Buscar

A finalidade do ato que apreende medicamentos estragados é proteger a saúde das pessoas. O atendimento de interesses meramente privados, em desacor...

A finalidade do ato que apreende medicamentos estragados é proteger a saúde das pessoas. O atendimento de interesses meramente privados, em desacordo com a ordem jurídica, configura “desvio de finalidade” ou “desvio de poder” (détournement de pouvoir) que acarreta a nulidade do ato administrativo. Superior hierárquico que aplica punição ao subordinado por desavença pessoal, sem relação com a função pública, com o único propósito de prejudicá-lo. A forma é o revestimento externo do ato administrativo. É a exteriorização da vontade administrativa para produção de efeitos jurídicos. No campo doutrinário, a forma possui dois sentidos básicos: SENTIDO RESTRITO SENTIDO AMPLO SENTIDO RESTRITO A forma é o meio pelo qual o ato administrativo é instrumentalizado. Exemplo: os atos administrativos, em regra, devem ser editados sob a forma escrita. SENTIDO AMPLO A forma engloba o revestimento do ato e as formalidades que devem ser cumpridas para sua elaboração. Exemplo: necessidade de oitiva de dois ou mais órgãos para elaboração do ato administrativo. Lembre-se de que a forma do ato administrativo recebe tratamento diverso daquele conferido aos atos privados. Confira: No Direito Privado Vigora o princípio da liberdade das formas, reforçando a autonomia da vontade dos particulares, na forma do art. 107 do CC que dispõe: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.” . No Direito Administrativo No Direito Administrativo, vigora o princípio da solenidade das formas, exigindo-se a edição de atos escritos e o atendimento das formalidades legais, uma vez que o agente público administra interesses públicos. Em situações excepcionais, os atos administrativos podem ser editados sob a forma não escrita (ex.: placas e sinais de trânsito). Não pode existir, contudo, excesso de formalismo ou formalidades absolutas. Assim, o art. 22 da Lei 9.784/1999 prevê: OS ATOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NÃO DEPENDEM DE FORMA DETERMINADA SENÃO QUANDO A LEI EXPRESSAMENTE A EXIGIR. Motivo é a situação de fato ou de direito que justifica a edição do ato administrativo. O motivo é a causa do ato. A infração à legislação de trânsito justifica a edição do auto de infração e aplicação da multa. O motivo pode ser dividido em duas categorias: MOTIVO DE FATO (SITUAÇÃO DE FATO) MOTIVO DE DIREITO (SITUAÇÃO DE DIREITO) MOTIVO DE FATO (SITUAÇÃO DE FATO) Há diversos motivos na lei que podem justificar a edição de determinado ato e o agente público, no caso concreto, elegerá o mais conveniente e oportuno para a prática do ato. MOTIVO DE DIREITO (SITUAÇÃO DE DIREITO) A lei menciona os motivos que, existentes no caso concreto, acarretarão, necessariamente, a edição do ato administrativo. No motivo de fato, a escolha é do administrador, e no motivo de direito a escolha é efetivada pelo legislador (OLIVEIRA, 2020, p. 311). Enquanto o primeiro é discricionário, o segundo é vinculado. Vale ressaltar que os motivos não se confundem com a motivação, assim considerada a exteriorização destes. Trata-se de hipótese na qual o agente público indica expressamente, no ato administrativo, os motivos que justificam a sua edição. As justificativas apresentadas configuram a motivação do ato. Há enorme controvérsia quanto à obrigatoriedade de motivação dos atos administrativos. Parcela da doutrina (DI PIETRO, 2009, p. 211) sustenta essa necessidade em todos os atos administrativos, em razão do princípio democrático (art. 1º, parágrafo único, da CRFB) e do art. 93, X, da CRFB, que exige motivação até mesmo para as decisões administrativas do Poder Judiciário. No sentido oposto, parte da doutrina afirma inexistir o dever constitucional de motivação, ressalvados os casos de previsão legal