Buscar

TOPICOS ESPECIAIS EM FARMACIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Políticas Públicas 
de Saúde
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Esp. Isabel Souza Lima
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
A Atenção Primária em Saúde
• Níveis de Atenção em Saúde
• A Importância da Atenção Primária em Saúde
• A Estratégia Saúde da Família (ESF)
• Unidades Básicas de Saúde (UBS)
 · Proporcionar o conhecimento necessário sobre os níveis de atenção 
em saúde.
 · Compreender o papel das unidades básicas de saúde e estratégia 
saúde da família no Brasil.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Atenção Primária em Saúde
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE A Atenção Primária em Saúde
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Iniciaremos esta Unidade refletindo sobre como é dividida a saúde no Brasil.
Temos os hospitais, os postos de saúde (unidades básicas de saúde), clínicas 
especializadas, serviços de apoio, prontos-socorros e outras estruturas que realizam 
o atendimento de saúde, todos formam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Porém, é necessário que cada enfermo seja atendido de forma diferente e de 
acordo com o quadro apresentado. Por isso existe uma grande estrutura organizativa 
da saúde no País.
Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei n.º 8.080/90, regulamenta, em 
todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece as diretrizes 
para seu gerenciamento e descentralização e detalha as competências 
de cada esfera governamental. Enfatiza a descentralização político-
administrativa, por meio da municipalização dos serviços e das ações de 
saúde, com redistribuição de poder, competências e recursos, em direção 
aos municípios. Determina como competência do SUS a definição de 
critérios, valores e qualidade dos serviços (BRASIL. Congresso Nacional. 
Lei n.º 8.080/90, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as condições 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
Brasília, DF, 1990.
Assim, o sistema de saúde brasileiro é dividido entre atenção:
 · Primária;
 · Secundária; e
 · Terciária;
Conheça cada um desses níveis de atenção em saúde.
8
9
Níveis de Atenção em Saúde
O sistema de saúde brasileiro é dividido entre atenção:
 · Primária;
 · Secundária; e
 · Terciária;
A atenção primária é tratada como um nível de baixa complexidade. É 
considerada a “porta de entrada” do usuário no Sistema Único de Saúde (SUS) 
do Brasil. Nesse nível de atenção são desenvolvidas atividades tais como: 
curativos, vacinas, distribuição de medicamentos, exames simples, entre outros. 
A Atenção Primária em Saúde (APS) tem a responsabilidade de fazer a triagem 
e o encaminhamento dos pacientes para os outros níveis de atenção conforme a 
complexidade apresentada em cada caso.
A atenção secundária é vista como um nível de média complexidade e é prestada 
por meio de uma rede de unidades especializadas. Nesse nível estão procedimentos 
como, por exemplo, consultas pediátricas, de psicólogos, cirurgias de catarata, 
aplicação de gesso, tratamento dentário de canal, exames de laboratório em geral, 
raios x, ultrassonografia, fisioterapia etc.
A atenção terciária é considerada um nível de alta complexidade. Exemplos: 
terapia renal, diagnose de Cardiologia, tomografia, quimioterapia, transplantes, 
ressonância magnética, entre outros.
Cerca de 80% dos casos de saúde são resolvidos pelos serviços de atenção 
primária, por serem mais comuns na população e de mais fácil resolução. Os 20% 
restantes são distribuídos entre os níveis de saúde secundários (15%) e terciários 
(5%), dependendo do nível de complexidade do tratamento. Os serviços secundários 
e terciários são mais complexos e demandam profissionais mais especializados, 
recursos tecnológicos e terapêuticos.
Uma pessoa, ao longo de sua vida, possivelmente usará os três níveis de atenção 
em saúde e, em muitos casos, poderá utilizar os três ao mesmo tempo. Exemplo: um 
indivíduo suspeita que algo está errado com a sua saúde e decide ir a uma Unidade 
Básica de Saúde (UBS) para uma consulta simples com um médico geral (nível 
de atenção primária). Esse médico solicita que ele faça exames mais complexos 
para determinar o real motivo de seu desconforto (nível de atenção secundária). 
