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Desse modo, o lazer se torna uma alternativa valiosa para o preenchimento do tempo e das necessidades dos indivíduos, o que é fundamental observar,...

Desse modo, o lazer se torna uma alternativa valiosa para o preenchimento do tempo e das necessidades dos indivíduos, o que é fundamental observar, pois na medida em que a maturidade e a independência, marcadas pela desobrigação profissional, tornam-se consequências advindas do processo de envelhecimento, o surgimento de um novo perfil dos idosos se constrói gradativamente, assumindo novas posturas e valores diante da sociedade. No Brasil, as discussões acerca da chamada terceira idade podem ser encontradas sob uma série de visões e estudos que estipulam definições e concepções mediante a atual realidade desse grupo no país. A Política Nacional do Idoso, por exemplo, na lei nº 8.842, elaborada no ano de 2004, define em seu artigo 4º como pessoa idosa aquela que apresenta idade igual ou maior do que 60 anos. Já os autores Sena e Guzman (2008, p.43) consideram que: A terceira idade foi associada à idade do lazer, sendo o início dela muito relativo, dependendo da subjetividade de quem o define em função de diversos fatores: sociais, culturais, políticos e econômicos. A velhice passou a ser representada como uma fase a ser aproveitada e, em sua esteira, concebeu-se a ideia de aposentadoria ativa a partir da imagem de que a vida começa aos sessenta anos. Desse modo, a expressão terceira idade constitui-se uma das maneiras mais apropriadas de se retratar a esse grupo social, ainda que outras formas de expressão estejam sendo utilizadas constantemente como “melhor idade”. Conceituando sob uma visão mais diferenciada, os autores Silva, Kushano e Ávila (2008) definem terceira idade como um determinado período da vida no qual os indivíduos são privilegiados em relação a um maior tempo livre em consequência da redução de suas obrigações profissionais. Assim, mediante essas importantes considerações, a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios - PNDA 2009 mostra que à época o número de idosos no país era de 21 milhões de pessoas com 60 anos ou mais idade, índice apoiado nas baixas taxas de fecundidade e em outros fatores, como o avanço da tecnologia, fizeram com que essa faixa etária se apresentasse como um dos grupos sociais mais significativos do país. Desse modo, como prova desse crescimento, pode-se observar a evolução dessa fatia da população expressa nos números do gráfico a seguir: Gráfico 01 – Proporção de idosos de 60 anos ou mais e de 65 anos de idade - Brasil – 1999/2009. Analisando o gráfico acima, pode-se perceber que no ano de 1999 a população idosa (60 anos), até então com um percentual relativo de 9,1%, obteve um significativo aumento no ano de 2009, passando desse percentual para 11,3%. Já em relação aos indivíduos com 65 anos ou mais, nota-se também um crescimento relativo considerável nesses mesmos anos, de 6,2% para 7,8%, o que demostra uma evolução dessa faixa etária no território brasileiro. Contudo, as pessoas desse grupo, apesar do índice de crescimento, como demonstrado anteriormente, e de estarem geralmente amparadas financeiramente pelos diversos programas federais, estão sujeitas a retornarem ao mercado de trabalho em empregos não tão compensatórios, como os chamados “bicos”, enquanto que, paralelamente, a remuneração após a aposentadoria fica bastante comprometida com gastos característicos da velhice, tais como medicamentos, cuidados especiais, auxílio a filhos, netos, entre outros. Frente a isso, e considerando o crescimento demográfico desse segmento, percebe-se que a oferta de espaços que contemplam o exercício do lazer na cidades é uma importante iniciativa do ponto de vista da infraestrutura local, como afirma Figueiredo (2008), quando destaca a relevância dos espaços públicos como áreas de sociabilidade e de lazer nas cidades, pois defende que estes agregam valores diferenciais da natureza, contrapondo-se aos demais espaços artificiais, possibilitando à prática de atividades diferenciadas do cotidiano da população. É importante destacar a gravidade das consequências advindas do processo de urbanização dos grandes centros, pois as cidades estão se tornando cada vez mais saturadas e o crescimento desordenado vem provocando uma série de problemas urbanos como redução de áreas verdes e até mesmo de espaços de lazer. A Relação entre Turismo e Lazer O modo como a sociedade vem se desenvolvendo apresenta-se na maioria das vezes como um estilo de vida bastante conturbado, em virtude principalmente dos avanços tecnológicos, que contribuem para um ritmo cotidiano mais acelerado, pois as pessoas passam a ocupar a maior parte do seu tempo no ambiente de trabalho. Para tentar desviar desse contexto, muitos consideram o ato de viajar como um caminho alternativo oportuno para se “desconectar” e descansar em lugares que ofereçam ambientes contrários aos vividos diariamente nos grandes centros urbanos. Corroborando com essa ideia, o pesquisador Jost Krippendorf (2001, p. 14) destaca que: Nos nossos dias, a necessidade de viajar é, sobretudo, criada pela sociedade e marcada pelo cotidiano. As pessoas viajam porque não se sentem mais à vontade onde se encontram, seja nos locais de trabalho, seja onde moram. Sentem necessidade urgente de se desfazer temporariamente da rotina massificante do dia-a-dia do trabalho, da moradia, do lazer, a fim de estar em condições de retomá-la ao regressarem. A viagem, nesse caso tida como uma opção de lazer e como fuga do cotidiano, é um dos elementos principais da atividade turística que intermedeia a vivência de uma nova experiência pessoal e permite o contato com diferentes culturas. Andrade (2001), no livro Gestão em Lazer e Turismo, explica que em certo período da história a motivação mais frequente das viagens era o lazer; tal fato levou até mesmo profissionais da área a confundirem o lazer e o turismo como atividades similares, em que a prática de um envolveria automaticamente o outro. No entanto, mesmo que o elemento lazer esteja geralmente incorporado aos objetivos das viagens, não se pode pensá-lo apenas por esse ângulo, deve-se levar em consideração que nem toda viagem tem como foco o lazer e nem todo tipo de lazer se caracteriza como turístico. Nesse sentido, considerando tais aspectos, pode-se observar que o turismo, com toda sua gama de elementos, consiste numa oportunidade privilegiada de satisfação pessoal, pois possibilita diferentes alternativas de lazer para atender às necessidades de públicos e classes sociais distintos, sendo então o lazer um universo bem mais abrangente que o turismo. Na visão de Andrade (2001), o lazer não se limita dentro de nenhum de seus tipos e formas, nem mesmo em qualquer uma de suas modalidades, pois não se esgota nas discussões teóricas ou nos recursos e alternativas de que dispõem os equipamentos sociais formais e informais. Trata-se de um fenômeno complexo que envolve aspectos culturais, sociais, econômicos e psicológicos, sendo fundamental para a qualidade de vida das pessoas.

Essa pergunta também está no material:

Planejamento e desenvolvimento do turismo nas regiões do seridó e trairi_cultura, lazer e eventos
586 pág.

Fundamentos Geográficos do Turismo Faculdade AnhangueraFaculdade Anhanguera

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