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O Executivo é aquele que “resolve os problemas concretos e individualizados, de acordo com as leis”, abarcando a chamada função de governo e a funç...

O Executivo é aquele que “resolve os problemas concretos e individualizados, de acordo com as leis”, abarcando a chamada função de governo e a função administrativa. Por fim, o Judiciário é aquele que exerce, como atividade típica, a função jurisdicional, isto é, “tem por objeto aplicar o direito aos casos concretos a fim de dirimir conflitos de interesses” (SILVA, 2015, p. 108). Embora haja a referida divisão de “poderes”, não se pode perder de vista, que o poder é uno, indivisível e indelegável, ou seja, o poder é um só, o que há é a manifestação através dos órgãos, que exercem as funções típicas e atípicas. Como já mencionado anteriormente, iremos aprofundar o estudo, nesta unidade, quanto ao Poder Judiciário. Segundo Alexandre Mazza, O Poder Judiciário tem por função típica a jurisdicional, inerente à sua natureza. Exerce, ainda, funções atípicas, de natureza executivo-administrativa (organização de suas secretarias - art. 96, I, “b”; concessão de licença e férias a seus membros, juízes e servidores imediatamente vinculados - art. 96, I, “f”), bem como funções atípicas de natureza legislativa (elaboração do regimento interno - art. 96, I, “a”). (MAZZA,2020, e-book). Ocorre, por conseguinte, que precisamos compreender o que se trata de jurisdição, ou seja: o que seria essa função tipicamente jurisdicional? Este tema, ou seja, no que tange à “jurisdição”, será abordado com maior afinco no nosso terceiro capítulo, porém, já neste momento, é importante entender o conceito geral para o referido termo. Antônio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel Dinamarco, na obra “Teoria Geral do Processo”, afirmam que a jurisdição é Uma das funções do Estado, mediante a qual este substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre por meio do processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito estabelece (através da execução forçada). (2006, p. 129). Diante de sua atribuição central, ou seja, diante da atuação do Poder Judiciário, foram atribuídas algumas garantias, que visam assegurar, dentre outros aspectos, a independência do órgão, para que este possa decidir livremente, sem sofrer qualquer tipo de pressão dos outros Poderes. Há, neste contexto, garantias institucionais, que visam a proteção do Judiciário como um todo, e, também, garantias funcionais ou de órgãos, relativas à independência e à imparcialidade dos membros do Poder Judiciário. Como garantias institucionais do Judiciário é possível elencar: a) Garantias de autonomia orgânico-administrativa Relativa à estruturação e funcionamento dos órgãos, vez que os tribunais podem: a) eleger órgãos diretivos, sem participação dos outros Poderes; b) elaborar o regimento interno; c) organizar a estrutura administrativa interna. b) Garantias de autonomia financeira Tanto a anterior, quanto esta, são garantias constitucionais, insculpidas no art. 99, caput, da Constituição Federal de 1988: “Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira” (BRASIL, 1988). Quanto à garantia de autonomia financeira, sua previsão está disposta, ainda, no § 1º, do referido dispositivo constitucional: “Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias” (BRASIL, 1988). Por sua vez, no que tange às garantias funcionais do Judiciário é possível citar: a) Garantias de independência dos órgãos judiciários São consideradas garantias de independência dos órgãos judiciários: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios. b) Garantias de imparcialidade dos órgãos jurisdicionais As garantias de imparcialidade revestem-se de vedações que foram estabelecidas na Constituição Federal, em seu artigo 95, parágrafo único. Trata-se de um rol taxativo, já que restringe direitos. Assim versa o dispositivo citado: Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária. IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (BRASIL, 1988). Uma vez analisado o conceito geral inerente ao Poder Judiciário, bem como, a sua principal função, qual seja: a função jurisdicional, e, consequente garantias, para que possa atuar de forma livre e autônoma, importante conhecermos a organização e a estrutura do Poder Judiciário, item que veremos a seguir.

Essa pergunta também está no material:

Administração Judiciária (UniFatecie) (1)
96 pág.

Terapia Ocupacional Aplicada à Clinica Médica Faculdade UNIFATECIEFaculdade UNIFATECIE

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