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7.1.10. Suspensão condicional da pena – sursis 7.1.10.1. Noções gerais A suspensão condicional da pena é também conhecida nos meios jurídicos pelo ...

7.1.10. Suspensão condicional da pena – sursis 7.1.10.1. Noções gerais A suspensão condicional da pena é também conhecida nos meios jurídicos pelo nome de sursis, que significa suspensão, permitindo que o condenado não se sujeite à execução de pena privativa de liberdade de pequena duração. Segundo as disposições do Código Penal, nos arts. 77 a 82, o juiz, ao condenar o réu, pode suspender a execução da pena privativa de liberdade, de 2 a 4 anos. Essa pena privativa de liberdade não pode ser superior em observação. 7.1.10.2. Conceito A suspensão condicional da pena, ou sursis, é uma medida jurisdicional que determina o sobrestamento da pena, preenchidos que sejam certos pressupostos legais e mediante determinadas condições impostas pelo juiz. 7.1.10.3. Sistemas Existem dois sistemas a respeito do sursis: a) sistema anglo-americano, onde o juiz suspende a ação penal e o período de prova é cumprido sem que haja sentença condenatória, que não é proferida, devendo o agente ser fiscalizado por funcionários da Justiça, que têm a incumbência de realizar o seu reajustamento social; b) sistema belga-francês, adotado pelo Brasil, no qual o juiz condena o réu, determinando a suspensão condicional da execução da pena privativa de liberdade. 7.1.10.4. Formas O sursis apresenta quatro formas: a) suspensão simples, prevista no art. 78, § 1º, do Código Penal, em que o condenado, no primeiro ano do período de prova, deverá prestar serviços à comunidade, ou submeter-se à limitação de fim de semana; b) suspensão especial, prevista no art. 78, § 2º, do Código Penal, em que o condenado, se houver reparado o dano e as circunstâncias judiciais do art. 59 lhe forem favoráveis, poderá ter substituídas a prestação de serviços à comunidade e a limitação de fim de semana por outras circunstâncias enumeradas por lei; c) suspensão etária, ou “sursis” etário, prevista no art. 77, § 2º, do Código Penal, em que o condenado é maior de 70 anos à data da sentença concessiva. O sursis, nesse caso, pode ser concedido desde que a pena privativa de liberdade não seja superior a 4 anos, sendo o período de prova de 4 a 6 anos; d) suspensão humanitária, ou “sursis” humanitário, prevista no art. 77, § 2º, in fine, do Código Penal, em que as razões de saúde do condenado justificam a suspensão. O sursis, também nesse caso, pode ser concedido desde que a pena privativa de liberdade não seja superior a 4 anos, sendo o período de prova de 4 a 6 anos. 7.1.10.5. Requisitos Existem dois tipos de requisitos do sursis: a) requisitos de natureza objetiva, que dizem respeito à qualidade e quantidade da pena: – quanto à qualidade da pena, somente a pena privativa de liberdade admite a suspensão; – quanto à quantidade da pena, esta não pode ser superior a 2 anos, ainda que resulte do concurso de crimes; b) requisitos de natureza subjetiva, que dizem respeito aos antecedentes judiciais do condenado e às circunstâncias judiciais do fato: – com relação aos antecedentes judiciais do condenado, é necessário que não seja reincidente em crime doloso; – com relação às circunstâncias judiciais, é necessário que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias do crime autorizem a concessão do sursis. Outrossim, para que se conceda o sursis ao condenado, não pode ser cabível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. 7.1.10.6. Período de prova Período de prova é o nome que se dá ao lapso de tempo fixado pelo juiz durante o qual fica suspensa a execução da pena. Esse período de prova é de 2 a 4 anos. Se o condenado for maior de 70 anos de idade, ou razões de saúde justificarem a suspensão, o período de prova poderá variar de 4 a 6 anos. Nesse caso, a pena suspensa não poderá ser superior a 4 anos. São os chamados sursis etário e humanitário. Tratando-se de contravenção penal, o período de prova será de 1 a 3 anos, de acordo com o art. 11 da Lei das Contravenções Penais. 7.1.10.7. Condições Durante o período de prova, o condenado deverá cumprir determinadas condições. Se não as obedecer, terá o sursis revogado e deverá cumprir a pena privativa de liberdade a que foi condenado. Essas condições podem ser de duas espécies: a) condições legais, impostas pela lei, conforme previsão do art. 78, § 1º, do Código Penal; b) condições judiciais, impostas pelo juiz na sentença, de acordo com o disposto no art. 79 do Código Penal. Essas condições serão diversas conforme a espécie de sursis. Se o sursis for simples, deverá o condenado, no primeiro ano do período de prova, prestar serviços à comunidade ou submeter-se a limitação de fim de semana. Se o sursis for especial, a prestação de serviços à comunidade e a limitação de fim de semana serão substituídas por: – proibição de frequentar determinados lugares; – proibição de ausentar-se o condenado da comarca onde reside, sem autorização judicial; – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 7.1.10.8. Revogação do sursis Se o condenado, durante o período de prova, não cumpre as condições estabelecidas, o sursis é revogado, tendo ele de cumprir integralmente a pena que lhe foi imposta. As causas de revogação são também chamadas de condições legais indiretas. Existem duas espécies de causas de revogação: a) causas de revogação obrigatória, previstas no art. 81, I a III, do Código Penal; b) causas de revogação facultativa, previstas no art. 81, § 1º, do Código Penal. 7.1.10.8.1. Cassação do sursis Há duas hipóteses legais em que pode ocorrer a chamada cassação do sursis. A primeira delas vem prevista no art. 161 da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84), ocorrendo quando o réu, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 dias, não comparecer à audiência admonitória. Nesse caso, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena. A segunda hipótese de cassação do sursis vem prevista no art. 706 do Código de Processo Penal, ocorrendo quando, em virtude de recurso, for aumentada a pena, de modo que exclua a concessão do benefício. 7.1.10.8.2. Restabelecimento do sursis O restabelecimento do sursis não é previsto por lei, quando tornado sem efeito pelo não comparecimento do réu à audiência admonitória. Entretanto, uma vez que a lei prevê expressamente a possibilidade de o condenado justificar sua ausência, e no intuito de evitar que ele não receba o benefício a que faz jus, tem a jurisprudência entendido que o juiz poderá, nessa hipótese, restabelecer o sursis. 7.1.10.9. Prorrogação do sursis Ocorre a prorrogação do sursis quando o condenado pratica outra infração penal durante o período de prova. A prorrogação se dá em consequência da prática de nova infração penal, pois que somente a condenação com trânsito em jul

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Legislacao Penal Especial - Ricardo Antonio Andreucci
904 pág.

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A suspensão condicional da pena, também conhecida como sursis, é uma medida jurisdicional que determina o sobrestamento da pena, preenchidos que sejam certos pressupostos legais e mediante determinadas condições impostas pelo juiz. Existem dois sistemas a respeito do sursis: o sistema anglo-americano e o sistema belga-francês, adotado pelo Brasil. O sursis apresenta quatro formas: suspensão simples, suspensão especial, suspensão etária e suspensão humanitária. Os requisitos do sursis incluem natureza objetiva e subjetiva. O período de prova varia de 2 a 4 anos, podendo ser de 4 a 6 anos em casos específicos. Durante o período de prova, o condenado deve cumprir determinadas condições. Se não as obedecer, o sursis pode ser revogado.

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