Fonética é o estudo dos sons ou dos fonemas. O ser humano, para se comunicar por meios de palavras, recorre a um dos procedimentos: a fala (língua falada); ou a escrita (língua escrita). Quando falamos, emitimos sons que traduzem a ideia daquilo que queremos transmitir. Esses sons, capazes de estabelecer diferenças de significados entre as palavras, são chamados de FONEMAS. Fonemas são sons fundamentais da voz humana que entram na constituição das sílabas e dos vocábulos e que se classificam em VOGAIS e em CONSOANTES. Veja a palavra “abateu”: a – fonema vocálico 1ª sílaba b – fonema consonantal a – fonema vocálico 2ª sílaba t – fonema consonantal e – fonema vocálico u – fonema vocálico 3ª sílaba Como se vê, uma sílaba pode ter um, dois ou mais FONEMAS. Observação: Não confunda fonema com letra. Fonema é som. Letra é a grafia do som. Veja: Quando dizemos “que”, temos dois fonemas (k / e) e três letras (q / u / e). Fonema é, pois, qualquer unidade sonora distintiva da palavra. Diz-se distintiva, porque a troca de um fonema acarreta uma nova palavra. Ex.: pato / gato / rato / bato. Quando escrevemos, produzimos sinais gráficos que transmitem nosso pensamento no lugar da fala. Tais sinais recebem o nome de LETRAS. A um conjunto organizado de letras, forma-se o ALFABETO, que, em nossa língua, é composto de 23 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z. De acordo com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16/12/1990, e promulgado pelo Decreto n.º 6.583, de 29/09/2008 – Reforma Ortográfica, foram reintroduzidas no alfabeto brasileiro as letras “k”, “w” e “y”. Estas letras são usadas, também, em várias situações. Por exemplo: a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt), etc.; b) na escrita de palavras e de nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano, etc.; c) nas placas de carro: KYZ 1010. b) Classificação dos fonemas: Os fonemas, de acordo como são emitidos, são classificados em: vogais; consoantes. 1) Vogais: são os fonemas produzidos pela vibração das cordas vocais e modificados segundo a forma da cavidade bucal, que deverá estar, sempre, aberta à passagem do ar. A produção das vogais obedece ao seguinte esquema:  os pulmões fornecem a corrente de ar;  os brônquios e a traquéia são os canais que conduzem a corrente de ar dos pulmões à laringe;  na laringe, as cordas vocais produzem o som, que depois passa pela faringe e sai pela boca ou pelo nariz. sem encontrar obstáculos. São vogais os sons /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. As vogais classificam-se, ainda, : a) quanto à zona de articulação, podem ser: – anteriores ou palatais: quando a língua se eleva em direção ao palato duro (céu da boca) - /é/, /ê/, /i/; – posteriores ou velares: quando a língua se eleva em direção ao palato mole - /ó/, /ô/, /u/; – média: quando a língua fica baixa, quase em repouso - /a/. b) Quanto ao timbre, podem ser: – abertas: /é/, /á/, /ó/; – fechadas: /i/, /ê/, /u/, /ô/. c) quanto à intensidade – podem ser: – tônicas: são as vogais que formam a sílaba tônica de uma palavra (geralmente, recebem o acento gráfico): /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/. – átonas: são as vogais /a/, /e/, /i/, /o/ e /u/ quando pronunciadas normalmente. Quando vêm antes da vogal tônica, dá-se a pretônica. Quando depois, postônica. d) quanto ao papel da cavidade bucal ou nasal, podem ser: – orais: quando o ar passa, apenas, pela cavidade bucal. /a/, /e/, /ê/, /i/, /o/, /ô/, /u/. – nasais: quando o ar passa, também, pela cavidade nasal. /ã/, /e (m/n)/, /i (m/n)/, /õ/, /u (m/n)/. Obs.: Graficamente, a nasalização de uma vogal é representada pelo til (~) – somente nas letras /a/ e /o/ – ou pelas letras “m” e “n” em final de sílabas. Ex.: irmã, empresa, sargento, órfão, etc. NOTA: A importância das vogais na língua portuguesa é devida ao fato de que só existe sílaba, onde há uma vogal; e que, por outro lado, não pode existir mais de uma vogal numa única sílaba. A vogal é, pois, a base de uma sílaba. Observação: 1) Não existe a oral fechado. 2) Não há fonema nasal aberto. 3) Não há e nasal reduzido, pois quando está no fim de palavra não oxítona, ele se transforma em encontro vocálico. Escrevemos: Olhem; mas pronunciamos: Ólhêi. 4) Não há e nasal fechado no fim de palavra, pois, também nesse caso, ele se transforma em encontro vocálico. Escrevemos: Porém; mas pronunciamos: Porêi. 2) Semivogais: são vogais fracas, que se apresentam, numa sílaba, apoiadas em uma vogal, produzindo uma só voz. Representam o som mais fraco (da vogal). Na nossa língua, existem duas semivogais: – /y/ (leia-se “i”) representado pelas letras /i/, /m/ e /n/. Ex.: mãe → /y/ pai → /y/ hífen → /y/ jovem →/y/ – /w/ (leia-se “u”) representado pelas letras /o/, /u/ e /m/. Ex.: mágoa → /w/ pão → /w/ mau → /w/ falam → /w/ NOTA: O “A” nunca será semivogal. 3) Consoantes: são os fonemas produzidos pelos movimentos da cavidade bucal, causando obstáculos à passagem de ar pela boca ou pelo nariz. As consoantes são representadas pelas demais letras não vocálicas: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z. Obs.: O “h”, apesar de ser, graficamente, representado, não traduz um fonema; é, apenas, um símbolo etimológico. Classificação das consoantes As consoantes classificam-se em: a) quanto ao modo de articulação: quando o ar, por um momento, é obstado totalmente, e dividem-se em: * oclusivas: o obstáculo é total, provocando uma explosão na pronúncia do som. /b/, /d/, /g/, /p/, /t/ e /k/. * constritiva: quando o ar é comprimido na boca, através de um obstáculo parcial, provocando uma pronúncia contínua, prolongada. Podem ser: