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SEMANA 04 PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 Sumário META 1 .............................................................................................................................................................. 9 DIREITO PENAL: CONCURSO DE PESSOAS E DE CRIMES .................................................................................... 9 1. CONCURSO DE PESSOAS ................................................................................................................................ 9 1.1. Conceito .................................................................................................................................................................. 9 1.2 Requisitos ............................................................................................................................................................... 11 1.3 Teorias Sobre Concurso de Pessoas ....................................................................................................................... 14 1.4. Autoria ................................................................................................................................................................... 15 1.5. Participação ........................................................................................................................................................... 23 1.6. Concurso de Pessoas em crimes próprios e crimes de mão própria: .................................................................... 26 1.7. Concurso de pessoas em crimes culposos ............................................................................................................. 27 1.8 Concurso de pessoas em crimes omissivos ............................................................................................................ 28 1.9 Cooperação dolosamente distinta ou participação em crime menos grave ou desvio subjetivo: ......................... 28 1.10 Concurso de pessoas e crimes multitudinários .................................................................................................... 30 1.11 Da (in)comunicabilidade das elementares e circunstâncias ................................................................................. 31 2. CONCURSO DE CRIMES ................................................................................................................................ 31 2.1 Espécies de Concurso de Crimes ............................................................................................................................ 32 2.2 Sistemas de aplicação da pena ............................................................................................................................... 32 2.3 Concurso Material .................................................................................................................................................. 32 2.4 Concurso Formal (Ideal) ......................................................................................................................................... 34 2.5 Crime Continuado .................................................................................................................................................. 39 DIREITOS HUMANOS: INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ......................................... 49 1. INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL ................................................................................................................... 49 1.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 49 1.2 Direitos Humanos X Direitos do Homem X Direitos Fundamentais ....................................................................... 50 2. FONTES DOS DIREITOS HUMANOS .............................................................................................................. 50 3. FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................ 50 3.1 Jusnaturalismo........................................................................................................................................................ 51 3.2 Positivismo ............................................................................................................................................................. 51 3.3 Jusinternacionalista ................................................................................................................................................ 52 4. MARCOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS ................................................................................. 52 5. INTERNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................... 57 6. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS .............................................................................................. 58 6.1 Historicidade .......................................................................................................................................................... 58 6.2 Universalidade ........................................................................................................................................................ 58 6.3 Limitabilidade ou Relatividade ............................................................................................................................... 59 6.4 Irrenunciabilidade .................................................................................................................................................. 59 6.5 Inalienabilidade ou Indisponibilidade .................................................................................................................... 59 6.6 Imprescritibilidade.................................................................................................................................................. 59 6.7 Vedação ao retrocesso ........................................................................................................................................... 60 6.8 Essencialidade ........................................................................................................................................................ 61 6.9 Inerência ou Essencialidade ................................................................................................................................... 61 6.10 Interdependência ou Inter-relação ou Complementariedade ............................................................................. 61 6.11 Inexauribilidade .................................................................................................................................................... 62 PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 7. UNIVERSALISMO CULTURAL X RELATIVISMO CULTURAL (PIOVESAN, 2019) .............................................. 62 8. DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................................................... 64 8.1 Introdução .............................................................................................................................................................. 64 8.2 1ª Dimensão (Liberdade) ........................................................................................................................................ 64 8.3 2ª Dimensão (Igualdade) ........................................................................................................................................ 65 8.4 3ª Dimensão (Fraternidade ou Solidariedade) .......................................................................................................65 8.5 4ª Dimensão ........................................................................................................................................................... 66 8.6 5ª Dimensão ........................................................................................................................................................... 66 8.7 6ª Dimensão ........................................................................................................................................................... 66 8.8 Quadro sinóptico – Segundo Paulo Bonavides ....................................................................................................... 66 9. A TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK ............................................................................................. 67 META 2 ............................................................................................................................................................ 69 DIREITO ADMINISTRATIVO: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................... 69 1. PRINCÍPIOS INERENTES À ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA (art. 6º, DL 200/67) ...................................... 71 2. DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO .............................................................................................. 71 2.1 Espécies de Descentralização ................................................................................................................................. 73 3. ÓRGÃOS PÚBLICOS ...................................................................................................................................... 75 3.1 Teorias sobre a relação Estado x agentes .............................................................................................................. 