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6.3. Colônia agrícola, industrial ou similar Os condenados oriundos do regime fechado que por progressão passam a cumprir pena em regime semiaberto...

6.3. Colônia agrícola, industrial ou similar Os condenados oriundos do regime fechado que por progressão passam a cumprir pena em regime semiaberto deverão ser recolhidos em estabelecimentos que cumpram essa função de transição. Daí por que esse regime denomina-se intermediário. Esses estabelecimentos também receberão os detentos aos quais se impôs, desde o início, o cumprimento de pena privativa de liberdade em regime semiaberto. Por fim, poderão receber esses estabelecimentos condenados que, cumprindo pena no regime aberto, obtiveram regressão, passando, no caso, ao semiaberto. O cumprimento de pena em regime semiaberto deve ocorrer, portanto, em colônia agrícola, industrial ou similar. Na colônia agrícola o condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, desde que preservadas a salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana. Na ausência de vaga no regime semiaberto, já decidiu o STJ que “configura-se constrangimento ilegal o cumprimento de pena em condições mais rigorosas que aquelas estabelecidas na condenação, sob pena de desvio da finalidade da pretensão executória” (STJ – RHC 20.828/MG – Rel. Min. Laurita Vaz – 5ª T. – DJU, 5-11- 2007, p. 286). Inclusive, a referida Corte já decidiu que “no caso de inexistência de vagas, excepcionalmente, a pena deve descontada em regime aberto, sendo admitido o regime domiciliar, na ausência de casa de albergado, até que o Juízo das Execuções assegure ao paciente vaga em estabelecimento próprio ao regime semiaberto” (STJ – RHC 81.707/MS – Rel. Min. Jane Silva – 5ª T. – DJU, 1º-10-2007, p. 331). No mesmo sentido: “Penal. Execução da pena. Sentenciado a regime semiaberto que já cumpriu mais da metade da pena em regime fechado. Habeas corpus. Recurso. 1. O Estado não pode, à margem da decisão judicial, executar sentença de modo diferente. O réu condenado a regime semiaberto não pode ser mantido em regime fechado, sob o pretexto oficial de que não há vaga no albergue. Isso é constrangimento ilegal reparável por habeas corpus. 2. Não havendo vaga no albergue destinado aos sentenciados a regime semiaberto concede-se a ordem, em caráter excepcional, para que o Réu cumpra a pena em prisão albergue domiciliar. 3. Recurso conhecido e provido” (STJ – Rec. Ord. em HC 2.443/TJSP (1992/0032567-0) – Rel. Min. Edson Vidigal – publicado em 15-3-1993 ). No mesmo sentido: Rec. Ord. em HC 755/TJSP (1990/0007737-0) – Rel. Min. Costa Leite – publicado em 5-11-1990. “Habeas corpus. I – (...). III – O tribunal de origem, deslembrando-se de que o regime imposto na sentença fora o semiaberto, determinou o ‘retorno’ do réu ao regime fechado. Equívoco passível de correção sumária. Ordem parcialmente concedida para esclarecer que o regime inicial de cumprimento da pena é o semiaberto” (STF – HC 7.190/TJSP – Rel. Min. Francisco Rezek – publicado em 7-3-1997). No mesmo sentido: HC 7.2162/TJMG – Rel. Min. Sepúlveda Pertence– publicado em 5-5-1995. “Habeas corpus. Regime prisional. Ausência de vaga para o cumprimento da pena no regime adequado. Permanência do sentenciado no regime fechado após a progressão para o regime semiaberto. Constrangimento ilegal. Concessão de prisão albergue, em caráter excepcional, até a ocorrência de vaga no regime semiaberto. 1. A partir do trânsito em julgado da sentença condenatória o sentenciado adquire o direito subjetivo de cumprir a pena nos exatos termos da condenação. 2. Se o regime obtido em progressão foi o semiaberto, a mudança para o mais rigoroso só é admissível nas hipóteses previstas no art. 118, incs. I e II, da Lei 7.210/84. 3. As peculiaridades que se apresentam em cada situação podem justificar a permanência do sentenciado provisoriamente no regime aberto, na modalidade de prisão albergue, até que se dê vaga em estabelecimento adequado ao cumprimento da pena no regime semiaberto. 4. Habeas corpus deferido” (STF – HC 77.399/TJSP – Rel. Min. Maurício Corrêa – publicado em 19-2-1999). “Habeas corpus. (...) II. A prisão decorrente de decisão condenatória recorrível – quando admitida, conforme o entendimento majoritário no STF (e não obstante a presunção constitucional de não culpabilidade), independentemente da demonstração de sua necessidade cautelar –, constitui verdadeira execução provisória da pena que não se deve efetivar em regime mais severo que o da eventual condenação definitiva. III. Conseguinte admissibilidade da progressão de regime de cumprimento da pena ou de aplicação imediata do regime menos severo determinado na sentença, tanto mais quanto sujeita apenas o recurso de defesa (cf. HC 68.572, Néri da Silveira, Lex, 159/263) ou, como ocorre no caso, a apelação de assistente do Ministério Público, que não tem efeito suspensivo (CPP, art. 598)” (STF – HC 72.162/TJMG – Rel. Min. Sepúlveda Pertence – publicado em 5-5-1995). 6.4. Casa do Albergado A Casa do Albergado é estabelecimento prisional que se destina ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana. Portanto, não apenas a pena em regime aberto deverá ser cumprida em Casa do Albergado, mas também a pena restritiva de direitos consistente em limitação de fim de semana. O regime aberto baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade do condenado, que deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. Nos locais em que existir a Casa do Albergado, conforme dispõe o art. 94 da LEP, o prédio destinado a ela deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Por imposição legal, em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado. Na inexistência de Casa do Albergado, tem se admitido, excepcionalmente, a concessão de prisão albergue domiciliar, embora em desrespeito às disposições da LEP, já que essa modalidade de recolhimento destina-se apenas às hipóteses elencadas no art. 117 da LEP. Nesse sentido, já decidiu o STJ que “evidente a inadequação entre a lei de execução da pena e a realidade brasileira. A inexistência de Casa do Albergado não pode impor ao condenado regime mais rigoroso; caso contrário, afrontar-se-á o princípio da legalidade, com flagrante desrespeito do título executório. Na falta de local próprio, por analogia e precariamente, recomenda-se a prisão domiciliar, enquanto inexistente no local próprio” (STJ – RT, 764/521). Também, na mesma Corte: “se o Estado, durante anos a fio, permanece inerte e não constrói a chamada ‘Casa do Albergado’, para o cumprimento da prisão no regime aberto, não é justo que o condenado nessa condição seja trancafiado numa prisão comum, em contato com delinquentes de toda a sorte. Impõe-se, assim, excepcionalmente, conceder-lhe a prisão domiciliar, enquanto inexistente o local apropriado” (STJ – REsp 129.869/DF – Rel. Min. Anselmo Santiago – 6ª T. – DJU, 4-5-1998, p. 217). 6.5. Centro de Observação O Centro de Observação é estabelecimento penal onde se realizam os exames em geral, além de pesquisas criminológicas, e o exame criminológico, cujos resultados devem ser encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. Deve o Centro de Observação ser instalado em unidade autônoma ou em anexo a outros estabelecimentos penais. Na sua ausência, os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação. Em regra, cada estado da federação tem seu próprio Centro de Observação.

Essa pergunta também está no material:

Legislacao Penal Especial - Ricardo Antonio Andreucci
904 pág.

História Colegio AnchietaColegio Anchieta

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