Ed
há 2 meses
A inclusão do § 9º ao art. 2º da Lei 12.850/2013 pela Lei 13.964/2019 trouxe uma nova rigidez em relação aos benefícios prisionais para condenados por organização criminosa. O dispositivo estabelece que, se houver elementos que indiquem a manutenção do vínculo associativo, o condenado não poderá progredir de regime nem obter livramento condicional. Essa norma é mais severa do que a prevista na Lei dos Crimes Hediondos, que, apesar de proibir a progressão de regime, permitia o livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da pena. A interpretação cuidadosa desse dispositivo é necessária, pois ele pode ser considerado inconstitucional, uma vez que fere princípios constitucionais, como o da individualização da pena e o da dignidade da pessoa humana. O Supremo Tribunal Federal já se manifestou sobre a inconstitucionalidade de normas que impõem restrições excessivas aos direitos dos condenados, o que pode ser um ponto de discussão relevante em sua análise.