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íngua estrangeira no CeLin-uFPr: PrátiCas doCentes e exPeriênCias em saLa de auLa 228 TODOS OS PEC-G DE 2014 FORAM APROVADOS NO CELPE-BRAS FONTE: N...

íngua estrangeira no CeLin-uFPr: PrátiCas doCentes e exPeriênCias em saLa de auLa 228 TODOS OS PEC-G DE 2014 FORAM APROVADOS NO CELPE-BRAS FONTE: Núcleo Tandem Celin-UFPR. 229 Curso Especial para Alunos Asiáticos (CEA): práticas de ensino visando ponte entre culturas Jovania Maria Perin SANTOS Mariana Lyra de ALBUQUERQUE 1 Introdução O presente capítulo destina-se a compartilhar uma experiên- cia de ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE) com alunos asiáticos, mais especialmente sul-coreanos que participam do Curso Especial para Asiáticos (CEA) no Centro de Línguas e Interculturali- dade (Celin-UFPR). Para isso, descreveremos brevemente um histórico do curso, o perfil dos alunos e suas necessidades. Para nos auxiliar nessa reflexão recorreremos, como fundamentação teórica, a estudos realiza- dos por Mendes (2011), Almeida (2011), Santos (2014), Barbosa (2014) e Menezes (2015). Por último, compartilharemos a proposta atual do curso e nossas proposições com base na experiência de dez anos de ensino para esse grupo e no construto teórico citado. Visamos como objetivo geral fornecer informações que contribuam para a formação de professores interessados e atuantes em ensinar PLE para alunos asiáticos, particularmente sul-coreanos, e refletir sobre estratégias de ensino para esse público. O CEA existe desde o ano de 2005 como parte das atividades extras dos cursos regulares de PLE no Celin-UFPR. Os cursos regula- res acontecem no período da tarde e são divididos em diferentes níveis básicos e intermediários, mais informações sobre esses cursos podem ser obtidas no primeiro capítulo deste livro. Inicialmente se pretendia, com o CEA, auxiliar os alunos sul-coreanos provenientes da Universi- dade Hankuk, com sede em Seul, capital da Coreia do Sul. Esses alu- nos estudavam à tarde nos cursos regulares, mas apresentavam muita dificuldade de aprendizado quanto à leitura, produção de textos e ex- pressão oral. Por isso, professores e alunos sentiram a necessidade de complementar os estudos. Além dessa necessidade, os alunos precisa- vam comprovar mais horas de curso junto a sua universidade porque os cursos regulares antes de 2013 eram de 60 horas. Atualmente os cursos regulares são organizados em 5 módulos anuais de 90 horas. Desse modo, para tentar suprir tais necessidades, foram ofer- tadas aulas destinadas aos alunos sul-coreanos no período da manhã. Nos últimos anos também alunos japoneses, chineses e até indoné- sios participaram desse curso. Para que possa contemplar alunos asiáti- cos de diferentes nacionalidades, o curso é chamado de “especial para asiáticos” - no entanto a maioria é sempre de sul-coreanos. Todos os alunos que ingressam nesse curso já estudaram português por no mí- nimo 90 horas. Desde seu início até hoje, o CEA teve vários formatos, mas de modo geral sempre foi constituído de um encontro com o objetivo de praticar leitura e produção de textos escritos; outro para praticar expressividade oral e pronúncia; e um terceiro destinado a estudos so- bre economia, história do Brasil e reflexões sobre tópicos de gramática aplicada. De 2008 a 2012 se fazia, no final do curso, uma encenação teatral, sob a supervisão da professora Berenice Dahrer, cujo tema era definido pelos alunos, assim como, geralmente, o texto era produzido por eles. 2 Perfil dos alunos Nos últimos anos, o Brasil tem despertado um forte interesse internacional, seja por razões econômicas e culturais, seja pelos jogos esportivos que foram e serão realizados aqui. Com isso, a língua por- tuguesa tem ganhado mais importância, alcançando, assim, o oitavo lugar entre os idiomas mais falados do mundo. A consequência disso é um número crescente de estrangeiros provenientes das mais diversas partes do mundo em busca de conhecimentos do idioma e da cultura do Brasil. A UFPR vive um processo de internacionalização, através de convênios firmados nos últimos anos com universidades no exterior, o que aumenta o fluxo de estudantes estrangeiros. Entre esses estrangeiros, os