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As misturas intravenosas são soluções compostas de um ou mais aditivos diluídos em soluções parenterais. Entende-se por aditivo toda substância adi...

As misturas intravenosas são soluções compostas de um ou mais aditivos diluídos em soluções parenterais. Entende-se por aditivo toda substância adicionada a uma solução parenteral com finalidade terapêutica. Os aditivos podem ser medicamentos (antibióticos, antieméticos, vitaminas, etc.), eletrólitos, albumina, aminoácidos, carboidratos, ou quaisquer outras substâncias aprovadas para uso parenteral. Soluções parenterais são soluções injetáveis (estéreis e apirogênicas) para serem administradas por via parenteral, com a finalidade de promover reposição hidroeletrolítica, como fonte de energia ou veículo para administração de aditivos. Em geral, são administradas a pacientes internados em instituições de saúde, programas de atendimento domiciliar e veículos de transporte de emergência. Soluções parenterais acondicionadas em recipientes de dose única, com capacidade inferior a 100 mL, são classificadas como soluções parenterais de pequeno volume (SPPV), e como soluções parenterais de grande volume (SPGV) se os recipientes acondicionarem volumes iguais ou superiores a 100 mL. Essas soluções estéreis normalmente são administradas em infusões intravenosas, mas podem ser utilizadas em irrigações vesicais (bexiga), limpeza de lesões na pele (e tecidos mais internos) e até em lavagem de órgãos internos durante cirurgias. Atualmente, também são administradas por via subcutânea em pacientes terminais (sem acesso venoso). Existem diferentes soluções parenterais disponíveis comercialmente, sendo que as três mais frequentemente utilizadas em infusões intravenosas, com variações de concentração, são: solução de cloreto de sódio, solução de glicose e solução de Ringer. Soluções injetáveis de cloreto de sódio a 0,9% são comercialmente conhecidas como soluções fisiológicas, isotônicas em relação ao sangue. São utilizadas principalmente para reposição hidroeletrolítica (com ou sem adição de outros eletrólitos) ou como veículo para infusão de medicamentos. Soluções injetáveis de glicose são utilizadas principalmente na concentração de 5% (isotônica) para reposição hídrica, como fonte de energia (carboidratos) ou veículo para infusão de medicamentos. Soluções de glicose em concentrações maiores (10% e 50%) são utilizadas em situações especiais, assim como associações em diferentes proporções de soluções de cloreto de sódio e glicose. Soluções de Ringer e Ringer com lactato são utilizadas primariamente para reposição hidroeletrolítica. Elas contêm os eletrólitos primários encontrados no plasma, entretanto, as concentrações de potássio e cálcio não são suficientes para corrigir uma deficiência destes eletrólitos, sendo então necessário acrescentar aditivos disponíveis a este propósito (soluções de cloreto de potássio e gluconato de cálcio) em quantidades terapêuticas. Estas soluções são isotônicas, mas possuem uma concentração menor de sódio (hipossódicas). Existem três tipos de administração intravenosa: a I.V. direta (bolus), a infusão intermitente e a infusão contínua. A indicação de uma delas depende das características do medicamento a ser administrado e/ou da condição clínica do paciente. O medicamento administrado I.V. direto é introduzido na corrente sanguínea através de uma seringa conectada ao dispositivo de acesso venoso. Na infusão contínua, o paciente recebe a solução injetável com a adição, ou não, de medicamentos ou eletrólitos, de forma ininterrupta e gradativa, tornando a reposição de líquidos e eletrólitos menos agressiva ao organismo, evitando picos de concentração de medicamentos aditivados e promovendo a manutenção do acesso venoso periférico. Na infusão intermitente, o paciente normalmente recebe a solução injetável com medicamentos ou eletrólitos adicionados, por curtos períodos de tempo, seguidos de períodos sem infusão. Isto possibilita que o medicamento seja administrado mais diluído do que seria possível em uma seringa, e por um período maior de tempo em relação à administração intravenosa direta. Desta forma, minimizam-se os riscos na administração de medicamentos que possam lesar o endotélio vascular (flebite) ou