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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
ESPECIAL 
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Livro Eletrônico
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Douglas Vargas
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................4
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha ...........................................................................................................5
1. Histórico ............................................................................................................................................................................5
2. Premissas ........................................................................................................................................................................6
3. Aspectos Básicos .......................................................................................................................................................6
3.1. Objetivos do Diploma Legal ...............................................................................................................................6
3.2. Direitos Assegurados à Mulher .....................................................................................................................6
3.3. Forma Correta de Interpretação da Lei ......................................................................................................7
4. Conceito de Violência Doméstica ......................................................................................................................7
4.1. Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher ..................................................................................7
4.2. Vulnerabilidade da Mulher ................................................................................................................................9
4.3. Violação de Direitos Humanos ..................................................................................................................... 10
5. Formas de Violência contra a Mulher .......................................................................................................... 10
6. Atendimento pela Autoridade Policial ..........................................................................................................11
7. Medidas Protetivas Solicitadas pela Ofendida .......................................................................................14
7.1. Flexibilização dos Meios de Prova ..............................................................................................................14
8. Competência ................................................................................................................................................................14
9. Denúncia e Retratação ..........................................................................................................................................15
10. Impossibilidade de Determinadas Sanções ............................................................................................15
11. Medidas Protetivas de Urgência ....................................................................................................................16
11.1. Medidas que Obrigam o Agressor ..............................................................................................................16
11.2. Medidas Protetivas à Ofendida ...................................................................................................................17
12. Medidas Protetivas e Lei 13.827/2019 ......................................................................................................18
12.1. Legitimidade ...........................................................................................................................................................18
12.2. Da Concessão de Medida Protetiva pelo Delegado de Polícia .................................................19
12.3. Do Registro das Medidas Protetivas .....................................................................................................20
12.4. HC e Medidas Protetivas ................................................................................................................................21
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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13. Da Atuação do Ministério Público ................................................................................................................21
14. Outras Medidas Relevantes .............................................................................................................................21
15. Prisão Preventiva do Agressor ..................................................................................................................... 22
16. Jurisprudência .........................................................................................................................................................23
17. Medidas Protetivas e Desobediência – Lei n. 13.641/2018 ..........................................................23
17.1. Observações sobre o Delito .........................................................................................................................25
18. Processo Penal e Lei n. 13.721/2018 ..........................................................................................................25
Resumo ...............................................................................................................................................................................26
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................30
Gabarito ..............................................................................................................................................................................37
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................38
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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Douglas Vargas
ApresentAção
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) a nossa aula de Lei Maria da Penha.
A Lei n. 11.340/2006, comumente chamada de “Lei Maria da Penha”, nada mais é do que 
um diploma legal instituído pelo legislador com o objetivo de reprimir a violência doméstica e 
familiar contra a mulher.
Trata-se de diploma legal muito cobrado em provas, e que ao longo do tempo, vem so-
frendo inúmeras alterações legislativas, as quais receberão especial atenção no decorrer de 
nosso estudo.
Iremos estudar, ainda, as diversas alterações sofridas pela lei ao longo do tempo, tais como 
as inseridas pelas Leis n. 13.721/2018, n. 13.827/2019 e n. 13.984/2020.
Como de praxe, nossa aula será elaborada levando em consideração estatísticas de ques-
tões e quais os temais mais cobrados sobre este diploma legal.
Trata-se de diploma legal relativamente curto, mas não subestimeo tempo necessário 
para sua adequada compreensão. Diversos aspectos jurisprudenciais e doutrinários se fazem 
especialmente relevantes, o que acaba tornando o tema um pouco mais extenso do que se 
espera ao fazer a leitura do texto de lei.
Ao final, como usualmente fazemos, será incluída uma lista bastante completa de exercí-
cios comentados.
Vamos em frente!
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEI N. 11.340/2006 – LEI MARIA DA PENHA
1. Histórico
Em primeiro lugar, é necessário conhecer a origem da Lei n. 11.340/2006 e o motivo pelo 
qual o diploma legal foi apelidado de “Lei Maria da Penha”.
Maria da Penha Fernandes foi vítima de violência doméstica em Fortaleza – Ceará.
