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Das novas gerações de empreendedores, é o cenário mais comum que as startups estejam fundamentadas em modelos de negócios totalmente digitais (e, q...

Das novas gerações de empreendedores, é o cenário mais comum que as startups estejam fundamentadas em modelos de negócios totalmente digitais (e, quase sempre, na forma de aplicativos para smartphones). É comum que startups nasçam a partir da modelagem de negócios voltados ao aproveitamento das infinitas possibilidades de apoiar a transformação digital da sociedade e das demais organizações empresariais. Para as empresas tradicionais, a transformação digital é a resposta para a necessidade de reinvenção, ou readaptação, a novas condições do ambiente de negócios. Portanto, é um fenômeno que transpassa organizações de todos os perfis possíveis. Em maior ou menor grau, seus desafios são imperativos para qualquer tipo de empreendimento. Transformação digital envolve, principalmente, a gradativa digitalização de todos os processos produtivos. Isto é, todas as rotinas de trabalho, sejam elas de cunho mais técnico, como a própria atividade de chão de fábrica (a linha de produção), ou processos administrativos, tão convencionais como finanças, marketing e recursos humanos. E mesmo nas organizações que continuam a produzir produtos físicos habituais, tais como eletrodomésticos, automóveis ou artigos esportivos, a mudança na forma como as atividades são organizadas, a partir das ferramentas digitalizadas, é realmente revolucionária. A preparação da fábrica ganha a possibilidade de só se partir para a aquisição das mais caras máquinas e equipamentos especializados após sucesso nos testes virtuais (em que vários parâmetros podem ser testados até se encontrar a configuração ideal para se investir). Processos de manutenção industrial são otimizados ao máximo, principalmente pelas novas possibilidades de manutenção preditiva com base em tecnologia M2M (comunicação automática máquina a máquina, ou mesmo componente com máquina). Finalmente, toda a cadeia produtiva fica melhor sincronizada por meio da comunicação instantânea dos sistemas informatizados de uma empresa com os sistemas de seus principais fornecedores, resultando em um fluxo de trabalho mais fluido, com menor lead-time, mais qualidade (menor retrabalho, sucateamento, desperdício etc.) e, com tudo isso expressiva e generalizada redução de custos. Mas, como já se frisou, não é apenas no processo produtivo direto que a transformação digital ocorre: ganhos similares se fazem realidade em qualquer outro processo administrativo ou indireto da empresa. O departamento financeiro pode ser digitalizado, com uma integração direta do sistema da empresa com bancos e demais instituições financeiras, além da própria comunicação automatizada de contas a receber da empresa junto às contas a pagar dos seus clientes corporativos, e vice-versa no que tange aos fornecedores. O escrutínio fiscal por parte dos órgãos públicos em nível federal, estadual e municipal, em ambiente totalmente digital, reduz substancialmente, quando não elimina blockchain redefinirá o papel de instâncias tidas como indispensáveis, como bancos, que perderão a conotação de canais principais para financiamento das operações. Principalmente quando o objetivo é o lançamento de produtos e serviços inovadores, já há algum tempo se tornou comum, via plataformas digitais, campanhas de captação de recursos das empresas diretamente junto aos seus consumidores – entusiastas de uma determinada marca, não raro, fazem questão de pagar antecipadamente pela solução que a empresa promete, financiando, assim, todo o processo de pesquisa e desenvolvimento. Além disso, criptomoedas, como bitcoins e similares, permitirão novas possibilidades de monetização do negócio. O departamento de recursos humanos pode ser digitalizado, desde o processo de recrutamento e seleção, passando por capacitação e desenvolvimento, até o desligamento dos profissionais. As possibilidades se ampliam com recrutamento e seleção on-line: vagas são divulgadas instantaneamente por um número infindável de canais, a captação de perfis e currículos se torna tão seletiva e específica quanto for necessário para os talentos procurados, e as entrevistas e testes complementares podem ser feitos virtualmente, dispensando presença física, ou seja, reduzindo substancialmente os custos envolvidos (tanto para empregador quanto para candidato) e tornando o processo muito mais rápido, confiável e transparente. Já há algum tempo, é praxe realizar-se inclusive um due dilligence (investigação aprofundada) da atividade dos candidatos (e dos já funcionários) nas redes sociais. Treinamentos e formações continuadas, em meio digital, ampliam a oferta de possibilidades de capacitação e desenvolvimento para os profissionais da empresa, incluindo as possibilidades de eventos com instrutores internacionais sem os tradicionais custos envolvidos na logística convencional (seja de trazer instrutores de fora, seja para mandar participantes para eventos no exterior). O mapeamento de competências fica mais dinâmico, oferecendo leituras em tempo real no ambiente das empresas. Avaliações de treinamento, de todas as instâncias, se tornam facilitadas pelos recursos digitais. Até mesmo o processo de desligamento fica mais eficiente, possibilitando feedback (orientação corretora de comportamento e desempenho) e acompanhamento do profissional durante e