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Como fica evidente, os locais com mais casos das arboviroses ficam situados em locais onde os índices de saneamento básico são bem baixos. A mesma ...

Como fica evidente, os locais com mais casos das arboviroses ficam situados em locais onde os índices de saneamento básico são bem baixos. A mesma reportagem de 2016 aponta dados da COMPESA que contabiliza que os seguintes bairros seguem sem saneamento básico: UR-7 Várzea, Curado IV, Zumbi do Pacheco, Pacheco, Alto do Vento, Cavaleiro, Comportas, Dois Carneiros, Monsenhor Fabrício, Loteamento Grande Recife, Santo Aleixo, Socorro, Sucupira (SENE, 2016). São nos locais sem saneamento básico que a proliferação do mosquito acontece, já que a falta e/ou má qualidade dos serviços acaba fazendo com que a água não tenha como escoar, formando criadores para o mosquito.Além disso, com as irregularidades no abastecimento de água, os moradores armazenam água de forma indevida, sendo um ambiente muito propício para proliferar o mosquito. Em 2018,áreas da cidade onde os agentes de saúde ambiental mais encontraram larvas do mosquito são: Jordão, Água Fria, Beberibe, Várzea, Alto José do Pinho, Nova Descoberta, Joana Bezerra, Jaqueira, Parnamirim, Tamarineira e Alto José Bonifácio. Apenas dois desses bairros ficam localizados em áreas nobres do Recife, Tamarineira e Jaqueira, o restante fica em áreas periféricas (GRUBERTT, 2018). Em 2019 os problemas continuam, pois até o mês de abril estado já confirmou 1.563 casos de dengue, 50 de chikungunya e 17 de Zika,aponta que os dados da Secretaria de Saúde de Pernambuco, afirmam que o Estado já teve ao menos 149 pessoas acometidas pelas arboviroses, sendo 130 por dengue, 18 por chikungunya e 1 por zika (CASOS, 2019). A maior parte dos bairros com infestações dessas doenças têm as mesmas características e ficam localizados em áreas periféricas, na qual os serviços de saneamento são inexistentes ou prestados de forma bem deficitária, e onde a situação socioeconômica dos moradores é bastante crítica. Em uma reportagem do NE10 (2019), traz que nos últimos anos os números de picadas de escorpião aumentaram, chegando a 5.354 casos, principalmente em Recife que além de ser uma cidade úmida também sofre com a ausência de saneamento básico que faz com que as pessoas utilizem fossas e assim comecem a surgir baratas, principal alimento desse animal peçonhento. Vale ressaltar, os locais com mais fossas sépticas 9 e úmidos ficam em áreas mais propícias para os escorpiões, ficam localizadas em regiões pobres, portanto são os indivíduos mais pauperizados as vítimas das picadas. Outra situação relacionada ao esgotamento sanitário é a sua influência nos alagamentos que acontecem frequentemente no período de inverno no Recife, pois a falta de manutenção e a má operacionalização dos serviços é um dos fatores que acabam contribuindo para o entupindo das redes, fazendo com que a água da chuva não seja escoada, causando inundações que geram transtornos na vida da população. Durante o período de estágio, quatro localidades chamaram pelas situações bem problemáticas no que se refere aos serviços de esgotamento sanitário e pelas frequentes reclamações que ocorriam nos atendimentos sociais, são elas: Sítio Grande/Dancing Days, de Brasília Teimosa e de Santo Amaro e Habitacional da Imbiribeira 210. Além disso, era perceptível a indignação dos moradores, pois muitos criaram expectativas com a PPP e de que ela solucionaria o descaso com o sistema de esgoto nesses locais, mas muitos falavam que isso não aconteceu, sendo apenas promessas políticas, pois os serviços prestados não são de boa qualidade, nem são realizadas constantes manutenções, por isso são insuficientes para solucionar as demandas do esgotamento sanitário. Dessa forma, pode-se perceber que as empresas privadas responsáveis pela PPP realizam ações pontuais que não apontam para uma universalização dos serviços de esgotamento sanitário. Durante as observações e reflexões vivenciadas nesse espaço ocupacional, era perceptível que nas áreas pauperizadas a efetuação do pagamento das faturas não era algo comum, seja pelo fato da falta de condições financeiras dos moradores ou pela justificativa de que não pagariam enquanto os serviços não fossem executados com qualidade. Por se tratar de um sistema capitalista, regido pelos princípios de lucratividade, a não efetuação do pagamento significa a não utilização dos serviços, o que pode influenciar no próprio processo de ampliação, já que não é rentável para as empresas expandir os serviços em locais que não obtenham um retorno financeiro. Quando a iniciativa privada assumiu o setor, a parcela da população sem esgoto era de 63,6% em 2013, em 2014 passou para 61,3%, em 2015 para 60,1%, em 2016 58,3% e em 2017, de quando constam as últimas informações, tinha uma porcentagem de 57,4%, segundo o ITB (2019). Os índices de crescimento nesses últimos anos indicam uma ampliação mínima de aproximadamente 6,2%, o que não altera significativamente a situação do esgoto na cidade. Mesmo não tendo dados sobre os anos de 201811, as observações do diário de campo apontam que não aconteceram grandiosas melhorias. A Odebrecht Ambiental teria até 2024 para universalizar o esgoto na cidade do Recife. Mas com o novo contrato firmado com a BRK Ambiental, prazo para universalização foi estendido para 2037(SINDURB, 2018). Isto é, a população ainda terá que esperar muito para tempo para ter acesso a esses serviços, desconsiderando a determinação da ONU de que até 2030 o saneamento básico seja universalizado em todo mundo (ONUBR, 2019). O Recife vai na contramão de várias cidades, inclusive locais fora do Brasil que observaram nas privatizações e concessões um processo muito custoso para a sociedade e que não é melhor alternativa para a ampliação/universalização, entre as localidades que optaram pela reestatização, estão: Itu em São Paulo, Berlim, Paris e Atlanta (DIEESE, 2017). A cidade do Recife foi um dos primeiros municípios a receber a interferência de empresas privadas que iniciou em meado de 1869 com a Drainage Company Limited (de origem inglesa) para executar serviços de esgotamento, todavia essa participação não obteve êxito, pois os moradores reclamavam frequentemente dos serviços executados por essa operadora privada e foi extinta em 1908 (MIRANDA, 2012). Contudo, nos dias atuais, a situação é quase a mesma se comparado ao acúmulo de reclamações relativas aos serviços prestados, tanto da Odebrecht Ambiental quanto da BRK Ambiental. De certa forma, a PPP estabelecida na cidade do Recife reforça a desigualdade social existente, pois com a não ampliação dos serviços a população mais pauperizada acaba sofrendo com a falta de infra-estrutura que reverbera nas suas condições de vida. Pode-se afirmar que muitas privatizações e as “PPPs” são estratégias capitalista que cada vez mais garante o lucro para os empresários, mas que se torna muito custoso para população que sofre com a qualidade pela qual os serviços são prestados e que não podem usufruir de seus direitos, já que não são efetivados. É pensando nessa realidade que no ano de 2017 foi lançada a campanha da gestão do conjunto Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) / Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) teve como tema o combate ao racismo. Um dos vídeos produzidos tem como tema “Na

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Anais-do-IV-Congresso-de-Serviço-Social-do-IMIP-VII-Jornada-de-Serviço-Social-do-IMIP
380 pág.

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