Durantes anos sofreu com a violência praticada pelo marido, chegando a ficar paraplégica em 
razão das agressões.
Mesmo após condutas de enorme gravidade praticadas pelo autor, que envolveram até mesmo 
afogamento e tentativas de eletrocutar Maria, a condenação deste só ocorreu após 19 anos.
Além disso, é importante notar que a sanção penal imposta em pouco tempo resultou na con-
cessão de regime aberto de cumprimento de pena ao agressor.
A severidade das agressões sofridas e a demora do Estado em processar e condenar o 
agressor a uma pena considerada muito branda gerou uma grande e compreensível revolta por 
parte da vítima.
Com isso, Maria procurou o CLADEM (Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa 
dos Direitos da Mulher), instituto que intermediou a apresentação do caso de Maria da Penha 
à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos).
Quando a CIDH tomou conhecimento da situação ocorrida, condenou o Brasil por omissão 
e tolerância em seus atos para coibir a violência contra a mulher, recomendando investigações 
sobre o processo penal que envolveu o caso de Maria, bem como a adoção de políticas públi-
cas voltadas para prevenir, erradicar e punir a violência contra a mulher.
E foi justamente após essa manifestação por parte do CIDH que o governo brasileiro teve 
de tomar uma medida legal com o objetivo de possibilitar uma maior efetividade na prevenção 
e repressão da violência doméstica.
E assim nasceu a Lei n. 11.340/2006.
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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2. premissAs
A Lei n. 11.340/2006 possui basicamente os seguintes objetivos:
Agora sim! Uma vez que já conhecemos a origem da lei Maria da Penha e seus objetivos, 
podemos finalmente passar à análise do texto de lei.
3. Aspectos Básicos
Primeiramente, temos as disposições preliminares da lei Maria da Penha, as quais tratam 
dos seguintes aspectos:
3.1. oBjetivos do diplomA legAl
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mu-
lher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e 
Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República 
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra 
a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência 
doméstica e familiar.
3.2. direitos AssegurAdos à mulHer
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, 
nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sen-
do-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde 
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à 
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao espor-
te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar 
e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres 
no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli-
gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo 
exercício dos direitos enunciados no caput.
3.3. FormA corretA de interpretAção dA lei
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, espe-
cialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Os artigos acima merecem ser lidos diversas vezes. Seu conteúdo é bastante direto, moti-
vo pelo qual os examinadores não costumam elaborar muito nas questões sobre eles, cobran-
do apenas a sua literalidade.
Além disso, note que o rol de direitos resguardados pela lei para a mulher em situação de 
violência (art. 2º e 3º) é bastante extenso, outra razão para que o examinador procure tentar 
trocar um termo ou outro com o objetivo de confundir o aluno.
4. conceito de violênciA domésticA
A essa altura, já sabemos que a aplicação da lei 11.340 tem o objetivo precípuo de coibir a 
violência doméstica e familiar contra a mulher. No entanto, a questão é a seguinte:
Efetivamente, quando é que a Lei n. 11.340 deve ser aplicada?
Para responder a essa pergunta, precisamos entender o que exatamente configura violên-
cia contra a mulher. Felizmente, no caso da lei Maria da Penha, o legislador inseriu uma norma 
explicativa no art. 5º do diploma legal, para que não restem dúvidas sobre o assunto. Vejamos:
4.1. violênciA domésticA e FAmiliAr contrA A mulHer
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer 
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psico-
lógico e dano moral ou patrimonial:
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pes-
soas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual oagressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Veja, portanto, que temos três hipóteses nas quais o Estado deve considerar que houve o 
tipo de violência que enseja a aplicação da Lei n. 11.340/2006.
De forma esquematizada, temos o seguinte:
Sobre essas premissas, devemos fazer algumas observações muito importantes:
Inciso I
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pes-
soas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
Note que basta a existência da chamada unidade doméstica. Independentemente de víncu-
lo familiar, ou da pessoa estar apenas esporadicamente agregada àquela unidade doméstica, 
se for perpetrada ação ou omissão contra a mulher em razão de seu gênero, estará configura-
da uma das hipóteses de aplicação da lei em estudo.
