento do próton de hidrogênio será obtido por meio de um campo gradiente gerado
pelo aparelho.
 COMENTÁRIO
Vale a pena ressaltar que esse tipo de refaseamento é obtido de forma muito mais rápida do
que nas sequências anteriores.
Como consequência de não ter a necessidade de ser iniciada com um ângulo de 90 graus e o
refaseamento acontecer de forma mais rápida, temos a possibilidade de trabalhar com um TR e
um TE mais curtos, fazendo com que a sequência se torne muito mais rápida.
A Gradiente Eco é muito utilizada nas aquisições dinâmicas, angiorressonâncias com contraste
e sequências T1 com apneia, como os exames de abdômen.
TEMPO DE INVERSÃO
É o tempo necessário para um determinado tecido migrar do plano longitudinal para o
plano transverso.
A sequência gradiente-eco, quando realizada na ponderação T2, é muito conhecida pelo nome
de T2 Estrela e se caracteriza por ser muito boa para diagnosticar sangramentos e
calcificações.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Axial T2 Gradiente/Estrela.
A sequência gradiente-eco também se caracteriza por ser bastante sensível às imperfeições
dos campos magnéticos e artefatos metálicos. Dessa forma, pode evidenciar o aparecimento
de alguns desses elementos.
SEQUÊNCIA INVERSION RECOVERY (IR –
RECUPERAÇÃO DA INVERSÃO)
Esta é uma sequência que se inicia com um pulso de 180 graus, com objetivo de suprimir o
sinal de algum tecido, desde que se conheça o seu tempo de inversão (TI). Assim, quando for
aplicado o pulso de 90 graus, esse tecido não participará da sequência e seu sinal será
suprimido, ou seja, não aparecerá (hipossinal).
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Sequência IR.
Principais sequências IR:
FLAIR
Tem um tempo de inversão para suprimir o sinal do líquor. Esta é uma sequência muito
utilizada nos exames do sistema nervoso central, com o objetivo de visualizar as doenças
desmielinizantes, como a esclerose múltipla.
Atualmente, podemos dizer que a sequência FLAIR seria uma das mais importantes em
qualquer rotina de um exame de cérebro, fazendo parte de praticamente todos os protocolos e
podendo ser realizada com ou sem a técnica de supressão de gordura. Nos aparelhos de 1,5
javascript:void(0)
Tesla (T), o tempo de inversão utilizado para realização de uma sequência FLAIR é de
aproximadamente 2.300ms.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Axial FLAIR do crânio.
STIR
Tem um tempo de inversão para suprimir o sinal da gordura. Esta sequência é muito utilizada
nos exames de músculo esquelético, pois nos permite visualizar muito bem edemas e fraturas.
Nos aparelhos de 1,5T, o tempo de inversão utilizado para realização de uma sequência STIR é
de aproximadamente 160ms. A sequência STIR também é muito utilizada na substituição da
sequência T2 com supressão de gordura. Adquirir uma sequência com uma excelente
supressão de gordura ainda é um processo difícil para alguns aparelhos, dependendo das
circunstâncias, e aí, sim, teremos o STIR como uma boa opção para solucionar esse problema.
Muito provavelmente, o STIR se apresenta como uma sequência com um pouco menos de
resolução espacial e contraste, mas em contrapartida não teremos nenhuma falha de
supressão da gordura, já que ela é arremessadado plano longitudinal antes do pulso de 90
graus e, assim, não participará do processo.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Sagital STIR da coluna lombar.
T1-IR
Tem um tempo de inversão para suprimir o líquido. Numa sequência ponderada em T1, o
líquido já se encontraria com baixo sinal e, sendo assim, essa é uma sequência muito
ponderada nas características T1, apresentando excelente contraste entre a substância branca
e a cinzenta do sistema nervoso central.
Esta é uma sequência muito utilizada nos exames do sistema nervoso central e, por se tratar
de um T1, pode ser realizada antes e após administração do meio de contraste.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Axial T1 IR do cérebro.
