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Durante a vigência do CPC 06 (R1), o arrendamento mercantil era definido como sendo um acordo pelo qual o arrendador (detentor jurídico do ativo) transmitia ao arrendatário (aquele que utiliza o bem), em troca de um pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de tempo acordado. Os arrendamentos mercantis podiam ser classificados como financeiro ou operacional e antes da Lei n. 11.638/07 ambos eram reconhecidos como despesas na arrendatária no momento de vencimento das prestações. Isso porque, até então, o entendimento que prevalecia era de que o dono do bem é quem deveria registrá-lo em seu ativo e, portanto, os objetos de arrendamento mercantil eram reconhecidos no balanço do arrendador. A Lei n. 11.638/07, que propiciou condições para convergirmos às normas internacionais de contabilidade, mudou o tratamento contábil dos arrendamentos mercantis financeiros. Como as normas internacionais baseiam-se na premissa de que a essência da transação deve prevalecer sobre a forma como tal transação foi contratada, o objeto do contrato de arrendamento mercantil financeiro, que transferia à companhia os benefícios, riscos e controle de seu uso, passou a ser reconhecido como ativo e as prestações a serem pagas, como passivo. O arrendatário passou a reconhecer em seu balanço as operações de arrendamento mercantil financeiro como um ativo, e em contrapartida a um passivo, já que se tratava de um financiamento. As operações de arrendamento mercantil operacional continuavam fora do balanço da arrendatária porque, nesse caso, mantinha-se a característica de aluguel. No entanto, esse modelo de reconhecimento, disposto no CPC 06, foi emitido com base na norma internacional IAS 17 – Leases, emitida pelo Iasb. Porém, o órgão já estava há tempos revendo essa norma, o que acabou culminando na emissão da IFRS 16 cuja vigência iniciaria a partir de 2019. Desse modo, o Brasil acabou por adotar um modelo que já estava em fase de substituição pelo Iasb. Em função do novo texto da IFRS 16, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o CPC 06 (R2) com efeitos a partir de 2019. Esse CPC 06 revisado trata, portanto, dos princípios para o reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação de arrendamentos com o objetivo de garantir que os arrendatários e arrendadores forneçam informações relevantes que permitam aos usuários das demonstrações contábeis avaliar o efeito que essas operações provocam na posição financeira e no desempenho financeiro e, principalmente, nos fluxos de caixa da entidade. Como já visto, o contrato de arrendamento mercantil é celebrado por meio de um contrato realizado entre pessoa jurídica (arrendador) e pessoa física ou jurídica (arrendatário). Nota-se, portanto, a existência da figura do arrendador e do arrendatário. Arrendador: proprietário do ativo, ou seja, a entidade que fornece o direito de uso do ativo. Arrendatário: entidade que obtém o direito de uso do ativo por um período definido no contrato em troca de contraprestações e que, no final do contrato, declara a opção de compra ou a devolução do ativo, objeto do contrato. De acordo com o CPC 06 (R2), Apêndice A – Definição de termos: arrendamento, trata-se do contrato que transfere o direito de usar um ativo (ativo subjacente) por período de tempo em troca de contraprestação. Segundo o novo texto do CPC 06 (R2), para que um contrato seja considerado de arrendamento é necessário estarem presente, portanto, dois requisitos essenciais: direito de controle do uso de um ativo identificado. Com essa nova redação, alguns contratos que não eram considerados de arrendamento mercantil poderão ser assim considerados, bem como arrendamentos atuais poderão ser desconsiderados como tais. Desse modo, na contratação do arrendamento mercantil, a entidade deve avaliar se o contrato é ou contém um arrendamento. O CPC 06 (R2) item 9 define quando um arrendamento é ou contém um arrendamento da seguinte forma: o contrato é ou contém um arrendamento se ele transmite o direito de controlar o uso do ativo identificado por um período de tempo em troca de contraprestação. Para ajudar a entidade a fazer a avaliação sobre se o contrato é ou contém arrendamento, o CPC 06 (R2) publicou o seguinte fluxograma. O ativo é identificado ao ser expressamente especificado no contrato ou ao ser implicitamente especificado na ocasião em que for disponibilizado para uso do arrendatário. Entretanto, se o arrendador tiver o direito substancial de substituir o ativo durante todo o período de uso, o ativo não será considerado identificável e o contrato não poderá ser considerado como de arrendamento mercantil. Dispõe o CPC 06 (R2) que o arrendador somente terá o direito substancial de substituir o ativo se estiverem presentes as seguintes condições: Tiver a capacidade prática de substituir ativos alternativos durante todo o período de uso. Puder beneficiar-se economicamente do exercício do seu direito de substituir o ativo. Segundo o item 3, Alcance, a entidade deve aplicar este pronunciamento a todos os arrendamentos, incluindo arrendamentos de ativos de direitos de uso em subarrendamentos, exceto para: (a) arrendamentos para explorar ou usar minerais, petróleo, gás natural e recursos não renováveis similares; (b) arrendamentos de ativos biológicos dentro do alcance do CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola mantidos por arrendatário; (c) acordos de concessão de serviço dentro do alcance da ICPC 01 – Contratos de Concessão; (d) licenças de propriedade intelectual concedidas por arrendador dentro do alcance do CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente; e (e) direitos detidos por arrendatário previstos em contratos de licenciamento dentro do alcance do CPC 04 – Ativo Intangível para itens como: filmes, gravações de vídeo, reproduções, manuscritos, patentes e direitos autorais. Entretanto, o item 4 determina que o arrendatário pode, mas não é obrigado, a aplicar esse pronunciamento a arrendamentos de ativos intangíveis que não sejam aqueles descritos no item 3(e). Uma das principais alterações do CPC 06 (R2) foi a eliminação da classificação entre arrendamento mercantil financeiro e arrendamento mercantil operacional para o arrendatário. A definição de arrendamento financeiro e de arrendamento operacional consta no Apêndice A – Definição de termos: arrendamento.

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O arrendatário pode decidir não aplicar o CPC 06 (R2) para:

a) Arrendamentos de curto prazo.
b) Arrendamentos de ativos subjacentes de baixo valor.
c) Ambas as opções acima estão corretas.
d) Nenhuma das opções acima está correta.

De acordo com o item 32 do CPC 06 (R2), como deve ser feita a depreciação do ativo de direito de uso pelo arrendatário?

a) A depreciação deve ser feita desde a data de início até o fim da vida útil do ativo subjacente.
b) A depreciação deve ser feita desde a data de início até o fim do prazo de arrendamento.
c) A depreciação não é necessária para ativos de direito de uso.

Ao contabilizar o contrato desse arrendamento mercantil, o valor total das despesas que afetaram o resultado de dezembro de 2008, decorrentes dessa operação, foi, em $:

A) 6.250,00.
B) 9.434,28.
C) 35.000,00.
D) 15.684,28.
E) 14.439,48.

Sobre contrato de arrendamento, avalie as afirmativas a seguir:
I – O proprietário do bem tem direito a 15% dos benefícios do uso do ativo que objeto do contrato.
II – Por força do contrato o arrendatário terá direito a todos os benefícios provenientes do ativo.
III – Caberá ao arrendador todos os ônus decorrentes do uso do ativo arrendado.
IV – O arrendatário dividirá os custos decorrente do uso do ativo objetivo do contrato com o arrendador.
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) II e IV, apenas.
D) I, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.

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