Inciso II
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
É importante destacar que ao tratar do âmbito familiar, o legislador incluiu até mesmo os 
indivíduos que se consideram aparentados, de modo que tanto os laços sanguíneos quan-
to de consideração ou afinidade também são suficientes para ensejar a aplicação da Lei n. 
11.340/2006;
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Inciso III
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Merece especial atenção o fato de que a coabitação não é necessária, e que é possível a 
aplicação da Lei Maria da Penha mesmo que o agressor não se encontre mais convivendo com 
a vítima, bastando a existência da relação íntima de afeto.
Algumas das observações feitas acima inclusive já foram objeto de ratificação por parte 
do STJ. Veja só:
Não é necessário coabitação para caracterização da violência doméstica contra a mulher. 
O namoro evidencia uma relação íntima de afeto que independe de coabitação.
3ª Seção – STJ
Outro ponto relevante também defendido pelo STJ é que a lei Maria da penha é aplicável 
mesmo quando o relacionamento já tenha acabado – basta que as agressões perpetradas 
contra a mulher tenham ocorrido em razão do relacionamento que foi encerrado.
Dessa forma, note que o ex-namorado que perpetra agressões e ameaças após um térmi-
no abrupto do relacionamento, por exemplo, irá incorrer regularmente na lei Maria da Penha, 
mesmo que não mais coabite com sua ex-namorada e que eles já não estejam mais em um 
relacionamento.
A aplicação da lei Maria da Penha INDEPENDE da orientação sexual da mulher.
A aplicação da lei Maria da Penha, desse modo, pode se dar em um relacionamento entre 
duas mulheres, desde que exista o estado de vulnerabilidade caracterizado por uma relação de 
poder e submissão. É o que afirma o STJ.
4.2. vulnerABilidAde dA mulHer
É essencial que você note que o foco da Lei n. 11.340/2006 está na situação de vulnerabi-
lidade da mulher.
Dessa forma, perceba que pode até mesmo ocorrer a aplicação da lei em estudo nas situa-
ções envolvendo outro familiar ou pessoa que conviva com a vítima, não apenas seu cônjuge, 
companheiro ou companheira.
Nessa esteira de raciocínio, o STJ inclusive já até mesmo entendeu possível a aplicação da 
Lei Maria da Penha em casos envolvendo mãe e filha.
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4.3. violAção de direitos HumAnos
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos 
direitos humanos.
Seguindo em frente, segundo o artigo 6º da lei em estudo, a violência doméstica e familiar 
contra a mulher é uma das formas de violação de direitos humanos. Essa é uma observação 
simples, mas que já foi objeto de prova, portanto tome nota!
5. FormAs de violênciA contrA A mulHer
A partir do art. 7º, o legislador passa a classificar as formas de violência contra a mulher. 
É importante ressaltar que esse rol é meramente exemplificativo, de modo que, ao analisar o 
caso concreto, é possível o reconhecimento de outras formas de violência não listadas na lei 
que serão idôneas para ensejar a aplicação dos procedimentos específicos para a mulher em 
situação de vulnerabilidade.
Dito isso, vejamos quais são as formas de violência previstas pelo legislador:
Violência Física
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde cor-
poral;
Violência Psicológica
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e dimi-
nuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degra-
dar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangi-
mento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, 
chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir 
ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação 
dada pela Lei n. 13.772, de 2018)
Violência Sexual
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou 
a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; 
que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de 
usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à pros-
tituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício 
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Violência Patrimonial
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, 
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, 
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
Violência Moral
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
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O rol exemplificativo de formas de violência contra a mulher merece ser lido diversas ve-
zes. Note que existem diversos exemplos que podem ser cobrados em prova (tal como impedir 
a mulher de utilizar de métodos contraceptivos ou forçá-la ao matrimônio).
Essas hipóteses são diversas e se for possível, é recomendável memorizá-las.
Uma vez que conhecemos as formas de violência contra a mulher, é hora de responder à 
seguinte pergunta: Uma vez que a polícia é comunicada sobre uma situação que pode ser en-
quadrada sob a égide da Lei n. 11.340/2006,o que deve fazer a autoridade policial?