Nesses exames de maior complexidade é então diagnosticado câncer, portanto, 
esse paciente deverá fazer um tratamento de quimioterapia para se curar (nível de 
atenção terciária). Simultaneamente, esse mesmo paciente precisará ser vacinado 
contra gripe (nível de atenção primária). 
9
UNIDADE A Atenção Primária em Saúde
Organização dos Níveis de Atenção em Saúde 
Os serviços de atenção primária em saúde que possuem maior demanda 
estão dispostos de forma descentralizada, espalhados em várias regiões do País. 
Já os serviços de atenção secundária e terciária (média e alta complexidade, 
respectivamente) ficam mais centralizados por possuírem menor demanda. 
Faz parte da constituição da atenção primária, a UBS, a Assistência Médica 
Ambulatorial (AMA) e outros espaços. Em geral, é raro acontecer internação 
hospitalar nesse nível. Em muitos casos, o que ocorre é que um paciente recebe 
uma determinada medicação e precisa permanecer em observação durante um 
curto período de tempo – dessa forma, não é considerada internação. Compõem 
também ações da APS a assistência farmacêutica básica, cujo objetivo é ampliar o 
acesso da população aos medicamentos básicos. O financiamento é feito através 
das três esferas de governo (municipal, estadual e federal). O repasse do recurso é 
realizado por meio de dois componentes: 
 · Fixo – que é determinado a partir do número de habitantes;
 · Variável – que se alterna de acordo com programas especiais adotados 
pelo município. Exemplos de programas: hipertensão, diabetes, asma, 
rinite, saúde da mulher e combate ao tabagismo.
São exemplos de nível de atenção secundário o Serviço de Atendimento Móvel 
de Urgência (Samu) e as  Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Os serviços 
de média complexidade se agrupam nos polos de microrregiões do Estado, onde 
existem hospitais com especialidades básicas (pediatria, clínica médica e obstetrícia), 
além de serviços de urgência e emergência, ambulatório eletivo para referências e 
assistênciaa pacientes internados, treinamento, avaliação e acompanhamento da 
Equipe de Saúde da Família (ESF).
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
Os serviços de alta complexidade se agrupam nos polos da mesorregião de 
saúde, por exemplo, oncologia e transplante de órgãos. Dessa forma, os serviços 
são organizados em uma rede regionalizada e hierarquizada. Esse nível é integrado 
pelos serviços ambulatoriais e hospitalares especializados de alta complexidade. 
10
11
Para agregar e reunir todas as informações existentes aos serviços e procedi-
mentos hospitalares, o Ministério da Saúde criou o sistema de informação hos-
pitalar, oferecendo subsídios para a elaboração de ações estratégicas com o 
objetivo de melhorar os serviços hospitalares.
Microrregião é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988 (Art. 25, § 3°), um agru-
pamento de municípios limítrofes. Sua fi nalidade é integrar a organização, o planejamento 
e a execução de funções públicas de interesse comum, defi nidas por lei complementar es-
tadual. Mesorregião é uma subdivisão dos Estados brasileiros que congrega diversos mu-
nicípios de uma área geográfi ca com similaridades econômicas e sociais que, por sua vez, 
são subdivididas em microrregiões.
Ex
pl
or
fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mesorregi%C3%A3o
A Importância da Atenção Primária em Saúde
A APS é considerada uma ação estratégica de atenção contínua e acessível 
às populações, com o papel de ser organizadora dos sistemas de saúde, logo, 
diretamente influenciada pelos governos.
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, 
no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção 
da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo 
de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e 
autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde 
das coletividades (BRASIL, 2012, p.19).