sul-coreanos se destacam por re- presentar a maior parcela atendida pelo CEA, tendo um perfil muito específico. Os alunos vindos do país, em sua maioria, são estudantes de graduação de um curso relacionado a administração, economia e língua portuguesa. Além disso, são provenientes principalmente da Universi- dade Hankuk de Estudos Estrangeiros (HUFS), em Seul, e da Univer- sidade Nacional de Pusan (PNU), em Pusan. Sua idade oscila entre os 21 e os 25 anos. Antes de virem ao Brasil, os rapazes passam 21 meses, aproximadamente, cumprindo o serviço militar, período que é interca- lado com os estudos de graduação em seu país, pois muitos deles estu- dam dois anos o idioma antes de chegarem ao Brasil. Geralmente seus conhecimentos do português estão concentrados na parte estrutural, isto é, conhecem a língua mais enquanto código linguístico e menos enquanto forma de interação com o mundo ao redor. A partir de 2011, tem se integrado a esse curso também alguns alunos funcionários de multinacionais sul-coreanas com sede no Brasil. Com o desenvolvimento econômico do país, as boas oportunidades no setor de infraestrutura e as condições do mercado brasileiro, o Brasil já abriga 189 companhias sul-coreanas, desde as gigantes do setor ele- troeletrônico, como LG e Samsung, até empresas do ramo têxtil, como a Hyosung, instalada em Barra Velha, Santa Catarina. O perfil desses alunos é um pouco diferente, pois normalmente são homens, casados, com idade entre 28 e 45 anos, e estão no país com o objetivo de exercer atividades que exigem a utilização da língua portuguesa. Além desse público, também a partir de 2011 houve a procura pelo curso CEA por alunos de outros países da Ásia. Por isso, fez-se necessário abrir o curso para diferentes nacionalidades do continente e interesses no que diz respeito à aprendizagem do idioma. Recebemos, então, chineses imigrantes cujo interesse principal estava no uso da lín- gua para viver durante um longo período no Brasil, pois construiriam uma nova vida aqui. Além disso, havia algumas mulheres japonesas e uma da Indonésia, esposas de executivos de grandes empresas estran- geiras instaladas no Brasil, cujo objetivo para a aprendizagem estava no uso da língua portuguesa para atividades cotidianas. Um ponto a destacar é que esses estudantes apresentam níveis de proficiência distintos e estão no país durante diferentes períodos, o que torna o ensino ainda mais complexo. Normalmente os alunos estudam à tarde nos cursos regulares nos mais diversos níveis e con- vivem com muitas nacionalidades, sendo, às vezes, minoria em sala de aula. Por essa razão, sentem-se desconfortáveis para participar e para perguntar. Nas aulas do CEA, entretanto, percebemos que participam mais em atividades de oralidade, de leitura (compreensão de texto), uma vez que são todos falantes de línguas distantes e compartilham alguns traços culturais e comportamentais. Os alunos sul-coreanos, por exemplo, cooperam uns com os outros nos momentos em que um de- les apresenta maior dificuldade, auxiliando os colegas com exemplos ou mesmo com tradução. Assim, por causa da heterogeneidade em sala de aula, tive- mos que fazer algumas complementações, como a prática de pronúncia especialmente para alunos chineses e a escolha de temas abordados durante o curso. O principal direcionamento do CEA, porém, conti- nua sendo o atendimento às necessidades dos estudantes sul-coreanos. No entanto, percebemos que as estratégias de ensino para esses alu- nos favorecem a aprendizagem de outros estudantes asiáticos devido a fatores como o distanciamento entre as línguas (português e línguas asiáticas) e as diferenças culturais. Apesar de algumas diferenças de perfil e interesse, os alunos asiáticos, de maneira geral, assemelham-se em vários quesitos, pois cos- tumam apresentar necessidades que ultrapassam questões meramente linguísticas. Isso ocorre porque, ao entrarem em sala de aula para ad- quirir uma nova língua, trazem consigo vivências, opiniões, expectati- vas, estereótipos sobre o idioma e sobre o processo de ensino-aprendi- zagem em

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Cursos de Português no Celin-UFPR
363 pág.

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