Ao longo do segundo semestre, a turma apresentou um percurso marcado por avanços pontuais, mas também por desafios significativos que influenciaram diretamente o desenvolvimento global dos educandos. Foi possível perceber um pequeno progresso nas capacidades de retenção de informações, especialmente entre os estudantes que conseguiram manter uma frequência mais regular. Esses alunos demonstraram maior envolvimento nas propostas de sala de aula, participando das discussões, realizando atividades de registro e envolvendo-se em trabalhos coletivos. Entretanto, esse avanço não se manifestou de maneira uniforme em todo o grupo. Um dos fatores que mais impactou o desenvolvimento da turma foi o elevado número de faltas, motivadas principalmente pela ausência de transporte escolar. A irregularidade na presença dos estudantes resultou em dificuldades na continuidade do processo de ensino-aprendizagem, prejudicando a construção de conhecimentos em diversas áreas. Para minimizar os prejuízos decorrentes dessas ausências, foram fornecidas atividades domiciliares como alternativa para garantir, ao menos parcialmente, o acesso aos conteúdos trabalhados em sala. Contudo, observou-se que a maioria dos educandos não cumpriu com essa responsabilidade, deixando de realizar as tarefas enviadas. Essa ausência de engajamento contribuiu para o agravamento das lacunas pedagógicas, especialmente em conteúdos que exigem sequência e retomadas constantes. Outro elemento importante a ser considerado é a configuração multi-ano da turma. O 5º ano compartilhou o mesmo espaço físico e o mesmo professor com a turma do 4º ano, demandando uma gestão pedagógica cuidadosa, planejamento diferenciado e organização simultânea de rotinas e conteúdo. Essa estrutura exigiu do docente um esforço adicional para conciliar tempos, mediar interações, propor atividades diversificadas e atender, dentro do possível, às necessidades específicas de cada grupo. Apesar dessa complexidade, foi possível manter um ambiente de aprendizagem funcional e acolhedor. Em relação às características coletivas, destaca-se que os estudantes demonstram forte inclinação para o trabalho cooperativo. A turma revela facilidade para atuar em grupos, organizando-se com autonomia e mostrando boa capacidade de diálogo e convivência durante a realização de produções coletivas. Na maioria das situações, desempenham as atividades sem conflitos significativos, evidenciando uma boa relação entre os colegas e disposição para colaborar na construção de soluções, ideias e apresentações. Essa postura colaborativa favoreceu o desenvolvimento de projetos e dinâmicas que exigem cooperação. Apesar desses pontos positivos, alguns desafios emergiram de forma evidente no decorrer do semestre. O absenteísmo frequente — decorrente da falta de transporte escolar — representou um dos maiores obstáculos para a aprendizagem. As ausências contínuas comprometeram a autonomia dos estudantes, enfraqueceram o vínculo com as rotinas escolares e dificultaram a apropriação de habilidades essenciais previstas para o ano letivo. Muitos alunos retornavam às aulas sem ter realizado as atividades domiciliares e sem retomar os conteúdos perdidos, acumulando dificuldades que se intensificavam com o passar das semanas. Outro aspecto relevante refere-se ao desânimo observado em grande parte da turma diante de atividades de leitura. Tanto nas propostas de leitura coletiva quanto nas leituras individuais, muitos educandos demonstraram resistência, pouca motivação e, por vezes, recusa explícita em participar. Essa falta de engajamento repercute diretamente no desenvolvimento das competências leitoras e na capacidade de compreender textos, interpretar ideias e ampliar vocabulário — habilidades fundamentais para o ciclo de alfabetização e letramento em que estão inseridos.