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Os forais, até 1279, estão publicados nos Portugalliae monumenta histo- rica. Leges et consuetudines, Olisipone, 1856-l868. Uma edição mais cómoda ...

Os forais, até 1279, estão publicados nos Portugalliae monumenta histo- rica. Leges et consuetudines, Olisipone, 1856-l868. Uma edição mais cómoda foi elaborada por Caeiro da Mata, Collecção de textos de direito português. I – Foraes, Coimbra, 1914, 184 pp.291. Lista de (quase) todos os forais, publi- cados ou não, Francisco Nunes Franklin, Memoria para servir de indice dos 290 Para além da bibliografia citada, v., sobre a Lei Mental, Manuel Paulo Merêa, “Génese da ‘Lei mental’ (algumas notas)”, Bol. Fac. Dir. Coimbra, 10 (1926-8), 1-15. Sobre o regime senhorial na Idade Média, José Mattoso, Identificação de um país, cit., 101 ss.; para a Idade Moderna, v. as minhas obras As vésperas do Leviathan. Instituições e poder político (Portugal, séc. XVIII), Coimbra, Almedina, 1994, e História de Portugal moderno. Político-institucional, Lisboa, Universidade Aberta, 1995. Sobre as jurisdições senhoriais nos finais do Antigo Regime, v. Ana Cristina Nogueira da Silva, O modelo espacial do Estado moderno. Projetos portugueses de reorganização nos finais do Antigo Regime, Lisboa, Estampa, 1998. Para a literatura do Antigo Regime, v., para além da obra de Domingos Antunes Portugal adiante citada (doc. em J. Gilissen, Introdução..., doc. nº 7), Manuel Álvares Pegas, Commentaria ad Ordinationes, cit., tomos X e XI, e Manuel da Costa, Tractatus circa maioratu, seu successionum bonarum regiae Coronae, Conimbricae, 1569. 291 Versão on line: http://purl.pt/12270. 182 A CULTURA JURÍDICA EUROPEIA foraes das terras do reino de Portugal e seus dominios, Lisboa, 1816, VII + 259 pp. Alguns dos foros extensos que não se encontram nos P.M.H. podem encon- trar-se na Colleccão de livros ineditos da historia portugueza dos reinados de D. Dinis, D. Afonso IV, D. Pedro I e D. Fernando, vols. IV (1816) (Santarém, S. Martinho de Mouros, Torres Novas), V (1824) (Garvão, Guarda, Beja) e vol. não concluído (s. l., s. d.) (Castelo Branco)292. Mais bibliografia em A. M. Hespanha, “Introdução bibliográfica à história do direito português. II”, Bol. Fac. Dir. Coimbra, 49 (1974), secção 6.2. Um ponto que, na literatura corrente sobre o tema, merece, a nosso ver, revisão é o dos padrões de julgamento dos juízes locais; pois, dado o seu frequente analfabetismo, não poderiam aplicar o quadro de fontes de direito escrito e letrado (v., sobre o tema, A. M. Hespanha, “Savants et rus- tiques. La violence douce de la raison juridique”, Ius Commune, 10 (1983), Frankfurt-Main, 1-48 (versão castelhana em A. M. Hespanha, La gracia del derecho, Madrid, C.E.C., 1993); As vésperas do Leviathan. Instituições e poder político (Portugal, séc. XVIII), Coimbra, Almedina, 1994, maxime, 362 ss.; 439 ss.). É provável que se tenha de atribuir ao direito consuetudinário local – parcialmente constituído por regras “de bom senso” ou por regras “do precedente” – um papel bem mais importante do que até hoje lhe tem sido reconhecido, mesmo para a Época Moderna. 6.6.9.1.4. A legislação Apesar de muita da historiografia portuguesa do direito se ocupar da his- tória das fontes, há muitas questões em aberto na história da legislação portuguesa. Para a Idade Média, começa por não se dispor de uma edição sistemática e crítica dos textos relevantes: os P.M.H. recolhem os anteriores a 1279 (dei- xando por resolver muitos problemas de datação e de reconstituição da tra- dição textual); a partir daí, apenas conhecemos, fundamentalmente, as leis inseridas em coleções tardo-medievais (Livro das leis e posturas, publicado em 1971, e Ordenações de D. Duarte, publicado pela Fundação Gulbenkian em 1988). Das chancelarias medievais, contêm muitas “leis” inéditas ou já conhecidas, mas de datação incerta; estão publicadas as de Afonso Henriques (por Abiah Elisabeth Reuter et al., Lisboa, Instituto Alemão, 1928) e as de D. Afonso IV (vols. I a III, Lisboa, Instituto Nacional de Investigação 292 Versão on line: http://purl.pt/307. MODERNIDADE, PRÉ-MODERNIDADE, PÓS-MODERNIDADE. A PRÉ-MODERNIDADE JURÍDICA 183 Científica/Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, 1990 a 1992), de D. Pedro I, (id., 1984), de D. João I (vols. I a IV, id., 2004 a 2006), de D. Duarte (vols. I a III, id., 1998 a 2002). Existe um recente ensaio sobre compilações do conjunto destas fontes de direito (Domingues, 2012). As Ordenações (Afonsinas, Manuelinas [1521] e Filipinas estão hoje publicadas em fac-simile de edições anteriores, pela Fundação Calouste Gulbenkian. A edição de 1512-1513 das Ordenações Manuelinas, considerada quase total- mente perdida, foi encontrada por José Alves Dias e publicada em fac-simile (Dias, 2002). Há um recente estudo sobre as Ordenações Afonsinas (Domin- gues, 2009), com pontos de vista originais, mas a carecer ainda de amplo debate (tal como acontece com o seu estudo sobre a codificação do direito régio até ao século XV [Domingues, 2012]). O problema do “conceito de lei” não foi satisfatoriamente resolvido. Alexandre Herculano aborda-o, no prefácio dos P.M.H (Leg. I, 145 ss.), mas fá-lo em termos historicamente errados, projetando sobre o passado os elementos do conceito oitocentista: generalidade, origem parlamentar, permanência, “dignidade” das matérias (emanação da soberania). A doutrina jurídica medieval não punha, desde logo, estas exigências: cf., por exemplo, a alargada definição contida nas Siete Partidas: “estabele- cimientos porque los omes sepan biuir bien, e ordenadamente, segun el placer de Dios” (1,1,1), “leyenda q(ue) faze ensenamento, e castigo escripto que liga, e apremia la uida del hombre que no faga mal” (I, 1,4). Se o inte- resse do historiador é o de detetar a medida da intervenção do poder emi- nente (imperial, real, condal, etc.) na constituição da ordem jurídica, então parece de adotar um conceito que realce (i) o papel determinante, unila- teral e constitutivo da vontade do titular desse poder e (ii) a intenção gené- rica de regulamentar ex novo as relações sociais. Isto permitirá distinguir a “lei” do “costume”, do direito “pactado” local (em Portugal, “acordos”, pouco frequentes), mas também da “jurisprudência” do tribunal da corte (que pode não instituir “direito novo”, nem decorrer da vontade, mas de “estilos”, de normas doutrinais ou de autoridades jurídicas). Em todo o caso, não foi este o critério das fontes históricas que nos transmitiram os textos. As principais fontes utilizadas pela nossa histo- riografia para reconstituir a legislação medieval parecem ser o produto da atividade de juízes (da corte: Livro das leis e posturas, Ordenações de D. Duarte, ou locais: Foros da Guarda), pelo que aí estão reunidos os textos suscetíveis de aplicação judicial no âmbito do respetivo tribunal, qualquer que fosse a sua natureza. No fundo, um critério semelhante ao de posteriores fon- tes do mesmo tipo (“livros de assentos”, “livrinhos ou livros de leis”). Em uns e outros não faltam textos de natureza claramente doutrinal ou juris- prudencial (e não “legislativa”)293. Em Portugal, até aos finais do século XIII estão identificadas cerca de 250 “leis” (posturas, degredos, estabelecimentos, ordenações, mais rara- mente, constituições). Cerca de 220 situam-se entre 1248 e 1279 (embora esta estatística seja problemática, pois muitos dos textos não estão datados). Por sua vez, o Livro das leis e posturas, da primeira

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A_Cultura_Juridica_Europeia
670 pág.

Introdução ao Direito I

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