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2.1 Revisão de Literatura

A Psicologia da Educação é o ramo da Psicologia que estuda como as pessoas aprendem e se desenvolvem dentro da escola e em outros ambientes educativos. Ela ajuda a entender o comportamento dos alunos, suas emoções, suas dificuldades e suas formas de pensar. O objetivo dessa área é melhorar o processo de ensino e aprendizagem, apoiando professores, estudantes e famílias (Martins, 2013). Além disso, busca tornar a escola um espaço mais acolhedor e que respeite as diferenças de cada pessoa.

A Psicologia da Educação começou a se desenvolver junto com a própria Psicologia, no final do século XIX. O psicólogo alemão Wilhelm Wundt foi um dos primeiros a estudar o comportamento humano de forma científica, e suas ideias influenciaram o surgimento dessa área (Pereira e Martins, 2013).
Com o tempo, outros estudiosos começaram a pesquisar sobre como as pessoas aprendem. Edward Thorndike foi um dos primeiros a estudar o aprendizado de forma prática, criando experimentos que mostravam como o comportamento pode ser modificado por meio de estímulos e recompensas (Silva et al., 2012).
Mais tarde, Jean Piaget trouxe uma grande contribuição ao explicar que as crianças aprendem conforme seu desenvolvimento mental e suas experiências com o mundo. Ele acreditava que o conhecimento é construído aos poucos, em diferentes fases (Piaget, 1975). Outro autor importante foi Lev Vygotsky, que destacou o papel da convivência e da cultura na aprendizagem. Para ele, as pessoas aprendem melhor em contato com outras pessoas (Vygotsky, 1984).
Jerome Bruner também teve grande importância ao defender que o aluno é um sujeito ativo, que constrói o próprio conhecimento a partir da curiosidade e da descoberta (Bruner, 1997). Assim, a Psicologia da Educação foi se firmando como uma área essencial para entender como o ser humano aprende e se desenvolve.
Aprender envolve vários processos mentais, como a atenção, a memória, a percepção, a linguagem, a motivação e as emoções. A atenção e a percepção ajudam o aluno a se concentrar no que é importante; a memória é responsável por guardar o que foi aprendido; e a linguagem é o meio principal para se comunicar e compreender o mundo (Martins; Pereira, 2013).
A motivação também é essencial. Quando o aluno está interessado e sente prazer em aprender (motivação interna), ele aprende melhor do que quando faz algo apenas por obrigação (motivação externa) (Silva et al., 2012). Além disso, as emoções influenciam muito o aprendizado. Um aluno que se sente acolhido e confiante tende a se desenvolver melhor, tanto nos estudos quanto nas relações sociais (Bruner, 1997).

Existem várias teorias que explicam como as pessoas aprendem. O behaviorismo, criado por autores como Thorndike e Skinner, acredita que o aprendizado acontece por meio da repetição e do reforço, ou seja, quando um comportamento é recompensado, ele tende a se repetir (Silva et al., 2012).

Outra visão importante é o humanismo, defendido por Carl Rogers e Abraham Maslow, que acredita que o ensino deve valorizar os sentimentos, as experiências e o potencial de cada aluno (Rogers, 1973).
Além das teorias, há vários fatores que influenciam o aprendizado, como o ambiente escolar, a família, a cultura e as condições de vida. Uma educação de qualidade deve levar tudo isso em conta e buscar promover a inclusão e o respeito às diferenças (Martins, 2013).

O desenvolvimento cognitivo está ligado à forma como pensamos, resolvemos problemas e compreendemos o mundo. Piaget (1975) mostrou que as crianças passam por diferentes estágios de desenvolvimento, e cada um tem suas próprias características. Por isso, os professores precisam respeitar o ritmo de cada aluno.
Vygotsky (1984) apresentou o conceito de “zona de desenvolvimento proximal”, que é a distância entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que consegue fazer com ajuda de outra pessoa. Essa ideia mostra a importância do apoio e da interação no aprendizado.
O desenvolvimento socioemocional, por outro lado, envolve a formação da personalidade, o controle das emoções e a convivência com os outros. A escola tem papel essencial nisso, pois é um espaço onde o aluno aprende a lidar com sentimentos, respeitar diferenças e trabalhar em grupo (Bruner, 1997).
A Lei nº 13.935, criada em 2019, garante a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas públicas de educação básica. Essa lei determina que esses profissionais devem ajudar alunos, professores e famílias em questões emocionais, sociais e de aprendizagem (Brasil, 2019).
O psicólogo escolar tem um papel muito importante, pois ele ajuda a entender as dificuldades dos alunos, orienta os professores e promove ações para melhorar o clima escolar (Silva et al., 2012). Ele também contribui com a inclusão e com o bem-estar de todos dentro da escola. Essa lei foi um grande avanço para tornar a educação pública mais humana, acolhedora e preocupada com o desenvolvimento completo dos estudantes.
A Psicologia da Educação é essencial para compreender como as pessoas aprendem e se desenvolvem, considerando não só os aspectos intelectuais, mas também os emocionais e sociais. Desde o surgimento dessa área, com autores como Thorndike, Piaget, Vygotsky e Bruner, muitas teorias e práticas foram criadas para melhorar o ensino e o aprendizado.
Com a Lei nº 13.935/2019, a presença de psicólogos nas escolas se tornou uma realidade, fortalecendo o apoio aos alunos e à comunidade escolar. Assim, a Psicologia da Educação continua sendo uma área indispensável para construir uma escola mais justa, acolhedora e voltada para o desenvolvimento integral do ser humano.
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