Buscar

ANÁLISE DA PROGRESSÃO DE REGIME NO SISTEMA PENAL BRASILEIRO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GRUPO IBMEC EDUCACIONAL DO RIO DE JANEIRO
Programa de Graduação em Direito
ANÁLISE DA PROGRESSÃO DE REGIME NO SISTEMA PENAL BRASILEIRO
Carolina Sampaio Ribeiro Queiroz
Rio de Janeiro
2021
Introdução 
O presente trabalho tem como principal objetivo avaliar as recentes alterações promovidas à Lei de Execução Penal e as consequências que causadas pelo endurecimento das penas e com a crescente dificuldade de se alcançar o benefício da progressão de regime, analisando a necessidade de ser respeitado o sistema progressivo de cumprimento de penas, que no momento, devido da falta de vagas no sistema carcerário encontra-se violado. Nesse contexto, o trabalho discorre sobre a problemática relacionada a carência de vagas no sistema carcerário, com o propósito de demonstrar que o sistema progressivo de cumprimento de penas precisa ser respeitado para que a finalidade da pena seja efetivada. O estudo teve embasamento em doutrinas, livros, códigos, jurisprudências, pareceres técnicos, artigos, opiniões de profissionais do direito, além do uso de materiais disponibilizados em plataformas acadêmicas digitais.
A Progressão de Regime no Sistema Penal Brasileiro
A progressão de regime trata-se passagem, de forma gradual, do preso que cumpre a pena privativa de liberdade de um regime mais rigoroso para outro mais leve, estabelecida pela lei pelo art. 33 § 2 do Código Penal1. Ou seja, a progressão de regime é a possibilidade de o preso passar do regime prisional que está cumprindo pena para outro mais benéfico. Entretanto, para que haja uma melhor compreensão do sistema de progressão de regime no sistema penal brasileiro, primeiramente é preciso é essencial entender sobre as possibilidades de pena no país privativa de liberdade, além do sistema progressivo. A priori, de acordo com o Código Penal, são instituídas três espécies de penas privativas de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples. De forma que “a pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado”2. Entretanto, caberá ao Juiz o estabelecimento da aplicação do regime no qual o sentenciado irá iniciar o cumprimento de sua pena, observados os critérios estabelecidos pelo artigo 59 do Código Penal3. Dessa forma, o art. 33 do CP regulamenta o rigor da pena privativa de liberdade: O regime fechado, o regime semiaberto e o regime aberto.
Regimes de Cumprimento de Pena Privativa de Liberdade
O regime fechado deve ser cumprido em estabelecimento de segurança máxima ou média por condenados cuja pena de reclusão imposta seja superior a oito anos4. Desse modo, o regime fechado é aquele onde o cumprimento da pena se dá em uma penitenciária, com o objetivo de promover mais segurança ao instituto penal, dispondo de, nas palavras do jurista Guilherme de Souza Nussi, “A penitenciária é o estabelecimento penal destinado ao cumprimento da pena privativa de liberdade, em regime fechado, quando se tratar de reclusão5. Busca-se segurança máxima, com muralhas ou grades de proteção, bem como a atuação de policiais ou agentes penitenciários em constante vigilância” 6. Assim, como é possível observar, o cumprimento da pena de crimes considerados mais graves, exigem do estabelecimento penal uma severidade maior, uma vez que, ao que tudo indica, esses condenados possuem uma pena mais longa a cumprir. Nesse contexto, é importante enfatizar que diferentemente do que ocorre na prática, a legislação penal executiva prevê, no cumprimento da pena, alguns parâmetros que proporcionam condições para a harmônica integração social do condenado e do internado, tal como estabelecido pelo artigo 88 da Lei de Execução Penal7. Entretanto, na prática, infelizmente a legislação não é respeitada. Tal dificuldade na aplicação própria da lei, comumente ocorre devido à falta de investimento, superlotação carcerária, ao movimento aprisionador e pelas próprias condições físicas dos estabelecimentos penais8. Diante desse cenário, Mirabete9, aponta que: 
“A falência de nosso sistema carcerário tem sido apontada, acertadamente, como uma das maiores mazelas do modelo repressivo brasileiro, que, hipocritamente, envia condenados para penitenciárias, com a apregoada finalidade de reabilitá-lo ao convívio social, mas já sabendo que, ao retornar à sociedade, esse indivíduo estará mais despreparado, desambientado, insensível e, provavelmente, com maior desenvoltura para a prática de outros crimes, até mais violentos em relação ao que o conduziu ao cárcere.”
