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constituir no projeto da Reforma Sanitária Brasileira. O Projeto de Reforma Sanitária Brasileira foi levado à Assembléia Constituinte para disputar...

constituir no projeto da Reforma Sanitária Brasileira. O Projeto de Reforma Sanitária Brasileira foi levado à Assembléia Constituinte para disputar, com outras propostas, o que seria inscrito na Constituição sobre a saúde. A nova Constituição aprovou os mais importantes princípios da Reforma Sanitária Brasileira como o conceito ampliado de saúde, no reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado, a promoção da justiça social e a criação do Sistema Único de Saúde. Características do Sistema Único de Saúde: Atender a todos, contribuintes ou não da previdência social, sem cobrar pelo atendimento. Atuar de maneira integral, isto é não ver a pessoa como um amontoado de partes, mas como um todo, que faz parte de uma sociedade. As ações de saúde devem estar voltadas, ao mesmo tempo, para prevenção e tratamento e respeitar a dignidade humana. Ser descentralizado, ou seja, o poder de decisão deve ser daqueles que são responsáveis pela execução das ações. Isto significa que as ações e serviços que atendam à população de um município devem ser municipais; as que alcançam vários municípios devem ser estaduais e aquelas que são dirigidas a todo território nacional devem ser federais. Ser racional, ou seja, o SUS deve se organizar de maneira que sejam oferecidas ações e serviços de acordo com as necessidades da população. Ser eficiente e eficaz, isto é, deve produzir resultados positivos quando as pessoas procuram a recuperação da saúde; a organização e direção da gestão e o funcionamento dos serviços de saúde. Enfatiza a descentralização político-administrativa caracterizada pela municipalização dos serviços e ações de saúde que significa redistribuir o poder, competências e recursos em direção ao município. A Lei n.º 8142/90 – Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS, para isso estabeleceu as Conferências e os Conselhos de saúde. Ambos são paritários, metade da representação é de usuários. As Conferências têm caráter consultivo e servem para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes da prática de saúde em cada nível de governo. Assim, temos Conferências Nacionais, Estaduais e Municipais. Os Conselhos de Saúde têm caráter permanente e deliberativo; órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle de execução da política de saúde, formados em entidades produtoras de procedimentos igualmente as empresas privadas contratadas e conveniadas, estimulavam o aumento de produtividade e as fraudes sem preocupação com a qualidade do serviço. NOB/SUS 01/93 - estabelece diferentes condições de gestão: Incipiente, Parcial e Semiplena para os municípios. A NOB 01/91 e a 01/93 baseiam-se no pagamento segundo a lógica da produtividade o que favoreceu a concentração de recursos nos municípios com maior capacidade instalada, pois quem tinha condição de produzir mais, recebia mais recursos. No entanto, essa NOB já introduz o sistema de repasse de recursos fundo a fundo, apenas para os municípios habilitados em gestão Semiplena. NOB 01/96 - essa NOB introduz alguns avanços, pois, reorganiza o modelo assistencial estabelecendo incentivos para a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF); estabelece novas condições de habilitação da gestão para os Municípios: Gestão plena da atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal e para os Estados Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena do Sistema Estadual. Destaca-se também o processo de transferência e gerenciamento dos recursos financeiros como: repasse de recurso fundo a fundo, adoção do critério populacional por meio do Piso Assistencial Básico (PAB). Mais recentemente o governo federal editou as normas operacionais de assistência à saúde (NOAS) tentando compatibilizar os três princípios organizativos do SUS: descentralização, regionalização e hierarquização da assistência à saúde além de ampliar as ações de atenção básica. A NOAS 2001, revisada e reeditada em 2002, institui o plano diretor da regionalização (PDR) como ordenador do processo em cada Estado. Na Bahia, o PDR do ponto de vista geográfico, ou seja, do espaço físico, delimitação territorial tomou como referência