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Filosofia

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Em O que é a filosofia?, Gilles Deleuze e Félix Guattari assinalam que o conceito, sendo de origem filosófica, é sempre uma singularidade. Logo, o primeiro princípio da própria filosofia seria a afirmação de que os universais não explicam nada e que, por sua vez, deveriam ser explicados (DELEUZE; GUATTARI, 1997, p. 15). Com isso, os autores partem da premissa de que o conceito em si não pode representar um bastar-se a si mesmo, o que constituiria um postulado eminentemente metafísico, portanto imutável, gerando a impossibilidade de novas formas de pensar. Mais adiante, Deleuze e Guattari, aprofundando suas reflexões, ponderam que todo conceito, sendo uma criação, só pode existir mediante problemas, e estes, dentro do que chamam de “pedagogia do conceito”, são criados justamente em razão das “más” colocação e visualização dos problemas. Um conceito necessariamente tem sua gênese relacionada à existência de um problema (DELEUZE; GUATTARI, 1997, p. 28).

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De acordo com Deleuze e Guattari em "O que é a filosofia?", o conceito, por ser de origem filosófica, é sempre uma singularidade. Eles afirmam que os universais não explicam nada e que devem ser explicados, indicando que o primeiro princípio da filosofia é a afirmação de que os conceitos não podem se bastar a si mesmos, evitando assim uma postura metafísica imutável. Os autores destacam que os conceitos só existem mediante problemas, e estes são criados a partir de uma "pedagogia do conceito", que surge das más colocações e visualizações dos problemas. Dessa forma, um conceito está sempre relacionado à existência de um problema, o que estimula a criação e a evolução do pensamento filosófico.

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ades divinas, que cederam lugar aos filósofos, mestres das verdades descobertas. Nessa encruzilhada cultural decisiva para a civilização grega e a própria humanidade, nasce com a filosofia o termo logos — λόγος — que tem múltiplos significados, como “discurso compreensível”, “explicação coerente sobre algo” etc. É comumente conhecido por razão, um discurso calculado, pensado, racional, em oposição ao mito — my- thus/μύθος —, palavra que expressava um universo muito rico de significados, mas que, grosso modo, é tomado por um discurso poético repleto de metáforas que tinha por fim dizer a realidade a partir do elemento divino, em última instância, uma narrativa em que o poeta — aedo/ἀοιδός —, acompanhado de sua cítara, canta o nascimento, os fei- tos e o ordenamento da realidade por parte dos deuses. O aedo é o poeta andante que, pela magia da palavra ao narrar a epopeia dos deuses, educa os homens a partir dos sentimentos e valores divinos. Em oposição a esse con- junto de elementos, o logos terá três funções muito im- portantes no destino da filosofia como forma racional de explicar a realidade, a saber: 1. combater os mitos; 2. re- futar a opinião vista enquanto senso comum — doxa/δόξα —; 3. livrar o homem da paixão — pathos/πάθος —, por ela representar excesso ou desmedida. Mais complexo do que se costuma pensar, a filosofia não surge apenas como novo saber, mas como um sistema explicativo que deveria pôr fim ao universo mítico em razão deste não explicar a realidade, mas representá-la fora da dimensão humana. Então: crítica às teogonias e refutação ao senso comum; comércio pujante e desenvolvimento econômico; condi- ção geográfica enquanto rota de navegações; espírito de curiosidade; culto à proporção; cultivo da abstração por meio da reflexão; amor ao debate e sede de conhecer, tudo isso fez dos gregos um povo amante da sabedoria; aliás, o termo filosofia — Φιλοσοφία — significa “amigo do saber”: filo/Φιλο, “amizade”; sofia/σοφία, “sabedoria”. Uma observação importante: o fato de a filosofia ter nas- cido ou sido criada, surgida ou inventada pelos gregos não significa que os povos anteriores aos helenos3 não tenham refletido sobre a vida, natureza, morte, conhecimento etc. A originalidade dos filósofos gregos repousa, sobretudo, na forma pela qual eles realizaram esse