 	Ademais, diante desse cenário, Alexis Couto de Brito10, traz o exemplo do Estado de São Paulo que não possui investimento em outros regimes penais:
“É certo que o número de delitos cuja pena ultrapassa os oito anos e, portanto, demanda o estabelecimento fechado, não ultrapassa 10% dos crimes previstos no Código Penal, o que não aumentaria em demasia se consideradas as leis extravagantes(...) À guisa de exemplo, em São Paulo existem mais de setenta penitenciárias para regime fechado, sendo duas de Regime Disciplinar Diferenciado. São vinte e um Centros de Ressocialização de caráter misto (fechado, semiaberto), sete Centros de Progressão Penitenciária de regime semiaberto, nenhuma colônia penal agrícola e nenhuma Casa de Albergado, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária.”
 Não por exagero, o próprio conclui que é preciso que haja uma conscientização do poder público para reverter o quadro atual e aumentar o investimento em estabelecimentos semiabertos e abertos, para viabilizar a progressão de regime e cumprimento das finalidades da pena. Infelizmente, no cenário sociopolítico atual, é nítido a falta de políticas públicas que buscam a diminuição de encarceramento. 
 	 Logo, evidencia-se ausência do cumprimento das normas estabelecidas pela lei, ressaltando que, segundo a Lei de Execução Penal n° 7.210/19841211 em seu art. 10, “A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.”
	Já o regime semiaberto destina-se aos condenados primários a penas privativas de liberdade superiores a quatro e inferiores a oito anos, desde que não seja reincidente12 ou no caso de detenção, e aos condenados submetidos ao regime fechado pela regra da progressividade dos regimes. Nele a pena é cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar13. Dessa forma, esta instalação não desfruta da mesma segurança de uma penitenciaria, uma vez que o intuito desse regime é possibilitar ao preso um maior senso de responsabilidade, pois, nas palavras de Alexis Couto de Brito “Conforme esse senso de responsabilidade, os condenados aqui recolhidos hão de consciente e voluntariamente cumprir os deveres e exercer os direitos próprios do seu status de condenados”14. Assim o cumprimento de pena nesse estabelecimento penal diferencia-se da penitenciaria em alguns aspectos, além de também, teoricamente, tornar mais fácil a possibilidade de fuga. Ademais, outra diferença encontra-se nos alojamentos: Ao invés do cumprimento da pena em celas “individuais”, o regime semiaberto permite o preso cumpra sua pena em compartimentos coletivos15.
Em contrapartida, nesse contexto, uma questão relevante que tem causado bastante divergência doutrinária é a falta de vagas no regime semiaberto. Consequentemente, diante a inexistência de vaga no regime determinado pelo Juiz de Execução, o sentenciado deve aguardar em regime aberto, ou na ausência de lugar vago em casa de albergado, em prisão domiciliar até a transferência para um estabelecimento adequado16. Entretanto, na prática, verifica-se a transferência do apenado para um regime de maior rigor, por uma falta de capacidade estatal em gerir o sistema penitenciário17.
Nesse sentido, é possível observar que o regime semiaberto é de extremamente importância para a ressocialização do condenado, pois trata-se de um regime intermediário de cumprimento de pena, atendendo a umdos objetivos da pena consagrada pela Convenção Americana de Direitos Humanos: a ressocialização do condenado18. Contudo, na prática, observa-se a falência do comprimento dessa norma, ainda mais quando tem sido impostas medidas cada vez mais restritivas de progressão, como ocorre com o “pacote anticrime”19.