Os termos atenção primária e atenção básica são considerados sinônimos 
pelo Ministério da Saúde. A APS é caracterizada no Brasil como uma das principais 
portas de entrada do usuário no SUS. É desenvolvida através de práticas gerenciais 
e sanitárias, democráticas e participativas sob forma de trabalho em equipe e 
dirigidas a populações e territórios definidos. Todas as ações são desenvolvidas a 
partir dos princípios estabelecidos no SUS. 
Os princípios da APS focam a integralização, colocando o indivíduo em evidên-
cia – e não mais a doença apresentada –, respondendo às necessidades em saúde 
e orientados para a qualidade.
Vale relembrar que antes da implementação do SUS, a assistência à saúde tinha 
seu caráter focado no tratamento da doença – e não na causa –, de modo que 
somente após a VIII Conferência de Saúde, ocorrida em 1986, o ponto focal passou 
a ser a pessoa, na condição de vida, na preservação da saúde, na recuperação e 
prevenção de doenças.
11
UNIDADE A Atenção Primária em Saúde
Segundo a autora Silvia Takeda (2004, p.78), um sistema de saúde “[...] é um 
conjunto articulado de recursos e conhecimentos, organizado para responder às 
necessidades de saúde da população de um local, município, estado ou país”. A 
mesma autora defende a ideia de que os sistemas devem ser conformados em re-
des interligadas, articuladas e integradas de equipamentos e ações para gestão e 
resultados mais efetivos.
A APS é focada na pessoa dentro de uma população definida, garante a 
acessibilidade ao recebimento dessa atenção quando necessitada, além dos cuidados 
integrais de enfermidades e coordenação da integralidade de todos os locais e 
serviços disponíveis.
A APS é desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e 
gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, 
dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a 
responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no 
território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado 
complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e 
necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território, 
observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo 
ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem 
ser acolhidos (BRASIL, 2012, p. 19).
Os objetivos da atenção primária em saúde são divididos em duas metas: 
 · Otimizar a saúde dos indivíduos e da população;
 · Proporcionar equidade na distribuição de recursos, tanto os recursos 
próprios do cuidado, quanto os recursos financeiros.
A APS é dividida em dois tipos de atributos: os essenciais e os derivados. Os 
atributos essenciais garantem que o paciente receba atenção contínua e integral, 
prestada no tempo certo, no local correto, com a qualidade devida, de forma 
humanizada e com equidade. Os atributos derivados remetem à responsabilidade de 
estender a atenção para o âmbito familiar, comunitário e cultural, ou seja, a saúde é 
o resultado de um conjunto de variáveis que se interligam na vida de cada indivíduo.
Atributos APS
Essenciais Derivados
• Acesso de 1º Contato;
• Longitudinalidade;
• Integralidade;
• Coordenação.
• Orientação Familiar;
• Orientação;
• Comunitária;
• Copetência Cultural.
Figura 2
12
13
Atributos essenciais:
 · Acesso de primeiro contato – implica na acessibilidade e utilização dos ser-
viços de saúde pelos usuários a cada novo problema ou a cada novo episódio 
de um mesmo problema. Por exemplo: ter um posto de saúde disponível 
para as pessoas acessarem e ser constatado que essas pessoas realmente uti-
lizam esse posto. Dessa forma, elas reconhecem a importância desse posto 
de saúde. Por isso, a APS é considerada a “porta de entrada” dos usuários 
aos serviços de saúde, ou seja, é quando a população e a equipe identifi cam 
aquele serviço como o primeiro recurso a ser buscado quando há necessidade 
ou problema de saúde;
 · Longitudinalidade – é o acompanhamento do paciente e de sua família 
ao longo do tempo. Garante a melhora à adesão ao tratamento, esclarece 
dúvidas e permite um controle adequado da doença;
 · Integralidade – é um dos pilares na construção do SUS e consagrada pela 
Constituição Federal de 1988. Possui as seguintes dimensões: prioriza as 
ações de promoção e prevenção, atenção nos três níveis de complexidade 
da assistência médica, articulação das ações de promoção, proteção, preven-
ção e abordagem integral do indivíduo e das famílias. A integralidade aborda 
ainda a identifi cação de forma adequada de problemas de todo tipo, sejam 
orgânicos, funcionais ou sociais – é enxergar as pessoas como um todo, e 
não focando somente na doença;
 · Coordenação – entre níveis assistenciais, pode ser defi nida como a articu-
lação entre os diversos serviços e ações de saúde, de modo que estejam sin-
cronizados e voltados ao alcance de um objetivo comum, independentemente 
do local onde sejam prestados. Objetiva ofertar ao usuário um conjunto de 
serviços e informações que respondam às suas necessidades de saúde de 
forma integrada, por meio de diferentes pontos da rede de atenção à saúde. 
