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‘Excesso’ significa ‘passar dos limites’ de uma dessas causas eximentes, mas, para ‘passar dos limites’ será sempre necessário se ter estado, em algum momento, dentro deles. A doutrina em geral classifica o excesso em doloso, culposo, acidental ou exculpante / escusável, sendo o Código Penal Militar define o excesso exculpante / escusável (art. 45, parágrafo único), corretamente, como:
A) relacionado a profunda revolta de ânimo que acomete o agente. Neste caso, inicialmente, a conduta estava respaldada pela justificante, mas a situação em que se encontra o sujeito faz surgir nele um estado de pânico que lhe retira a capacidade de atuar racionalmente. Alguém que, por exemplo, diante de um agressor armado, investe contra ele a ponto de causar sua inconsciência, mas, temeroso quanto à possibilidade de ser alvejado, continua a agredi-lo, comete fato típico e ilícito.
B) é o exagero que decorre do caso fortuito, embora não em intensidade suficiente para cortar o nexo causal. Por vezes, o agente se excede na defesa. Não se pode dizer ter havido moderação na defesa, pois o dano provocado no agressor foi além do estritamente necessário para repelir o ataque, embora o exagero possa ser atribuído ao fortuito.
C) é irrelevante penalmente porque decorre de caso fortuito ou força maior. Ocorreria excesso se o agredido repelisse o agressor com um soco e este último sofresse, em razão da alteração de ânimo, um colapso cardíaco mortal. Neste caso, tratando-se de um caso fortuito, o agredido não responderia por excesso.
D) ocorre quando o agente se propõe a ultrapassar os limites da causa justificante. Suponhamos que o sujeito seja atacado por um seu desafeto desarmado e inicie atuação legítima para repelir a injusta agressão. Enquanto se defende, diante da oportunidade criada pelas circunstâncias, decide matar seu inimigo e se apodera de um revólver, alvejando mortalmente aquele indivíduo.
E) decorre da inobservância do dever de cuidado do agente enquanto atua respaldado por alguma das causas excludentes da ilicitude. Imaginemos que um indivíduo seja atacado por alguém desarmado e, licitamente, ponha-se a repelir a agressão injusta. Exibindo o agressor compleição física avantajada, o agredido se apossa de um pedaço de madeira para rechaçar os socos que receberia. Por falta de cuidado, no entanto, acaba atingindo a cabeça do agressor, que falece em virtude dos ferimentos.
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Desafios para Aprender

há 4 semanas

Respostas

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há 4 semanas

Para identificar a definição correta de "excesso exculpante / escusável" conforme o artigo 45 do Código Penal Militar, vamos analisar cada uma das alternativas: A) Relaciona-se a uma profunda revolta de ânimo, mas descreve uma situação em que o agente age de forma descontrolada, o que não se encaixa na definição de excesso exculpante, pois o agente não está agindo dentro dos limites da causa justificante. B) Fala sobre o exagero que decorre do caso fortuito, mas não se refere diretamente ao conceito de excesso exculpante, que envolve a defesa em situações de agressão. C) Trata do caso fortuito ou força maior, mas não se relaciona diretamente com o conceito de excesso exculpante, que envolve a defesa em situações de agressão. D) Descreve uma situação em que o agente ultrapassa os limites da causa justificante, o que caracteriza um excesso, mas não é o que se entende por excesso exculpante. E) Refere-se à inobservância do dever de cuidado enquanto atua respaldado por causas excludentes da ilicitude, o que se alinha com a ideia de excesso exculpante, pois o agente age com a intenção de se defender, mas acaba excedendo os limites de forma culposa. Diante da análise, a alternativa que melhor se encaixa na definição de excesso exculpante / escusável é a E), pois trata da inobservância do dever de cuidado enquanto o agente age respaldado por uma causa excludente da ilicitude.

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