SEQUÊNCIA ECO-PLANAR IMAGEM (EPI)
Sequência super-rápida que acopla a técnica spin-eco com a gradiente-eco nas aquisições das
imagens.
A EPI permite a aquisição de muitas imagens em alguns segundos e é vastamente utilizada
nos exames com difusão, estudos perfusionais e nos exames funcionais, por exemplo, o BOLD
(blood-oxygen-level-dependent).
 ATENÇÃO
Devemos ressaltar, também, que essa é uma técnica muito sensível a artefatos de
suscetibilidade magnética, interferência externa e falta de homogeneidade do campo.
DIFUSÃO
Sequência sensível à restrição da movimentação do próton de hidrogênio ligado à água. Na
realização da difusão, vamos obter também, como pós-processamento, o mapa de ADC
(Coeficiente de Difusão Aparente).
O mapa de ADC nos possibilita confirmar se o sinal hiper que aparece na difusão é realmente
restrição da movimentação da água ou simplesmente efeito T2 da sequência, por se tratar de
uma sequência EPI.
 ATENÇÃO
Caso haja restrição da movimentação da água em alguma região estudada, a imagem deve se
apresentar com hipersinal (clara), na difusão, e com hipossinal (escura), no mapa de ADC.
OXIEMOGLOBINA
Hemácia transportadora de oxigênio no sangue.
Atualmente, utilizamos essa técnica em praticamente todas as partes do corpo humano, com
mais destaque nos exames de crânio, abdômen, pelve e próstata.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Difusão X Mapa de ADC.
PERFUSÃO
Técnica relacionada com o aporte sanguíneo nos tecidos, é realizada com administração de
contraste intravenoso.
Numa perfusão, daremos ênfase à primeira passagem do meio de contraste em algum tecido.
Daí o motivo de se começar a sequência antes de se injetar o contraste. Como pós-
processamento, podemos obter curvas de perfusão e mapas coloridos. Os principais mapas
adquiridos são:
CBV (Cerebral Blood Volume).
CBF (Cerebral Blood Flow).
MTT (Mean Transit Time).
TTP (Time to Peak).
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Mapa CBV e curva de perfusão.
BOLD
O blood-oxygen-level-dependent (BOLD) é um exame funcional que nos permite visualizar um
aumento de sinal quando existe maior concentração de oxiemoglobina numa determinada
área. Durante a realização dessa sequência, vamos promover algum estímulo ao paciente,
provocando, assim, maior consumo de oxigênio na região. Esse exame exige concentração e
colaboração do paciente para que seu resultado seja eficaz.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
javascript:void(0)
 BOLD.
CAMPOS GRADIENTES
Campos gradientes são variações do campo magnético ao longo de uma direção, aumentando
ou diminuindo a sua força a partir do isocentro do aparelho de ressonância magnética.
No isocentro, o campo magnético equivale à potência exata do magneto e, a partir daí, vai
aumentando para um lado e diminuindo para o outro.
Os gradientes de um aparelho são importantes na formação da imagem, pois têm a função de
selecionar o plano de corte (sagital, axial ou coronal) e sua espessura. Hoje em dia, buscamos
sempre trabalhar com os cortes mais finos possíveis, a fim de obter uma imagem com alta
resolução espacial e um diagnóstico preciso.
Os campos gradientes são responsáveis pelo refaseamento do próton de hidrogênio na
sequência gradiente-eco.
QUALIDADE DE IMAGEM
Quando pensamos em qualidade de imagem em ressonância, pensamos logo em Relação
Sinal Ruído (Signal to Noise Ratio – SNR). Quanto maior o componente no eixo longitudinal,
maior será o sinal.
 ATENÇÃO
Também é muito importante que a imagem obtida tenha uma excelente resolução espacial, e
esta, por sua vez, é inversa ao sinal ruído, ou seja: quanto maior a resolução espacial, menor
será o sinal na imagem.