fenômeno cultu- ral de pensar, visto que a diferença consiste no fato de os filósofos gregos pensarem o pensamento, genuinamente, e por elaborarem meios à demonstração de suas proposi- ções. Por isso, é correto afirmar que a filosofia, além de ser constituída por áreas de reflexão, objetos de reflexão, também possui toda uma técnica de exploração conceitual e de exposição de enunciados; assim, a filosofia é o reino do conceito, e não da mera opinião. Resta destacar que a filosofia nasce com o propósito de conhecer o elemento primário que daria causa à vida, à natureza etc. Originalmente grega, ela desponta como um saber que perguntava pela matéria natural ou substância sobre o que é isso que cerca o ser humano e suas peculia- ridades intrínsecas ou próprias, diferenciando-se das con- tribuições dos povos que antecederam aos gregos. Apenas uma provocação: a filosofia já nasce dividida em si mesma e aquilo que se chamará de ciência, isto é, da reflexão à investigação experimental. 3 Relativo aos antigos helenos, pequena tribo que viveu na região do Epiro (noroeste da Grécia) e que deu origem ao povo grego, ou indivíduo dessa tribo, Hélade (Grécia). O termo grego tem sua origem no latim. 27Relevância do estudo da filosofia RELEVÂNCIA DO ESTUDO DA FILOSOFIA A relevância da filosofia já está dada por ela mesma quan- do é tomada como fundamento último das outras formas de compreender a realidade, mas, além disso, a importân- cia de se estudar filosofia tem uma natureza específica, que é pensar descortinando o universo majestoso de múl- tiplos elementos cognitivos, ao mesmo tempo em que de- senvolve o espírito crítico, a capacidade reflexiva, a radica- lidade pela abstração, o rigor crítico, a clareza expositiva e a sistemática demonstração de um postulado. Dessa for- ma, o filosofar é um ato complexo que exige habilidades específicas e um gosto salutar por querer compreender o funcionamento das coisas, visto que, para Aristóteles, o sábio procura compreender a ordem e as causas dos fenô- menos, bem como pôr ordem nas coisas. A relevância de se estudar filosofia nos aproxima do diálo- go privilegiado e permanente com estudiosos importantes do cenário filosófico, que são os filósofos, mestres que construíram e constroem esse saber necessário às forma- ções intelectual e moral capazes de nos distinguir de um saber opinativo e vulgar, que não está preocupado com fundamentos e pouco afeito ao rigor sobre a pesquisa de um fenômeno e à exposição de uma ideia. 28 Algumas noções elementares ÁREAS DE REFLEXÃO FILOSÓFICA Sendo a filosofia um universo vasto de objetos e preocu- pações, desde o seu nascimento os filósofos procuraram delimitar as áreas da reflexão filosófica com o propósi- to de marcar o problema a ser estudado, além de obter, seguramente, os resultados do esforço intelectual, muito embora essa divisão tenha ficado mais clara a partir do período moderno da filosofia, que começa, simbolicamen- te, com René Descartes (1596-1650). Levando em conta o caráter propedêutico4 deste trabalho, consideramos importante apresentar, em linhas gerais, os principais ramos da filosofia, são eles: a) metafísica; b) teoria do conhecimento; c) lógica; d) estética; e) ética; f) filosofia política; g) epistemologia. Isso para destacar as áreas mais diretamente importantes aos nossos cursos. A – Metafísica A palavra metafísica vem do grego τα μετά Φυσικά (“depois da física”) e foi cunhada pelo filósofo Andrônico de Rodes, que, por volta do séc. I a.C., organizou a obra de Aris- tóteles (384-322 a.C.). Esse termo, empregado no livro de 4 “Corpo de ensinamentos introdutórios ou básicos de uma disciplina; ciência preliminar, introdução. Conjunto de estudos nas áreas humana e científica que precedem, como fase preparatória e indispensável, os cur- sos superiores de especialização profissional ou intelectual.” (HOUAISS, 2001). As disciplinas propedêuticas são essenciais a uma boa formação intelectual. Áreas de reflexão filosófica 29 Aristóteles chamado Filosofia primeira, deveu-se ao fato de ele estar posto depois de outro, denominado Filosofia natural ou Física. Por isso, a metafísica pode ser pensada como filosofia primeira, por estudar a natureza dos