as características demográficas e sócio-econômicas. Sendo assim, dividiu-se o Estado em 8 macro regiões. As Macrorregiões são compostas por um conjunto de municípios que se localizam no raio de influência de uma ou mais cidades centro (s) polarizador (es) de serviços de saúde de alta complexidade, Unidade de Terapia Intensiva – UTI, projetos de reorganização da atenção de urgência/emergência e atendimento a gestante de alto risco. Cada macrorregião é composta por um conjunto de municípios que sejam centros polarizadores das atividades sócio-econômicas da macrorregião, sendo consideradas como “ponto de partida” para delimitar a macrorregião. Em geral, esses municípios dispõem de serviços de saúde de alta complexidade. Do ponto de vista da organização da assistência à saúde, a referência consiste no grau de complexidade. Considerando a busca da integralidade, do cuidado à saúde da população, a delimitação territorial corresponde ao estabelecimento dos espaços onde se deve dar a organização de dois níveis de atenção: a atenção básica ampliada organizada no espaço de cada município com retaguarda de um módulo assistencial, e a atenção integral à saúde que constitui o conjunto de módulos assistenciais integrados em uma microrregião de saúde; contando além da Atenção Básica Ampliada com a atenção de média complexidade. Desta forma, um módulo assistencial constitui o primeiro nível de referência, contendo a atenção básica e o mínimo de média complexidade, no município ou no conjunto de municípios que o compõem, neste caso, determina-se o município “sede” do módulo. Uma microrregião da saúde é constituída por um conjunto de módulos assistenciais, sendo responsável em seu conjunto pela atenção integral à saúde. Do ponto de vista político-gerencial, a NOAS segue a Constituição Federal de 1988, considerando também os espaços de negociação respeitados pela Comissão Intergestora Bipartite (CIB) sendo este um espaço de decisão conjunta acima do processo de descentralização e reorganização dos serviços. O Financiamento da Saúde: Como vimos, durante quase todo o século XX, a saúde foi financiada com os recursos da previdência social, arrecadados dos trabalhadores que tinham carteira assinada, sendo privilégio desse grupo o benefício da assistência médica. Aos demais grupos da população restariam as caridades das santas Casas de Misericórdia e o pagamento pelos serviços particulares. Após a Constituição de 1988, a saúde foi incorporada no capítulo referente à saúde e seguridade social, cujo financiamento caberia a toda a sociedade com contribuições dos empregadores e trabalhadores. Estabelece também que a saúde será financiada com os recursos do orçamento da seguridade social da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Além disso, o documento cita: “Até que sejam aprovadas as Leis das Diretrizes Orçamentárias (LDO), trinta por cento no mínimo da seguridade social, excluído o seguro desemprego serão destinados ao setor saúde”. Observe que a Constituição Federal garante recursos para financiar as ações de saúde, no entanto a demora da aprovação das Leis das Diretrizes Orçamentárias, e o seqüestro dos recursos destinados à saúde por outros setores que não o setor saúde, levou a busca de fontes estáveis para desenvolvimento dessas ações. Assim institui-se a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e, posteriormente, a Emenda Constitucional n.º 29 (EC n.º 29) que garante percentuais da União, dos Estados e Municípios de investimento para ações de saúde. Considerações Finais: As modificações que ocorreram no País ao longo do século XX foram fruto das diversas mudanças que sofreu a sociedade brasileira. Essas mudanças foram necessárias para o desenvolvimento do sistema de saúde que hoje encontramos. Desta forma, é importante entender que o SUS é um Sistema que se encontra em construção decorrente do processo de democratização brasileira com a participação da sociedade e dos diversos atores sociais. TEXTO N.º 3 - MUNICÍPIO SAUDÁVEL – UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE3 Lucimar Ladeia Colen O conceito de promoção

Essa pergunta também está no material:

Caderno-Módulo-I-Atenção-Primária_impressão
89 pág.

Didática Universidade Estadual de Alagoas - UnealUniversidade Estadual de Alagoas - Uneal

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