o falarmos das fases da negociação é incorreta:

a) preparação da negociação: ponto de partida é o momento da negociação, visto que é por meio dele que é possível levantar os interesses e informações da outra parte. A fase inicial da negociação também engloba a escolha de um ambiente adequado para a sessão. Recomenda-se verificar o nível de satisfação e de senso de justiça das partes. Já na seara judicial, essa análise se torna mais difícil, já que as regras e o resultado prático poderão ser diversos dos esperados pelas partes.

b) condução das tratativas: as partes iniciam o diálogo e é nesse momento que será determinado o tempo em que transcorrerá a sessão, bem como a qualidade das informações. Inicia-se a sessão com uma exposição inicial de cada uma das partes. Em seguida, cada participante traz os documentos que lhe foram solicitados na fase de preparação e, por fim, as partes passam a ponderar e a flexibilizar seus interesses, no intuito de ampliar as possíveis alternativas para a resolução do problema.

c) Resultado: verifica-se a realização, ou não, de um acordo. Essa transação poderá ser firmada por escrito entre as partes, com a possibilidade de se tornar um título executivo extrajudicial (com a assinatura de 2 testemunhas – art. 784, III, do CPC/15), ou ainda, um título judicial, caso as partes escolham pela homologação do acordo pelo Poder Judiciário (art. 515, III, do CPC/15) (Brasil, 2015). Contudo, nada impede que o acordo seja firmado tão somente de forma verbal.

d) implementação e avaliação do processo: reflete o cumprimento do que fora acordado no momento do resultado. Aqui, as partes já terão determinado a forma de adimplemento da transação, bem como o período de vigência do acordo. Também é nesse momento que se constata a avaliação do processo, por meio da manutenção da relação de diálogo entre as partes, mesmo após terem passado por um conflito (Hanthorne, 2021, p. 28).