No equilíbrio entre essas duas partes, está o segredo para se obter uma boa imagem de RM, já
que não adianta ter uma imagem com muito sinal, mas com baixa resolução, ou uma imagem
com muita resolução, mas com sinal ruim.
A seguir, algumas informações fundamentais sobre qualidade de imagem:
- Quanto maior o campo magnético (B0) do aparelho, melhor será o sinal.
- Quanto melhor for a bobina utilizada, melhor o sinal. Devemos sempre utilizar a menor bobina
possível, desde que caiba a região anatômica em estudo.
- Quanto maior o FOV (Fiel of View), melhor o sinal; porém, nesse caso, menor será a
resolução.
- Quanto maior a espessura do corte, melhor o sinal; porém, nesse caso, menor será a
resolução;
- Quanto maior a matriz, menor será o sinal; porém, agora vamos obter uma imagem com
maior resolução espacial.
- Quanto maior o número excitações (NEX – AVERAGE – NSA), melhor será o sinal da
imagem.
- Quanto maior a banda de recepção de radiofrequência, menor será o sinal.
- Quanto mais rápido for o tempo de aquisição da sequência, menor a chance de uma imagem
degradada devido à movimentação do paciente.
ACRÔNIMOS
Palavra formada pela inicial ou por mais de uma letra dos seguimentos sucessivos.
Popularmente, podemos dizer que são siglas.
 ATENÇÃO
Quando estudamos ressonância magnética, um dificultador são os acrônimos. Além de serem
muitos, cada fabricante de aparelho (GE, Siemens, Philips etc.) apresenta acrônimos diferentes
para representar a mesma sequência ou parâmetro.
A seguir, alguns exemplos de acrônimos:
javascript:void(0)
Sequência Ponderada em T2, 3D com
aquisições de cortes submilimétricos
CISS (Siemens) – FIESTA (GE) –
BALANCED (Philips)
Sequência 3D pesada em
suscetibilidade magnética
SWI (Siemens) – SWAN (GE) – Venous
BOLD (Philips)
Sequência T1 3D gradiente com
supressão do sinal da gordura
VIBE (Siemens) – LAVA (GE) – THRIVE
(Philips)
Número de excitações do
preenchimento do espaço K
AVERAGE (Siemens) – NEX (GE) – NSA
(Philips)
Parâmetro para evitar o artefato de
aliasing (dobra de imagem)
Phase Oversampling (Siemens) – No
Phase Wrap (GE) – Fold-over
Suppression (Philips)
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Considerando todas as questões abordadas neste módulo, fica fácil chegar à conclusão da
grande importância de conhecer as principais ponderações e sequências de pulso em RM, já
que cada uma delas apresenta características próprias e indicações muitas vezes específicas.
SEQUÊNCIAS
Um especialista abordará as principais sequências de pulso, relacionando suas características
com a região e o objetivo dos exames.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NUMA SEQUÊNCIA SPIN-ECO, QUAIS PARÂMETROS DEFINEM A
PONDERAÇÃO QUE ESTAMOS REALIZANDO (T1, T2 OU DP)?
A) Espessura do corte e Flip angle
B) FOV e Matriz
C) TR e TE
D) D) TR e Flip angle
E) TE e FOV
2. DENTRE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR, ASSINALE AQUELA QUE
CORRESPONDE A UMA SEQUÊNCIA DE PULSO MUITO UTILIZADA NOS
EXAMES DE PERFUSÃO:
A) Eco Planar Imagem
B) T1
C) DP
D) STIR
E) FLAIR
GABARITO
1. Numa sequência spin-eco, quais parâmetros definem a ponderação que estamos
realizando (T1, T2 ou DP)?
A alternativa "C " está correta.
Nas sequências SE e TSE, os parâmetros de escala temporal são os determinantes da
ponderação obtida.
2. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que corresponde a uma sequência de
pulso muito utilizada nos exames de perfusão:
A alternativa "A " está correta.
Por ser tratar de sequências ultrarrápidas, elas são as mais utilizadas nos exames perfusionais.