Por fim, o regime aberto, é o modo mais brando de cumprimento de pena de todos e deve ser cumprido em casa de albergado, destinando-se inicialmente aos condenados primários a penas iguais ou inferiores a quatro anos e aos condenados submetidos a outros regimes pela regra da progressividade20. Dessa forma, o regime aberto, testa ainda mais a autodisciplina e o senso de responsabilidade do sentenciado, haja vista não haver nenhum tipo de fiscalização, muros, grades ou guardas suplementares21. Nesse sentido, Alexis Couto de Brito esclarece que: “O regime da prisão aberta ou Casa de Albergado é fundado na autodisciplina e responsabilidade do condenado para com a comunidade com que convive. O Estado suprime a fiscalização pela confiança de que o condenado cumprirá com seus deveres e manterá um comportamento social adequado a reintegrá-lo ao mundo livre.”22. Dessa forma, a Casa de Albergado, em tese, serviria como a última etapa da execução penal, atuando como uma espécie de alojamento sem a natureza institucional das penitenciárias ou colônias, porém, esse estabelecimento penal é pouco implantado em âmbito nacional.
Progressão de Regime e seus Requisitos
Como foi estabelecido anteriormente, progressão é a transição do preso que cumpre pena privativa de liberdade de um regime mais rigoroso para outro menos rigoroso, fazendo-se necessária por diversos motivos. Entre eles destacam-se, a ressocialização e volta do condenado ao convívio social, onde é preciso prepará-lo gradativamente mediante observação de seu comportamento durante o cumprimento da pena; e a ineficácia em deixar um sujeito confinado por um longo tempo, sendo comprovado e comum o efeito contrário, isto é, a prisão é capaz de transformar um sujeito em alguém ainda mais perigoso23. Com efeito, o sistema progressivo defendido pela legislação pátria, permite que o condenado tenha sua pena atenuada a partir do cumprimento de certos requisitos previstos em lei, pois além de permitir a individualização do cumprimento da pena, busca-se, através da progressão de regime, reintegrar o preso na sociedade de forma gradual. Dessa forma, para que isso seja possível, é preciso que o condenado cumpra de determinados requisitos previstos em lei, que foram alterados recentemente pela Lei 19.964/201924.
Posto isso, legislação brasileira estabelece dois requisitos para que a pessoa sentenciada alcance a progressão de regime: um de natureza objetiva – cumprimento de parte da pena – que vem disposto na legislação e outro de natureza subjetiva – histórico prisional do sentenciado25. Ademais, vale ressaltar que se leva em consideração para a obtenção do lapso temporal o total da pena imposta e não o limite, que agora é de 40 anos26. 
As Alterações Promovidas pela Lei Nº 13.964/2019 (“Pacote Anticrime”)
Já é cristalino que devido as recentes mudanças promovidas pela Lei de Execução Penal, faz-se necessário que haja uma discussão sobre os impactos proporcionados ao sistema carcerário devido ao endurecimento das penas e dos requisitos para a obtenção da progressão de regime. Porém, antes de discutir as modificações legislativas ocorridas ao longo do tempo e aquelas alterações promovidas pela Lei nº 13.964/19, também chamado de “pacote anticrime”, torna-se necessário analisar a progressão nos crimes comuns anteriores a mudança. Nesse sentido, antes da alteração promovida pelo chamado “pacote anticrime”, a Lei de Execução Penal estabelecia uma única fração para promover a progressão de regime nos crimes considerados comuns, que são aqueles não descritos na Lei 8.072/90, como prevê a redação do art. 112, LEP27, em sua redação original. Dessa forma, como é possível observar na redação, faz-se evidente na redação do art. 112, LEP, a escolha do lapso temporal de 1/6 tem como objetivo dinamizar o cumprimento da pena, desconsiderando prazos diferenciados para os crimes comuns, proporcionado a rápida interação do condenado com a sociedade, pois, a finalidade do sistema progressivo é ressocializar o apenado. Dessa forma, uma pessoa sentenciada a seis anos de reclusão, em um crime considerado comum, poderia seguir para o regime semiaberto após cumprir um ano no regime fechado.
Contudo, devido a recente alteração legislativa promovida pela Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 201928, apelidada como “pacote anticrime”, capitaneado pelo ex-ministro Sérgio Moro, observa-se uma rigidez, em alguns pontos, no que se refere a progressão de regime no sistema penal brasileiro. Nesse sentido, a edição legislativa da Lei nº 11.464/07, atendendo ao clamor público, tornou mais difícil a progressão de regime aos crimes hediondos29. Assim, antes da publicação “pacote anticrime”, a legislação ordenava que para progredir de regime, o sentenciado deveria cumprir 2/5 da pena, desde que primário e a parcela de 3/5 da pena caso considerado reincidente30. Em contrapartida, ao editar a Lei nº 13.964/19, o legislador procurou endurecer a progressão de regime aos crimes hediondos e equiparados, que prevê como prazo de cumprimento de pena o prazo de 40% e 60%, respectivamente, para os condenados primários e reincidentes31. Ademais, inicialmente, apesar de aprovada, a Lei nº 13.964/19 foi alvo de vários questionamentos, dentre elas, algumas ações diretas de inconstitucionalidades. Deste modo, evidencia-se que do longo debate acerca do enrijecimento das penas, o “pacote anticrime” apresentou algumas deficiências no cerne de seu texto, dentre elas, as mudanças acarretadas à Lei de Execução Pena, especialmente no que se refere a progressão de regime.
Alterações à Lei de Execução Penal – Progressão de Regime
Como foi anteriormente estabelecido, o art. 112 da Lei de Execução Penal estabelecia que para atingir o tempo necessário para progressão de regime, bastava que o preso cumprisse 1/6 de sua pena, caso o crime fosse considerado “comum”. Entretanto, com as mudanças proporcionadas pelo “pacote anticrime”, o caput do art.112, da Lei de Execução Penal passou a dispor os seguintes incisos: 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
 a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional;
 b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional 
[...]
Consequentemente, é possível observar que com a alteração, para que o sentenciado cumpra o requisito objetivo para a progressão de regime, agora é preciso cumprirporcentagens e não mais frações. Para Nucci, mudança é de grande importância e conforme o autor afirma: “De forma muito detalhada, o legislador implantou um sistema coerente e de individualização executória da pena, que, em nosso entendimento, está correto”32. Em suma, a Lei prevê prazos distintos aos primários, reincidentes, àqueles que cometeram crimes com ou sem violência e aos hediondos e equiparados, com ou sem resultado morte. Nesse sentido, destaca-se a modificação do inciso I do art. 112, onde a legislação dispõe que, para o condenado primário, em crime cometido sem violência ou grave ameaça, a porcentagem de cumprimento de pena é de 16%. Dessa forma, observa-se que “Sobre o primário condenado por crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, é interessante notar que houve nova lei benéfico, ainda que a diferença seja, em regra, irrisória. É que o antigo marco exigido para os crimes comuns, 1/6, equivale a 16,6% da pena, e o novo lapso exigido será de 16%. Por se tratar de nova lei benéfica, deve ser imediatamente aplicada mesmo aos crimes anteriores à sua vigência.”33
Outra alteração que trouxe polêmica é a do inciso II. Tal inciso prevê que para o condenado reincidente, é preciso c, caso o crime seja cometido sem violência ou grave ameaça. Nesse contexto, a polêmica encontra-se no termo “reincidente em crime cometido sem violência...”, colocando em debate qual a porcentagem deve ser aplicada caso o sentenciado já tenha uma condenação por crime praticado com violência ou grave ameaça, e, posteriormente, seja condenado por crime sem violência ou grave ameaça? Sobre essa questão, afirma o autor Miranda: “Importante registrar que, quando os incisos II, IV, VII e VIII mencionaram reincidência, foram claros se referindo à reincidência específica. A peculiaridade dessa observação reside no fato de que, se o sentenciado ostentar reincidência simples, o prazo será o mais benéfico, segundo pensamos.”34. 
Outra alteração significativa encontra-se na Lei de Crimes Hediondos e Equiparados que, diferente da previsão anterior, apresentava no §2º do art. 2º a seguinte redação: “[...] e de 3/5 (três quintos), se reincidente [...]”35. Dessa forma, a parcela de pena mais gravosa se aplicava a qualquer reincidência, não sendo necessária a reincidência específica. Em contrapartida, com a nova redação atual, é exigido a reincidência específica, como é possível observar pela escrita do inciso VII, parte final: “o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado”. Logo, se o preso tiver sido sentenciado pela prática de crime hediondo ou equiparado e seja reincidente, pela prática de um crime comum, por exemplo, a porcentagem a ser aplicada será de 40%. 
