Ao longo da história, a estrutura familiar passou por significativas mudanças, refletindo transformações sociais e culturais. Durante os séculos XIX e XX, com o avanço do capitalismo, estabeleceu-se o modelo de família nuclear, heteronormativa e patriarcal, que privilegiava o papel central do homem e a divisão sexual do trabalho. No entanto, essa configuração familiar, embora amplamente difundida, não reflete a diversidade de arranjos familiares que existem, como as famílias monoparentais, comunitárias, extensas, entre outras. Encarar a família como uma construção social, política e cultural é essencial para superar visões que naturalizam esse modelo tradicional, muitas vezes negligenciando a complexidade e a diversidade das experiências familiares. Esse olhar crítico é imprescindível ao considerar as interações entre a família e a escola, especialmente no que tange à Educação Especial, onde as barreiras impostas pelos padrões familiares normativos são ainda mais evidentes. Além disso, a forma como entendemos a infância também é moldada por variáveis sociais, culturais e econômicas, que alteram sua concepção ao longo do tempo. As transformações históricas nas configurações