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A Lei n.º 8142/90 criou também o fundo de saúde que é colocado como requisito para o recebimento de recursos financeiros (Fundo Municipal de Saúde ...

A Lei n.º 8142/90 criou também o fundo de saúde que é colocado como requisito para o recebimento de recursos financeiros (Fundo Municipal de Saúde e Fundo Estadual de Saúde). A Lei n.º 8080/90 e n.º 8142/90 regulamentam o SUS; porém o seu processo de implantação necessitou de outros instrumentos legais. Esses instrumentos foram Normas Operacionais Básicas (NOB/SUS), que tratam de reorientar e reorganizar o processo de gestão do sistema e gerenciamento dos recursos financeiros no âmbito Estadual e Municipal. NOB/SUS 01/91 - pode-se afirmar que o principal avanço dessa NOB 01/91 foi a ampliação do envolvimento dos municípios alcançada pelo processo de descentralização que utiliza a municipalização como estratégia para isso. Essa NOB apresentou muitos pontos negativos, por exemplo: os Estados e Municípios foram transformados em entidades produtoras de procedimentos igualmente as empresas privadas contratadas e conveniadas, estimulavam o aumento de produtividade e as fraudes sem preocupação com a qualidade do serviço. NOB/SUS 01/93 - estabelece diferentes condições de gestão: Incipiente, Parcial e Semiplena para os municípios. A NOB 01/91 e a 01/93 baseiam-se no pagamento segundo a lógica da produtividade o que favoreceu a concentração de recursos nos municípios com maior capacidade instalada, pois quem tinha condição de produzir mais, recebia mais recursos. NOB 01/96 - essa NOB introduz alguns avanços, pois, reorganiza o modelo assistencial estabelecendo incentivos para a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF); estabelece novas condições de habilitação da gestão para os Municípios: Gestão plena da atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal e para os Estados Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena do Sistema Estadual. Destaca-se também o processo de transferência e gerenciamento dos recursos financeiros como: repasse de recurso fundo a fundo, adoção do critério populacional por meio do Piso Assistencial Básico (PAB). Mais recentemente o governo federal editou as normas operacionais de assistência à saúde (NOAS) tentando compatibilizar os três princípios organizativos do SUS: descentralização, regionalização e hierarquização da assistência à saúde além de ampliar as ações de atenção básica. A NOAS 2001, revisada e reeditada em 2002, institui o plano diretor da regionalização (PDR) como ordenador do processo em cada Estado. Na Bahia, o PDR do ponto de vista geográfico, ou seja, do espaço físico, delimitação territorial tomou como referência as características demográficas e sócio-econômicas. Sendo assim, dividiu-se o Estado em 8 macro regiões. As Macrorregiões são compostas por um conjunto de municípios que se localizam no raio de influência de uma ou mais cidades centro (s) polarizador (es) de serviços de saúde de alta complexidade, Unidade de Terapia Intensiva – UTI, projetos de reorganização da atenção de urgência/emergência e atendimento a gestante de alto risco. Cada macrorregião é composta por um conjunto de municípios que sejam centros polarizadores das atividades sócio-econômicas da macrorregião, sendo consideradas como “ponto de partida” para delimitar a macrorregião. Em geral, esses municípios dispõem de serviços de saúde de alta complexidade. Do ponto de vista da organização da assistência à saúde, a referência consiste no grau de complexidade. Considerando a busca da integralidade, do cuidado à saúde da população, a delimitação territorial corresponde ao estabelecimento dos espaços onde se deve dar a organização de dois níveis de atenção: a atenção básica ampliada organizada no espaço de cada município com retaguarda de um módulo assistencial, e a atenção integral à saúde que constitui o conjunto de módulos assistenciais integrados em uma microrregião de saúde; contando além da Atenção Básica Ampliada com a atenção de média complexidade. Desta forma, um módulo assistencial constitui o primeiro nível de referência, contendo a atenção básica e o mínimo de média complexidade, no município ou no conjunto de municípios que o compõem, neste caso, determina-se o município “sede” do módulo. Uma microrregião da saúde é constituída por um conjunto de módulos assistenciais, sendo responsável em seu conjunto pela atenção integral à saúde. Do ponto de vista político-gerencial, a NOAS segue a Constituição Federal de 1988, considerando também os espaços de negociação respeitados pela Comissão Intergestora Bipartite (CIB) sendo este um espaço de decisão conjunta acima do processo de descentralização e reorganização dos serviços. O Financiamento da Saúde Como vimos, durante quase todo o século XX, a saúde foi financiada com os recursos da previdência social, arrecadados dos trabalhadores que tinham carteira assinada, sendo privilégio desse grupo o benefício da assistência médica. Aos demais grupos da população restariam as caridades das santas Casas de Misericórdia e o pagamento pelos serviços particulares. Após a Constituição de 1988, a saúde foi incorporada no capítulo referente à saúde e seguridade social, cujo financiamento caberia a toda a sociedade com contribuições dos empregadores e trabalhadores. Estabelece também que a saúde será financiada com os recursos do orçamento da seguridade social da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Além disso, o documento cita: “Até que sejam aprovadas as Leis das Diretrizes Orçamentárias (LDO), trinta por cento no mínimo da seguridade social, excluído o seguro desemprego serão destinados ao setor saúde”. Observe que a Constituição Federal garante recursos para financiar as ações de saúde, no entanto a demora da aprovação das Leis das Diretrizes Orçamentárias, e o seqüestro dos recursos destinados à saúde por outros setores que não o setor saúde, levou a busca de fontes estáveis para desenvolvimento dessas ações. Assim institui-se a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e, posteriormente, a Emenda Constitucional n.º 29 (EC n.º 29) que garante percentuais da União, dos Estados e Municípios de investimento para ações de saúde. Considerações Finais As modificações que ocorreram no País ao longo do século XX foram fruto das diversas mudanças que sofreu a sociedade brasileira. Essas mudanças foram necessárias para o desenvolvimento do sistema de saúde que hoje encontramos. Desta forma, é importante entender que o SUS é um Sistema que se encontra em construção decorrente do processo de democratização brasileira com a participação da sociedade e dos diversos atores sociais. TEXTO N.º 3 - MUNICÍPIO SAUDÁVEL – UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE3 Lucimar Ladeia Colen O conceito de promoção está diretamente relacionado com a visão da qualidade de vida. “A qualidade de vida de uma população depende de suas condições de existência, do seu acesso a certos bens e serviços econômicos e sociais: emprego e renda, educação básica, alimentação adequada, acesso a bons serviços de saúde, saneamento básico, habitação, transporte de boa qualidade, etc.” Pode-se compreender a promoção da saúde como um conjunto de práticas e ações orientadas para a melhoria das condições de vida dos habitantes das cidades. Estas ações podem ocorrer dentro do próprio setor saúde, como podem envolver ações integradas entre vários setores técnicos do governo – educação, saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico, entre outros, e organizações da sociedade – organizações comunitárias, associações filantrópicas e empresariais, entre outras. A promoção supõe a co-responsabilidade dos governantes e dos vários grupos da sociedade com a melhoria da qualidade da vida e da saúde. A proposta de construção de cidades/municípios saudáveis é considerada como uma das estratégias de promoção da saúde. Ela surgiu em Toronto, Canadá, em 1978, quando um comitê de planejamento público publicou o Informe “A Saúde Pública nos anos 80”, onde foram estabelecidas linhas de ação política, social e de desenvolvimento comunitário no nível local

Essa pergunta também está no material:

Caderno-Módulo-I-Atenção-Primária_impressão
89 pág.

Didática Universidade Estadual de Alagoas - UnealUniversidade Estadual de Alagoas - Uneal

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