MÓDULO 2
 Reconhecer os contrastes, artefatos e procedimentosde segurança em ressonância
magnética
MEIOS DE CONTRASTE – CONTRASTE
QUÍMICO-FÍSICO
Muitas vezes, durante a realização de um exame, se faz necessária a administração de uma
substância intravenosa (contraste) com a finalidade de auxiliar o médico num diagnóstico mais
preciso e conclusivo.
No módulo anterior, foi mencionado o “contraste de imagem”, em geral determinado por alguns
parâmetros das sequências, tais como TR, TE, ângulo de inclinação e TI.

Mas o contraste do qual trataremos agora é aquele que vai ser administrado de maneira
intravenosa no paciente.
GADOLÍNIO
O gadolínio é o meio de contraste mais utilizado e sua administração só é possível devido à
sua agregação a outras substâncias, o que o torna tolerável para a maioria das pessoas, além
de facilitar a sua excreção pelas vias renais – basicamente pelo sistema urinário.
 ATENÇÃO
Não estamos afirmando que não se possa ter reações adversas ou alergias ao gadolínio, mas
realmente essas situações são bem raras.
O gadolínio é uma substância paramagnética, com um efeito positivo sobre o campo magnético
local. Ele provoca o encurtamento da recuperação T1, promovendo maior intensidade de sinal
nessas áreas. Por essa razão, o gadolínio é tido como um meio de contraste em T1.
Temos como principais indicações ao uso do gadolínio:
Doenças inflamatórias.
Infecções.
Tumores e metástases.
Investigação de esclerose múltipla.
Análises vasculares.
Áreas de infarto.
Pós-operatórios.
Pós-radioterapia.
Exames angiográficos.
Estudos perfusionais de modo geral.
A dosagem recomendada é de 0,2ml/kg do peso do paciente. Todavia, as máquinas estão
cada vez mais modernas, com imagens cada vez melhores, com mais resolução e mais sinal.
Isso vem possibilitando a redução dos volumes de administração do meio de contraste.
Vantagens do gadolínio quando comparado a outros meios de contraste:
Baixa viscosidade, facilitando a sua injeção.
A quantidade injetada é pequena, quando comparada à do contraste iodado.
Pouco sensível à contaminação.
Não forma cristais, mesmo estocado em baixas temperaturas.

Como efeitos colaterais ao gadolínio, podem aparecer:
Náuseas e vômitos.
Calor.
Cefaleia branda.
Erupções cutâneas e rubor.
Hipotensão.
Devemos ponderar a necessidade da utilização do gadolínio nos seguintes casos:
Pacientes com antecedentes alérgicos.
Mulheres grávidas.
Mulheres em fase de amamentação.
Pacientes portadores de anemia falciforme.
Pacientes com distúrbios respiratórios.
Pacientes renais crônicos.
 COMENTÁRIO
Relatos recentes mostraram que pacientes com disfunções renais podem desenvolver fibrose
sistêmica nefrogênica (FSN). Essa síndrome envolve lesões cutâneas e fibrose de músculo
esquelético, articulações, fígado, pulmão e coração, podendo ser fatal.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Comparação entre imagem sem contraste e com contraste.
ARTEFATOS
Artefatos são imagens indesejáveis que aparecem no exame de ressonância magnética.
Sempre existe uma causa ou motivo para o seu aparecimento. Com conhecimento físico, é
possível minimizar alguns deles ou até mesmo eliminá-los.
Os principais artefatos em RM são:
ARTEFATO DE ALIASING (IMAGEM DOBRADA)
Este artefato aparece devido à existência de imagem para fora do FOV na direção da fase da
imagem.

Sendo assim, a que está para fora será rebatida no lado oposto para dentro da nossa imagem.
Vale lembrar que a nossa imagem possui dois eixos: fase e frequência. E esse artefato não
aparece na direção da frequência, somente na direção da fase.
 DICA
Como corrigir: aumentar o FOV, com o objetivo de não deixar nenhuma imagem para fora dele
na direção da fase.