O Endurecimento da Progressão de Regime e suas Consequências
Nesse enquadramento, é inquestionável que a proposta legislativa que enrijece o cumprimento de penas, determina novas formas progressão e interdita alguns institutos ligados ao âmbito executivo penal e tem o objetivo de dar uma resposta a sociedade, que muitas vezes querem que o Direito Penal altere a vida em sociedade. Consequentemente, essas mudanças “garantem” uma falsa noção de “tranquilidade social”. Dessa forma, faz-se evidente que endurecimento de regimes ou coibir institutos, diz mais sobre quem as propõe do que aqueles que serão realmente atingidos. 
Inegável ressaltar, em meio à pandemia da Covid-19, com o número de assassinatos voltando a crescer no Brasil, depois de dois anos seguidos de queda, a tendência de tornar a pena corporal mais grave vem aumentando cada vez mais. E diante dessa emergência, o “Direito Penal do Inimigo” vem se tornando cada vez mais evidente. Nesse sentido, faz-se imprescindível recordar as palavras do professor Zaffaroni36: 
Nas últimas décadas produziu-se uma notória transformação regressiva no campo da chamada política criminal ou, mais precisamente, da política penal, pois do debate entre políticas abolicionistas e reducionistas passou-se, quase sem solução de continuidade, ao debate da expansão do poder punitivo. Nele, o tema inimigo da sociedade ganhou o primeiro plano de discussão. 
Com efeito, a busca pelo “inimigo da sociedade” no Brasil se torna ainda mais agravado, especialmente devido a motivos relacionados a estrutura carcerária que dispomos. Logo, o cárcere, ao contrário de ressocializar e cumprir sua finalidade, faz com que as pessoas que ali estão sejam submetidas a tratamento cruéis, desumanos e degradantes. Nesse contexto, no que se refere a amplitude do limite de tempo limite de prisão de 30 para 40 anos, o advogado André Lozano, classifica a modificação como uma espécie de "morte civil" para quem ficar este tempo todo na cadeia37. E essa tendência é alimentada por medidas que enrijecem, por exemplo, a progressão de regime. A tendência de agravar o cumprimento da pena ou dificultar as regras de progressão de regime, podem ser justificadas para tentar encontrar o “inimigo” no direito penal, e o “pacote anticrime”, com suas alterações deixa essa percepção, conforme explica Assumpção38:
Por outro lado, a forma de corrigir essa eventual distorção não nos pareceu minimamente razoável, adequada ou proporcional, ao menos em algumas das situações. Os incisos do art. 112 preveem percentuais que, na prática, inviabilizam o sistema progressivo, como, por exemplo, 60% da pena em caso de reincidência de crime hediondo ou equiparado. A bem da verdade, é mais um ponto do “Pacote Anticrime” em que o espírito de agravamento das sanções jurídico-penais se expressa, consolidando a perspectiva de “combate ao inimigo” e renovando a seletividade do sistema penal.
Logo, tona-se evidente que o enrijecimento das condições de progressão de regime irá cada vez mais atingir os chamados “inimigos da sociedade”. E, ao observar a realidade carcerária, essa afirmação ganha sentido. Ainda neste sentido, afirma Assumpção que “A realidade do sistema penitenciário no Brasil (declarado inconstitucional pelo STF nos autos da ADPF 347) não nos permite outra conclusão senão a de que o cárcere tem finalidades distintas daquelas tradicionalmente mencionadas. As funções declaradas da pena são incompatíveis com o que se assiste na prática. O cárcere é verdadeiro espaço de gestão de corpos de pessoas majoritariamente negras, com baixa instrução escolar, pobres e jovens, que cumprem pena por crimes específicos e não necessariamente vinculados aos danos causados à coletividade.”39
Em vista disso, a principal crítica às alterações dispostas pela Lei de Execução Penal é a “caça” pelo movimento de aprisionar, sobretudo para aqueles tidos como “inimigos da sociedade”. Pois, como resultado aumento dos prazos da progressão, bem como seu impedimento em alguns casos, aumentou ainda mais a já superlotada sociedade carcerária, evidenciando a falta de planejamento dos governos para evitar violações a dignidade da pessoa humana.