78 3.2 Criação e Extinção de Órgãos Públicos ................................................................................................................... 79 3.3 Classificação dos Órgãos ........................................................................................................................................ 80 4. DESCENTRALIZAÇÃO .................................................................................................................................... 82 5. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ......................................................................................................................... 82 5.1. Características comuns .......................................................................................................................................... 83 5.2 Entes da Administração Indireta ............................................................................................................................ 84 5.2.1 Autarquias ........................................................................................................................................................ 84 5.2.2 Agências Reguladoras ...................................................................................................................................... 93 5.2.3 Agências Executivas ....................................................................................................................................... 100 5.2.4 Fundações Públicas ................................................................................................................................... 101 5.3 Empresas Estatais (Lei 13.303/2016) ................................................................................................................... 104 6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR .............................................................................................................. 115 6.1 Serviço Social Autônomo - Sistema “S” ................................................................................................................ 119 6.2 Entidades ou Fundações de Apoio ....................................................................................................................... 121 6.3 Organizações Sociais - OS (Lei 9637/98) ............................................................................................................... 122 6.4 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP (Lei 9790/99) ....................................................... 125 6.5 Organizações da Sociedade Civil - OSC (Lei 13.019/14) ....................................................................................... 131 META 3 .......................................................................................................................................................... 144 DIREITO PROCESSUAL PENAL: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA ....................................................................... 144 1. MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS .............................................................................................. 146 1.1 Autotutela ............................................................................................................................................................ 146 1.2 Autocomposição ................................................................................................................................................... 147 1.3 Jurisdição .............................................................................................................................................................. 147 PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 2. COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................... 149 2.1 Critérios de fixação da competência .................................................................................................................... 149 2.2 Competência Absoluta x Competência Relativa ................................................................................................... 150 2.3 Regras de fixação de competência ....................................................................................................................... 152 3. COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO (JMU) E DOS ESTADOS (JME) ....................... 152 4. COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL ....................................................................................... 161 4.1 Crimes Políticos .................................................................................................................................................... 162 4.2 Infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da união ou de suas entidades autárquicas ou empresa pública ................................................................................................................................ 163 4.3 Crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente .................................................................................... 172 4.3.1 As causas relativas a Direitos Humanos a que se refere o § 5º deste artigo ............................................ 173 4.4 Crimes contra a Organização do Trabalho .................................................................................................... 174 4.5 Crimes contra o Sistema Financeiro e a Ordem Econômico-Financeira ............................................................... 175 4.6 Crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves ............................................................................................... 176 4.7 Crimes relativos à disputa sobre direitos indígenas ............................................................................................. 177 5. COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA ESTADUAL.................................................................................... 178 6. COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO (RATIONE PERSONAE/RATIONE FUNCIONAE) ............ 179 6.1 Reflexos da nova decisão do STF acerca da investigação criminal ....................................................................... 187 6.2 Crimes Dolosos Contra Vida X Foro por Prerrogativa de Função ......................................................................... 191 6.3 Concurso de Agentes e Foro por Prerrogativa ..................................................................................................... 191 7. COMPETÊNCIA TERRITORIAL ..................................................................................................................... 192 7.1 Regras de competência específicas para algumas espécies de crimes: ............................................................... 193 7.2 Competência territorial com base no domicílio do acusado: ............................................................................... 202 7.3 Competência em Razão da Matéria ou Natureza da Infração .............................................................................. 203 7.4 Competência por Distribuição .............................................................................................................................. 208 7.5 Competência por Conexão ou Continência .......................................................................................................... 208 7.6 Regras na determinação da competência ............................................................................................................ 210 META 4 .......................................................................................................................................................... 217 DIREITO ADMINISTRATIVO: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ............................................................. 217 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 218 2. EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL ................................................................................................ 218 3. AGENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL .................................................................................................... 221 4. RESPONSABILIDADE OBJETIVA .................................................................................................................. 224 4.1 Elementos da responsabilidade civil objetiva ...................................................................................................... 224 4.2 Fundamentos da responsabilidade civil objetiva ................................................................................................. 227 4.2.1. Teoria do Risco Administrativo ..................................................................................................................... 227 4.2.2. Teoria do Risco Integral ................................................................................................................................ 227 4.2.3. Teoria da Repartição dos Encargos Sociais ................................................................................................... 227 4.2.4. Princípio Republicano ................................................................................................................................... 228 5. RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO .......................................................................................................... 