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Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Dessa forma, a economia considera que haveria um papel a ser desempenhado pelo Estado quando o mercado não funcionar corretamente. Isso se verificaria diante das falhas de mercado. Dentre as falhas de mercado, encontram-se:
a. Assimetria informacional: existe assimetria de informação quando um dos agentes econômicos possui todas as informações necessárias para a tomada de decisões e o outro não as possui, ou possui de forma parcial. Desprovidos do acesso à melhor informação, os agentes econômicos não têm condições de tomar as decisões corretas e o mercado não funciona corretamente. Nesse sentido, a legislação de defesa do consumidor torna imperativo divulgar claramente, por exemplo, o prazo de validade dos produtos e seus padrões de qualidade. Da mesma forma, a legislação de mercado de capitais impõe certos deveres de disclosure a respeito de informações comercialmente sensíveis para os preços das ações. Assim, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabeleceu recentemente regulamentações para a divulgação de dados relevantes aos negócios desse campo.
b. Poder econômico: como se sabe, a concorrência é o regime em que a geração de riquezas é máxima. Fora da concorrência, à medida que os produtores adquirem poder econômico, sua capacidade de agir unilateralmente aumenta. Isso ocorre se o produtor aumenta os preços (ou diminui a quantidade dos produtos), se deteriora a qualidade ou a variedade de produtos ou serviços, ou se reduz o ritmo de inovações para aumentar os lucros. A situação extrema é a do monopólio: se o monopolista aumentar seus preços, os consumidores simplesmente não possuem alternativas – ou deixam de comprar, ou compram menos, ou compram pagando mais. Esse tipo de falha de mercado decorre de economias de escala, as quais surgem como algo positivo em princípio: afinal, quando há economias de escala significativas, o custo médio de produtos e serviços diminui à medida que o volume de produção aumenta – não confunda esse conceito com o de economias de escopo, as quais geram economias de custos quando aumenta a variedade de produtos e serviços produzidos na mesma empresa. Para atingir as economias de escala, é necessário que a empresa seja muito grande - isso pode acontecer pelo crescimento natural da empresa ou pelo processo de fusão e aquisição. A partir de certo ponto, porém, as economias de escala tendem a desaparecer e pode ser o caso de os custos de produção até mesmo aumentarem: está-se diante das deseconomias de escala.
c. Externalidades: são efeitos não pretendidos no desenvolvimento de uma atividade econômica, pelos quais o empresário normalmente não se responsabilizaria ou se aproveitaria. Com essa falha, existe uma limitação à capacidade de autocorreção do mercado (o automatismo da mão invisível de Adam Smith). Quando um empresário investe em uma região e gera progresso, sua intenção nunca foi a de melhorar a região, mas isso pode acontecer – trata-se de externalidade positiva. Quando a fábrica aberta por esse empresário polui, ele não queria poluir, mas isso acaba sendo um efeito negativo da atividade econômica – trata-se de externalidade negativa.
d. Ausência de mobilidade de fatores de produção: com essa falha de mercado, existe uma limitação à capacidade de autocorreção do mercado, o automatismo da mão invisível de Adam Smith. O cafeicultor não pode simplesmente deixar de produzir café de um momento para outro: o pé de café leva dois anos para começar a produzir e sua mudança antes de esgotada a vida útil prejudicaria a rentabilidade da lavoura.
e. Bens coletivos: devido à falta de incentivos para a sua produção, que é altamente requisitada pela sociedade por ser útil a ela, bens coletivos tendem a ser abastecidos de maneira insuficiente. Pode-se citar como exemplos dessa falha de mercado: o fornecimento de vacinas e, segundo a ótica do planejamento urbano, a dinâmica dos transportes coletivos, em conflito com a atual priorização do transporte individual, no que tange à produção econômica.

Essa pergunta também está no material:

Livro-Texto Unidade III (1)
21 pág.

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Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Dessa forma, a economia considera que haveria um papel a ser desempenhado pelo Estado quando o mercado não funcionar corretamente. Isso se verificaria diante das falhas de mercado. Dentre as falhas de mercado, encontram-se: a. Assimetria informacional b. Poder econômico c. Externalidades d. Ausência de mobilidade de fatores de produção e. Bens coletivos

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