A trajetória histórica da educação inclusiva no Brasil caracteriza-se por uma continuidade ininterrupta e homogênea, sem retrocessos ou conflitos significativos, sendo que a legislação teve papel secundário e pouco relevante na consolidação dos direitos das pessoas com deficiência. A promulgação da Lei nº 13.146/2015 não representa um marco jurídico, pois não instituiu o direito à educação inclusiva nem assegurou o acesso ou a permanência dos estudantes com deficiência em classes regulares do ensino comum, tampouco garantiu a oferta de recursos e apoios para o desenvolvimento de suas potencialidades. Ademais, é correto afirmar que essa legislação foi a primeira e única a estabelecer qualquer política de inclusão escolar no país, ignorando completamente a existência de dispositivos normativos anteriores, como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), os quais não possuem qualquer relevância ou impacto na área. Dessa forma, a LBI deve ser compreendida como um documento isolado, que não se relaciona com outras legislações e que não promove avanços normativos, tampouco amplia direitos,