causar reações indesejadas (hipotensão, reações cutâneas). Estabilidade e Compatibilidade: As questões de estabilidade e compatibilidade das misturas intravenosas são elementos críticos na administração apropriada dos medicamentos aos pacientes. Muitos fatores podem afetar adversamente as adequações terapêuticas, e o grande desafio é utilizar os conhecimentos acumulados por décadas, em conjunto com os avanços na tecnologia de administração de medicamentos, para assegurar uma terapia medicamentosa eficaz e segura. O termo instabilidade é normalmente aplicado a reações químicas irreversíveis (hidrólise e oxidação) que podem resultar em compostos químicos nitidamente diferentes (produtos de degradação), que tanto podem ser terapeuticamente inativos, quanto exibir alguma toxicidade. Uma mistura intravenosa é dita incompatível quando os fármacos prescritos não podem ser misturados com segurança. A incompatibilidade pode ocorrer entre dois medicamentos, um medicamento e a SPGV ou um medicamento e o recipiente. Caso uma incompatibilidade não seja detectada, o paciente poderá não receber os benefícios totais esperados daquele medicamento, ou esta incompatibilidade pode desencadear um efeito adverso no paciente. As incompatibilidades podem ser visíveis se as reações químicas resultarem em mudanças físicas, como alterações de coloração, turvação, produção de gases e precipitações. Entretanto, algumas incompatibilidades não são detectadas visualmente, mas podem ser verificadas por meio de métodos analíticos. Homogeneização e Sequência de Aditivação: Durante a adição de eletrólitos ou medicamentos à uma SPGV, se não houver homogeneização da solução entre a adição de um aditivo e outro, a alta concentração local de dois ou mais aditivos pode propiciar a degradação de componentes, ou mesmo a formação de precipitado. Sais de cálcio e magnésio, comumente prescritos com fosfatos inorgânicos em nutrição parenteral, podem formar precipitados, caso não sejam corretamente adicionados e homogeneizados. Para evitar que esses problemas ocorram, além da homogeneização à cada adição, deve-se também estabelecer uma ordem onde os componentes da mistura que poderiam reagir entre si fiquem nos extremos da sequência de aditivação, aumentando as chances de serem solubilizados satisfatoriamente. A ordem da mistura é especialmente crítica no preparo de soluções parenterais, pois são misturas complexas, envolvendo altas concentrações de glicose, solução de aminoácidos, emulsão lipídica, vitaminas, oligoelementos e muitos eletrólitos em quantidades suficientes para suprir as necessidades diárias do paciente. A ordem de aditivação deve começar com a transferência da glicose para a bolsa, para depois, então, adicionar os aminoácidos e, finalmente, os lipídios. Neste tipo de preparação é importante estar atento para evitar-se a adição do lipídio diretamente à glicose, pois isto acarretaria quebra da emulsão, causando separação de fases. A inspeção visual (macroscópica) de uma solução injetável é de vital importância para garantir a qualidade do produto a ser administrado no paciente. A solução deve ser homogênea e livre de partículas (fibras, cacos ou partículas de borracha). Na emulsão lipídica, que possui aspecto leitoso, devem ser observados sinais de separação da fase oleosa e aquosa da emulsão.

Essa pergunta também está no material:

2008 - Farmacia Clinica e Atencao Farmaceutica
527 pág.

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As misturas intravenosas são soluções compostas de um ou mais aditivos diluídos em soluções parenterais. Os aditivos são substâncias adicionadas a uma solução parenteral com finalidade terapêutica, podendo ser medicamentos, eletrólitos, albumina, aminoácidos, carboidratos, ou outras substâncias aprovadas para uso parenteral. Soluções parenterais são soluções injetáveis estéreis e apirogênicas para reposição hidroeletrolítica, fonte de energia ou veículo para administração de aditivos. Elas podem ser classificadas como soluções parenterais de pequeno volume (SPPV) ou de grande volume (SPGV), dependendo da capacidade do recipiente. As soluções mais utilizadas em infusões intravenosas são solução de cloreto de sódio, solução de glicose e solução de Ringer.

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