primei- ros princípios, além de fornecer os fundamentos últimos de todas as ciências particulares, bem como ser tomada enquanto reflexão dos princípios que precedem às expe- riências, porquanto a metafísica enaltece a reflexão como natureza essencial do homem. Ressaltamos que a metafí- sica pergunta pelos significados e diversos modos do ser. B – Gnosiologia Conhecida pela expressão teoria do conhecimento, o vo- cábulo gnosiologia foi cunhado em 1653 por Johann Mi- craelius (1597-1658), no seu livro Léxico de termos filo­ sóficos e de filosofias ordinárias (Lexicon philosophicum terminorum philosophie usitatorum). Precisamente, a gno- siologia tem como preocupação refletir acerca das condi- ções de possibilidades do conhecimento, investigando a complexa relação entre sujeito e objeto, ou seja, analisa a natureza, a origem e os limites do ato de conhecer pelo sujeito cognoscente e o objeto a ser conhecido. C – Lógica Lógica é um campo da filosofia que investiga as formas de pensar de um modo geral como indução, dedução, hipó

Condição humana
Jean-Jaques Rousseau (1712-1778), por sua vez, e diametralmente oposto a Hobbes, afirma que “a guerra de todos contra todos” não é uma condição pré-política ou mesmo pré-social, mas uma realidade sociopolítica erigida a partir da criação da propriedade, o que justificou um cortejo de iniquidades em que havia, por um lado, poucos com muito e, por outro, muitos com pouco ou quase nada. Nesse sentido, o romântico filósofo genebrino apela para um pacto social cujo fim baseia-se na ideia de liberdade, igualdade e propriedade jurídicas tendo como fundamento a vontade geral, que não seria a soma das vontades individuais, mas o que é deliberado pelo povo em assembleia (soberano). Dessa forma, Rousseau acredita que a sociedade pode melhorar com boas leis e um sistema educacional exemplar. Tanto isso é verdade que o Contrato social e o Emílio, ou da educação foram escritos e publicados ao mesmo tempo, em 1762. É importante salientar esse dado porque Rousseau concebia educação como instrumento político para a formação de bons cidadãos por meio do pleno desenvolvimento da razão e dos sentimentos, pois não existe reforma institucional sem reforma moral e intelectual dos cidadãos. O contrato social, para Rousseau, tem como fim buscar uma associação que preserve as pessoas e os seus bens conforme leis emanadas do povo soberano, em que todos, unidos pelo mesmo objetivo, obedeçam à lei procurando manter-se tão livres quanto livres foram no estado de natureza. Sendo assim, Rousseau dimensiona a liberdade como valor absoluto, pois, ao contrário de Hobbes, a sociedade civil não se estrutura para livrar-se do medo da “guerra de todos contra todos”, assim como também não se organiza para proteger e gozar a propriedade, por mais amplo que seja o seu conceito, conforme pensa Locke. O pacto social, segundo Rousseau, visa à conservação e à prosperidade dos cidadãos por parte do Estado, maximizando a liberdade e a igualdade garantidas pela vontade geral, positivamente sob a forma de lei, emanada do soberano, ou seja, todos os cidadãos são iguais na assembleia. Resumindo, Rousseau concebe vontade geral como expressão de um desejo de todos na forma da lei como vontade comum. Essa mesma vontade geral é a suprema fonte de poder da sociedade, instância deliberativa do corpo político, em que o povo se assume como ser livre sustentado pela igualdade. A igualdade é uma condição de semelhança na sociedade civil, visto que o soberano não admite em seu seio homens desiguais, pois, se assim não fosse, a soberania não seria uma emanação do poder popular

mentos e rearranjá-los de maneira lógica, pondo-os à prova pela reflexão, auxiliada pelo método dedutivo, uma vez que os gregos elevaram a matemática e outros saberes ao mais alto grau de abstração. Embora os aspectos acima expostos sejam consideráveis, não se pode esquecer a importância das críticas que os filósofos gregos fizeram ao conjunto dos mitos que organizavam os valores, o cotidiano das pessoas e as formas de pensar e apreender a realidade. Nesse sentido, a filosofia nasce sob a égide da cosmologia em detrimento da teogonia2, ou seja, os primeiros filósofos, sendo matemáticos, geógrafos e astrônomos, procuraram pesquisar a natureza a partir dela mesma e, com isso, rechaçaram as interpretações existentes nas teogonias dos poetas, mes-2 Narrativa própria das religiões politeístas acerca do nascimento dos deuses e suas genealogias, bem como a organização religiosa de um povo politeísta, sem ignorar o fato de os deuses interferirem diretamente nas vidas dos indivíduos. Ressaltamos, porém, que hoje os mitos são estudados e muito valorados do ponto de vista do estudo da psiquê humana, basta lermos os importantes trabalhos de Carl Jung (1875-1961). de Algumas noções elementares 26 curiosidade; culto à proporção; cultivo da abstração por meio da reflexão; amor ao debate e sede de conhecer, tudo isso fez dos gregos um povo amante da sabedoria; aliás, o termo filosofia — Φιλοσοφία — significa “amigo do saber”: filo/Φιλο, “amizade”; sofia/σοφία, “sabedoria”. Uma observação importante: o fato de a filosofia ter nas- cido ou sido criada, surgida ou inventada pelos gregos não significa que os povos anteriores aos helenos3 não tenham refletido sobre a vida, natureza, morte, conhecimento etc. A originalidade dos filósofos gregos repousa, sobretudo, na forma pela qual eles realizaram esse fenômeno cultu- ral de pensar, visto que a diferença consiste no fato de os filósofos gregos pensarem o pensamento, genuinamente, e por elaborarem meios à demonstração de suas proposi- ções. Por isso, é correto afirmar que a filosofia, além de ser constituída por áreas de reflexão, objetos de reflexão, também possui toda uma técnica de exploração conceitual e de exposição de enunciados; assim, a filosofia é o reino do conceito, e não da mera opinião. Resta destacar que a filosofia nasce com o propósito de conhecer o elemento primário que daria causa à vida, à natureza etc. Originalmente grega, ela desponta como um saber que perguntava pela matéria natural ou substância sobre o que é isso que cerca o ser humano e suas peculia- ridades intrínsecas ou próprias, diferenciando-se das con- tribuições dos povos que antecederam aos gregos. Apenas uma provocação: a filosofia já nasce dividida em si mesma e aquilo que se chamará de ciência, isto é, da reflexão à investigação experimental. 3 Relativo aos antigos helenos, pequena tribo que viveu na região do Epiro (noroeste da Grécia) e que deu origem ao povo grego, ou indivíduo dessa tribo, Hélade (Grécia). O termo grego tem sua origem no latim. Relevância do estudo da filosofia RELEVÂNCIA DO ESTUDO DA FILOSOFIA A relevância da filosofia já está dada por ela mesma quan- do é tomada como fundamento último das outras formas de compreender a realidade, mas, além disso, a importân- cia de se estudar filosofia tem uma natureza específica, que é pensar descortinando o universo majestoso de múl- tiplos elementos cognitivos, ao mesmo tempo em que de- senvolve o espírito crítico, a capacidade reflexiva, a radica- lidade pela abstração, o rigor crítico, a clareza expositiva e a sistemática demonstração de um postulado. Dessa for- ma, o filosofar é um ato complexo que exige habilidades específicas e um gosto salutar por querer compreender o funcionamento das coisas, visto que, para Aristóteles, o sábio procura compreender a ordem e as causas dos fenô- menos, bem como pôr ordem nas coisas. A relevância de se estudar filosofia nos aproxima do diálo- go privilegiado e permanente com estudiosos importantes do cenário filosófico, que são os filósofos, mestres que construíram e constroem esse saber necessário às forma- ções intelectual e moral capazes de nos distinguir de um saber opinativo e vulgar, que não está preocupado com fundamentos e pouco afeito ao rigor sobre a pesquisa de um fenômeno e à exposição de uma ideia. ÁREAS DE REFLEXÃO FILOSÓFICA Sendo a filosofia um universo vasto de objetos e preocu- pações, desde o seu nascimento os filósofos procuraram delimitar as áreas da reflexão filosófica com o propósi- to de marcar o problema a ser estudado, além de obter, seguramente, os resultados do esforço intelectual, muito embora essa divisão tenha ficado mais clara a partir do período moderno da filosofia, que começa, simbolicamen- te, com René Descartes (1596-1650). Levando em conta o caráter propedêutico4 deste trabalho, consideramos importante apresentar, em linhas gerais, os principais ramos da filosofia, são eles: a) metafísica; b) teoria do conhecimento; c) lógica; d) estética; e) ética; f) filosofia política; g) epistemologia. Isso para destacar as áreas mais diretamente importantes aos nossos cursos. A – Metafísica A palavra metafísica vem do grego τα μετά Φυσικά (“depois da física”) e foi cunhada pelo filósofo Andrônico de Rodes, que, por volta do séc. I a.C., organizou a obra de Aris- tóteles (384-322 a.C.). Esse termo, empregado no livro de 4 “Corpo de ensinamentos introdutórios ou básicos de uma disciplina; ciência preliminar, introdução. Conjunto de estudos nas áreas humana e científica que precedem, como fase preparatória e indispensável, os cur- sos superiores de especialização profissional ou intelectual.” (HOUAISS, 2001). As disciplinas propedêuticas são essenciais a uma boa formação intelectual. Áreas de reflexão filosófica Aristóteles chamado Filosofia primeira, deveu-se ao fato de ele estar posto depois de outro, denominado Filosofia natural ou Física. Por isso, a metafísica pode ser pensada como filosofia primeira, por estudar a natureza dos primei- ros princípios, além de fornecer os fundamentos últimos de todas as ciências particulares, bem como ser tomada enquanto reflexão dos princípios que precedem às expe- riências, porquanto a metafísica enaltece a reflexão como natureza essencial do homem. Ressaltamos que a metafí- sica pergunta pelos significados e diversos modos do ser. B – Gnosiologia Conhecida pela expressão teoria do conhecimento, o vo- cábulo gnosiologia foi cunhado em 1653 por Johann Mi- craelius (1597-1658), no seu livro Léxico de termos filo­ sóficos e de filosofias ordinárias (Lexicon philosophicum terminorum philosophie usitatorum). Precisamente, a gno- siologia tem como preocupação refletir acerca das condi- ções de possibilidades do conhecimento, investigando a complexa relação entre sujeito e objeto, ou seja, analisa a natureza, a origem e os limites do ato de conhecer pelo sujeito cognoscente e o objeto a ser conhecido. C – Lógica Lógica é um campo da filosofia que investiga as formas de pensar de um modo geral como indução, dedução, hipóte- se, inferência etc., tendo por fim separar o falso do verda- deiro no que concerne às operações mentais, ou, segundo Aristóteles (384-322 a.C.), “ciência da demonstração e do saber demonstrativo” (1987, I, 24). Atribui-se a Aristóteles a paternidade da lógica em virtude de o conjunto dos seus escritos analíticos estarem organizados em seis livros, cuja obra é denominada de Órganon, muito embora outros fi- lósofos, como Platão (428-348 a.C.), por exemplo, já tives- sem pensado, estudado e discutido os problemas

DISTINÇÃO ENTRE CONHECIMENTO E PENSAMENTO Geralmente, muitos confundem conhecimento com pensamento e este com aquele, quando, na verdade, ambos se distinguem muito claramente um do outro. Se tomarmos a palavra conhecimento do ponto de vista etimológico, iremos nos deparar com um termo do português antigo denominado conhocer, derivado do vocábulo latino cognōsco, que vem, por conseguinte, do verbo cognoscĕre, que significa “aprender a conhecer”, “procurar saber”, “reconhecer”. Nesse caso, conhecimento é ato de perceber ou compreender por meio da razão e/ou da experiência; por outra, é: Ato ou faculdade do pensamento que permite a apreensão de um objeto, por meio de mecanismos cognitivos diversos e combináveis, como a intuição, a contemplação, a classificação, a analogia, a experimentação etc.

a) Ato ou faculdade do pensamento que permite a apreensão de um objeto, por meio de mecanismos cognitivos diversos e combináveis, como a intuição, a contemplação, a classificação, a analogia, a experimentação etc.
b) Ato ou faculdade do pensamento que permite a apreensão de um objeto, por meio de mecanismos cognitivos diversos e combináveis, como a intuição, a contemplação, a classificação, a analogia, a experimentação etc.
c) Ato ou faculdade do pensamento que permite a apreensão de um objeto, por meio de mecanismos cognitivos diversos e combináveis, como a intuição, a contemplação, a classificação, a analogia, a experimentação etc.