228 6. RESPONSABILIDADE DO AGENTE ............................................................................................................... 236 PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 7. DENUNCIAÇÃO À LIDE DO AGENTE PÚBLICO ............................................................................................ 239 8. PRAZO PRESCRICIONAL ............................................................................................................................. 240 8.1. Para a cobrança do particular em face do Estado ............................................................................................... 240 8.2. Para a cobrança do Estado em face do particular ............................................................................................... 242 9. RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS .......................................................................................... 243 10. RESPONSABILIDADE POR ATOS JURISDICIONAIS ..................................................................................... 244 11. RESPONSABILIDADE DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES ........................................................................ 245 12. RESPONSABILIDADE POR ATOS DE MULTIDÕES (ATOS MULTITUDINÁRIOS) .......................................... 246 13. RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS ....................................................................................... 246 14. RESPONSABILIDADE DE AGENTES PÚBLICOS POR ATOS RELACIONADOS COM A PANDEMIA DA COVID-19 ....................................................................................................................................................................... 248 15. JURISPRUDÊNCIA ..................................................................................................................................... 248 DIREITOS HUMANOS: INTERPRETAÇÃO, EFICÁCIA E DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO ................... 254 1. INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.............................................................................................. 254 1.1 Aspectos gerais ..................................................................................................................................................... 254 1.2 Métodos para interpretação dos direitos humanos ............................................................................................ 255 1.3 Conflito entre Direitos Humanos .......................................................................................................................... 258 2. DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO .................................................................................................. 262 2.1 Fundamentos e Objetivos da República Federativa do Brasil .............................................................................. 262 2.2 A Supremacia da Constituição e os Direitos Humanos ......................................................................................... 264 2.3 A Incorporação dos Tratados Internacionais no Ordenamento Jurídico Brasileiro .............................................. 264 3. EFICÁCIA DOS DIREITOS HUMANOS .......................................................................................................... 268 META 5 .......................................................................................................................................................... 270 MEDICINA LEGAL: DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS ...................................................................................... 270 1. CONCEITO DE MEDICINA LEGAL ................................................................................................................ 270 2. SUBDIVISÕES DA MEDICINA LEGAL ........................................................................................................... 272 3. PERÍCIAS E PERITOS ................................................................................................................................... 273 3.1. Perícia .................................................................................................................................................................. 273 3.2. Peritos .................................................................................................................................................................279 3.3. Crime de Falsa Perícia .......................................................................................................................................... 283 4. INFORTUNÍSTICA ........................................................................................................................................ 284 5. DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS ................................................................................................................ 289 5.1. Relatórios (Laudos e Autos) ................................................................................................................................. 289 5.2. Parecer Médico-Legal .......................................................................................................................................... 292 5.3 Atestado ............................................................................................................................................................... 293 5.3.1 Tipos de Atestados ......................................................................................................................................... 293 5.3.2 Classificação quanto ao modo de fazer ou conteúdo, os atestados podem ser: ........................................... 294 5.3.3 Atestado de óbito .......................................................................................................................................... 294 PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 5.3.4 Notificação Compulsória ................................................................................................................................ 296 5.4. Depoimentos Orais .............................................................................................................................................. 297 5.5 Prontuários ........................................................................................................................................................... 298 MEDICINA LEGAL: TANATOLOGIA ................................................................................................................. 299 1. CONCEITO DE TANATOLOGIA E MORTE .................................................................................................... 299 2. MODALIDADES DE MORTE ........................................................................................................................ 302 2.1 Outros Tipos de Morte ......................................................................................................................................... 303 2.1.1 Morte Violenta X Natural X Suspeita ............................................................................................................. 303 2.1.2 Morte Súbita X Instantânea ........................................................................................................................... 304 3. TANATOGNOSE – SINAIS DA MORTE ......................................................................................................... 305 3.1 Fenômenos Cadavéricos ....................................................................................................................................... 305 3.2 Fenômenos Abióticos, Avitais ou Vitais Negativos ............................................................................................... 307 3.3 Fenômenos Abióticos Mediatos, De Certeza, Tardios ou Consecutivos .............................................................. 308 3.4 TAFONOMIA (Fenômenos Transformativos) ........................................................................................................ 315 3.4.1 Fenômenos Transformativos Destrutivos ...................................................................................................... 315 3.4.2 Fenômenos Transformativos Conservadores ................................................................................................ 323 4. CRONOTANATOGNOSE .............................................................................................................................. 326 5. LESÕES VITAIS X LESÕES POST MORTEM .................................................................................................. 328 6. EXUMAÇÃO E INUMAÇÃO ......................................................................................................................... 329 6.1 Inumação .............................................................................................................................................................. 329 6.2 Exumação ............................................................................................................................................................. 329 7. PREMORIÊNCIA E COMORIÊNCIA .............................................................................................................. 