Buscar

Anotações aos artigos 139 a 143: Angelo Maraninchi Giannakos Mestre e Especialista em Direito Processual Civil Professor de Direito Processual Civi...

Anotações aos artigos 139 a 143: Angelo Maraninchi Giannakos Mestre e Especialista em Direito Processual Civil Professor de Direito Processual Civil Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul aposentado Advogado. Consolidam-se, em um só artigo, o art. 139, sem prejuízo de sua repetição em dispositivos esparsos, os poderes/deveres do juiz que antes estavam dispersos. Dentre os poderes/deveres que já eram previstos no texto revogado e repetem-se no atual CPC, embora com diferente redação, estão os de: a) zelar pela duração razoável do processo, b) prevenir ou reprimir atos contrários à dignidade da justiça e aplicar de ofício as sanções por litigância de má-fé, c) valer-se da técnica de tutela mandamental ou executiva (sub-rogatória), d) buscar a conciliação das partes, e) exercer o poder de polícia e requisitar força policial quando necessário (acrescentando-se também menção expressa à possibilidade de acionar a segurança dos fóruns e tribunais), f) determinar o comparecimento das partes e g) o de determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outras nulidades processuais (AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários às alterações do novo CPC. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 220). Especial destaque merecem as hipóteses previstas no inciso VI (dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito, que somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo normal, consoante o parágrafo único) e no inciso IX (determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais). Cabe relevar o inciso X, que prevê a iniciativa de o magistrado oficiar legitimados para ações coletivas, em especial o Ministério Público e a Defensoria Pública para, querendo, tomarem a iniciativa de ingressar em juízo com as “ações cabíveis” quando houver “diversas demandas individuais repetitivas”. O dispositivo tinha tudo para dialogar com a “conversão da ação individual em ação coletiva” prevista no art. 333. O veto presidencial àquele dispositivo, contudo, não interfere na importância (e suficiência) do precitado inciso X do art. 139 para os fins de viabilizar um maior (e mais racional) número de “ações coletivas” que tenham início no primeiro grau de jurisdição (BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 138). O art. 140 incorporou a ideia sedimentada de que a lei em sentido estrito é apenas uma das fontes do direito, sendo que a tarefa hermenêutica consiste na interpretação de todo o sistema ou ordenamento jurídico, mas não significa o desprezo às regras ou ao direito legislado, pois tal postura implicaria sério prejuízo ao valor segurança jurídica, o que deve ser evitado. Quanto ao art. 141, a modificação não possui maior relevância, mas houve maior clareza neste dispositivo, explicitando que os limites da lide não são definidos apenas pelo autor na propositura da demanda, mas, também, pela defesa do réu. Esta redação não reproduz a omissão, deixando claro serem as partes que propõem os limites da lide, subentendendo-se, o autor, com a petição inicial, e réu, com a contestação (AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários às alterações do novo CPC. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 225). Ficou mantida, no art. 142, a possibilidade de o magistrado obstar o uso do processo para fim ilícito, o que é justificável. A palavra “decisão” no lugar de sentença, embora sentença seja uma decisão, é empregada no sentido de decisão interlocutória ou monocrática no âmbito dos Tribunais. No caso há menção expressa à aplicação, de ofício, das penas de litigância de má-fé no processo simulado ou com o objetivo de alcançar fim ilícito. No texto do art. 143 foi retirada a presunção de ausência de justo motivo na recusa, omissão ou retardo de providência após a provocação da parte. Fica mantido que o juiz responderá civil e regressivamente e, ao determinar que as hipóteses de recusa, omissão ou retardamento de providência pelo mesmo somente serão verificadas (e não apenas reputadas verificadas), depois do requerimento expresso da parte do decurso do prazo de dez dias, este dispositivo cria uma regra concernente ao interesse processual. Antes da devida provocação ao juiz – e do decurso do prazo de dez dias, não há interesse processual na propositura de ação para responsabilização da Fazenda Pública (União ou Estado) por uma das hipóteses do inciso II deste artigo (AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários às alterações do novo CPC. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 227). CAPÍTULO II DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. § 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. § 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. § 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. Art. 145. Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. § 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. § 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15

Essa pergunta também está no material:

840 pág.

Direito Processual Civil I

💡 1 Resposta

User badge image

Ed Verified user icon

Você precisa criar uma nova pergunta.

0
Dislike0

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais