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O PSICÓLOGO ASSISTENTE TÉCNICO Da mesma forma que o juiz nomeia o perito psicólogo para dirimir as questões trazidas às Varas da Infância e da Juve...

O PSICÓLOGO ASSISTENTE TÉCNICO Da mesma forma que o juiz nomeia o perito psicólogo para dirimir as questões trazidas às Varas da Infância e da Juventude ou às Varas de Família e Sucessões dos Foros Regionais e dos Tribunais estaduais, as partes podem indicar seu psicólogo assistente técnico, profissional igualmente habilitado, de sua confiança, para exercer funções idênticas às do perito, e para auxiliá-las no esclarecimento e defesa dos seus interesses no litígio. O assistente técnico também pode servir de consultor da parte, esclarecendo ou interpretando os fatos da causa, para corroborar as alegações da parte ou para melhor elucidar o juiz acerca de tais fatos (AMARAL SANTOS, 2012). A fundamentação legal para a atuação do assistente técnico está prevista no art. 465, § 1º, II, do novo CPC/201521, a saber: "Art. 465 – novo CPC/2015. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo. § 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito: (...) II – indicar assistente técnico; (...)" O § 1º do art. 466 do novo CPC/2015 preceitua que os assistentes técnicos são de confiança da parte, não estando sujeitos à suspeição ou impedimento, como ocorre com o perito judicial, a saber: "Art. 466 – novo CPC/2015. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. § 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.22" Ora, se o assistente técnico é de confiança da parte e não está sujeito a suspeição ou impedimento, é somente à parte que o contratou que ele deve prestar assessoria e esclarecimentos de seus atos23, podendo formular livremente seu convencimento e apresentá-lo ao perito, com a possibilidade de que este concorde ou não, porém, dentro do compromisso genérico com a Justiça previsto no art. 37824 do mesmo Diploma Legal, a saber: "Art. 378 – novo CPC/2015. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade." Inclusive, é também este o entendimento do próprio Conselho Regional de Psicologia do Estado de São Paulo, conforme se observa no Ofício nº 605/2011: para embasar seu posicionamento como Assistente Técnico da parte, não é necessário que o profissional entreviste a parte contrária e filhos (se a parte contratante não tem acesso aos filhos, por impedimentos judiciais (ex.: medidas protetivas por um alegado abuso sexual) ou atos arbitrários do outro genitor (atos de Alienação Parental), em decorrência das atribuições legais da função (definidas pelo art. 465, § 1º, II, a art. 477 do novo CPC – Lei nº 13.105/2015 – e Resolução nº 08/2010 do Conselho Federal de Psicologia) e, por se tratar de um documento técnico – que exprime uma opinião técnica – acerca de outro documento técnico (um laudo pericial ou relatório de avaliação psicológica), não há obrigatoriedade do Assistente Técnico entrevistar a criança, não sendo possível, portanto, qualquer questionamento ético ou processual de tal atuação, a saber: MAIA NETO (1997) entende que: "[...] O assistente técnico é o auxiliar da parte,25 aquele que tem por obrigação, concordar, criticar ou complementar o laudo do perito oficial, através de seu parecer, cabendo ao Juiz, pelo princípio do livre convencimento, analisar seus argumentos, podendo fundamentar sua decisão neste parecer. [...]" Inclusive, no mesmo artigo, o referido autor transcreve um Acórdão do 2º Tribunal de Alçada Cível do Estado de São Paulo, nos seguintes termos: "[...] 3.2 – E o assistente técnico, sem nenhum compromisso com a Justiça – a não ser aquele genérico previsto no art. 339 do CPC – fica adstrito à instância da parte a que presta assessoria.26 Se esta não é cientificada do oferecimento do laudo, não tem como providenciar a manifestação do assistente. [...]" SILVA MELO [s.d.] esclarece que: "[...] [...] Da mesma importância do mister atribuído ao Perito Oficial, nomeado pelo Juízo, reveste-se a função do Perito Assistente, o qual possibilita que se instaure o contraditório na matéria técnica, para que não reine absoluto o entendimento do Perito nomeado peço Juízo, que deve ter a mesma postura de imparcialidade do Juiz que o nomeou. [...] A indicação de Perito Assistente Técnico é de fundamental importância para dar segurança e eficiência à produção da prova pericial, cabendo-lhe fazer a interface de comunicação com o Perito Oficial [...]. O principal trabalho do Perito Assistente não é, como acham muitos, elaborar um laudo divergente ou uma crítica ao laudo oficial, mas sim diligenciar durante a realização da perícia no sentido de evidenciar ao Perito Oficial os aspectos de interesse ao esclarecimento da matéria fática sob uma ótica geral e mais especificamente sob a ótica da parte que o contratou.27 [...]" "2) – Sendo o assistente de livre nomeação da parte, de sua confiança, sobre o qual não recaem as regras de impedimento e suspeição, possível divergência dele com o perito oficial não impede se tenha a perícia como boa. [...] Assistente técnico tem a única finalidade de assessorar a parte que o indicou, não estando as conclusões do juízo a ele vinculadas".29 "Resolução CFP nº 008/2010 Dispõe sobre a atuação do psicólogo como perito e assistente técnico no Poder Judiciário. [...] CONSIDERANDO que os assistentes técnicos são de confiança da parte para assessorá-la e garantir o direito ao contraditório, não sujeitos a impedimento ou suspeição legais;34 [...] CONSIDERANDO que os psicólogos peritos e assistentes técnicos deverão fundamentar sua intervenção em referencial teórico, técnico e metodológico respaldados na ciência Psicológica, na ética e na legislação profissional, garantindo como princípio fundamental o bem-estar de todos os sujeitos envolvidos; [...] Art. 8º O assistente técnico, profissional capacitado para questionar tecnicamente a análise e as conclusões realizadas pelo psicólogo perito, restringirá sua análise ao estudo psicológico resultante da perícia, elaborando quesitos35 que venham a esclarecer pontos não contemplados ou contraditórios, identificados a partir de criteriosa análise. Parágrafo único. Para desenvolver sua função, o assistente técnico poderá ouvir pessoas envolvidas, solicitar documentos em poder das partes, entre outros meios (Art. 429, Código de Processo Civil). Porém, uma vez que o assistente técnico é um consultor e conselheiro da parte, a compreensão de suas responsabilidades está relacionada diretamente com os interesses de um dos lados, tornando seu lugar no processo ambíguo e parcial e, portanto, não é visto com bons olhos por aqueles que buscam uma verdade imparcial e incontestável. Mas deve-se considerar que essa verdade absolutamente isenta de tendências é impossível, e por isso, o assistente técnico deve ser visto como um profissional que busca

Essa pergunta também está no material:

(texto 05) Pericia + Psicólogo Perito e Assistente Técnico
6 pág.

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