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De acordo com Araujo (2005, p.244) Como, até os três primeiros anos de vida, a organização das funções neurológicas está se fazendo, a competência ...

De acordo com Araujo (2005, p.244) Como, até os três primeiros anos de vida, a organização das funções neurológicas está se fazendo, a competência linguística é demasiadamente frágil. As crianças que ficam surdas nesse período, considerado pré-linguístico, fase em que não está estruturada ainda a linguagem dos ouvintes, não deixam de poder desenvolver uma linguagem a fim de se comunicar, porém isso ocorre com uma estruturação diferente. Com essas informações, fica evidente o quanto é fundamental saber-mos a época em que ocorreu a surdez. A surdez pode ser dividida em dois grandes grupos (BRASIL, 2006): • congênitas: o indivíduo já nasceu surdo; • adquiridas: o indivíduo perde a audição no decorrer da sua vida. As causas da surdez estão divididas em três grupos: • pré-natais: surdez causada por fatores genéticos e hereditários, doenças adquiridas pela mãe na época da gestação (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus) e exposição da mãe a drogas ototóxicas (medicamentos que podem afetar a audição); • perinatais: frequentemente causada por parto prematuro, anóxia cerebral (falta de oxigenação no cérebro logo após o nascimento) e trauma de parto (uso inadequado de fórceps, parto excessivamente rápido, parto demorado); • pós-natais: doenças adquiridas pelo indivíduo ao longo da vida, como meningite, caxumba, sarampo. Além do uso de medicamentos ototóxicos, outros fatores também têm relação com a surdez, como avanço da idade e acidentes. De acordo com o local onde ocorreu a lesão, têm-se características distintas: Condutiva: quando está localizada no ouvido externo e/ou no ouvido médio; as principais causas deste tipo são as otites, rolha de cera, acúmulo de secreção que vai da tuba auditiva para o interior do ouvido médio, prejudicando a vibração dos ossículos (geralmente aparece em crianças frequentemente resfriadas). Na maioria dos casos, essas perdas são reversíveis após tratamento. Neurossensorial: quando a alteração está localizada no ouvido interno (na cóclea ou em fibras do nervo auditivo). Esse tipo de lesão é irreversível; as causas mais comuns são a meningite e a rubéola materna. Mista: quando a alteração auditiva está localizada no ouvido externo e/ou médio e ouvido interno. Geralmente ocorre devido a fatores genéticos, determinantes de má formação. Central: a alteração pode se localizar desde o tronco cerebral até às regiões subcorticais e córtex cerebral. (BRASIL, 2006, p.16) As características da surdez dependem do tipo e da gravidade do problema que a causou. De acordo com o grau da surdez, podem-se observar as características que esta perda traz para o indivíduo. Uma criança com perda leve pode apresentar dificuldade em entender mensagens, sobretudo com palavras de uso pouco frequente, não identifica totalmente os sons produzidos com voz ciciada, tem melhor percepção quando utiliza uma prótese auditiva e pode apresentar pequenas dificuldades articulatórias. Normalmente, essas crianças são consideradas muito distraídas. Já a criança com uma perda auditiva moderada só identifica palavras produzidas com elevação de voz; é necessária a colocação de uma prótese auditiva para que ela consiga perceber os sons; pode não conseguir acompanhar uma discussão em grupo; a articulação é bastante imprecisa e a linguagem expressiva oral apresenta-se limitada. Existe a necessidade de estas crianças usarem próteses auditivas – elas necessitam de treino auditivo e de grande estimulação da linguagem. Quando a criança apresenta perda severa, ela consegue ouvir apenas os sons próximos; só consegue perceber algumas palavras se estas forem amplificadas, e o processo de aquisição da linguagem oral não é feito de forma espontânea. Elas não podem dispensar do uso das próteses e, na maioria das vezes, utilizam a língua de sinais para se expressar, bem como para compreender os outros. A deficiência auditiva profunda faz com que a criança não consiga perceber a fala através da audição, mas ela pode perceber sons altos e vibrações e apresenta muitas limitações para a aquisição da linguagem oral. Deve ser ensinada à criança a língua de sinais.

Essa pergunta também está no material:

Livro Libras Definição e a classificação da surdez.
118 pág.

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