A Problemática de Vagas no Sistema Penal Brasileiro
Anteriormente foi estabelecido que existe um déficit de políticas públicas que procuram a diminuição do encarceramento, apresentando a dificuldade enfrentada pelo atual sistema progressivo. Dentre essas adversidades destaca-se a problemática de vagas no sistema penal brasileiro. Em tese, para solucionar a escassez de vagas nos presídios, bastaria que os governantes construíssem novos presídios e com isso, abririam novas vagas. Entretanto, a realidade é pouco diferente, uma vez que a superlotação carcerária é considerada estrutural e sistêmica. Nesse sentido, explica Roig40: 
Verificando-se as notórias condições de encarceramento no Brasil, não há alternativa senão a de reconhecer que o quadro de superlotação em nosso país também possui natureza estrutural e sistêmica. Estrutural porque a superlotação se tornou, ao menos nas últimas décadas, a tônica de nosso sistema, evidenciando seu mau 61 funcionamento crônico. Ao mesmo tempo, os poderes regularmente constituídos não oferecem medidas eficazes para o refreamento da superlotação, garantido a melhoria das condições materiais de encarceramento. Sistêmica porquea superlotação no Brasil jamais foi pontual ou local, mas sim espraiada por todos os Estados da Federação.
Ainda assim, ocorre que além de não termos políticas públicas focadas em combater a superlotação carcerária, leis que obstaculizam a progressão de regime ou em alguns casos, a impedem, perpetuam a natureza estrutural e sistêmica da superlotação.
Falência do Atual Modelo Progressivo
Dessa forma, defronte da carência de vagas nos presídios nacionais, seja no regime fechado, semiaberto ou aberto, o sistema carcerário tem colaborado para a falência do nosso modelo progressivo de cumprimento de pena. Com efeito, devido a falta de vagas, o sistema progressivo encontra-se violado, pois, na prática, diante do déficit de vagas no regime semiaberto, juízes da execução penal, após a validação da progressão, mantém o sentenciado em regime fechado até que surja uma nova vaga41.
Conclusão
Diante a clara afronta ao sistema progressivo, é evidente que não se pode atribuir ao condenado uma falha gravíssima e estrutural do Estado. Em vista disso, é inadmissível que a pessoa presa, após cumprir todos os requisitos legais, tenha direito à progressão para o regime mais brando, e por falha do Estado não possa desfrutar desse benefício. Por outro lado, as mudanças na progressão de regime aparentam servir para o legislador evitar combater o problema da superlotação carcerária, estabelecendo penas mais duras àqueles que são considerados os “inimigos da sociedade”, mas não apresentam relação entre o enrijecimento da pena ou da progressão com a diminuição da criminalidade. Logo, faz-se imprescindível a discussão de novas possibilidades para progressão de regime ou até mesmo de novas forma de cumprimento de pena. 
REFERÊNCIAS E FONTES CITADAS
1 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
2Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
3CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
4 Progressão de regimes e a súmula 471 do STJ. JusBrasil. Disponível em https://jpomartinelli.jusbrasil.com.br/artigos/121938071/progressao-de-regimes-e-a-sumula-471-do-stj Acesso em 1 de setembro de 2021
5LEP - Lei nº 7.210 de 11 de julho de 1984
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
6 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de execução penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 138. 
7 LEP - Lei nº 7.210 de 11 de julho de 1984
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
8 Disponível em: https://www.univali.br/graduacao/direito-itajai/publicacoes/revista-de-iniciacao-cientifica-ricc/edicoes/Lists/Artigos/Attachments/1008/Arquivo%2030.pdf Acesso em: 1 de set. 2021
9 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, p.89, 2008
10 DE BRITO. Alexis Couto. Execução Penal. São Paulo. Editora Saraiva, 2020, p. 320. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619504/. Acesso em: 1 de set. 2021
11 LEP - Lei nº 7.210 de 11 de Julho de 1984
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
12 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
13 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
14 DE BRITO. Alexis Couto. Execução Penal. São Paulo. Editora Saraiva, 2020, p. 327. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619504/. Acesso em: 1 de set. 2021
15LEP - Lei nº 7.210 de 11 de julho de 1984
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.
