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Horas Extras

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Horas Extras
2.0 DOS FATOS
A reclamante foi contratada pela reclamada em 12/01/2010, com carga horária de 44 horas semanais, e salário mensal de R$ 510,00 (quinhentos e dez reais).
A reclamada rescindiu imotivadamente o contrato de trabalho da reclamante, em 07/01/2016 e não lhe pagou as verbas salarias a que tinha direito.
Ademais, apesar da carga horária da autora, ser de 44 horas semanais, esta sempre trabalhou além da jornada diária (uma hora diária, de segunda a sábado) e a Empresa/Ré jamais lhe pagou o salário correspondente, que conforme a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria profissional a que pertencia, a remuneração do serviço extraordinário seria de 100% (cem por cento) superior ao normal.
Por ocasião da referida rescisão do contrato, o salário mensal da reclamante, sem os reflexos das horas extras habituais, era de R$ 1540,00 (um mil quinhentos e quarenta reais).
Desta feita, interpõe-se a presente Reclamação Trabalhista no intuito de serem satisfeitos todos os direitos da Reclamante.
3.3 DAS FÉRIAS
A reclamante prestou serviços para a reclamada de 12/01/2010 à 07/01/2016, sem, no entanto, ter gozado de férias anuais, como garante o art. 130, I, da CLT.
Desta feita requer a condenação da reclamada, ao pagamento das férias vencidas em dobro, referente aos períodos de 2010/2011; 2011/2012; 2012/2013; 2013/2014, conforme estabelece o art. 137 da CLT, as férias integrais de 2014/2015, e as proporcionais, referente ao período 2015/2016, de formas simples, todas com adicional de 1/3 constitucional, conforme art. 7ª, XVII da CF, considerando-se como base legal para cálculo o salário de R$ 1960,00 (um mil novecentos e sessenta reais), já com os reflexos das horas extras, com fulcro na Súmula 376, II do TST.
3.4 DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
O reclamante foi dispensado da reclamada/reclamada em 07/01/2016, mas como fazia juz ao aviso prévio de 45 dias, a rescisão só deveria ter se tornado efetiva após expirado o prazo do aviso, conforme art. 489 da CLT e OJ 82.
Desta feita, a data a ser considerada a fim de contagem de término de contrato de trabalho deve ser 21/02/2016.
Ocorre que, a reclamante não recebeu o 13º salário proporcional referente aos 2 meses de 2016 (período de 01/01/2016 à 21/02/2016).
Assim, deve a Reclamada ser condenada ao pagamento do décimo terceiro proporcional de 2016, que perfaz o valor de R$ 326,66 (trezentos e vinte e seis reais e sessenta e seis centavos), já com o reflexo das horas extras habituais, com fulcro na Súmula 375, II do TST.
3.5 DO SALDO DE SALÁRIO
A reclamante foi dispensada sem justa causa em 07/01/2016, sem receber nenhuma verba a que faz jus, inclusive o saldo de salário referente aos 7 dias trabalhados no mês de janeiro.
Já com o reflexo das horas extras habituais, o valor da hora trabalhada pela reclamada, perfaz o valor de R$ 8,90 (oito reais e noventa centavos),
Assim, considerando que a reclamante trabalhou até o dia 07 de janeiro, e que cumpria uma jornada de 9 horas diárias de segunda à sábado, cumpriu 54 horas no mês de janeiro, o reclamante faz juz ao pagamento do saldo de salário no valor total de R$ 480,60 (quatrocentos e oitenta reais e sessenta centavos).
3.6 DO FGTS
Conforme depreende dos fatos, a reclamante foi despedida de forma indireta, e deveria perfazer o salário total de R$ 1960,00 (um mil, novecentos e sessenta reais), em virtude das horas extras habituais não pagas.
Conforme versa a Súmula 63 do TST, as horas extras são incidentes na contribuição do FGTS, assim devem ser refletidas em todos os depósitos realizados.
Assim faz jus à liberação dos depósitos do FGTS, além da indenização da diferença dos depósitos sobre as horas extraordinárias, além da multa compensatória de 40% sobre todos os depósitos realizados e sobre a diferença devida, com fulcro no art. 18, § 1º da Lei 8.036/90. Tudo, com reflexos e integrações em férias, 1/3 constitucional, 13º salários, R. S. R. E aviso prévio, tudo atualizado na forma da lei.