até mesmo após o período de afastamento (útil especialmente em cargos mais estratégicos). O departamento de marketing pode ser digitalizado, e isso em incontáveis frentes de atuação, desde o branding (gestão de reputação da marca), a publicidade, os estudos de precificação, desenvolvimento e acompanhamento de mercado, canais diretos e indiretos de distribuição, entre tantas outras possibilidades. Aliás, é inegável que a digitalização dos processos nas organizações tende, irreversivelmente, ao que tudo indica, a esvaziar cada vez mais os canais indiretos e potencializar os canais diretos – a tecnologia digital faz os intermediários serem cada vez mais dispensáveis. O marketing direto é profundamente potencializado em ambiente digital. Nesse novo mundo em irreversível digitalização, o gerenciamento de reputação ganha uma função especialmente crítica: afinal, se antes, no modelo convencional, prevalecia a máxima de que “o cliente satisfeito recomenda para um, e o cliente insatisfeito fala mal para dez”, diante do poder concedido à voz dos consumidores nos ambientes digitais, é bem admissível esperar que um descontente espalhe rapidamente sua indignação para mil, 10 mil, 100 mil ou mais pessoas. Por assim dizer, em um mundo cada vez mais digitalizado, as empresas estão profundamente expostas, sendo que mesmo pequenos deslizes e falhas podem macular rápida e amplamente uma organização. Por outro lado, se uma empresa se encontra, sob essa perspectiva, em uma delicada e sensível posição na relação com os consumidores e sociedade em geral, seus concorrentes encontram-se na mesma situação. E é neste ponto que as organizações podem aproveitar a valiosa contribuição dos processos de inteligência competitiva: o meio digital permite, a custo muito baixo ou praticamente zero, monitorar constantemente as movimentações de mercado dos concorrentes. Essa leitura de ações e iniciativas do competidor, quando realizada em tempo hábil, pode promover um maior grau de inovação nas empresas, pela disputa constante de quem lança primeiro (ou lança melhor) determinada novidade. Ressalte-se, a tempo, que não há nada de ilegal nesse tipo de iniciativa: como bem descrito por Reis (2008), diferente de espionagem industrial (comportamento antiético ou mesmo criminoso), a inteligência competitiva apenas se aproveita da competência que uma organização possui de fazer a leitura de informações que estão disponíveis de forma livre e pública a respeito dos concorrentes (sites, blogs, redes sociais etc.) – e aí empregar essas informações como importantes subsídios de informação para seus próprios processos de tomada de decisão em relação à tecnologia e aos negócios. A listagem das possibilidades é virtualmente infinita: qualquer setor de uma organização pode ser profundamente transformado, em termos de produtividade, com seus processos funcionais digitalizados: suporte de TI, jurídico, controladoria, manutenção etc. Aliás, concordando com Ramos et al. (2012), é impossível deixar de reconhecer a importância que sistemas informatizados, como os mais modernos sistemas de ERP, CRM, GED, entre outros, têm nessas organizações, sendo peças centrais do processo de completa digitalização: a tecnologia da informação é a responsável por potencializar o valor da informação e, consequentemente, dos negócios. Com base no texto apresentado, analise as seguintes afirmativas: I. A transformação digital é um fenômeno que afeta apenas as startups e empresas de tecnologia. II. A transformação digital envolve a digitalização de todos os processos produtivos, mas não impacta os processos administrativos das empresas. III. A transformação digital pode trazer benefícios como redução de custos, melhoria na qualidade e maior agilidade nos processos. IV. A transformação digital não tem impacto nos departamentos de recursos humanos e marketing das empresas. V. A inteligência competitiva no ambiente digital permite às empresas monitorar as movimentações de mercado dos concorrentes e promover inovação. Com base na análise do texto, assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e V estão corretas. c) Apenas as afirmativas III e V estão corretas. d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. e) Apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas.
I. A transformação digital é um fenômeno que afeta apenas as startups e empresas de tecnologia.
II. A transformação digital envolve a digitalização de todos os processos produtivos, mas não impacta os processos administrativos das empresas.
III. A transformação digital pode trazer benefícios como redução de custos, melhoria na qualidade e maior agilidade nos processos.
IV. A transformação digital não tem impacto nos departamentos de recursos humanos e marketing das empresas.
V. A inteligência competitiva no ambiente digital permite às empresas monitorar as movimentações de mercado dos concorrentes e promover inovação.
a) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e V estão corretas.
c) Apenas as afirmativas III e V estão corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
e) Apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas.

Essa pergunta também está no material:

Ciência, Tecnologia e Inovação em TI
190 pág.

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Analisando as afirmativas com base no texto apresentado, a alternativa correta é: c) Apenas as afirmativas III e V estão corretas.

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