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Á, conjuntamente, a este e àquela. O § 1º do art. 523, repetindo o que já estava no § 1º do art. 522, inteiramente revogado, dispõe que “não se con...

Á, conjuntamente, a este e àquela. O § 1º do art. 523, repetindo o que já estava no § 1º do art. 522, inteiramente revogado, dispõe que “não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal”. Erroneamente, a lei pôs maiúscula no substantivo tribunal. Essa injustificada grafia acompanha o tolo hábito forense de se escreverem tribunal, juiz, juízo – e até egrégio! – com maiúscula, para se evitarem injustificáveis melindres. Nos demais dispositivos da Lei n. 9.139, o vocábulo tribunal aparece, corretamente, em minúscula. A reiteração do agravo, nas razões da apelação do agravante, ou na resposta à apelação da outra parte, é pressuposto objetivo específico de admissibilidade do agravo retido, mesmo quando interposto oralmente, na forma do § 3º. Sem essa reiteração, deve-se presumir, em termos absolutos, a desistência do recurso. A norma do § 1º não constitui novidade. Por isso, dentro do anunciado propósito de só se fazerem glosas às inovações, abstenho-me de outros comentários, encontradiços na doutrina. Acrescento, contudo, que se, depois da sentença e da apelação, o juiz proferir alguma decisão e o prejudicado dela interpuser agravo retido, o conhecimento dele pelo tribunal se fará impositivo, assegurado ao agravado o direito de resposta ainda na primeira instância (infra, n. 6). O § 2º estatui que, interposto o agravo, o juiz poderá reformar sua decisão, após ouvida a parte contrária (isto é, o agravado) em dez dias. Por certo, esse parágrafo não repete o comando peremptório da última oração do art. 527, na sua redação anterior, que fazia obrigatória a ida do instrumento ao juiz, para reformar ou manter sua decisão. Todavia, havendo o § 2º instituído, expressamente, a retratação no agravo retido, o juiz está obrigado a proceder a ela. A locução verbal poderá reformar apenas indica a faculdade de retratar-se, mas não dispensa o juiz do dever de reexaminar seu ato. Esta é a interpretação que se harmoniza com os princípios da celeridade, da economia e da utilidade da jurisdição, não que já se terá verificado. Se ainda não interposta a apelação, a resposta virá nas razões ou nas contrarrazões dela. Se já interposta, virá na forma do § 2º. Caso se configure uma das hipóteses do caput do art. 522, com a redação dada pela Lei n. 11.187, caberá também a interposição de agravo de instrumento da decisão reformadora, o qual se processará de acordo com os arts. 524 a 528, não incidindo, porém, nesse caso, o art. 529, pela preclusão operada quanto à possibilidade de novo exame no órgão a quo. O § 3º admite o agravo retido interposto oralmente, “das decisões interlocutórias proferidas em audiência de instrução e julgamento”. Entretanto, havendo qualquer audiência, seja de instrução e julgamento (arts. 447 a 457), seja de conciliação (art. 125, IV), deverá o tais decisões tanto o agravo retido quanto o agravo de instrumento, nos casos previstos na lei (art. 522 do CPC). Rara embora a hipótese, bem pode acontecer que, após a sentença, e mesmo depois da interposição da apelação, principal ou adesiva, o juiz profira alguma decisão de que advenha sucumbência (v.g., indefere pedido de remessa dos autos ao Ministério Público, para manifestar-se, como determina o art. 82, I, sobre a apelação, interposta por incapaz). Nesse caso, caberá agravo retido, desnecessário, por óbvio, o requerimento determinado no caput do art. 523. E situações há em que o agravo de instrumento será necessário, como quando o juiz, cumprindo o art. 518, caput, declarar, erroneamente, os efeitos em que recebe a apelação, ou deixar de conferir a ela o efeito suspensivo, requerido no processo da ação civil pública, como permite o art. 14 da Lei n. 7.347, de 24-7-1985, ou mesmo em qualquer outro processo, como admite a jurisprudência, desde que ainda não tenha havido o pronunciamento do art. 558, extensivo à apelação consoante o seu parágrafo único. Assinale, por derradeiro, que o juiz pode indeferir o agravo retido, se faltar um dos pressupostos da sua admissibilidade, tais como a tempestividade, a legitimidade do agravante, o interesse recursal, a adequação. Imagine-se, quanto a esta última, o agravo retido da decisão de deferimento ou de indeferimento do pedido de tutela antecipada, manifestamente inidôneo porque o recurso permanece nos autos, à espera da apelação, que pressupõe a sentença, a qual já terá superado a providência antecipadora, fazendo inútil o agravo que, no caso, só pode ser de instrumento. Não se pense na aplicação do princípio da fungibilidade recursal, nesta hipótese. Não se pode estender a fungibilidade ao ponto de se admitir que o juiz receba o agravo retido como agravo de instrumento, já que o primeiro só se interpõe na instância a quo (art. 523 e §§ 1º e 2º) e o segundo somente se manifesta no tribunal (art. 524). Em sentido inverso, pode o relator, contudo, converter o agravo de instrumento em agravo retido (art. 527, II). Se cabe ao juiz proceder ao reexame da decisão impugnada por agravo retido (art. 523, § 2º), o que implica julgamento de mérito desse recurso, deve ele, preliminarmente, verificar se ocorrem os requisitos da sua admissibilidade, proferindo juízo negativo dela, caso não os encontrar satisfeitos. Da decisão de indeferimento do agravo retido cabe outro agravo retido, ou agravo de instrumento, este apenas nos casos ressalvados pelo caput do art. 522. Ao julgar um desses recursos, o tribunal, se lhe der provimento, poderá ir adiante e examinar, ele próprio, o agravo indeferido, sem ordenar que o faça o juiz, porque estará revendo uma decisão impugnada por meio que reconheceu idôneo. “Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes requisitos: I – a exposição do fato e do direito; II – as razões do pedido de reforma da decisão; III – o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo. Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída: I – obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; II – facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis. § 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela que será publicada pelos tribunais. § 2º No prazo do recurso, a petição será protocolada no tribunal, ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local. Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso. Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo.” (Leis n. 9.139, art. 1º, e 10.352, art. 1º) O caput do art. 524 rompeu com o princípio – já abalado pela reclamação, ou correição parcial, sucedâneo de recurso – de que, no processo civil brasileiro, todos os recursos se manifestavam perante o juízo recorrido. O agravo de instrumento passa a ser interposto diretamente no tribunal que tiver competência para apreciá-lo. Deve-se dirigir o agravo não ao juízo prolator da decisão agravada, mas ao próprio tribunal. Protocola-se a petição do agravo no tribunal, ou se faz a remessa dela ao tribunal pelo correio, ou é apresentada por outra forma, mas sempre ao tribunal e não ao juízo que proferiu a decisão agravada (veja-se o item 4, abaixo). Os três incisos

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