Vamos analisar as alternativas uma a uma, considerando a análise de Gonçalves (2010) sobre o papel da Psicologia nas políticas públicas: a) A atuação da Psicologia sempre esteve intrinsecamente ligada à defesa dos direitos sociais, desde sua regulamentação como profissão no Brasil, em 1962. - Embora a Psicologia tenha evoluído para incluir a defesa dos direitos sociais, essa afirmação pode ser considerada um tanto idealizada, pois a atuação da Psicologia nem sempre foi assim. b) A ideia de neutralidade científica contribuiu para uma Psicologia voltada à análise crítica das condições sociais, favorecendo a construção de políticas públicas emancipadoras. - Essa afirmação parece contradizer a ideia de neutralidade, pois a neutralidade científica muitas vezes é criticada por não promover uma análise crítica. c) A Psicologia, ao adotar uma postura baseada na neutralidade científica e na naturalização dos fenômenos psicológicos, inicialmente reforçou práticas de adaptação e exclusão, distanciando-se da defesa de direitos sociais. - Esta alternativa reflete uma crítica comum à Psicologia, que, em suas origens, pode ter se distanciado da defesa de direitos sociais. d) A psicologia comunitária e crítica nunca encontrou resistência dentro do campo profissional, sendo rapidamente aceita como hegemônica na área das políticas públicas. - Essa afirmação é imprecisa, pois a psicologia comunitária e crítica enfrentou resistência e não se tornou hegemônica rapidamente. e) A atuação do psicólogo no setor público sempre teve caráter protagonista, com reconhecimento do seu papel transformador e coletivo desde os primórdios da profissão no país. - Embora os psicólogos tenham um papel importante, essa afirmação pode ser considerada exagerada, pois o reconhecimento do papel transformador foi um processo gradual. Após essa análise, a alternativa que melhor reflete a crítica à Psicologia em relação às políticas públicas, segundo Gonçalves (2010), é a c) A Psicologia, ao adotar uma postura baseada na neutralidade científica e na naturalização dos fenômenos psicológicos, inicialmente reforçou práticas de adaptação e exclusão, distanciando-se da defesa de direitos sociais.