Do exposto, surge a necessidade de estudarmos os elementos que constituem o universo das investigações no campo da lógica como ciência formal do pensamento. Elementos que constituem a preocupação da lógica formal. Relação ao pensamento (abstração). Representação concreta (conhecido). Ideia → pensamento (conceber). Juízo → pensamento (julgar). Raciocínio → pensamento. Termo → representação. Proposição → representação. Argumento → representação. Ideia e termo. A – Ideia é tomada enquanto sinônimo de conceito ou noção; nesse caso, originalmente, ideia é uma forma ou imagem sob a qual um objeto é pensado, percebido ou apreendido: Pode ter representação → bola, lápis, caderno (como imagem). Pode não ter representação → eternidade, pátria, infinito (intelectual). A.1. Planos diferentes das ideias: Conceito: representação, objetos materiais conhecidos como concretos. Compreensão da ideia: sua significação, suas qualidades. Desmaterialização: ideias matemáticas. Abstração: especulações puramente intelectuais. A ideia não pode encerrar nenhum elemento contraditório. Extensão da ideia: conjunto de indivíduos aos quais podemos aplicá-la, por se acharem compreendidos nela; a extensão pode ser identificada com quantidade. B – Termo é a expressão material (palavra) da ideia e que permite a sua transmissão de um homem para outro. O termo é a representação concreta do conceito ou da ideia. Quanto à representação da ideia, o termo pode ser: Unívoco: uma só ideia. Equívoco: ideias diversas que causam ambiguidade. Análogo: diversas ideias que se relacionam. Quanto à compreensão, o termo pode se apresentar: Não complexo: expresso por um só elemento vocabular. Complexo: expresso por mais de um elemento vocabular. Quanto à extensão, o termo é: Singular: o termo convém a um só indivíduo (um homem). Particular: o termo convém a um certo número de indivíduos (brasileiros). Universal: quando representa uma ideia universal (seres humanos). Definição: não é mais do que dizer o que algo é ao determinar a compreensão da ideia. Juízo e proposição. A – Juízo representa o ato em que o espírito afirma ou nega um objeto, residindo no valor intelectual, nesse caso uma operação mental. B – Proposição é o enunciado de um juízo que apresenta o sujeito, aquele de quem se afirma, e o predicado, aquilo que é afirmado. O verbo une sujeito e predicado. Por sua vez, a proposição é a expressão do juízo, ou, ainda, uma oração que afirma ou nega algo referente ao sujeito. Toda proposição enuncia um predicado de um sujeito, isto é, aquilo que o qualifica ou o caracteriza. Raciocínio e argumento. A – Raciocínio: “Ato pelo qual o espírito, com o que ele já conhece, adquire um novo conhecimento. Raciocínio é um progresso feito através do que já é conhecido.” (NERICI, 1992, p. 56). O papel do raciocínio é perceber as relações existentes entre as proposições, sendo que, do ponto de vista formal, o raciocínio funciona como nexo em que há uma relação da razão de ser do antecedente com o consequente. Sendo assim, existem dois tipos de raciocínio: o dedutivo e o indutivo. Raciocínio dedutivo: é o que passa do geral para o particular; embora sendo o mais seguro, tem possibilidades limitadas, sendo próprio às ciências formais, como lógica e matemática. Raciocínio indutivo: é aquele que passa do particular para o geral; essa forma de raciocínio é a que mais convém às ciências quantitativas para o seu desenvolvimento; dele nasce o método científico ou experimental. Argumento: é a simples expressão material do raciocínio, sendo constituído das proposições que formam os antecedentes e os consequentes do raciocínio. Silogismo (συλλογισμός), ou conexão de ideias. Para Aristóteles, “é uma locução em que, dadas certas proposições, algo distinto delas resulta necessariamente, pela simples presença das proposições dadas” (Analíticos anteriores, 24b) ou, ainda, “série de palavras em que, sendo admitidas certas coisas, delas resultará necessariamente alguma outra, pela simples razão de se terem

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