específica no sentido da obrigatoriedade de determinados atos (CARVALHO FILHO, 2009. p. 109-112). Por fim, alguns autores exigem a motivação apenas para decisões administrativas (atos administrativos decisórios) e para hipóteses expressamente indicadas na legislação (MOREIRA NETO, 2009, p. 157). Em âmbito federal, a motivação ganhou status de princípio no art. 2º, caput e parágrafo único, VII, da Lei 9.784/1999, inclusive com a indicação de situações específicas de obrigatoriedade no art. 50 do referido diploma legal. É possível a chamada motivação aliunde ou per relationem, situação na qual limita-se a concordar com os fundamentos apresentados em manifestações ou atos anteriores, na forma do art. 50, § 1º, da Lei 9.784/1999. Isso acaba por ser um mecanismo de celeridade, evitando que o administrador tenha de repetir os fundamentos já constantes do outro ato. A motivação representa um instrumento fundamental para a ampliação e a efetividade do controle externo do ato, especialmente aquele exercido pelo Judiciário por meio da teoria dos motivos determinantes. Nesse caso, a validade do ato administrativo depende da correspondência entre os motivos nele expostos e a existência concreta dos fatos que ensejaram a sua edição. De acordo com o STJ: AO MOTIVAR O ATO ADMINISTRATIVO, A ADMINISTRAÇÃO FICOU VINCULADA AOS MOTIVOS ALI EXPOSTOS, PARA TODOS OS EFEITOS JURÍDICOS. TEM AÍ APLICAÇÃO A DENOMINADA TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES, QUE PRECONIZA A VINCULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO AOS MOTIVOS OU PRESSUPOSTOS QUE SERVIRAM DE FUNDAMENTO AO ATO. A MOTIVAÇÃO É LEGÍTIMA E CONFERE VALIDADE AO ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO. (RMS 10165/DF, REL. MIN. VICENTE LEAL, 6ª TURMA, DJ 04.03.2002, P. 294.). O objeto é o efeito jurídico e material imediato que será produzido pelo ato administrativo. É o conteúdo do ato. O conteúdo do ato que demite o servidor é punir aquele que cometeu a infração funcional, rompendo o vínculo funcional com a Administração; o objeto da licença profissional é habilitar o exercício de determinada profissão pelo interessado. Registre-se que o objeto do ato administrativo deve ser lícito (em conformidade com o ordenamento jurídico), possível (realizável concretamente) e moral (de acordo os padrões éticos e morais). O objeto pode ser classificado do seguinte modo: OBJETO INDETERMINADO (DISCRICIONÁRIO) OBJETO DETERMINADO (VINCULADO) OBJETO INDETERMINADO (DISCRICIONÁRIO) A lei não define de maneira exaustiva o objeto do ato administrativo, conferindo margem de liberdade ao administrador para delimitar o conteúdo do ato (ex.: autorização de uso de bem público, com a definição discricionária da abrangência e das condições para uso privativo do espaço público). OBJETO DETERMINADO (VINCULADO) A lei delimita o conteúdo do ato administrativo sem deixar espaço para análises subjetivas por parte do agente público (ex.: aposentadoria compulsória do servidor público que completa 75 anos de idade). Enquanto o objeto indeterminado é elemento discricionário, o objeto determinado é elemento vinculado. Os atributos (ou características) dos atos administrativos são: Presunção de legitimidade e de veracidade Imperatividade Autoexecutoriedade Parcela da doutrina menciona, ainda, a tipicidade como quarto atributo dos atos administrativos unilaterais, uma vez que a Administração somente pode editar atos que estejam previamente tipificados na legislação, sendo vedada a edição de atos inominados (DI PIETRO, 2009, p. 201).

Essa pergunta também está no material:

Atos Administrativos
47 pág.

Administração Orçamentária e Orçamento Público Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

💡 1 Resposta

User badge image

Ed Verified user icon

Você precisa criar uma nova pergunta.

0
Dislike0

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais