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É possível notar a cronologia do processo histórico, conferindo uma linearidade às etapas de crescimento apresentadas, com o ritmo do progresso eco...

É possível notar a cronologia do processo histórico, conferindo uma linearidade às etapas de crescimento apresentadas, com o ritmo do progresso econômico determinado em função da capacidade de produzir, poupar e direcionar os recursos poupados para novos investimentos que gerem mais produções futuras. Neste ponto da discussão, o papel do Estado é fundamental, haja vista as políticas de crescimento serem controversas. Muitas economias tiveram sucesso em promover o crescimento e o desenvolvimento econômico com as políticas estruturadas para implantar a industrialização e, em alguma medida, todas as economias que buscam o desenvolvimento têm no Estado o coordenador de ações diretas com o fim de promover o crescimento e por meio dele galgar padrões de desenvolvimento econômico e social. Nesse contexto, o economista alemão do século XIX Friedrich List (1789-1846) geralmente é considerado o pai do argumento da indústria nascente, ou seja, que, em face dos países desenvolvidos, os mais atrasados não conseguem desenvolver novas indústrias sem a intervenção do Estado, principalmente por meio de tarifas protecionistas. Sua obra principal, The National System of Political Economy [O sistema nacional da economia política] foi publicado pela primeira vez em 1841. List (1885 apud CHANG, 2004, p. 15) apresenta: "[T]endo atingido certo grau de desenvolvimento por meio do livre-comércio, os grandes monarcas (da Grã-Bretanha) perceberam que não se podia obter um alto grau de civilização, poder e riqueza sem uma combinação de manufatura, comércio e agricultura. Deram-se conta de que a recém-criada indústria nacional não teria chance de sucesso em livre concorrência com as estrangeiras, estabelecidas havia muito mais tempo (as italianas, as hanseáticas, as belgas e as holandesas)... Portanto, mediante um sistema de restrições, privilégios e incentivos, trataram de transplantar para o solo nacional a riqueza, o talento e o espírito empreendedor dos estrangeiros. Eis uma caracterização do desenvolvimento industrial inglês fundamentalmente oposta à imagem predominante da Grã-Bretanha, a de uma destemida economia de comércio e mercado livres. Pontualmente as restrições, as barreiras foram impostas pelo Estado, na economia berço do capitalismo que gerou os tempos atuais. Para os economistas liberais, como Milton Friedman (1912-2006) e Paul Samuelson (1915-2009), o Estado deve ser apenas o agente disciplinador da conduta dos agentes econômicos, para garantir as igualdades de condições de concorrência e promover um ambiente econômico favorável ao florescimento das atividades produtivas e de distribuição da riqueza. Fonte: Wikipedia (2004, on-line) e Wikipedia (2009, on-line). Milton Friedman (1912-2006) Paul Samuelson (1915-2009) Para os investimentos privados, favorecendo o crescimento dos setores errados segundo a lógica da eficiência econômica. Os exemplos mais claros do sucesso da atuação do Estado na economia para promover o crescimento econômico são a Coreia do Sul, que cresceu muito a partir dos anos 70, aumentando suas exportações, e o Brasil, que adotou na mesma época uma rota de crescimento econômico voltado para a expansão do seu mercado interno. Essas foram as duas políticas de desenvolvimento mais adotadas no mundo no século XX – o crescimento orientado para fora e o crescimento orientado para dentro. O crescimento econômico orientado para fora, que tem na Coreia do Sul e na China seus principais exemplos, é uma política de governo que direciona recursos para promover o crescimento de atividades econômicas com potencial de exportação. As políticas têm fases bem distintas até que os países sejam grandes exportadores de bens de tecnologia. O que caracteriza o crescimento orientado para fora é que formam grandes empresas nacionais para atuarem nos principais ramos de atividades econômicas; evita-se, assim, a dependência do capital produtivo internacional, uma vez que o crescimento das empresas nacionais não gera crescentes remessas de lucro ao exterior para remunerar os proprietários das empresas multinacionais, e os lucros retidos no país se convertem em recursos para mais investimentos e crescimento. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou um estudo por meio da Nota Econômica, em 2019, apresentando uma relação entre Brasil e Coreia do Sul, em termos de produtividade, nos últimos 40 anos. De acordo com o trabalho, em 1980, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil equivalia a 39% do PIB per capita dos Estados Unidos, enquanto que o da Coreia do Sul representava 17,5% do norte-americano. “Quase quatro décadas depois (38 anos), o PIB da Coreia do Sul passou a representar 66% do PIB estadunidense, enquanto que o do Brasil representa 25,8%”, diz o estudo. Outro dado pertinente é o salário real médio do trabalhador sul-coreano, que aumentou 4,3% ao ano entre 2000 e 2018, enquanto o Brasil registrou média de crescimento de apenas 0,3% no mesmo período. O trabalhador sul-coreano, face à política econômica, teve seu salário real médio industrial mais que duplicado desde 2000, enquanto o trabalhador brasileiro teve um ínfimo crescimento. Veja o gráfico de razão entre o PIB x PPP per capita do país e o dos Estados Unidos. Na avaliação da CNI (2019), o aumento da produtividade foi um dos principais fatores que contribuíram para o desempenho da economia sul-coreana e a melhoria do bem-estar dos seus cidadãos. Prova disso é que, entre 2000 e 2018, a produtividade do trabalho na indústria sul-coreana cresceu, em média, 4,3% ao ano, o mesmo nível de incremento dos salários naquele país. No Brasil, a produtividade do trabalho na indústria cresceu 0,7% em média ao ano entre 2000 e 2018, menos de dois décimos do crescimento da produtividade na Coreia do Sul. Ferreira (2015) afirma que o ritmo do crescimento mundial é fator fundamental para uma política de crescimento, orientado para fora, funcionar. Pois, no caso da Coreia do Sul, por exemplo, como grande parte do setor produtivo de uma economia orientada para fora emprega fatores de produção para fabricar bens para exportação, uma pequena queda das vendas externas pode gerar quedas de emprego e renda na economia, afetando o crescimento de outros setores que produzem para atender aos consumidores internos que se empregam nos setores exportadores. Alguns países, entre eles o Brasil, a Índia e a Argentina, decidiram promover um processo de crescimento orientado para o mercado interno com a capacidade de absorver uma quantidade crescente de produção nas atividades produtivas. As políticas de crescimento orientado para dentro preveem a implantação de uma matriz industrial completa, partindo das indústrias de base, como a siderurgia e a indústria química, a partir delas a metalurgia e a indústria plástica, de corantes, solventes, passando para a indústria de máquinas e equipamentos e finalizando nas indústrias de bens de consumo duráveis e não duráveis. O processo de industrialização, por exigir elevados gastos em investimentos em novas fábricas de diversos setores, por si só geraria empregos e renda para estimular a produção interna nos setores de bens de consumo duráveis e não duráveis. Assim, o próprio mercado interno seria ampliado como resultado da política de industrialização, e o país não precisaria contar com o mercado externo para garantir compradores para dar escala de operação para as novas empresas. Países com grandes contingentes populacionais, como o Brasil e a Índia, poderiam contar com sua população, à medida que ela se integrasse com as atividades produtivas e começasse a receber rendas, como demanda interna, pois com grandes populações o mercado interno seria grande o suficiente para garantir a viabilidade das empresas que surgiriam da política de crescimento orientado para dentro.

Essa pergunta também está no material:

Livro: Cenários Econômicos
256 pág.

Anatomia Humana I Faculdade UnicesumarFaculdade Unicesumar

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