Obs.: Alguns aparelhos oferecem recursos para reduzir esse artefato sem alterar o FOV;
porém, para se obter a mesma qualidade inicial da imagem, o tempo de aquisição será um
pouco maior.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Aliasing.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Aliasing corrigido.
ARTEFATO METÁLICO (SUSCETIBILIDADE
MAGNÉTICA)
Aparece quando há algum metal presente na área do corpo em estudo, condição que distorce o
campo magnético naquela região, provocando um artefato (um borrão) escuro na imagem.
 DICA
Como corrigir:
Evitar a utilização das sequências gradiente-eco e EPI, que são muito sensíveis a esse
artefato.
Evitar a utilização de sequências com supressão de gordura.
Aumentar a largura de banda (banda de recepção) da sequência.
Nos aparelhos mais modernos existem algumas sequências já preparadas para a diminuição
desse artefato.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Artefato de suscetibilidade magnética.
ARTEFATO DE MOVIMENTO
Aparece devido à movimentação do paciente durante a aquisição das imagens. Esses
movimentos podem ser voluntários. Por exemplo, a movimentação da cabeça e dos membros,
ou movimentos involuntários, como os peristálticos ou batimento cardíaco.
 DICA
Como corrigir: conversar com o paciente e explicar a grande importância de ele permanecer
imóvel durante o exame.
Existem alguns acoplamentos, também conhecidos como trigger, cuja função é sincronizar a
respiração ou o batimento cardíaco do paciente com a aquisição das imagens. Isso pode
diminuir esse artefato em alguns exames específicos.
A utilização de sequências mais rápidas também pode ajudar, diminuindo, assim, o tempo total
do exame. Também existem sequências preparadas pelos fabricantes para minimizar esse tipo
de artefato. Estas já são bem conhecidas no mercado, como a sequência BLADE (Siemens) e
PROPOLLER (GE).
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Artefato de movimento.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Artefato de movimento corrigido.
ARTEFATO DE FLUXO
Seu aparecimento decorre de deslocamento de fluido em alguma cavidade. Pode ser o sangue
circulando nos vasos ou o líquor circulando na medula e no cérebro. Esse artefato só se
propaga na direção da fase.
 DICA
Como corrigir: utilizar bandas de saturação perpendiculares ao deslocamento do fluxo.
Nos aparelhos existe um artifício chamado compensação de fluxo, e sua utilização também
minimiza esse artefato.
 ATENÇÃO
Vale a pena ressaltar que mudar a direção de fase da imagem não minimiza o aparecimento do
artefato, apenas o muda de local.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Artefato de fluxo.
ARTEFATO DE INTERFERÊNCIA EXTERNA
São ruídos que aparecem nas imagens devido a problemas externos, por exemplo, a porta da
sala aberta, alguma lâmpada queimada no interior da sala de exame ou a entrada de rádio
frequência externa pela própria gaiola de Faraday durante a realização do exame.
 DICA
Como corrigir: checar todos os quesitos mencionados acima.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Interferência externa.
ARTEFATO DE FALTA DE HOMOGENEIDADE DE
CAMPO MAGNÉTICO
Sabemos que, quanto mais próximo do isocentro estiver posicionado o paciente, melhor, pois
ali o campo é mais homogêneo. Esse artefato aparece quando o posicionamento da região em
estudo está muito longe do isocentro do aparelho, acarretando imperfeições nas imagens
obtidas.
 DICA
Como corrigir:
Melhorar o posicionamento do paciente, se possível.
Evitar as sequências com técnica de supressão de gordura.
ARTEFATO DE EXCITAÇÃO CRUZADA
Aparece quando planejamos, numa mesma sequência, cortes que se sobrepõem, excitando
duas vezes o mesmo hidrogênio e fazendo com que haja uma ausência de sinal nessa região.
Esse artefato é muito percebido quando vamos planificar os cortes axiais num exame de coluna
lombar.
 DICA
Como corrigir: evitar a sobreposição dos cortes.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Artefato de excitação cruzada.
