O autor do trecho abaixo discute a ideia de “etnicidade simbólica” para explicar como, na modernidade tardia, as identidades étnicas se transformam em símbolos e marcas de distinção que podem ser utilizados sem necessariamente manter vínculos profundos com a cultura de origem. Com a intensificação das trocas globais e a circulação de pessoas e bens, surgem formas de pertencimento étnico mais flexíveis, desvinculadas de territórios fixos. Assim, a diferença cultural passa a coexistir com uma homogeneização global, criando espaços onde a identidade étnica é acionada mais como estilo e menos como prática cotidiana. Leia o trecho a seguir, de Livio Sansone (2003, p. 252): "As identidades étnicas sempre viajaram, porém hoje há mais oportunidades para a existência de etnicidades com laços relativamente frouxos com um grupo ou uma comunidade sociologicamente definidos — baseados num território específico ou originários dele. Há também mais oportunidades para etnicidades altamente estetizadas e simbolizadas. Com efeito, ao longo das últimas décadas, parecemos ter evoluído de um mundo caracterizado pela diversidade cultural para uma nova situação, que se caracteriza pela diferença étnica dentro