330 7.1 Premoriência ........................................................................................................................................................ 330 7.2 Comoriência ......................................................................................................................................................... 331 META 6 – REVISÃO SEMANAL ........................................................................................................................ 332 DIREITO PENAL: CONCURSO DE PESSOAS E DE CRIMES ................................................................................ 332 DIREITO ADMINISTRATIVO: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................. 333 DIREITO PROCESSUAL PENAL: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA ....................................................................... 335 DIREITO ADMINISTRATIVO: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ............................................................. 338 DIREITOS HUMANOS: INTERPRETAÇÃO, EFICÁCIA E DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO ................... 340 MEDICINA LEGAL: DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS ...................................................................................... 341 PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 04 META DIA ASSUNTO 1 SEG DIREITO PENAL: Concurso de Pessoas e de Crimes DIREITOS HUMANOS: Introdução e Teoria Geral dos Direitos Humanos 2 TER DIREITO ADMINISTRATIVO: Entes da Administração 3 QUA DIREITO PROCESSUAL PENAL: Jurisdição e Competência 4 QUI DIREITO ADMINISTRATIVO: Responsabilidade Civil do Estado DIREITOS HUMANOS: Interpretação, Eficácia e Direitos Humanos na Constituição 5 SEX MEDICINA LEGAL: Documentos Médico Legais MEDICINA LEGAL: Tanatologia 6 SÁB REVISÃO SEMANAL CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA (Anexo) ATENÇÃO Gostou do nosso material? Lembre de postar nas suas redes sociais e marcar o @dedicacaodelta. Conte sempre conosco. Equipe DD Prezado(a) aluno(a), Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas. PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 9 META 1 DIREITO PENAL: CONCURSO DE PESSOAS E DE CRIMES TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA CÓDIGO PENAL: ⦁ Art. 29 ao 31 ⦁ Art. 69 a 72 ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! CÓDIGO PENAL: ⦁ Art. 29 (muito importante!) ⦁ Art. 69, caput ⦁ Art. 70, caput ⦁ Art. 71, caput e §único (muito importante!) SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA Súmula 659 STJ – A fração de aumento em razão da prática de crime continuado deve ser fixada de acordo com o número de delitos cometidos, aplicando-se 1/6 pela prática de duas infrações, 1/5 para três, 1/4para quatro, 1/3 para cinco, 1/2 para seis e 2/3 para sete ou mais infrações. Súmula 711-STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Súmula 497-STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 1. CONCURSO DE PESSOAS 1.1. Conceito O concurso de pessoas consiste na reunião de mais de um agente, em que todos concorrem com unidade de propósitos e de modo relevante para a prática da conduta típica. É o cometimento da mesma infração penal por duas ou mais pessoas, que serão chamadas de coautor/ autor ou partícipe (art. 29, CP). Essas pessoas devem atuar de forma relevante para o resultado e possuir identidade de propósito. ● Crimes unissubjetivos ou de concurso eventual: São os delitos que podem ser praticados apenas por um sujeito ou por vários. O concurso de pessoas é eventual, ou seja, pode ou não ocorrer. ● Crimes plurissubjetivos ou de concurso necessário: São delitos nos quais o concurso de pessoas é elementar do tipo: o tipo penal exige a pluralidade de agentes (plurissubjetivos). Ex.: Rixa, associação criminosa. PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 10 ☞ Excepcionalmente, admite-se participação em delitos plurissubjetivos. Ex.: sujeito empresta casa para quadrilha se reunir, sem participar da associação, pode ser considerado partícipe do crime. ☞ Obs.: Luiz Regis Prado (2018, p.320), tratando dos crimes que só podem ser praticados com a participação de várias pessoas, denomina de “participação necessária imprópria” (NOMENCLATURA JÁ COBRADA EM PROVA DA BANCA CESPE) as hipóteses de “delitos de encontro ou de convergência”. Espécies de crimes plurissubjetivos: Os crimes concurso necessário se dividem em: delitos de condutas paralelas, convergentes ou contrapostas: - De condutas paralelas: as condutas auxiliam-se mutuamente, visando a produção de um resultado comum. Todos os agentes se unem em prol de um objetivo idêntico, no sentido de concentrar esforços para a realização do crime. As condutas voltam-se para a consecução do mesmo fim, no caso, a prática de crimes. ex: associação criminosa. - De condutas convergentes: as condutas tendem a encontrar-se, e desse encontro surge o resultado. Não se voltam, portanto, para a frente, para o futuro, na busca da consecução do resultado delituoso, mas, ao contrário, uma se dirige a outra, e desse encontro resulta o delito. Ex: Bigamia. em que há um agente que viola o dever matrimonial de fidelidade e o outro que com ele coopera - De condutas contrapostas: as condutas são praticadas umas contra as outras. Os agentes são, ao mesmo tempo, autores e vítimas. Ex: crime de rixa. Caiu na prova Delegado-BA (2022) (prova anulada) Crimes coletivos ou de convergência são aqueles: a) Que têm como elementar o concurso de várias pessoas para um fim único b) Que exigem o concurso de duas pessoas mesmo que uma não seja culpável c) Que podem ser eventualmente cometidos por uma só pessoa, mas que, normalmente, são praticados por um coletivo de agentes. d) Que podem gerar autoria e participação conjuntamente e) Que podem ser eventualmente coletivos, razão pela qual são também denominados de crimes qualificados pelo concurso de pessoas. GABARITO DD: LETRA A. Como na explicação dada acima, os crimes plurissubjetivos, de concurso necessário, têm como elementar pluralidade de pessoas. Caiu na prova Delegado/Cespe: João e Pedro, maiores e capazes, livres e conscientemente, aceitaram convite de Ana, também maior e capaz, para juntos assaltarem loja do comércio local. Em data e hora combinadas, no período noturno e após o fechamento, João e Pedro arrombaram a porta dos fundos de uma loja de decoração, na qual entraram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía objetos valiosos, que seriam divididos igualmente entre os três. Alertada pela vizinhança, a polícia chegou ao local durante o assalto, prendeu os três e os encaminhou para a delegacia de polícia local. Na situação descrita, está presente a PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 11 hipótese de participação necessária imprópria. (Item incorreto). Participação necessária imprópria: se dá nos crimes plurissubjetivos ou de concurso necessário (há participação necessária de outra pessoa, que também é sujeito ativo e será punida). Ex.: associação criminosa. ● Crimes acidentalmente coletivos (ou eventualmente plurissubjetivos)podem ser praticados por uma só pessoa, mas, quando praticados em pluralidade de agentes, geram uma modalidade mais grave do delito (qualificadora ou causa de aumento, ex: roubo majorado). Para o nosso estudo aqui, vai interessar o primeiro tipo: o de concurso eventual. Nos demais, a regra aplicada será a do próprio tipo penal. ATENÇÃO! Caso a cooperação ocorra depois da consumação, pode haver delito autônomo. Logo, não será caso de responsabilização do sujeito pelo crime consumado anteriormente, caso não tenha havido acordo prévio. Ex: Imagine que um sujeito encomende a outro que subtraia uma obra de arte para colocar em sua residência, especificando o artigo. O segundo indivíduo subtrai e o outro paga pelo serviço, ficando com a res furtiva, ou seja, o objeto do furto. Nesse caso, temos concurso de pessoas, em virtude do acordo prévio entre os agentes. Por outro lado, se José subtrai uma obra de arte e depois busca um comprador, eventual compra da coisa furtada pelo sujeito, que só ficou sabendo do delito após o oferecimento do produto por José, não configura o concurso de pessoas. Comprando o aparelho furtado, o sujeito responderá pelo crime de receptação, crime autônomo, e não pelo furto praticado anteriormente. 1.2 Requisitos 1. PLURALIDADE DE AGENTES CULPÁVEIS: Conduta principal: autor ou coautores. Conduta acessória: partícipe. Ex.: dois coautores; um autor e dois partícipes etc. o Parte da doutrina entende que, para o concurso de pessoas disciplinado nos arts. 29/31, todos devem ser culpáveis, pois, caso contrário, faltando culpabilidade, não será caracterizado concurso de pessoas, mas sim autoria mediata. C o n cu rs o d e p e ss o as Pluralidade de agentes culpáveis Relevância causal da conduta Vínculo subjetivo entre os agentes Unidade de infração Existência de fato punível PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 12 ☞ Obs.1: Vale lembrar que a autoria mediata não é espécie de concurso de agentes. ☞ Obs.2: Cuidado, pois nem sempre a participação de um menor será hipótese de autoria mediata! Só haverá autoria mediata caso o agente se valha do menor como instrumento para a prática de crime. Se o menor possuir, de alguma forma, domínio sobre a ação criminosa, haverá concurso de agentes. Ex.: Um maior e um menor (de 17 anos) roubam um ônibus. Nesse caso, o menor não está sendo utilizado como mero instrumento apto a caracterizar autoria mediata. Veja a jurisprudência pertinente: Roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e participação de inimputável Se um maior de idade pratica o roubo juntamente com um inimputável, esse roubo será majorado pelo concurso de pessoas (art. 157, § 2º do CP). A participação do menor de idade pode ser considerada com o objetivo de caracterizar concurso de pessoas para fins de aplicação da causa de aumento de pena no crime de roubo. STF. 1ª Turma. HC 110425/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 5/6/2012. STJ. 6ª Turma. HC 150849/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/08/2011. o Para os crimes de concurso necessário ou os acidentalmente coletivos, basta que um dos agentesseja culpável para que fiquem caracterizados ou possa ser reconhecida eventual qualificadora ou causa de aumento (ex.: adolescente entra na contagem da quantidade necessária para caracterizar associação criminosa, para incidir a qualificadora do roubo etc.). 2. RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS PARA A PRODUÇÃO DO RESULTADO A conduta deve, efetivamente, contribuir para a execução do crime. Caso contrário, não haverá concurso de agentes. Vejamos um exemplo: João empresta arma de fogo para Rodrigo matar Bianca. O empréstimo da arma de fogo configura, em tese, um auxílio material, fazendo com que João seja partícipe do homicídio praticado por Rodrigo. No entanto, se mesmo tendo emprestado a arma de fogo, Rodrigo optar por praticar o homicídio com uma faca, então João não será partícipe do crime, em razão da ausência de relevância causal de sua conduta (pois o ato de emprestar a arma de fogo em nada contribuiu para o crime). 💣 A doutrina chama isso de participação inócua! Lembre-se que nosso Ordenamento Jurídico adota a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais (que utiliza o método de eliminação hipotética), de modo que não será possível punir uma conduta que seja irrelevante para o nexo de causalidade. (O direito penal não se ocupa de condutas inócuas/ inofensivas). Nesse sentido, para a doutrina amplamente majoritária, uma conduta relevante é qualquer contribuição, seja física, moral, direta, indireta, omissiva, comissiva, para a execução do crime! https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/459a4ddcb586f24efd9395aa7662bc7c?categoria=11&subcategoria=106&assunto=262 PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 13 ATENÇÃO: Em regra, a contribuição para o crime deve ocorrer ANTES ou DURANTE a consumação. Se praticada depois, poderá configurar crime autônomo. Excepcionalmente, a contribuição pode ser prestada depois da consumação do crime, desde que tenha havido ajuste prévio. 3. VÍNCULO SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES (LIAME PSICOLÓGICO): É o nexo psicológico entre os agentes no sentido de que todos colaboram para o mesmo resultado. Ou seja: todos os concorrentes devem perseguir o mesmo crime! Portanto, não basta que as condutas sejam objetivamente relevantes, é necessário que os agentes saibam que exercem uma colaboração em prol do fim em comum. ● Aqui surge o chamado princípio da convergência, também conhecido como vontades homogêneas ou homogeneidade de elementos subjetivos. E é justamente em razão da necessidade dessa homogeneidade que a doutrina majoritária entende que não é possível haver participação culposa em crime doloso, e nem participação dolosa em crime culposo! A ausência do liame subjetivo afasta o reconhecimento do concurso de pessoas, podendo ensejar, a depender do caso concreto, uma autoria colateral. ✔ Obs.1: Não se exige liame subjetivo bilateral para caracterização do concurso de agentes. Ou seja, não é necessário que haja reciprocidade no liame subjetivo. Ex.: empregada doméstica, com raiva de seu patrão, deixa a porta da cozinha aberta para que o furtador (que todos sabem que há no prédio), furte os bens. Nesse caso, mesmo que o furtador não saiba da colaboração da empregada, há concurso de agentes, pois a vontade de ambos está direcionada ao mesmo resultado. A empregada, então, será partícipe do furto. ✔ Obs.2: Vínculo subjetivo não se confunde com o ajuste ou ajuste prévio! Dessa forma, para configurar concurso de agentes, é desnecessária a prévia combinação, bastando que concorrente tenha consciência e vontade de aderir ao crime de terceiro. Ex.: pessoa caminhando no condomínio e vê o agente furtando pertences de dentro de um carro, e resolve furtar junto. Nesse caso, há concurso de pessoas, ainda que o liame subjetivo tenha ocorrido durante a execução do crime. ✔ Obs.3: Nesse sentido, Masson aduz que o partícipe precisa aderir à vontade do autor, não sendo necessário que o autor saiba da sua colaboração CUIDADO COM PEGADINHA DE NOMENCLATURA! ● Ajuste prévio é sinônimo de pactum celleris – dispensável para caracterizar o concurso de pessoas. ● Liame subjetivo é sinônimo de ciência malefici ou ciência celleris - indispensável para caracterizar o concurso de pessoas. Caiu em prova Delegado SC/2024! Caio, 18 anos, Tício, 20 anos e Mévio, 22 anos, integram uma torcida organizada de uma agremiação futebolística. No dia de uma partida de seu clube, encontram um torcedor do time rival sozinho, saindo do trem a uma curta distância. Mévio então olhou para Caio e Tício e fez gestos com as mãos denotando que os três perseguissem e agredissem o torcedor rival. Ao efetivamente PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 14 alcançarem a vítima, o lesionaram com socos e pontapés. Pelo exposto, é correto afirmar que Caio, Tício e Mévio devem responder por crime de lesão corporal em concurso de pessoas. (item correto). 4. UNIDADE DE INFRAÇÃO PENAL: Todos que concorrem para um determinado crime responderão por ele, vez que, em regra, foi adotada a teoria monista mitigada, que admite exceções pluralistas (veremos logo à frente). (Art. 29 do CP: quem de qualquer modo concorre para “O CRIME”). Mas atenção, embora haja unidade de crimes, não há unidade de penas. A pena de cada um será fixada de acordo com sua culpabilidade, seguindo individualmente os critérios da dosimetria. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade 5. EXISTÊNCIA DE FATO PUNÍVEL: O concurso de pessoas depende da punibilidade de um crime, a qual requer, em seu limite mínimo, o início da execução. Tal circunstância constitui o princípio da exterioridade. Obs.: Art. 31 do CP: O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 1.3 Teorias Sobre Concurso de Pessoas ● Teoria monista, igualitária ou unitária (ADOTADA NO CP DE FORMA MITIGADA): Todos os concorrentes praticam condutas concorrentes para a realização de um fato único, e assim responderão pelo mesmo crime, ou seja, pelo mesmo fato criminoso. Assim, há apenas 1 crime para autores e partícipes. ● Teoria dualista: Se configura um crime para os executores que praticam a conduta do núcleo do tipo (autores) e o outro para os que, sem realizarem o núcleo do tipo, concorrem para a sua realização (partícipes). ● Teoria pluralista (ou teoria da cumplicidade do crime distinto): Os agentes praticam condutas concorrendo para a realização de um fato, mas haverá um crime para cada agente. Ou seja: por essa teoria, haverá tantos crimes quantos forem os concorrentes. Ex.: 10 pessoas praticaram o crime de roubo, logo haverá 10 crimes autônomos de roubo. Teorias Monista REGRA Pluralista CASOS EXCEPCIONAIS PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 15 Excepcionalmente, o Código Penal abre espaço para a teoria pluralista. Exemplos: Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante (ao terceiro executor imputa-se o crime do art. 126); Bigamia; Corrupção passiva e ativa; falso testemunho ou falsa perícia. No campo do estudo da autoria, cumpre citar que se denomina de autoria por convicção a situação do sujeito ativo que pratica o delito por motivo de convicção religiosa. A autoria de consciência, por outro lado, seria a do sujeito ativo que age por entender que é dever de sua consciência, um dever moral. APROFUNDANDO PARA PROVA DISCURSIVAS: O que é teoria da cumplicidade do crime distinto? A teoria da cumplicidade do crime distinto é apenas uma das nomenclaturas da teoria pluralista, que explica como deve ocorrer a puniçãono concurso de pessoas. Para ela, os agentes em concurso devem responder por diferentes crimes, de acordo com os atos praticados. Foi acolhida, de forma excepcional, pelo Código Penal nos crimes de aborto com o consentimento da gestante (a gestante responde por um crime e o terceiro, por outro), de corrupção ativa e passiva e de bigamia, por exemplo. Lembrando, apenas, que a regra, no Código Penal, é a punição de todos os agentes em concurso pelo mesmo crime (teoria unitária ou monista), conforme o art.29. 