ARTEFATO DE ÂNGULO MÁGICO
Hipersinal que aparece em estruturas como tendões, ligamentos e nervos, quando esses se
encontram em aproximadamente 55 graus em relação ao campo magnético principal (B0).
 DICA
Como corrigir:
Reposicionar o paciente.
Utilizar um tempo de Eco (TE) um pouco maior.
ARTEFATO DE MAPEAMENTO INCORRETO
Estruturas que pulsam, como as artérias e o coração, tendem a produzir imagens (sombras) na
direçãoda fase da imagem.
 DICA
Como corrigir:
Utilizar bandas de saturação.
Aumentar a matriz.
No caso do coração, utilizar acoplamento cardíaco (trigger ou gating).
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Mapeamento incorreto.
ARTEFATO DE DESVIO QUÍMICO (CHEMICAL
SHIFT)
Aparece devido à diferença de frequência dos átomos de hidrogênio ligados à água e à gordura
dentro do mesmo pixel. Assim, podemos notar linhas hipointensas ou hiperintensas nos
contornos entre alguns órgãos de tecido adiposo circundante, como o sistema perirrenal.
 DICA
Como corrigir:
Aumentar a largura da banda de recepção de frequência.
Diminuir o tamanho do pixel.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Desvio químico.
ARTEFATO DE ZEBRA
Aparece quando conjugamos um FOV grande com uma sequência gradiente-eco, já que essas
sequências são bem sensíveis às imperfeições do campo magnético.
 DICA
Como corrigir:
Diminuir o FOV.
Mudar a sequência de pulso.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Artefato de zebra.
ARTEFATO DE TRUNCAMENTO (TRUNCATION)
Trata-se de erros de codificação na transformada de Fourier e são percebidos em estruturas
com alto contraste entre si. Aparecem como linhas paralelas, alternando alto e baixo sinal. Esse
tipo de artefato tem um aspecto muito semelhante ao artefato de movimento.
 DICA
Como corrigir: aumentar a matriz, para obter melhor resolução espacial.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Artefato de truncamento.
SEGURANÇA E PREVENÇÃO DE
ACIDENTES
Não resta nenhuma dúvida de que, quando o assunto é ressonância magnética, o quesito mais
importante é segurança. Qualquer erro pode ser fatal para o paciente, acompanhante do
paciente ou para os funcionários do serviço.
Lembramos que os princípios físicos do método de aquisição de imagem em RM têm base num
forte campo magnético e na emissão de radiofrequência.
As principais contraindicações ao método estão relacionadas a esses princípios, pois alguns
materiais podem ser atraídos pelo campo magnético, e outros podem sofrer um aquecimento e
causar, como consequência, queimaduras no paciente.
Antes da realização do exame, o paciente (ou seu acompanhante) é submetido a um
questionário de anamnese, para garantir que ele pode realizar o exame com segurança ou
identificar alguma contraindicação ao método ou à administração do meio de contraste
(gadolínio).
É muito importante que todo o setor esteja envolvido na prevenção de acidentes.
Normalmente, antes de ingressar na sala de exames, o paciente passa por uma recepção.
Depois, é acompanhado pelos profissionais e, às vezes, até por um médico.
Dessa forma, é possível coletar informações durante todo esse processo, com a finalidade de
evitar acidentes.
Quanto ao posicionamento do paciente, devemos estar atentos para que nenhum cabo da
bobina fique em contato direto com a pele dele, pois isso pode ocasionar um aquecimento local
e até mesmo uma queimadura. Devemos também orientar os pacientes para não
permanecerem com as mãos juntas e as pernas cruzadas, pois isso também pode ocasionar
um aquecimento nesses membros.
 COMENTÁRIO
É preciso ressaltar que, com a evolução tecnológica, as contraindicações ao método de RM
vêm sofrendo alterações, mas ainda é muito importante que se tenha total atenção em algumas
situações.
CONTRAINDICAÇÕES PARA SE REALIZAR O EXAME
DE RM
Pacientes com marca-passo cardíaco.
Pacientes portadores de clips (grampos) de aneurisma.
Portadores de implante coclear antigo.
Portadores de implantes eletrônicos.
Portadores de fragmentos metálicos perto de estruturas vitais.
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS
Gestantes.
Portadores de próteses metálicas de modo geral, pois estas podem esquentar.
Pacientes feridos por arma de fogo.
Pacientes claustrofóbicos ou com resistência a ambientes fechados.
Pacientes obesos (podem ter dificuldades para realizar o exame).
Também são necessários cuidados especiais com pacientes que portam:
Válvulas cardíacas.
Próteses dentárias.
Implantes oculares.
Grampos e pinos cirúrgicos.
Tatuagens recentes (eles podem sofrer queimaduras).
 COMENTÁRIO
Até hoje, não existem relatos de efeitos biológicos adversos à longa exposição ao método de
RM. Todavia, não é por esse motivo que devemos banalizar o método e dispensar as normas
de segurança.
Explicar previamente ao paciente como é realizado o exame é muito importante. Assim, vamos
mantê-lo mais tranquilo, facilitando a realização.
Nesse bate-papo prévio com o paciente, devemos deixar claro:
Tempo médio do exame.

A necessidade de ele permanecer imóvel durante a RM.

A possibilidade de comunicação a qualquer momento do exame.

Que durante o exame o aparelho vai emitir altos ruídos (barulho).
 RECOMENDAÇÃO
É recomendado também que todos os pacientes/acompanhantes troquem de roupa (por uma
roupa adequada fornecida pelo serviço) antes da realização do exame. Assim, teremos plena
certeza de que eles não estão ingressando na sala de exame com algum material que possa
provocar acidente.
Ressaltamos também que todo o material utilizado dentro da sala de RM deve ser compatível
com o método. Devemos nos certificar quanto ao uso de extintores, cadeiras de roda, macas,
carros de procedimentos anestésicos etc.
TAXA DE ABSORÇÃO ESPECÍFICA
(SPECIFIC ABSORPTION RATE – SAR)
Nos aparelhos de RM, a SAR controla e monitora a absorção da RF liberada pelo equipamento
no corpo do paciente. A absorção da RF é medida em watts por quilograma (w/kg).
Quando vamos iniciar um exame e ingressamos com os dados dos pacientes, faz-se
necessário preencher o peso dele – em algumas máquinas mais novas, temos que indicar tanto
o peso quanto a altura.
Com essas informações, o equipamento consegue monitorar o quanto de RF pode ser emitido
naquele exame. Daí a importância de se colocar as informações verídicas.
Em alguns serviços, percebemos que o operador de RM que não domina esse conhecimento
técnico, sendo negligente com essas informações, pode ocasionar situações de risco para o
paciente.
O operador de RM deve estar atento quando a mensagem de SAR aparecer, pois ela visa
proteger o paciente, evitando um maior aquecimento corporal.
Essa mensagem de SAR irá aparecer mais frequentemente nos aparelhos de alto campo, pois
nesses aparelhos trabalhamos com maior emissão de RF. Quando essa mensagem aparece, é
comum o aparelho sugerir algumas modificações na sequência, com o objetivo de reduzir a
SAR. Entre elas, diminuir o número de cortes, aumentar o TR ou diminuir o ângulo de
inclinação (flip angle).
QUENCHING
É o processo pelo qual as bobinas do magneto deixam de ser supercondutoras e passam a ser
resistentes. Então, a temperatura do magneto sobe e o hélio líquido escapa em forma de vapor,
por um orifício chamado tubo de quenching.
Durante um quenching, é normal o escape de um pouco desse gás hélio para dentro da sala de
exame e, caso haja alguma pessoa ali, ela deve ser retirada imediatamente.
