Com a aprovação do PL 3722 o que muda e onde muda a cerca da lei 10826/03 e do Código Penal ??

1- Comparativo da lei 10.826/03 e da PL3722/12 da Câmara dos Deputados Federais

A Comissão especial da Câmara dos Deputados Federais que analisou mudanças no Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) aprovou a criação do Estatuto de Controle de Armas de Fogo, revogando o estatuto vigente. O texto aprovado, é um substitutivo do relator, deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG), para o Projeto de Lei 3722/12 e outros 47 projetos apensados.

A Lei 10.826/2003 dispõe sobre registro, posse e comercialização de arma de fogo, e que o registro é obrigatório, além de que o interessado devera declarar a efetiva necessidade, apresentar toda a documentação que é exigível por lei, e quem autoriza o porte de arma é a Polícia Federal com autorização do Sinarm - Sistema Nacional de Armas, a licença para o porte de arma de fogo é pessoal, intransferível e revogável a qualquer tempo pela autoridade concedente, por ato justificado.

O Deputado ROGÉRIO PENINHA MENDONÇA, justifica que a regulamentação sobre armas no Brasil atualmente tem sede nas disposições da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o chamado Estatuto do Desarmamento, norma jurídica que foi concebida sob a ideologia do banimento das armas de fogo no país. Devendo que Lei aludida não se mostra eficácia para a redução da criminalidade no país surge um novo sistema com a finalidade da redução da violência, devido os dados estatísticos comprovados nos últimos anos a norma não se mostrava eficaz para a redução da violência, não haveria razão para que a população abrisse mão do seu direito de autodefesa.

Afirma o Deputado,

E não só no Brasil se confirma a total ineficácia de políticas de desarmamento na redução da criminalidade. A própria ONU, mesmo sendo a “mãe” da tese de desarmamento, através do mais amplo e profundo estudo já realizado sobre homicídios em âmbito global – o Global Study on Homicide – United Nations Office on Drugs and Crime –, pela primeira vez na História reconheceu que não se pode estabelecer relação direta entre o acesso legal da população às armas de fogo e os índices de homicídio, pois que não são as armas do cidadão as que matam, mas as do crime organizado, em face das quais, como se disse, a lei não tem relevância.

A proposta que ora se apresenta visa corrigir essa distorção legislativa, oferecendo à Sociedade Brasileira um novo sistema regulatório, baseado, não na já rejeitada e fracassada ideia de simples desarmamento, mas na instituição de um controle, rígido e integrado, da circulação de armas de fogo no país.

Este novo estatuto permite aos cidadãos a possuírem porte de armas de fogo, para proteção da legítima defesa ou patrimônio, exigindo alguns requisitos por lei.

Reduz a idade de 25 (art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 60 desta Lei) para 21 anos (art. 74. É vedado ao menor de vinte e um anos adquirir arma de fogo) para a compra de arma no País, e retira os impedimentos para aqueles que respondem inquérito policial ou criminal, autorizando a compra ou porte de arma de fogo, estende o porte para outras autoridades, como deputados, senadores e agentes de segurança socioeducativos, só que para comprar arma de fogo o interessado não deverá possuir condenações criminais pela prática de infração penal dolosa, nas esferas estadual, federal, militar e eleitoral.

Significa que as pessoas que respondam inquérito policial vão poder comprar e portar arma de fogo, a sua condenação só ocorrera no final do processo.

Atualmente, o Estatuto do Desarmamento nega a posse e o porte de armas para pessoas que respondam a inquérito policial, a processo criminal ou tenham antecedentes criminais.