6. Atendimento pelA AutoridAde policiAl
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade poli-
cial deverá, entre outras providências:
I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e 
ao Poder Judiciário;
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando 
houver risco de vida;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da 
ocorrência ou do domicílio familiar;
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V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os 
de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de sepa-
ração judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação 
dada pela Lei n. 13.894, de 2019)
Em primeiro lugar, note que a autoridade policial não tomará as medidas se quiser: o legislador 
é taxativo ao informar que o delegado de polícia deverá proceder às providências listadas no art. 11.
Em segundo lugar, é importante observar que esse rol também é meramente exempli-
ficativo, tendo em vista que o legislador prevê expressamente a possibilidade de OUTRAS 
PROVIDÊNCIAS.
As providências do art. 11, no entanto, tratam apenas de medidas com objetivo de prestar 
assistência imediata à mulher em situação de vulnerabilidade. Existem ainda as medidas for-
mais que a autoridade policial deverá tomar para o regular andamento da persecução penal, as 
quais estão listadas no art. 12 da Lei n. 11.340/2006. Vejamos:
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da 
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem preju-
ízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
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A Lei n. 13.880 de 2019 inclui mais uma providência a ser adotada pela autoridade policial (art. 
12, VI-A). Tome nota:
Verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existên-
cia, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição responsável 
pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro 
de 2003 (Estatuto do Desarmamento).
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7. medidAs protetivAs solicitAdAs pelA oFendidA
A Lei Maria da Penha determina ainda os elementos obrigatórios que devem compor o 
pedido da ofendida, quanto às medidas protetivas desejadas (art. 12, parágrafo 1º). São eles:
• Qualificação da ofendida e do agressor;
• Nome e idade dos dependentes;
• Descrição do fato;
• Descrição das medidas protetivas solicitadas;
• Informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência 
sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente;
• B.O e cópia dos documentos da vítima (parágrafo 2º).
7.1. FlexiBilizAção dos meios de provA
Com o objetivo de tornar mais célere a apuração dos fatos sob tutela da Lei n. 11.340/2006, 
o legislador previu a possibilidade de que laudos ou prontuários médicos fornecidos por hos-
pitais e postos de saúde sejam utilizados como meio de prova.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hos-
pitais e postos de saúde.
8. competênciA
O juízo competente para atuar em casos da lei Maria da Penha são definidos pelas normas 
do art. 14 e 15, a saber:
Esfera Criminal
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária 
com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territó-
rios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática 
de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável 
no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a 
pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou de dis-
solução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
Esfera Cível
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III – do domicílio do agressor.
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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Merece especial atenção o fato de que a previsão do art. 15 está sujeita à opção da ofen-
dida. Dessa forma, é a vítima que irá escolher qual o juizado se adequa melhor para a sua rea-
lidade, podendo optar por qualquer uma das três possibilidades previstas nos incisos I, II e III.
É importante observar, no entanto, que a lei diz que a União poderá criar os chamados 
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. No entanto, enquanto tais órgãos 
não são criados, são as varas criminais que acumulam ambas as competências (cível e crimi-
nal) para julgar os processos oriundos da lei Maria da penha.
9. denúnciA e retrAtAção
Outro ponto chave para fins de prova está na possibilidade da retratação no âmbito da Lei 
Maria da penha.
Via de regra, em nosso ordenamento jurídico, a retratação do ofendido em crimes que de-
pendem de representação deve ser realizada até o oferecimento da denúncia. É o que prevê o 
art. 102 do Código Penal.
Entretanto, no caso da lei Maria da Penha, a retratação pode ocorrer até o RECEBIMENTO da 
denúncia. Outra peculiaridade é que, para que a retratação seja aceita, a vítima deve manifestar 
seu interesse diante do Juiz, em audiência específica para esse fim, ouvido o Ministério Público.
O examinador gosta muito de elaborar questões utilizando essa pequena diferença entre 
a retratação da representação no processo penal comum e no processo estabelecidopela Lei 
n. 11.340/2006. Por isso, muita atenção na hora de responder questões com essa temática.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, 
só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada 
com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
10. impossiBilidAde de determinAdAs sAnções
De modo a asseverar a maior relevância penal dos casos de violência contra a mulher, o 
legislador vedou expressamente a aplicação de determinadas penas em casos de violência 
doméstica e familiar contra a mulher. Vejamos o que diz a legislação:
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas 
de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique 
o pagamento isolado de multa.