Atributos derivados:
 · Orientação familiar – é o conhecimento dos fatores que dão origem aos 
processos de saúde e doença, assim como a capacidade de o profi ssional 
de saúde em realizar uma intervenção adequada. Para realizar a abordagem 
familiar, o profi ssional de saúde precisa identifi car o papel dos atores dentro 
da família e então planejar a intervenção, esta que pode ser desde questões 
práticas, até terapia familiar;
 · Orientação comunitária – é o conhecimento das necessidades da comuni-
dade através de dados epidemiológicos ou do contato direto, assim como do 
planejamento de intervenções e ações em saúde; 
13
UNIDADE A Atenção Primária em Saúde
 · Competência cultural – é a capacidade de o profissional de saúde em capa-
citar a relação de populações com características específicas e culturais pró-
prias. Esse conceito pode serampliado para a capacidade de toda a equipe 
de saúde em facilitar a sua comunicação com a comunidade específica como, 
por exemplo, áreas de extrema violência, comunidades religiosas ou com alto 
nível socioeconômico. 
O estado de saúde de uma pessoa ou de uma população é influenciado por 
diversos fatores, desde as características genéticas e biológicas, as características 
demográficas de onde ela vive e as características socioeconômicas. A APS entra 
como mais um aspecto que influenciará diretamente no estado de saúde de uma 
pessoa, juntamente com os outros três fatores diretos e individuais citados.
A Estratégia Saúde da Família (ESF)
A ESF foi estruturada inicialmente como um programa, mas se transformou em 
estratégia por ser considerada um eixo principal para a reorganização dos serviços 
de saúde no Brasil. A atenção primária em saúde é estruturada através da ESF, esta 
que visa a reorganização da atenção primária no País, de acordo com os preceitos 
do SUS e é tida pelo Ministério da Saúde, pelos gestores estaduais e municipais 
como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção primária. Isso 
porque fornece uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial 
de aprofundamento nos princípios, nas diretrizes e nos fundamentos da atenção 
primária para a ampliação da resolutividade e impacto na situação de saúde das 
pessoas e da sociedade, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
Universalidade
Integridade Equidade
Regionalização
Intersetorialidade
Participação
Social
 Descentralização Hieraquização
Saúde da Família
Princípios e Diretrizes
Figura 3
Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissional – 
equipe de Saúde da Família (eSF) – composta por, no mínimo: i) médico generalista, 
ou especialista em saúde da família, ou médico de família e comunidade; ii) 
enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família; iii) auxiliar ou técnico 
de enfermagem; e iv) agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a 
essa composição os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou 
especialista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em saúde bucal.
14
15
Essa equipe deve buscar ofertar integralmente a saúde aos indivíduos, consi-
derando a sua complexidade por ser este um ser vivo, psico e social. Portanto, 
é necessária a oferta de um conjunto de ações, que vão desde a promoção da 
saúde, a prevenção de doenças e do tratamento à reabilitação.
Essa estratégia tem como fator principal a atenção e a centralização de suas 
ações na família, considerando que vários determinantes de saúde incidem sobre 
os indivíduos que compõem essa família. Dessa forma, o Ministério da Saúde 
considera que a estratégia saúde da família seja capaz de resolver cerca de 80% dos 
problemas de saúde de uma comunidade na forma de atenção primária em saúde.
