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REGIME SEMIABERTO. A partir do trânsito em julgado da sentença condenatória o sentenciado adquire o direito subjetivo de cumprir a pena nos exatos ...

REGIME SEMIABERTO. A partir do trânsito em julgado da sentença condenatória o sentenciado adquire o direito subjetivo de cumprir a pena nos exatos termos da condenação. Se o regime obtido em progressão foi o semiaberto, a mudança para o mais rigoroso só é admissível nas hipóteses previstas no art. 118, incs. I e II, da Lei 7.210/84. As peculiaridades que se apresentam em cada situação podem justificar a permanência do sentenciado provisoriamente no regime aberto, na modalidade de prisão albergue, até que se dê vaga em estabelecimento adequado ao cumprimento da pena no regime semiaberto. Habeas corpus deferido” (STJ – HC 77.399/TJSP – Rel. Min. Maurício Corrêa – publicado em 19-2-1999. No mesmo sentido: HC 68.121/TJSP – Rel. Min. Aldir Passarinho – publicado em 14-12-1990). Regressão de regime. Introdução. Como mencionado em linhas anteriores, o mérito do condenado é o fator determinante da progressão de regime de cumprimento da pena, que deve vir, sempre, aliado ao elemento temporal. Obtida a progressão e verificando-se que o mérito do condenado não mais corresponde ao que seria necessário para o prosseguimento da execução no novo regime alcançado, poderá o condenado regredir de regime, passando aos regimes mais severos. A regressão representa o retorno do condenado ao regime mais severo, observados a ampla defesa e o contraditório. No caso, ao regime semiaberto, se o condenado estava no aberto, ou ao fechado, se, na ocasião, se encontrava no regime intermediário ou semiaberto. É admitida a regressão por salto (per saltum), pois a lei fala em “transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos”, indicando que o condenado pode, eventualmente, passar do regime aberto para o regime fechado, sem a passagem pelo regime intermediário. É possível, outrossim, a regressão cautelar, ou sustação provisória do regime, que se insere no poder geral de cautela do juiz da execução, tendo fundamento na existência dos requisitos fumus boni iuris e periculum in mora. Sobre a regressão cautelar, no Superior Tribunal de Justiça: “EXECUÇÃO PENAL. RECURSO ESPECIAL. FALTA GRAVE. REGRESSÃO CAUTELAR. POSSIBILIDADE. SENTENÇA CONDENATÓRIA. DESNECESSIDADE. SEMIABERTO. Verificada a prática de falta grave pelo apenado, consistente no cometimento de novo crime doloso, pode o Juízo da Execução determinar a regressão cautelar de regime prisional, independentemente de já ter sido proferida ou não sentença condenatória (Precedentes). Tratando-se de hipótese em que o apenado se encontrava cumprindo pena no regime aberto, com trabalho regular, e tendo em vista que a falta grave consistiu na prática de delito de menor potencial ofensivo, é razoável a regressão cautelar para o regime semiaberto, sem prejuízo da continuidade do procedimento. Recurso especial parcialmente provido” (STJ – REsp 909331/RS – Rel. Min. Felix Fischer – 5ª T. – DJ, 12-11-2007, p. 283). “RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRAVE. REGRESSÃO CAUTELAR DE REGIME PRISIONAL. INEXIGIBILIDADE DA OITIVA PRÉVIA DO APENADO. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO PROVIDO. Esta Corte Superior de Justiça já firmou entendimento no sentido de que, cometida falta grave pelo condenado, é perfeitamente cabível a regressão cautelar do regime prisional promovida pelo Juízo da Execução, sem a oitiva prévia do condenado, que somente é exigida na regressão definitiva. Precedentes. Recurso especial conhecido e provido” (STJ – REsp 832.826/RJ – Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima – 5ª T. – DJ, 7-5-2007, p. 363). Causas da regressão. As causas da regressão de regime estão elencadas no art. 118 da LEP, que dispõe: Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido, previamente, o condenado. Prática de fato definido como crime doloso. Basta a prática de fato definido como crime doloso para que haja a regressão, sendo desnecessária condenação ou trânsito em julgado de sentença. Prática de falta grave. O art. 50 da LEP elenca as faltas graves. São elas: I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II – fugir; III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV – provocar acidente de trabalho; V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas; VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, da LEP; VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime. A regressão ocorrerá também se o condenado sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, quando somada ao restante da pena em execução, tornar incabível o regime. Frustrar os fins da execução. Frustrar os fins da execução significa a adoção pelo condenado de postura incompatível com o regime em que se encontra, de modo a revelar inadaptação com o modo de cumprimento da pena. Não pagar, podendo, a multa cumulativemente imposta.

Essa pergunta também está no material:

Legislacao Penal Especial - Ricardo Antonio Andreucci
904 pág.

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A partir do trânsito em julgado da sentença condenatória, o sentenciado adquire o direito subjetivo de cumprir a pena nos exatos termos da condenação. Se o regime obtido em progressão foi o semiaberto, a mudança para o mais rigoroso só é admissível nas hipóteses previstas no art. 118, incs. I e II, da Lei 7.210/84. As peculiaridades que se apresentam em cada situação podem justificar a permanência do sentenciado provisoriamente no regime aberto, na modalidade de prisão albergue, até que se dê vaga em estabelecimento adequado ao cumprimento da pena no regime semiaberto.

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