1.4. Autoria a) Conceito de autor Na doutrina, há algumas teorias que buscam diferenciar autor e partícipe. Vejamos: TEORIAS SOBRE A AUTORIA: ● Subjetiva ou unitária: Para essa teoria, autor é aquele que concorre de alguma forma para o fato. — NÃO distingue autor e partícipe. — Adota um conceito extensivo de autor. — Falhas dessa teoria: Por não diferenciar autor e partícipe, a Teoria Subjetiva não resolve os delitos de mão própria e nem os casos que envolvem assassino de aluguel. ● Extensiva: Todos os que dão causa ao resultado são autores, ou seja, não distingue autor de partícipe, mas a lei distingue os graus de responsabilidade. Obs.: Parte da doutrina afirma que a teoria extensiva é aquela em que não é possível distinguir objetivamente o autor e o partícipe, de modo que essa distinção deve ser feita de forma subjetiva, ou seja, de acordo com o animus do agente. Portanto, para essa doutrina, autor é aquele que quer praticar o fato como próprio, enquanto partícipe é aquele que quer o fato como alheio. ● Teorias Objetiva ou Dualista (conceito restritivo de autor): Fazem diferenciação de autor e partícipe. Parte da premissa de que nem todo aquele que causa o resultado é autor do delito, pode ser subdividida em: PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 16 o Teoria objetivo-formal: (ADOTADA PELO CP) ▪ Autor: é aquele que realiza todos ou alguns elementos do ato, que pratica o núcleo do verbo. (ação nuclear típica) ▪ Partícipe: Contribui de forma acessória para o crime sem realizar os elementos do tipo. ▪ Coautores: conjuntamente realizam o núcleo do tipo – Princípio da imputação recíproca das distintas condutas. — Crítica: A teoria objetiva-formal não responde a autoria mediata, pois o autor mediato não pratica o verbo, mas sim se utiliza de outra pessoa como instrumento. o Teoria objetivo-material: Autor é quem contribui de forma mais relevante para a ocorrência do resultado, logo, a diferença entre autor e partícipe reside na contribuição para o resultado criminoso. ▪ Autor: Contribui com a conduta mais importante; ▪ Partícipe: aquele que menor contribui na causação do resultado. ● Teoria do domínio do fato: Trata-se de uma teoria objetiva-subjetiva, pois mistura um pouco as teorias anteriores. TEORIA DOMÍNIO DO FATO: CONCEPÇÃO DE WELZEL X DOMÍNIO DO FATO: TEORIA DE ROXIN: - Na visão de Welzel, o autor possui o domínio final do fato, com a vontade final de realização (dolo do tipo), decidindo sobre a forma de execução, seu início, sua cessação e as condições de realização. É quem tem o poder de decisão final sobre o fato. Assim, partindo da doutrina de Hans Welzel: autor é aquele que possui controle finalístico sobre a ação delituosa, enquanto o partícipe colabora para sua produção do resultado ou para a prática delitiva, sem domínio sobre a ação, ou seja, sem controle sobre o início ou a cessação da atividade ilícita. - Na visão de Roxin, o autor é a figura central do acontecimento da ação, ou seja, da conduta criminosa. Partícipe é aquele que colabora dolosamente para o alcance do resultado, sem exercer o domínio sobre a ação. O autor é a figura central da conduta típica, aquele que possui domínio sobre a execução dos atos executórios e até mesmo sobre a consumação. (aprofundaremos a seguir). ● Para Roxin, o conceito de autor não deve se restringir somente àqueles que praticam o verbo núcleo do tipo penal, uma vez que, muitas vezes, o indivíduo que não pratica o verbo núcleo tem mais culpabilidade do que aqueles que realizam, sobretudo em casos de autoria mediata. E, muitas vezes, o crime é praticado por indivíduos que dividem as tarefas que são tão essenciais para a realização do tipo que, se um deles decidisse não colaborar, o crime não se realizaria. Assim, para a Teoria do Domínio do fato, autor é aquele que possui poder de decisão sobre a realização do tipo, o que pode ocorrer em 3 contextos: 💣 A Teoria do Domínio do fato já foi aplicada pelo STF PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 17 (1) Domínio da ação (AUTOR IMEDIATO): É aquele que possui domínio sobre a própria ação. O autor realiza pessoalmente os elementos do tipo. Ex: É o assassino que, de forma livre e consciente, está com a arma de fogo e dispara contra seu inimigo, matando-o. (2) Domínio da vontade (AUTOR MEDIATO): É autor aquele que domina a vontade de um terceiro que é utilizado como instrumento. O domínio da vontade se dá por erro, coação ou aparatos organizados de poder: O domínio da vontade se subdivide em: 2.1 - Por instrumento = figura do autor mediato, utiliza-se normalmente de um inimputável para prática delituosa (erro/coação). 2.2 - Domínio da organização – aparatos organizados de poder – o conhecido "AUTOR DE ESCRITÓRIO" Possibilidade de domínio da vontade sobre executores que agem com culpabilidade e são igualmente responsáveis. Ou seja, um autor por trás de outro autor. Autoria de escritório trata-se de uma autoria mediata especial ou particular. Sua peculiaridade reside em que são autores tanto o que determina quanto o determinado. O determinador é autor mediato de escritório, e o determinado é autor imediato (ou direto), pois realiza um injusto culpável. ERRO: Imagine que o médico diga a enfermeira para aplicar uma injeção com veneno no seu inimigo, mas diz que é um medicamento de que ele precisa (erro provocado por terceiro). O médico é autor, por ter o domínio da vontade no caso. O autor é o “homem de trás”, em autoria mediata. COAÇÃO: Autor é também quem coage o executor, que age sem culpabilidade. Pode-se pensar no sujeito que aponta uma arma de fogo para a esposa de um gerente de banco e manda ele subtrair valores de outra conta e repasse a uma conta específica de terceiro (coação moral irresistível). O agente se vale de uma pessoa sem culpabilidade como executora, agindo, assim, com domínio de vontade, respondendo como autor. APARATOS ORGANIZADOS DE PODER: Possibilidade de domínio de vontade sobre os executores que agem com culpabilidade e são igualmente responsáveis. Ou seja, um autor por trás do outro autor. Os aparatos organizados de poder seriam estruturas verticalizadas, ou seja, hierárquicas, que atuam de forma apartada da ordem jurídica, ou seja, à margem do Direito. Os executores são fungíveis, o que torna o homem de trás, autor do que os executores fazem por ordem dele, ainda que os executores também sejam autores (não agem por erro nem coação). (3) Domínio funcional do fato (AUTOR FUNCIONAL/COAUTOR): O termo funcional refere-se a divisão de funções entre coautores. Em havendo divisão de tarefas, autor é aquele que prepara/pratica ato relevante na execução. Temos, aqui, a hipótese de coautoria. Ex.: Indivíduo ameaça vítimas, enquanto seu comparsa saqueia o caixa da loja. Ambos agem como autores, ou seja, coautores, possuindo ambos o domínio funcional do fato. Há imputação recíproca em relação ao roubo. Para a Teoria do Domínio do Fato: PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 18 ▪ É AUTOR: - Aquele que, possuindo todo domínio da conduta típica, pratica diretamente o fato (autor direto ou executor); - Aquele que, mesmo não praticando diretamente o fato,possui atividade indispensável no plano global; - Controla finalísticamente o fato, ou seja, quem decide sua forma de execução, seu início, cessação e demais condições. - Aquele que se vale de um terceiro para executar um fato: AUTORIA MEDIATA. ▪ É PARTÍCIPE: Quem concorre para o crime sem ter o domínio do fato, a exemplo da instigação e auxílio. INFO 748 STJ - Para a caracterização do delito de associação criminosa inserido em contexto societário, é imprescindível que a denúncia contenha a descrição da predisposição comum de meios para a prática de uma série indeterminada de delitos e uma contínua vinculação entre os associados com essa finalidade, não bastando a menção da posição/cargo ocupado pela pessoa física na empresa. É insuficiente e equivocado afirmar que um indivíduo é autor porque detém o domínio do fato se, no plano intermediário ligado aos fatos, não há nenhuma circunstância que estabeleça o nexo entre sua conduta e o resultado lesivo (comprovação da existência de plano delituoso comum ou contribuição relevante para a ocorrência do fato criminoso). INFO 880 STF - A teoria do domínio do fato não permite que a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da conduta. Do mesmo modo, também não permite a condenação de um agente com base em conjecturas. Assim, não é porque houve irregularidade em uma licitação estadual que o Governador tenha que ser condenado criminalmente por isso. CESPE: A teoria do domínio do fato NÃO se aplica aos delitos omissivos, sejam próprios ou impróprios, e deve ser substituída pelo critério da infringência do dever de agir. Já caiu em prova e foi considerada CORRETA a seguintes afirmativa: A teoria do domínio do fato objetiva oferecer critérios para a diferenciação entre autor e partícipe, sem a pretensão de fixar parâmetros sobre a existência, ou não, de responsabilidade penal Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte afirmativa: A teoria do domínio do fato, pensada por Roxin, tem a função de diferenciar autor de partícipe, sendo utilizada como elemento de imputação de responsabilidade penal. Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte afirmativa: O critério de imputação denominado “domínio do fato” é utilizado para atribuir responsabilidade ao autor intelectual que utiliza um inimputável PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 19 como instrumento para a realização da conduta, mas não é utilizável para a definição do autor direto que realiza pessoalmente a conduta. * ATENÇÃO: De acordo com o STJ e com a doutrina, a teoria do domínio do fato não deve ser utilizada como elemento de imputação de responsabilidade, mas apenas distinguir entre autores e partícipes * ATENÇÃO: A teoria do domínio do fato possui aceitação doutrinária e jurisprudencial, tendo sido adotada no julgamento do Mensalão (AP 470) e Lava-jato. No entanto, o STF também utiliza a teoria objetivo-formal em relação à criminalidade comum, assim, conclui-se que as duas teorias convivem pacificamente. a. Autoria imediata: O próprio agente executa o fato, ou seja, realiza pessoalmente os elementos do tipo penal, sem a necessidade de se servir de outra pessoa para a execução. Ocorre ainda quando o agente utiliza um animal ou instrumento na realização do crime. b. Autoria mediata: É aquele que utiliza uma pessoa, que atua sem dolo ou de forma não culpável, como instrumento para a execução do fato. ✔ O autor mediato domina a vontade alheia para cometer o delito. ✔ Só cabe em crimes dolosos! A autoria mediata é incompatível com crimes culposos! ✔ A doutrina admite coautoria ou participação na autoria mediata. ✔ Hipóteses de autoria mediata: · Inimputabilidade do executor; · Coação moral irresistível; · Obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal; · Erro de proibição inevitável; · Erro de tipo provocado por terceiro; · Ação justificada do executor; · Autoria de escritório ou aparatos organizados de poder. 