Na atualidade, parece existir uma tendência de banir o sofrimento do mundo do trabalho e desconsiderá-lo uma dimensão contingente à produção. Dar visibilidade ao processo de transformação do sofrimento em adoecimento, no âmbito da gestão do trabalho, se faz impor- tante à medida que ele explicita a existência de situações políticas (dominação e resistência), de gozo (mesclagem de prazer e dor) e econômicas (prescrição e consumo abusivos de medicaliza- ção). O ato de criar implica rupturas. Não há como“fazerumomeletesemquebrarovos”.Da mesma forma, não há criação sem corte, por- tanto, sem sofrimento. É possível observar, no interior das organizações, o quanto a tristeza é, imediatamente, nomeada como depressão e o medo, como paranóia, apenas para citar alguns exemplos. Esse adoecimento não se faz sem conseqüências, uma vez que ele discrimina, es- tigmatiza e exclui. O que abre espaço para a me- dicalização das manifestações do sofrimento nas empresas através da prescrição indiscrimi- nada, principalmente, de antidepressivos e an- siolíticos. Portanto, evidenciar a transformação do sofrimento em adoecimento significa criti- car esse conjunto de práticas que permite a enunciação de determinadas doenças.
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Psicologia Organizacional e do Trabalho
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