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A LINGUAGEM DISSERTATIVA Observe os dois tipos de frase: A corrupção destrói o Brasil. Eu culpo a corrupção pela destruição do Brasil. Há uma difer...

A LINGUAGEM DISSERTATIVA Observe os dois tipos de frase: A corrupção destrói o Brasil. Eu culpo a corrupção pela destruição do Brasil. Há uma diferença entre os dois enunciados. No primeiro enunciado, a presença do autor é implícita. No segundo enunciado, o autor fez questão de aparecer e afirmar sua posição, ele inseriu-se na frase explicitamente. No primeiro caso, observamos o sentido de objetividade, pois o que o autor quis enfatizar foi a mensagem; no segundo caso, temos o sentido de subjetividade, pois o autor ressaltou sua opinião, seu ponto de vista. Portanto, em um texto, a linguagem objetiva se refere ao mundo exterior, e a linguagem subjetiva se refere ao mundo interior, opinião pessoal do/a autor/a (FIORIN; SAVIOLI, 2007). A linguagem de um texto acadêmico deve ser científica e impessoal, portanto, objetiva, e não se deve usar gírias, jargões ou palavras indefinidas, como: talvez, acho, alguma, coisa. Preste atenção aos verbos: sendo uma linguagem impessoal, o verbo deve acompanhar o pronome; observemos os exemplos citados por Pignatari (2010, p. 108): Linguagem pessoal Linguagem impessoal Eu demonstrei que A pesquisa demonstra que Eu constatei que Constatou-se que Eu deduzo que Pode-se deduzir que Penso que a realidade pode ser transformada A realidade pode ser transformada Para mim, o fenômeno da globalização é irreversível O fenômeno da globalização é irreversível O texto que mencionei O texto mencionado Quadro 3 – Diferença entre as linguagens / Fonte: adaptado de Pignatari (2010, p. 108). Da mesma forma, os verbos utilizados na primeira pessoa podem ser modificados e usados na terceira pessoa do plural ou na forma impessoal, que indicam que o fato é de conhecimento coletivo. Exemplos: a) Acreditamos que a violência escolar tem atingido índices alarmantes. b) Acredita-se que a violência escolar tem atingido índices alarmantes. a) Percebe-se que a seca no nordeste tem castigado os nordestinos. b) Percebemos, por meio dos noticiários, que a seca no nordeste tem castigado os nordestinos. A linguagem que deve ser usada nos textos acadêmicos é científica, pois o que se quer enfatizar são as ideias e não o/a autor/a. Por isso, não se deve usar vocabulários que denotem a emoção ou afetividade de quem escreve. O que deve ficar em primeiro plano é sempre o assunto, o tema tratado, e não a emoção ou opinião pessoal do/a autor/a. O que se propõe são reflexões em torno de uma questão social e não ideias ou convicções subjetivas. Outro elemento importante na linguagem dissertativa são os conectivos, como temos afirmado ao longo desse trabalho. Por serem tão importantes e muito utilizados, transcrevemos algumas sugestões feitas por Pignatari (2010) para facilitar a busca de modelos no momento da escrita. Condição Continuidade Oposição Causa/ motivo/ explicação Se Caso E Ainda Assim Desse modo Além disso Outro fator a ser considerado Mas Porém Todavia Contudo Entretanto No entanto Mas Porque Visto que Dado que Pois Já que Consequência Conclusão Retificação ou esclarecimentos Assim Consequentemente Por isso Por fim Finalmente Em sínt