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O modelo de atenção às condições crônicas proposto por diversos autores e organismos internacionais enfatiza a necessidade de superação do modelo tradicional de atenção à saúde, voltado prioritariamente para condições agudas. As condições crônicas, que incluem doenças crônicas não transmissíveis, condições transmissíveis de longo curso e distúrbios mentais de longo prazo, representam atualmente a maior carga de doença globalmente. O manejo adequado dessas condições exige abordagem proativa,continuada e integrada entre os diferentes níveis de atenção, com ênfase no autocuidado apoiado e na gestão da clínica. Analise o caso a seguir. Um município brasileiro com 80.000 habitantes apresenta alta prevalência de diabetes mellitus e suas complicações. A análise da situação de saúde revelou que: (1) muitos pacientes diabéticos recebem diagnóstico tardiamente, já com complicações; (2) há baixa adesão ao tratamento; (3) os pacientes realizam exames e consultas de forma descoordenada em diferentes serviços; (4) as internações por complicações agudas e crônicas do diabetes são frequentes; (5) não há comunicação sistemática entre a atenção primária e os serviços especializados (endocrinologia, nefrologia, oftalmologia); (6) os profissionais da atenção primária sentem-se inseguros no manejo de casos mais complexos. Para enfrentar essa situação, a gestão municipal decidiu implementar uma linha de cuidado para diabetes, organizando a rede de atenção. Considerando os princípios de integração entre os níveis de atenção e a organização de redes para manejo de condições crônicas, qual estratégia seria MAIS adequada e efetiva para melhorar a qualidade da atenção aos diabéticos neste município? A) Centralizar todo o atendimento dos diabéticos em ambulatório especializado de endocrinologia, com agenda ampliada, garantindo que todos os pacientes sejam acompanhados exclusivamente por especialistas, eliminando a participação da atenção primária no manejo da doença. B) Implementar protocolo clínico compartilhado, sistema de referência e contrarreferência estruturado, apoio matricial dos especialistas às equipes de atenção primária, prontuário eletrônico integrado e estratificação de risco para organizar o cuidado, mantendo a APS como coordenadora. C) Criar unidade de pronto atendimento específica para diabéticos, funcionando 24 hours, com equipe multiprofissional, para atendimento imediato de todas as demandas relacionadas ao diabetes, agudas ou crônicas, sem necessidade de agendamento prévio. D) Ampliar a oferta de exames laboratoriais e de imagem na atenção primária, garantindo acesso irrestrito a todos os diabéticos, independentemente de estratificação de risco ou critérios clínicos, sem necessidade de articulação com outros níveis de atenção. E) Organizar grupos educativos mensais em espaços comunitários, conduzidos por agentes comunitários de saúde, como estratégia principal de enfrentamento do problema, sem necessidade de modificações na organização dos serviços ou nos processos de trabalho das equipes. Justifique sua escolha
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Debora Nascimento

há 7 dias

Respostas

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há 7 dias

Para analisar a situação apresentada e escolher a estratégia mais adequada para melhorar a qualidade da atenção aos diabéticos no município, vamos considerar os princípios de integração entre os níveis de atenção e a organização de redes para o manejo de condições crônicas. Vamos analisar as alternativas: A) Centralizar todo o atendimento dos diabéticos em ambulatório especializado de endocrinologia, com agenda ampliada, garantindo que todos os pacientes sejam acompanhados exclusivamente por especialistas, eliminando a participação da atenção primária no manejo da doença. - Essa abordagem não é adequada, pois ignora a importância da atenção primária e a necessidade de um cuidado contínuo e integrado. B) Implementar protocolo clínico compartilhado, sistema de referência e contrarreferência estruturado, apoio matricial dos especialistas às equipes de atenção primária, prontuário eletrônico integrado e estratificação de risco para organizar o cuidado, mantendo a APS como coordenadora. - Esta opção é a mais adequada, pois promove a integração entre os níveis de atenção, permite um manejo mais eficaz e contínuo da diabetes, e valoriza a atenção primária como coordenadora do cuidado. C) Criar unidade de pronto atendimento específica para diabéticos, funcionando 24 horas, com equipe multiprofissional, para atendimento imediato de todas as demandas relacionadas ao diabetes, agudas ou crônicas, sem necessidade de agendamento prévio. - Embora possa ser útil, essa abordagem não resolve os problemas de coordenação e continuidade do cuidado. D) Ampliar a oferta de exames laboratoriais e de imagem na atenção primária, garantindo acesso irrestrito a todos os diabéticos, independentemente de estratificação de risco ou critérios clínicos, sem necessidade de articulação com outros níveis de atenção. - Essa opção não aborda a necessidade de coordenação e integração entre os serviços. E) Organizar grupos educativos mensais em espaços comunitários, conduzidos por agentes comunitários de saúde, como estratégia principal de enfrentamento do problema, sem necessidade de modificações na organização dos serviços ou nos processos de trabalho das equipes. - Embora a educação em saúde seja importante, essa abordagem sozinha não é suficiente para resolver os problemas identificados. Portanto, a alternativa mais adequada e efetiva para melhorar a qualidade da atenção aos diabéticos neste município é: B) Implementar protocolo clínico compartilhado, sistema de referência e contrarreferência estruturado, apoio matricial dos especialistas às equipes de atenção primária, prontuário eletrônico integrado e estratificação de risco para organizar o cuidado, mantendo a APS como coordenadora.

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