💣 Na autoria mediata, NÃO há concurso de pessoas, pois falta o vínculo subjetivo. O autor imediato é um mero instrumento. b.1. Autoria mediata e crime próprio: doutrina majoritária entende ser possível, desde que o autor mediato preencha as qualidades do tipo. Ex.: Só poderá haver o crime de peculato por autoria mediata se o “homem de trás” ostentar a qualidade de funcionário público. b.2. Autoria mediata e crime de mão própria: doutrina majoritária entende que é incompatível, pelo fato de a conduta ser infungível. No entanto, o STF já admitiu no falso testemunho, em relação à conduta do advogado que instrui a testemunha a mentir. APROFUNDANDO PARA PROVAS DISCURSIVAS... O que se entende por autoria de determinação? PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 20 Trata-se de tese defendida por Zaffaroni e Pierangeli, que consistiria em uma terceira forma de concorrência para a ação típica, ao lado da autoria e participação, criada para preencher a lacuna doutrinária que se formou diante da inadmissibilidade de autoria mediata nos crimes de mão própria, bem como nos crimes próprios quando o autor mediato não preenche todos os elementos necessários para a realização da figura típica. Dá-se o exemplo de um hipnólogo que hipnotiza uma testemunha para que ela minta no seu relato [lembrando que o crime de falso testemunho é crime de mão própria que inadmite o instituto da autoria mediata]. Para evitar impunidade, Zaffaroni e Pierangeli desenvolveram a teoria da autoria por determinação. Mesmo não podendo ser considerado tecnicamente autor, o agente responde pela determinação ao exercer, sobre o fato, domínio equiparado à autoria. b.3. Autoria de escritório ou aparatos organizados de poder: Ocorre quando, dentro de uma “máquina de poder”, o agente ordena que outrem execute determinada conduta. Em razão da fungibilidade dos membros, o executor pode ser substituído a qualquer momento por outro integrante da organização. Requisitos para configurar a autoria de escritório: 1) Poder de Mando: dentro da organização criminosa. 2) O aparato organizado de poder deve ser desvinculado do Ordenamento Jurídico (Para Roxin, trata-se de requisito essencial). 3) Fungibilidade o executor: o executor pode ser substituído por outro integrante da organização criminosa. 4) Alta disposição do executor para cumprir a ordem: o executor da ordem está sujeito à inúmeras influências que o tornam mais disposto ao fato que outros delinquentes, razão pela qual, contribuem com domínio do fato pelo homem de trás. c. Autoria por convicção: Ocorre quando o agente tem conhecimento da norma penal, mas decide transgredi-la por questões de consciência política, religiosa, filosófica, ou de qualquer outra natureza. Ex.: quando a mãe de criança de tenra idade, por motivos religiosos, impede a transfusão de sangue que seria capaz de salvar seu filho (enseja a responsabilidade pelo crime de homicídio, em face da omissão penalmente relevante – ar. 13, §2º, “a”). d. Autoria colateral ou parelha: Ocorre na hipótese em que duas ou mais pessoas, desconhecendo a intenção da outra, praticam determinada conduta visando ao mesmo resultado. 💣 A banca CESPE já cobrou autoria colateral como sinônimo de autoria imprópria! ✔ NÃO há um concurso de pessoa pela ausência do vínculo subjetivo. ✔ Cada um responde por sua conduta: CRIMES AUTÔNOMOS. PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 21 Ex: Atiradores na rodovia sem saber da conduta do outro, ficando provado que só os projéteis emanados da arma de um deles atingiu a vítima, levando-a a óbito, só ele deve responder por homicídio consumado. O outro, cuja tentativa foi incruenta no caso, deve responderapenas pela tentativa de homicídio. d.1. Autoria incerta - Surge no campo da autoria colateral, quando não se sabe qual dos autores causou o resultado. Ex: A e B, um desconhecendo a conduta do outro, atiram ao mesmo tempo em C para matá-lo, vindo este a óbito e não sendo possível identificar qual foi o disparo fatal. Há aplicação do in dubio pro reo: ambos respondem por tentativa. DICA DD! Ainda no bojo da autoria incerta, caso um dos agentes pratique crime impossível, ambos devem se beneficiar pela atipicidade da conduta! Ex.: Diego, casado com Ana, é amante de Vitória há anos. Ambas decidem matá-lo colocando veneno em sua comida. Elas agem sem saber uma da outra e, consequentemente, sem liame subjetivo. Diego vem a óbito o laudo conclui pela existência de duas substâncias em seu organismo: talco e veneno de rato. Ocorre que não é possível saber quem ministrou talco (cuja aplicação ensejaria crime impossível por absoluta impropriedade do objetivo, conduzindo, assim, à atipicidade do delito). Por esse motivo, tanto Ana quanto Vitória devem ser beneficiadas pelo crime impossível, em razão da aplicação do in dubio pro reo. d.2. Autoria Complementar - Quando duas pessoas concorrem para o mesmo fato sem ter ciência disso, e o resultado é efeito da soma das duas condutas. e. Autoria Ignorada: Quando se desconhece o autor do crime. Instituto de direito processual penal. Consequência: arquivamento do inquérito policial. f. Autoria intelectual: É aquele que planeja a ação delituosa para ser executada por outras pessoas (DICA: Lembrar do “Professor” do seriado La casa de papel). ATENÇÃO: Embora haja entendimento em sentido contrário (Rogério Greco), a doutrina majoritária e especializada entende que o autor intelectual somente poderá ser responsabilizado se tiver o domínio do acontecer típico. CESPE - Aquele que planeja toda a ação criminosa é considerado autor intelectual do delito, ainda que não detenha o controle sobre a consumação do crime. (Item incorreto) g. Coautoria A coautoria ocorre quando dois ou mais indivíduos, com liame subjetivo, praticam a conduta típica. Como diz Welzel: coautoria é autoria com uma divisão de trabalho entre os agentes. Nesse sentido, coautor é aquele que “possui a tarefa” de praticar ato relevante na execução do plano delitivo global. Ou seja: cada coautor realiza uma parte essencial do plano. Fala-se, portanto, que a coautoria exige 2 requisitos: (1) Requisito objetivo – divisão de tarefas PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 22 (2) Requisito subjetivo – existência de liame subjetivo “A coautoria consiste assim em uma ‘divisão de trabalho’, que é o que chega a fazer possível o fato, ou lhe facilita, ou reduz notavelmente o seu risco; sua particularidade consiste em que o domínio do fato unitário é comum a várias pessoas. Cada coautor complementa com a sua parte no fato a dos demais e na totalidade do delito; por isso também responde pelo todo” (PACELLI, 2017, p. 428). O liame subjetivo entre os agentes não precisa ser prévio, podendo ocorrer durante a prática dos atos executórios, desde que antes da consumação do delito. Não se exige, ainda, bilateralidade que um tenha aderido à conduta criminosa do outro. Essa questão é controversa na doutrina, porém, o entendimento majoritário é o dito acima. Na visão de domínio do fato de Claus Roxin, coautoria é uma hipótese de domínio funcional do fato, em que o termo funcional se refere a divisão de tarefas pelos agentes, de modo a se formar um domínio conjunto do fato. A função de cada um dos agentes deve ser determinante para a consumação do delito. Cada um dos agentes deve responder pela prática do crime, na medida de sua culpabilidade, nos termos do que dispõe o artigo 29 CP. g.1. Espécies de coautoria: ● Parcial ou funcional: os autores praticam atos diversos que, somados, levam à produção do resultado. ● Direta ou material: os autores praticam atos idênticos que, somados, levam à produção do resultado. ● O que é coautoria sucessiva? R: Na coautoria sucessiva, o coautor ingressa na atividade delitiva quando ela já está em andamento, passando a deter parte essencial do plano. Explica-se: em regra, os vários autores começam juntos a empreitada criminosa, mas pode ser que alguém (ou um grupo) adira voluntária e subjetivamente à conduta criminosa em andamento. Para haver coautoria sucessiva, é necessário que já tenha se iniciado o iter criminis, mas ainda não tenha se consumado. Ou seja: segundo a doutrina majoritária, a consumação do crime é o marco temporal para que haja a coautoria sucessiva. Ressalta-se que só haverá coautoria sucessiva se os autores – que já deram início à ação delitiva, souberem que o agente contribuiu para o curso causal. APROFUNDANDO PARA PROVAS DISCURSIVAS: Qual será a responsabilidade penal daquele que aderiu à conduta de outrem? Irá responder por toda a ação delitiva ou apenas pelos atos posteriores à sua adesão? PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 23 R.: Embora haja doutrina minoritária no sentido de que o coautor sucessivo deve ser responsabilizado por toda a ação delituosa, prevalece na doutrina que ele somente será responsabilizado pelos atos posteriores à sua adesão. Excepcionalmente, contudo, poderá ser responsabilizado por atos anteriores desde que tenha conhecimento destes, e desde que o fato anterior não constitua crime mais grave. 