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Como ouvimos autobiograficamente, temos a tendência de responder conforme um destes quatro modos. Nós avaliamos — aprovamos ou desaprovamos; nós in...

Como ouvimos autobiograficamente, temos a tendência de responder conforme um destes quatro modos. Nós avaliamos — aprovamos ou desaprovamos; nós investigamos — fazemos perguntas a partir de nosso próprio quadro de referências; nós aconselhamos — damos conselhos a partir de nossa própria experiência; nós interpretamos — tentamos ter uma ideia das pessoas, explicar seus motivos, seu comportamento, a partir de nossos próprios motivos e comportamentos. Estas respostas vêm naturalmente até nós. Estamos profundamente presos a elas. Vivemos a partir dos modelos propostos por elas o tempo inteiro. Mas como elas afetam nossa capacidade para realmente compreender? Se eu estou tentando me comunicar com meu filho, ele pode se sentir livre para se abrir comigo, se eu avalio tudo o que ele diz antes que possa realmente explicar? Eu estou dando a ele algum ar psicológico? É o que ele sente quando eu o investigo? Investigar é ficar fazendo perguntas. É autobiográfico, controla e invade a pessoa. Também é lógico, e a linguagem da lógica é diferente da linguagem do sentimento e da emoção. Você pode ficar fazendo perguntas o dia inteiro, sem descobrir o que é importante para a pessoa. Os testes constantes são um dos principais motivos para o distanciamento entre pais e filhos. Como vai indo, filho? Tudo bem. E aí, o que você tem feito ultimamente? Nada. Tem alguma coisa legal acontecendo na escola? Mais ou menos. E quais são seus planos para o final de semana? Eu não sei. Você não consegue que ele largue o telefone quando fala com os amigos, mas o menino só lhe dá respostas monossilábicas. Sua casa é um hotel onde ele come e dorme, pois ele nunca se abre, nunca conversa. E quando você pensa a respeito, honestamente, por que deveria, se toda vez que ele se abre, sendo tão sensível, você é sutil como um elefante, e entra logo dando conselhos autobiográficos e dizendo: “Eu cansei de avisar.” Vivemos tão profundamente influenciados por este tipo de respostas que nem percebemos quando as utilizamos. Eu ensinei este conceito a milhares de pessoas, em seminários feitos por todo o país, e ele nunca deixou de chocá-las profundamente quando representamos situações de escuta empática, e elas finalmente começaram a escutar suas próprias respostas típicas. Mas, ao começarem a ver como normalmente respondem e a aprender a ouvir com empatia, elas conseguem perceber os resultados dramáticos na comunicação. Para muita gente, procurar primeiro compreender torna-se o mais excitante, o mais imediatamente aplicável de todos os 7 Hábitos. Vamos dar uma olhada no que pode ser considerado um momento típico na comunicação entre um pai e seu filho adolescente. Atentem para as palavras do pai, em comparação às quatro diferentes respostas que acabamos de descrever. Puxa, pai, eu estou cheio! Escola é coisa de panaca! Qual é o problema, filho? (investigando.) Não presta para nada. Não aprendo coisa alguma. Bem, você não consegue ver os benefícios agora, filho. Eu sentia a mesma coisa quando tinha a minha idade. Eu me lembro de que pensava que algumas aulas eram uma grande perda de tempo. Mas essas aulas acabaram se mostrando muito úteis mais tarde. Faça uma força. Espere mais algum tempo. (Aconselhando.) Já passei dez anos na escola! Você pode me dizer de que adianta saber quanto é “x” mais “y” se vou ser mecânico de carros? Um mecânico de automóveis? Você deve estar brincando! (avaliando.) Não estou não. Olhe para o Joe. Ele abandonou a escola. E está ganhando um monte de dinheiro. Isso, sim, vale a pena. Pode parecer bom agora. Mas daqui a alguns anos Joe vai se arrepender de ter saído da escola. Você não vai querer ser mecânico. E precisa se preparar para tentar algo melhor. (Aconselhando.) Não sei. Joe está se dando muito bem. Bem, filho, você está realmente se esforçando? (Investigando.) Estou há dois anos no ensino médio. Claro que estou me esforçando. Mas é perda de tempo. Sua escola é altamente conceituada, filho. Ponha um pouco de fé nela. (Aconselhando, avaliando.) Bem, os outros se sentem do mesmo jeito que eu. Você tem ideia dos sacrifícios que sua mãe e eu fizemos para que você chegasse aonde está? Você não pode parar agora, quando está quase chegando. Sei que está se sacrificando, pai, mas não vale a pena. (Você não está entendendo nada.) Bem, quem sabe se você dedicar mais tempo ao estudo, e passar menos tempo na frente da tevê... (O problema não é esse, pai! Não tem nada a ver! Nunca vou conseguir conversar com você direito. Besteira ficar tentando.) Olha, pai, acho que não vale a pena. Ah... Deixa pra lá! Não quero mais falar nisso. Dá para você ver agora como somos limitados quando tentamos entender outra pessoa com base unicamente nas palavras, especialmente quando olhamos para a pessoa em questão através de nossos próprios óculos? Pode ver como são limitadas nossas respostas autobiográficas para uma pessoa que está genuinamente tentando fazer com que possamos compreender sua experiência de vida?

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Esse trecho aborda a importância de ouvir com empatia e como nossas respostas autobiográficas podem limitar a compreensão do outro. Ao avaliar as alternativas de resposta, é fundamental considerar a abordagem de escuta empática e evitar respostas que sejam baseadas em avaliações, investigações, aconselhamentos ou interpretações autobiográficas. A escuta atenta e a busca pela compreensão genuína do outro são essenciais para uma comunicação eficaz e para estabelecer conexões significativas.

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