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Parte da doutrina afirma que a teoria extensiva é aquela em que não é possível distinguir objetivamente o autor e o partícipe, de modo que essa dis...

Parte da doutrina afirma que a teoria extensiva é aquela em que não é possível distinguir objetivamente o autor e o partícipe, de modo que essa distinção deve ser feita de forma subjetiva, ou seja, de acordo com o animus do agente. Portanto, para essa doutrina, autor é aquele que quer praticar o fato como próprio, enquanto partícipe é aquele que quer o fato como alheio. Teorias Objetiva ou Dualista (conceito restritivo de autor): Fazem diferenciação de autor e partícipe. Parte da premissa de que nem todo aquele que causa o resultado é autor do delito, pode ser subdividida em: WELZEL X DOMÍNIO DO FATO: TEORIA DE ROXIN: - Na visão de Welzel, o autor possui o domínio final do fato, com a vontade final de realização (dolo do tipo), decidindo sobre a forma de execução, seu início, sua cessação e as condições de realização. É quem tem o poder de decisão final sobre o fato. Assim, partindo da doutrina de Hans Welzel: autor é aquele que possui controle finalístico sobre a ação delituosa, enquanto o partícipe colabora para sua produção do resultado ou para a prática delitiva, sem domínio sobre a ação, ou seja, sem controle sobre o início ou a cessação da atividade ilícita. - Na visão de Roxin, o autor é a figura central do acontecimento da ação, ou seja, da conduta criminosa. Partícipe é aquele que colabora dolosamente para o alcance do resultado, sem exercer o domínio sobre a ação. O autor é a figura central da conduta típica, aquele que possui domínio sobre a execução dos atos executórios e até mesmo sobre a consumação. Para Roxin, o conceito de autor não deve se restringir somente àqueles que praticam o verbo núcleo do tipo penal, uma vez que, muitas vezes, o indivíduo que não pratica o verbo núcleo tem mais culpabilidade do que aqueles que realizam, sobretudo em casos de autoria mediata. E, muitas vezes, o crime é praticado por indivíduos que dividem as tarefas que são tão essenciais para a realização do tipo que, se um deles decidisse não colaborar, o crime não se realizaria. Assim, para a Teoria do Domínio do fato, autor é aquele que possui poder de decisão sobre a realização do tipo, o que pode ocorrer em 3 contextos: A Teoria do Domínio do fato já foi aplicada pelo STF: É o assassino que, de forma livre e consciente, está com a arma de fogo e dispara contra seu inimigo, matando-o. Domínio da vontade (AUTOR MEDIATO): É autor aquele que domina a vontade de um terceiro que é utilizado como instrumento. O domínio da vontade se dá por erro, coação ou aparatos organizados de poder: O domínio da vontade se subdivide em: 2.1 - Por instrumento = figura do autor mediato, utiliza-se normalmente de um inimputável para prática delituosa (erro/coação). 2.2 - Domínio da organização – aparatos organizados de poder – o conhecido 'AUTOR DE ESCRITÓRIO' Possibilidade de domínio da vontade sobre executores que agem com culpabilidade e são igualmente responsáveis. Ou seja, um autor por trás de outro autor. Autoria de escritório trata-se de uma autoria mediata especial ou particular. Sua peculiaridade reside em que são autores tanto o que determina quanto o determinado. O determinador é autor mediato de escritório, e o determinado é autor imediato (ou direto), pois realiza um injusto culpável. ERRO: Imagine que o médico diga a enfermeira para aplicar uma injeção com veneno no seu inimigo, mas diz que é um medicamento de que ele precisa (erro provocado por terceiro). O médico é autor, por ter o domínio da vontade no caso. O autor é o 'homem de trás', em autoria mediata. COAÇÃO: Autor é também quem coage o executor, que age sem culpabilidade. Pode-se pensar no sujeito que aponta uma arma de fogo para a esposa de um gerente de banco e manda ele subtrair valores de outra conta e repasse a uma conta específica de terceiro (coação moral irresistível). O agente se vale de uma pessoa sem culpabilidade como executora, agindo, assim, com domínio de vontade, respondendo como autor. APARATOS ORGANIZADOS DE PODER: Possibilidade de domínio de vontade sobre os executores que agem com culpabilidade e são igualmente responsáveis. Ou seja, um autor por trás do outro autor. Os aparatos organizados de poder seriam estruturas verticalizadas, ou seja, hierárquicas, que atuam de forma apartada da ordem jurídica, ou seja, à margem do Direito. Os executores são fungíveis, o que torna o homem de trás, autor do que os executores fazem por ordem dele, ainda que os executores também sejam autores (não agem por erro nem coação). Domínio funcional do fato (AUTOR FUNCIONAL/COAUTOR): O termo funcional refere-se a divisão de funções entre coautores. Em havendo divisão de tarefas, autor é aquele que prepara/pratica ato relevante na execução. Temos, aqui, a hipótese de coautoria. Ex.: Indivíduo ameaça vítimas, enquanto seu comparsa saqueia o caixa da loja. Ambos agem como autores, ou seja, coautores, possuindo ambos o domínio funcional do fato. Há imputação recíproca em relação ao roubo. Para a Teoria do Domínio do Fato: É AUTOR: - Aquele que, possuindo todo domínio da conduta típica, pratica diretamente o fato (autor direto ou executor); - Aquele que, mesmo não praticando diretamente o fato, possui atividade indispensável no plano global; - Controla finalísticamente o fato, ou seja, quem decide sua forma de execução, seu início, cessação e demais condições. É PARTÍCIPE: Quem concorre para o crime sem ter o domínio do fato, a exemplo da instigação e auxílio. Para a caracterização do delito de associação criminosa inserido em contexto societário, é imprescindível que a denúncia contenha a descrição da predisposição comum de meios para a prática de uma série indeterminada de delitos e uma contínua vinculação entre os associados com essa finalidade, não bastando a menção da posição/cargo ocupado pela pessoa física na empresa. É insuficiente e equivocado afirmar que um indivíduo é autor porque detém o domínio do fato se, no plano intermediário ligado aos fatos, não há nenhuma circunstância que estabeleça o nexo entre sua conduta e o resultado lesivo (comprovação da existência de plano delituoso comum ou contribuição relevante para a ocorrência do fato criminoso). A teoria do domínio do fato não permite que a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da conduta. Do mesmo modo, também não permite a condenação de um agente com base em conjecturas. A teoria do domínio do fato NÃO se aplica aos delitos omissivos, sejam próprios ou impróprios, e deve ser substituída pelo critério da infringência do dever de agir. A teoria do domínio do fato objetiva oferecer critérios para a diferenciação entre autor e partícipe, sem a pretensão de fixar parâmetros sobre a existência, ou não, de responsabilidade penal. A teoria do domínio do fato, pensada por Roxin, tem a função de diferenciar autor de partícipe, sendo utilizada como elemento de imputação de responsabilidade penal. O critério de imputação denominado 'domínio do fato' é utilizado para atribuir responsabilidade ao autor intelectual que utiliza um inimputável como instrumento para a realização da conduta, mas não é utilizável para a definição do autor direto que realiza pessoalmente a conduta.

Essa pergunta também está no material:

Caderno de Doutrina (13)
341 pág.

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