O escape do gás hélio acarreta aumento da pressão no ambiente, podendo dificultar a abertura
da porta para tirar o paciente da sala com agilidade. Por isso, recomenda-se que a porta da
sala de exame abra para fora. Caso a porta tenha sua abertura orientada para dentro e esse
problema apareça, será necessário quebrar o vidro da sala (vidro de visualização do paciente),
ocasionando uma diminuição da pressão no interior da sala e facilitando a abertura da porta.
O quenching pode ocorrer de maneira espontânea no aparelho e, apesar de esta situação
não ser corriqueira, pode acontecer devido a alguma falha no equipamento.
Outra hipótese seria um quenching induzido pelo engenheiro clínico, com a finalidade de
reparar algum problema previamente detectado.
Por último, há o quenching manual, quando apertamos o botão de quenching devido a
algum acidente em que alguém esteja correndo sérios riscos dentro da sala de exame.
 ATENÇÃO
Este último pode causar sérios danos ao aparelho, deixando-o vários dias sem funcionar, o que
provoca grande prejuízo financeiro. Então, só deve serfeito em casos extremos.
Normalmente, num setor de RM vão existir muitas placas e cartazes informativos quanto à
segurança. Veja os exemplos nas figuras a seguir.
Imagem: Shutterstock.com
 Forte campo magnético.
Autor: Flávio Leandro Gomes.
 Forte radiofrequência.
ACIDENTES EM RM
Um especialista abordará alguns acidentes em RM que acontecem na sala de exames, em
função do campo magnético, através de imagens das ocorrências.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PODEMOS CITAR COMO CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS AO
MÉTODO DE RM:
A) Pacientes com fragmentos metálicos no pé.
B) Mulheres grávidas.
C) Portadores de próteses metálicas.
D) Pacientes alérgicos.
E) Portadores de fragmentos metálicos perto de áreas vitais do organismo.
2. PARA SOLUCIONAR UM PROBLEMA DE ARTEFATO DE DOBRA DE
IMAGEM (ALIASING), PODEMOS:
A) Reduzir o FOV.
B) Aumentar a espessura do corte.
C) Aumentar a matriz de fase.
D) Aumentar o FOV.
E) Diminuir a matriz de fase.
GABARITO
1. Podemos citar como contraindicações absolutas ao método de RM:
A alternativa "E " está correta.
Como estamos sujeitos ao campo magnético e à emissão de RF, esses fragmentos metálicos
podem se mover ou até mesmo esquentar no corpo do paciente.
2. Para solucionar um problema de artefato de dobra de imagem (aliasing), podemos:
A alternativa "D " está correta.
A maneira mais simples para se resolver um problema de aliasing é aumentar o FOV da
imagem.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As técnicas relativas aos princípios físicos que envolvem a emissão de radiofrequência são
fundamentais, pois, em função de suas características, podemos utilizar o aparelho da maneira
mais adequada, aplicando as ponderações corretas para cada área específica de estudo e
objetivo do exame.
Conhecer as imperfeições (artefatos) das imagens é muito importante quando se fala em
ressonância, já que esse problema aparece de modo recorrente. Com o conhecimento físico e
técnico do método de RM, sabemos que muitos desses artefatos podem ser minimizados ou
até extintos das imagens adquiridas, possibilitando um laudo mais preciso.
Conhecer também os procedimentos de segurança em RM, apesar da ausência da radiação
ionizante, é de extrema importância, pois alguns problemas poderiam até mesmo levar o
paciente (e/ou seu acompanhante) à morte.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BONTRAGER, K. L.; LAMPIGANO, J. P. Tratado de posicionamento radiográfico e
anatomia associada. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
NÓBREGA, A. I. Técnicas em ressonância magnética nuclear. São Paulo: Atheneu, 2006.
WESTBROOK, C.; ROTH, C. K.; TALBOT, J. Ressonância magnética: aplicações práticas. 4.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
O artigo Ressonância magnética: princípios de formação da imagem e aplicações em imagem
funcional, de Alessandro Mazolla, publicado em 2009 na Revista de Física Médica.
CONTEUDISTA
Flávio Leandro Gomes
 CURRÍCULO LATTES
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