16 Superior Tribunal de Justiça STJ – HABEAS CORPUS: HC 0059139-37.2013.3.00.0000 MG 2013/0059139-0 Disponível em https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24602419/habeas-corpus-hc-265677-mg-2013-0059139-0-stj Acesso em 1 set. 2021
17 Processo nº 2240844-76.2020.8.26.0000 - Processo Digital. Petições para juntada devem ser apresentadas exclusivamente por meio eletrônico, nos termos do artigo 7º da Res. 551/2011 - Habeas Corpus Criminal - São Paulo. Disponível em https://www.jusbrasil.com.br/processos/352236187/processo-n-2240844-7620208260000-do-tjsp Acesso em 1 set. 2021
18 Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos condenados.
19 Pacote anticrime ficou “menos pior”, mas ainda é retrocesso, avaliam especialistas. Congresso em Foco. Disponível em https://congressoemfoco.uol.com.br/seguranca-publica/pacote-anticrime-ficou-menos-pior-mas-ainda-e-retrocesso-avaliam-especialistas/ Acesso em 1 set. 2021
20 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redaçãodada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
21 CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
22 DE BRITO. Alexis Couto. Execução Penal. São Paulo. Editora Saraiva, 2020, p. 328. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619504/. Acesso em: 1 de set. 2021
23 Crime-prisão-liberdade-crime: o círculo perverso da reincidência no crime. ScieloBrasil. Disponível em https://www.scielo.br/j/sssoc/a/dQT4Qjq7mdN3XWf3DZGyFKr/?lang=pt
Acesso em 1 de set. 2021
24 LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019
	
	Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal.
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm Acesso em 2 de set. 2021
25Progressão de regimes e a súmula 471 do STJ. JusBrasil. Disponível em https://jpomartinelli.jusbrasil.com.br/artigos/121938071/progressao-de-regimes-e-a-sumula-471-do-stj Acesso em 2 de set. de 2021
26 Pacote Anticrime: as alterações do Código Penal pela Lei 13.964/2019. Estratégia. Disponível em https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/pacote-anticrime-as-alteracoes-do-codigo-penal-pela-lei-13-964-2019/ Acesso em 2 de set. de 2021
27 Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VII - 60% da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; ?
VIII - 70% da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
28 Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2013.964%2C%20DE%2024%20DE%20DEZEMBRO%20DE%202019&text=Aperfei%C3%A7oa%20a%20legisla%C3%A7%C3%A3o%20penal%20e,legisla%C3%A7%C3%A3o%20penal%20e%20processual%20penal. Acesso em 2 de set. de 2021
29 LEI Nº 11.464, DE 28 DE MARÇO DE 2007. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11464.htm Acesso em 2 de set. de 2021
30 LCH - Lei nº 8.072 de 25 de Julho de 1990
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
31 Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VII — 60% da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado;
32 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de execução penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 157
33JUNQUEIRA, Gustavo. et al. Lei anticrime comentada: artigo por artigo. São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 29.
34MIRANDA, Rafael de Souza. Manual de execução penal teoria e prática. 2. Ed. São Paulo: Travessa, 2020, p. 165
35Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:  
§ 2º  A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal).  (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)
36ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2. Ed; tradução de Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan, 2007, p.13.
37 Pacote anticrime ficou “menos pior”, mas ainda é retrocesso, avaliam especialistas. Congresso em Foco. Disponível em https://congressoemfoco.uol.com.br/seguranca-publica/pacote-anticrime-ficou-menos-pior-mas-ainda-e-retrocesso-avaliam-especialistas/ Acesso em 2 de set. de 2021
38 ASSUMPÇÃO, Vinícius. Pacote anticrime: comentários à Lei n. 13.964/2019. São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 150
39 ASSUMPÇÃO, Vinícius. Pacote anticrime: comentários à Lei n. 13.964/2019. São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 148
40 ROIG, Rodrigo Duque Estrada. Execução Penal: teoria crítica. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 582
41 DE BRITO. Alexis Couto. Execução Penal. São Paulo. Editora Saraiva, 2020. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619504/. Acesso em: 04 jul. 2020, p.375

Mais conteúdos dessa disciplina