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3) Outra inovação trazida pela Lei 13.964/2019 foi a inclusão do § 9.° ao art. 2.° da Lei 12.850/2013, nos seguintes termos: "O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo". Há de se fazer cuidadosa interpretação desse dispositivo, pois equivale a prever que 0 condenado por crime de organização criminosa ou delito praticado por meio desse tipo de organização não poderá progredir de regime nem poderá receber o benefício do livramento condicional. Nem a Lei dos Crimes Hediondos previu tamanha rigidez, pois, no início da sua edição, em 1990, já autorizava O livramento condicional quando 0 condenado atingisse 2/3 do cumprimento da pena (exceto se considerado reincidente específico). Por outro lado, proibia, realmente, a progressão de regime, mantendo 0 regime fechado desde 0 início de modo integral. Mas essa norma também foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por ferir 0 princípio constitucional
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daniela frois

há 2 meses

Respostas

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há 2 meses

A inclusão do § 9º ao art. 2º da Lei 12.850/2013 pela Lei 13.964/2019 trouxe uma nova rigidez em relação aos benefícios prisionais para condenados por organização criminosa. O dispositivo estabelece que, se houver elementos que indiquem a manutenção do vínculo associativo, o condenado não poderá progredir de regime nem obter livramento condicional. Essa norma é mais severa do que a prevista na Lei dos Crimes Hediondos, que, apesar de proibir a progressão de regime, permitia o livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da pena. A interpretação cuidadosa desse dispositivo é necessária, pois ele pode ser considerado inconstitucional, uma vez que fere princípios constitucionais, como o da individualização da pena e o da dignidade da pessoa humana. O Supremo Tribunal Federal já se manifestou sobre a inconstitucionalidade de normas que impõem restrições excessivas aos direitos dos condenados, o que pode ser um ponto de discussão relevante em sua análise.

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