3.7 DA MULTA DO ART. 477 DA CLT
O art. 477, § 6º, da CLT, estabelece o prazo para que a reclamada efetue o pagamento das verbas rescisórias.
Ocorre que, até a presente data a Reclamada não efetuou o devido pagamento, pelo que requer o pagamento de uma multa equivalente a um mês de salário revertido em favor da Reclamante, com fulcro no § 8º do referido artigo, no valor total de R$ 1960,00 (um mil, novecentos e sessenta reais).
3.8 DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
Ademais, a Reclamada deverá pagar a Reclamante, no ato da audiência, todas as verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme art. 467 da CLT.
Dessa forma, requer a Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas incontroversas na primeira audiência.
3.9 DA LIBERAÇÃO DAS GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO
No momento de sua demissão a reclamante não recebeu as guias de seguro desemprego, ou seja, CD para liberação do mesmo, nos termos da lei nº 8.009/94 e artigos 7º, II da CF.
Assim, a Reclamada deve ser compelida a entrega das respectivas Guias sobre pena de ser condenada a indenizar a empregada no montante das parcelas que este deveria receber a título de seguro desemprego nos termos do artigo 159 e seguintes do Código Civil Brasileiro.
4.0 DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1. Que seja preliminarmente, deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido à reclamante encontrar-se desempregada e não possuir condições de custear o processo, sem prejuízo próprio.
2. A notificação da Reclamada para comparecer a audiência a ser designada para querendo apresentar defesa a presente reclamação e acompanha-la em todos os seus termos, sob as pens da lei.
3. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação, condenando a empresa Reclamada a:
a) Ao pagamento das horas extras nunca pagas, que somam o valor de R$ 75.600,00 (setenta e cinto mil e seiscentos reais), e seu posterior reflexo nas demais verbas rescisórias.
b) A pagar o aviso prévio indenizado de 45 dias, que já com o reflexo das horas extras, perfaz o valor de R$ 2.940,00 (dois mil novecentos e quarenta reais).
c) A pagar as férias vencidas de 2010 a 2014, em dobro, que somam o valor de R$ 20.906,66 (vinte mil novecentos e seis reais e sessenta e seis centavos), já com os reflexos das horas extras.
d) A pagar as férias de 2014-2015, de forma simples, no valor de R$ 2.613,33 (dois mil seiscentos e treze reais e trinta e três centavos), já com os reflexos das horas extras.
e) A pagar as férias proporcionais de 2016, de forma simples, no valor de R$ 108,88 (cento e oito reais e oitenta e oito centavos), já com reflexos das horas extras.
f) Ao pagamento do décimo terceiro salário proporcional no valor de R$ 326,66 (trezentos e vinte e seis reais e sessenta e seis centavos), já com os reflexos das horas extras.
g) A pagar o saldo de salário, referente aos 7 dias trabalhados no mês de janeiro, no valor de R$ 480,60 (quatrocentos e oitenta reais e sessenta centavos).
h) A Liberar as guias do seguro-desemprego ou indenização correspondente;
i) A liberação do FGTS, mais a multa de 40%, em virtude da rescisão sem justa causa.
j) A condenação da reclamada a multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT, no valor de R$ 1960,00 (um mil novecentos e sessenta reais).
	
k) A condenação da reclamada a multa do art. 467 da CLT, caso as parcelas incontroversas não sejam pagas na primeira audiência.
l) Que todas as verbas sejam pagas acrescidas de correção monetária e juros moratórios.
Requer, ainda, seja a Reclamada condenada ao pagamento das contribuições previdenciárias devido em face das verbas acima requeridas, visto que caso tivessem sido pagas na época oportuna, não acarretariam a incidência da contribuição previdenciária.

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