1.5. Participação Consiste em atribuir na conduta criminosa do autor ou coautores, praticando atos que não se amoldam diretamente à figura típica e que não tenham o domínio final do fato. Assim, o partícipe não realiza diretamente a figura típica, mas concorre induzindo, instigando ou auxiliando o autor. A participação reclama dois requisitos: (1) O propósito de colaborar para a conduta do agente principal (autor); (2) A colaboração efetiva, por meio de um comportamento acessório que concorra para a conduta principal. O Código Penal adota a TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA OU MÉDIA, pela qual o partícipe será punido se o autor praticar um fato típico e ilícito, independentemente da culpa e punibilidade do agente. Ex.: Rogério induz Luciana a matar Alan em legítima defesa. Nesse caso, Rogério não será punido, pois Luciana agiu em legítima defesa (sua conduta é típica, porém lícita). Situação diversa seria se Rogério, querendo matar Alan, cria uma situação para que Alan agrida Luciana e ele possa instigar Luciana a matar Alan. Então, se o agente (suposto partícipe) cria uma situação discriminante para atingir o resultado criminoso (objetivando não ser punido), nesta hipótese, ele será um autor mediato, sendo os demais participantes seus instrumentos. Ex.: Daniel (maior) empresta arma de fogo para Rodrigo (menor que conta com 16 anos) roubar um ônibus. Nesse caso, Daniel será partícipe do ato infracional praticado por Rodrigo, podendo ser punido, em razão da Teoria da Acessoriedade Limitada – a qual exige que o fato seja típico e ilícito (ainda que não culpável, em razão da inimputabilidade de Rodrigo). Outras teorias da acessoriedade: ● Teoria da Acessoriedade Mínima - A punição do partícipe depende apenas de fato típico praticado por autor principal. Então, a conduta principal deve ser típica. ● Teoria da Acessoriedade Máxima - Para se punir o partícipe, a conduta principal deve ser típica, ilícita e culpável. ● Teoria da Hiperacessoriedade - Para se punir o partícipe, a conduta principal deve ser típica, ilícita, culpável e punível. A participação só adquire relevância para o Direito Penal a partir do momento em que o autor pratica um crime, pelo menos tentado. Art. 31, CP, in verbis: “o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado”. PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 24 ☞ É chamado pela doutrina de participação impunível – já que não se pune a participação se o crime sequer chega a ser tentado. ☞ Adota-se, nesse caso, o princípio da executoriedade da participação. Modalidades de participação: a) Participação moral ● Induzimento: é fazer surgir na mente do autor a vontade criminosa (só pode haver induzimento durante os atos preparatórios). ● Instigação: é reforçar na mente do autor a vontade criminosa pré-existente. (Pode haver instigação tanto nos atos preparatórios quanto durante os atos executórios. Ex.: Pessoa instiga o agente de modo a impedir a desistência voluntária). Tanto a instigação como o induzimento devem se direcionar a pessoa certa. Caso venham ser dirigida ao público, pode vir a configurar crime de incitação ao crime, previsto no art. 286 do CP. Importante lembrar que a participação moral seja eficaz ou eficiente. Essa influência deve ser causadora da decisão delitiva do autor ou reforçá-la, deve ser decisiva. Exige-se a chamada causalidade psíquica. Conforme doutrina majoritária, não existirá instigação ou induzimento se o autor já havia resolvido cometer o crime anteriormente, o crime que aconteceria de qualquer modo, se denomina de omnimodo facturus. b) Participação material ● Auxílio: é concorrer materialmente para o crime, sem executá-lo. ☞ Pode haver auxílio tanto durante os atos preparatórios como durante os atos executórios. ☞ O auxílio prestado após a consumação do delito configurará participação, caso haja prévio ajuste entre os indivíduos. Caso esse auxílio não seja antecipadamente ajustado, poderá configurar o crime autônomo de favorecimento pessoal (art. 348, CP). Prevalece só ser possível a participação dolosa em crime doloso. O partícipe deve aderir de forma consciente e voluntária à conduta do autor. Roxin faz uma observação a partir do princípio da confiança: não se pode responsabilizar o agente por crimes dolosos de outros. Quem entrega uma faca a um assassino de forma culposa, sem dolo de homicídio, não pode ser responsabilizado como partícipe. Participação Moral Instigação Induzimento Material Auxílio PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 25 ⇒ O que é participação em cadeia? R: Ocorre quando alguém induz outrem a induzir, instigar ou auxiliar terceira pessoa a praticar um crime. Exemplo: “A” convence “B” a convencer “C” a matar “D”. Nesse ínterim, “A” e “B” participação em cadeia; “C” é o autor imediato do crime. ⇒ O que é participação sucessiva? R: O mesmo agente é instigado, induzido ou auxiliado por duas ou mais pessoas, sem que estas conheçam a participação uma da outra. Exemplo: “A” induzido por “B” (sem o conhecimento de C) e “C” (sem conhecimento de B) a matar “D”. ⇒ O que é o “executor de reserva”? R: O sujeito acompanha, presencialmente, a execução da conduta típica e fica à disposição para intervir caso seja necessário. Caso intervenha, será considerado coautor, caso apenas permaneça à disposição, será considerado partícipe (e isso não será considerada como participação de menor importância). Por fim, se a participação for de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3 para o partícipe. ∘ Não existe coautoria de menor importância. A minorante só tem aplicação para o partícipe; ∘ Trata-se de direito subjetivo do réu; ∘ O critério a ser adotado para saber se a participação é ou não de menor importância reside na fungibilidade da contribuição. Ou seja: se for uma contribuição que “qualquer pessoa” possa fazer, será participação de menor importância. Caiu em prova Delegado SP/2023! Em matéria de concurso de pessoas, como regra geral, a participação de menor importância possibilita ao juiz diminuir a pena do acusado. (item correto). ⇨ O seria a conivência ou participação negativa? Também chamado de crime silente ou concurso absolutamente negativo ocorre quando o sujeito, sem ter o dever jurídico de agir, omite-se durante a execução do crime, quando tinha condições de impedi-lo. A conivência não se insere no nexo causal, como forma de participação, não sendo punida, salvo se constituir crime autônomo. Assim, a tão só ciência de que outrem está para cometer ou comete um crime, sem a existência do dever jurídico de agir (art.13§2 CP), não configura a participação por omissão, pois não há relevância causal entre a omissão do sujeito e a conduta criminosa. APROFUNDANDO PARA PROVAS DISCURSIVAS: Na omissão, é possível a participação em qualquer de suas formas? Deve-se, de início, diferenciar a participação em crime omissivo, da participação por omissão em crime comissivo. No primeiro caso, a participação se dá por meio de atuação positiva que permite ao autor descumprir a norma que delineia o crime omissivo. É o caso do agente que induz o médico a não efetuar a notificação compulsória da doença PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL DELEGADO RIO GRANDE DO SUL – TURMA 5 SEMANA 04/21 26 de que é portador. Já a participação por omissão em crime comissivo ocorre nas situações em que o partícipe, obrigado a agir, abstém-se da prática de um ato, permitindo a ação delituosa pelo autor. Trata-se, por exemplo, da hipótese em que o vigilante não tranca a porta de entrada do estabelecimento para que um comparsa alcance seu interior e subtraia os bens que guarnecem o local. Ressalta Mirabete que não há “participação por omissão, todavia, quando não concorra o dever jurídico de impedir o crime. A simples conivência não é punível. Também não participa do crime aquele que, não tendo o dever jurídico de agir, não comunica o fato à polícia para que possa esta impedi-lo.” (Manual de Direito Penal, vol. I, p. 233). Não é possível, entretanto, a participação por omissão em crime omissivo por meio da instigação. Isto porque não se imagina a relevância causal de um ato de instigação que possa ocorrer por abstenção. Por fim, resta a questão da participação em crime omissivo impróprio. A discussão tem relevância nas hipóteses em que o sujeito que se omite não tem o dever jurídico de evitar o resultado, pois, caso esteja inserido nesta categoria, será tratado como autor, não como titular de conduta acessória. A nosso ver, nada impede que terceiro desobrigado do dever de agir para evitar o resultado instigue ou induza o garante a também não fazê-lo. Neste caso, não poderia o terceiro responder como autor do crime, pois sua conduta foi claramente acessória, apenas cooperando para a decisão de abstenção por parte do garante. Neste sentido, ensina Bitencourt: “Este [o garante] é autor do crime ocorrido, do qual tinha o domínio do fato e o dever jurídico de impedir sua ocorrência; aquele, o instigador, que não estava obrigado ao comando legal e não dispunha do domínio da ação final, contribuiu decisivamente para a sua concretização. Não pode ficar impune, mas tampouco cometeu ilícito autônomo. A tipicidade de sua conduta só pode ser encontrada através da norma integradora, na condição de partícipe.” (Tratado de Direito Penal, vol. 1, p. 393/394). disponível: meusitejuridico. STJ-HC 240.455-RJ: A participação do menor pode ser considerada para configurar crime de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como causa de aumento do art. 40, VI, da Lei 11.343/06. 1.6. Concurso de Pessoas em crimes próprios e crimes de mão própria: Vamos relembrar? CRIME COMUM CRIME PRÓPRIO CRIME DE MÃO PRÓPRIA O tipo penal não exige qualidade ou condição especial do agente. O tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente O tipo penal também exige qualidade ou condição especial do agente.