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(UFJF – MG) – TEXTO As cousas do mundo Neste mundo é mais rico o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Com sua língua, ao nobre o vil decepa: O velhaco maior sempre tem capa. Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa, Mais isento se mostra o que mais chupa. Para a tropa do trapo vazo a tripa E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa. Gregório de Matos Fonte: MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos: seleção de José Miguel Wisniki. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p.46 No verso “Bengala hoje na mão, ontem garlopa”, Gregório de Matos repete sua crítica social comparando situações de sujeitos que enriquecem ilicitamente, mobilizando uma sutil ironia na oposição bengala (índice de fidalguia na época) e garlopa (instrumento de marcenaria usado em trabalhos manuais). Assim, pode-se compreender que: a) trata-se de metonímias da condição social. b) são hipérboles acerca do enriquecimento. c) paradoxo é uma figura de estilo recorrente do Barroco. d) houve emprego proposital de uma elipse, que mascara passagem entre dois estados. e) há um eufemismo ao caracterizar o enriquecimento por uma bengala.
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Fabiana Silva Couto

semana passada

Respostas

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semana passada

Vamos analisar as alternativas em relação ao verso “Bengala hoje na mão, ontem garlopa” e à crítica social que Gregório de Matos faz sobre o enriquecimento ilícito. a) Trata-se de metonímias da condição social. - Metonímia envolve a substituição de um termo por outro que tenha uma relação de contiguidade. Aqui, não estamos apenas substituindo termos, mas fazendo uma crítica à mudança de status social. b) São hipérboles acerca do enriquecimento. - Hipérbole é uma exageração. Embora a crítica seja forte, não se trata de exagero, mas de uma observação irônica. c) Paradoxo é uma figura de estilo recorrente do Barroco. - Embora o Barroco utilize paradoxos, essa opção não se aplica diretamente ao verso em questão. d) Houve emprego proposital de uma elipse, que mascara passagem entre dois estados. - Elipse é a omissão de uma palavra ou expressão. Não é o caso aqui, pois a frase é clara em sua crítica. e) Há um eufemismo ao caracterizar o enriquecimento por uma bengala. - Eufemismo é uma suavização de uma expressão. A "bengala" representa um status elevado, enquanto "garlopa" representa um trabalho manual, mas não é uma suavização. A opção que melhor se encaixa na análise do verso e na crítica social feita por Gregório de Matos é a) trata-se de metonímias da condição social. A "bengala" e a "garlopa" representam, respectivamente, a ascensão e a queda social, refletindo a crítica ao enriquecimento ilícito.

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