Ao considerar a família como objeto de atenção, a ESF contempla dois atributos 
derivados da APS: a orientação familiar/comunitária e a competência cultural, que 
pressupõem o reconhecimento das necessidades familiares em função do contexto 
físico, econômico e cultural. A ESF também desenvolve ações de vigilância em saúde.
Ações de vigilância em saúde envolvem atenção epidemiológica, sanitária, am-
biental e na saúde do trabalhador.
O SUS deve ser organizado em uma rede regionalizada, ou seja, que atenda a 
vários pontos de atenção à saúde (ESF, policlínicas, Samu, hospitais etc.), devendo 
ser organizado de forma integrada, mantendo conexão entre si. No sistema de 
saúde em rede não existe uma organização hierárquica com grau de importância 
entre os níveis. Existe sim uma organização horizontal, na qual cada nível de 
atenção possui a sua complexidade e o seu grau de importância.
No sistema de saúde em rede, o foco de atenção corresponde às condições crô-
nicas como, por exemplo, o acompanhamento e controle de pacientes hipertensos 
e diabéticos, com o objetivo de se evitar ou minimizar as compleições relaciona-
das a esses problemas de saúde, evitando e minimizando, assim, o agravamento 
dessas doenças.
Unidades Básicas de Saúde (UBS)
As UBS têm o objetivo de promover e proteger a saúde, garantir a prevenção 
de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e 
a manutenção da saúde, com o objetivo de desenvolver uma atenção integral e 
que impacte positivamente na situação de saúde e autonomia das pessoas, nos 
determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. Nas UBS podem ser 
realizadas consultas agendadas ou espontâneas, medidas preventivas e vacinação.
Cada UBS é o contato preferencial dos usuários, a principal “porta de entrada” 
e “centro de comunicação” com toda a rede de atenção à saúde. É instalada perto 
de onde as pessoas moram, trabalham, estudam, vivem e, com isso, desempenha 
um papel central na garantia de acesso da população a uma atenção à saúde 
de qualidade.
15
UNIDADE A Atenção Primária em Saúde
Na UBS é possível receber atendimentos básicos e gratuitos em Pediatria, Gine-
cologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços ofereci-
dos são consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames 
laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades, for-
necimento de medicação básica, vigilância epidemiológica, grupos de promoção e 
prevenção para hipertensos, diabéticos e gestantes, além de planejamento familiar: 
orientação para pais, crianças e adolescentes.
O Acolhimento em Atenção Primária em Saúde
Acolhimento é a estratégia para organizar o acesso de forma a garantir que os 
usuários que tenham mais urgência sejam atendidos no menor tempo de espera.
O objetivo de classificar o risco não é decidir quem será e quem não será 
atendido, mas de acolher a todos, sendo que aqueles que possuem maior urgência 
serão priorizados.
A classificação de risco substitui o acesso por ordem de chegada para estabelecer 
uma priorização de acordo com a necessidade de cada usuário. Tal classificação é 
amplamente usada em prontos atendimentos e emergências. É uma maneira de 
tentar garantir acesso universal e com equidade. Ademais, os objetivos da avaliação 
de risco são:
 · Avaliar o paciente logo na sua chegada ao pronto-socorro, humanizando 
o seu atendimento;
 · Descongestionar o pronto-socorro;
 · Reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente 
seja visto precocemente, de acordo com a sua gravidade;
 · Determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser 
encaminhado diretamente às especialidades conforme o protocolo;
 · Informar o tempo de espera;
 · Retornar as informações aos familiares.
Protocolo de Manchester
O protocolo de Manchester classifica os pacientes por cores após uma triagem 
baseada em sintomas, como forma de se representar a gravidade do quadro e o 
tempo de espera para cada enfermo. Recebeu esse nome por ter sido originalmente 
utilizado na cidade inglesa de Manchester, no ano de 1997.
Atualmente, várias cidades do Brasil e do mundo empregam esse método de forma 
integral, pois permite que os atendimentos sejam realizados com mais eficiência.
A avaliação é feita por um enfermeiro que identificará os pacientes com pulseiras 
de cores correspondentes à gravidade apresentada.
16
17
Quadro 1 – Protocolo de Manchester
Critério Prazo de Atendimento Situação
Vermelho (Atendimento Imediato) Risco Iminente de Vida
Laranja (Pode levar até 30’) Urgência
Amarelo (Pode levar até 1h) Potencialmente Urgente
Verde (Pode levar até 2h) Não Urgente
Azul (Pode levar até 4h) Ordem de Chegada
Diferença entre Emergência e Atenção Primária em Saúde
Nas emergências chegam muitos usuários com risco de morte, por isso existe a 
padronização de um atendimento para tomada de atenção segura na admissão do 
usuário, considerando a urgência de cada caso. A condição clínica é a principal base 
para a classificação e o atendimento a princípio é imediato.
Avaliar riscos e a vulnerabilidadeimplica estar atento tanto ao grau de 
sofrimento físico quanto psíquico, pois muitas vezes que o usuário chega 
andando, sem sinais visíveis de problemas físicos, mas muito angustiado, 
pode estar mais necessitado de atendimento e maior grau de risco e 
vulnerabilidade do que outros pacientes aparentemente mais necessitados 
(BRASIL, 2012, p. 26).
Nas APS as situações de risco de morte são bem mais raras. O atendimento é 
longitudinal. Tendo como base o vínculo do usuário, as pessoas são acompanhadas 
ao longo de suas vidas por uma equipe que as conhece, assim como suas situações 
de vida, de modo que é possível fazer o estudo de todo o cenário no qual pertence 
cada usuário.
Importante!
Qual é a diferença entre emergência e urgência no âmbito hospitalar?
Emergência é quando o paciente corre risco de morte. Por exemplo, uma situação com 
traumatismo craniano, hemorragia grave, infarto, acidente vascular cerebral, entre 
outras condições. Urgência refere-se ao paciente que não corre risco de morte, porém, 
precisa também ser atendido em menor tempo possível para que o seu caso não evolua 
para uma situação de emergência.
Você Sabia?
17
UNIDADE A Atenção Primária em Saúde
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Guia de Direitos
No site Guia de Direitos é possível entender o que é necessário para ser atendido por 
uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
http://www.guiadedireitos.org/
 Vídeos
Acolhimento na Atenção Primária à Saúde (APS)
Assista ao vídeo intitulado Acolhimento na atenção primária de saúde, o qual aborda o 
atendimento humanizado na atenção primária à saúde e a importância da organização 
do trabalho de cada profissional de saúde envolvido, a fim de um paciente ser atendido 
no menor tempo possível conforme for a sua urgência no atendimento.
https://youtu.be/P0m-J82JoHo
ABC do SUS: Unidades Básicas de Saúde (UBS)
Assista também ao vídeo intitulado ABC do SUS: Unidades Básicas de Saúde (UBS).
https://youtu.be/rhHpWxjjc9M
 Leitura
O que é saúde da família?
FREIRE, S. O que é saúde da família? 22 ago. 2016.
https://goo.gl/aCl5AV
18
19
Referências
ALA-HARJA, M.; HELGASON, S. Em direção às melhores práticas de avaliação. 
Revista do Serviço Público, Brasília, v. 51, n. 4, p. 5-59, out./dez. 2000.
BECKER, D.; EDMUNDO, K. O direito à saúde: sonho de liberdade. In: Influir em 
políticas públicas e provocar mudanças sociais: experiências a partir da sociedade 
civil brasileira. GHANEM, E. (Org). São Paulo: Ashoka: Avina: Imprensa Oficial do 
Estado de São Paulo, 2007.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. São Paulo: 
Makron Books, 1997.
19

Continue navegando

Outros materiais