A lei possui as características de abstralidade e generalidade, aplicando-se a pessoas indeterminadas e a fatos que venham a se subsumir a seus preceitos. Já os negócios jurídicos celebrados entre particulares, em regra, geram efeitos somente para as partes que participam originariamente desta relação (princípio da relatividade subjetiva dos contratos), possuindo esses partícipes livre disposição para regularem seus interesses. Acontece que nem sempre as partes podem regular suas pretensões livremente, haja a vista a existência de certas normas de ordem pública que regulam o interesse da coletividade. E, como sabemos, o interesse social sobrepuja o interesse privado. Sendo assim, as partes podem celebrar seus negócios livremente, desde que atentem para os preceitos legais e não os disrespeitem, sob pena de nulidade ou anulabilidade. Imagine o caso que ocorreu na Alemanha, em que havia um contrato de trabalho celebrado entre um circo e um anão, cujo serviço a ser prestado por este era deixar-se ser arremessado como forma de entreter os espectadores (uma espécie de "bobo da corte". O Tribunal Constitucional Federal declarou nulo este contrato, alegando ser ele atentatório à dignidade da pessoa humana e aos direitos fundamentais do ser humano. Note que, para o ano, o contrato era desejado; mas, por existência de um limite de ordem pública, ele não pôde dispor sobre seus interesses neste sentido. Vale lembrar, porém, que a lei não pode prejudicar relações negociais que já tenham se aperfeiçoado no espaço-tempo, por constituírem ato jurídico perfeito. Espero ter respondido =)
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