Além da vedação das sanções acima citadas, temos ainda uma outra proibição importan-
tíssima, a qual consta na jurisprudência vigente:
Segundo o STF, os institutos despenalizadores da lei 9.099/95 (Composição Civil de 
Danos, Transação Penal, Suspensão Condicional do Processo) NÃO se aplicam aos casos 
da lei Maria da Penha!
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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A Lei n. 9.099/1995, portanto, não pode ser aplicada aos crimes praticados com violência 
familiar ou doméstica contra a mulher. Não importa sequer qual a pena máxima ou mínima do 
delito. O STJ possui entendimento sumulado sobre o tema:
Súmula n. 536:
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de 
delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Por fim, vale lembrar que por força da Súmula n. 588 do STJ, a prática de crime ou contra-
venção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impos-
sibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
11. medidAs protetivAs de urgênciA
Além das medidas cautelares existentes no Código de Processo Penal, a Lei Maria da penha 
apresenta um rol de medidas específico para os casos arrolados em seu texto, de modo a ofe-
recer uma proteção especial e mais eficiente para as mulheres em situação de vulnerabilidade.
Tais medidas estão divididas em duas categorias: Medidas que obrigam o agressor e me-
didas protetivas à ofendida, e consistem em rol exemplificativo.
Trata-se do que a doutrina chama de princípio da atipicidade das medidas protetivas de urgência.
Ótimo. Uma vez que sabemos dos aspectos gerais sobre as medidas protetivas, vejamos 
quais são elas.
11.1. medidAs que oBrigAm o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta 
Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes 
medidas protetivas de urgência, entre outras:
I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, 
nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de 
distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da 
ofendida;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento 
multidisciplinar ou serviço similar;
V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
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VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei 
n. 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em gru-
po de apoio. (Incluído pela Lei n. 13.984, de 2020)
É de especial importância notar que as medidas da Lei n. 11.340/2006 não prejudicam 
outras medidas previstas na legislação vigente (inclusive o próprio Código de Processo Penal, 
que pode ser aplicado de forma subsidiária).
O examinador costuma afirmar que são apenas as medidas previstas na lei Maria da penha 
que podem ser aplicadas ao caso concreto, de forma TAXATIVA, o que não é verdade.
11.2. medidAs protetivAs à oFendidA
Seguindo a diante, devemos observar as medidas protetivas relativas à ofendida, arroladas 
no art. 23 do diploma em estudo. Vejamos quais são elas:
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou 
de atendimento;
II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após 
afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda 
dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.
V – determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais 
próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da 
existência de vaga. (Incluído pela Lei n. 13.882, de 2019)
Infelizmente, é muito comum que em casos de conflitos conjugais, o agressor atente con-
tra os bens patrimoniais da família (vendendo-os ou destruindo-os) como forma de agredir 
ainda mais a vítima quando a mesma já se encontra fora de seu alcance.
Nesse sentido, o legislador previu ainda medidas destinadas à proteção patrimonial dos 
bens de propriedade da mulher ou de ambos, de modo que seja mitigada a capacidade do 
agressor de causar também danos patrimoniais à vítima.
Tais medidas estão arroladas no art. 24, a saber:
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade 
particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de 
propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais de-
correntes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
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12. medidAs protetivAs e lei 13.827/2019
Ainda sobre o tema medidas protetivas, temos a importante superveniência da Lei n. 
13.827/19, publicada em maio de 2019, a qual autoriza, em determinadas hipóteses, a aplica-
ção das medidas protetivas pela autoridade policial.Antes de mais nada, é importante ressaltar o seguinte:
O texto do art. 23 não foi alterado pela Lei n. 13.827/19. Se sua literalidade for cobrada em sua 
prova (sobre o deferimento de medidas protetivas pelo juiz), o item continuará correto.
O que temos agora são algumas novas hipóteses (as quais iremos analisar de forma deta-
lhada deste momento em diante) nas quais a autoridade policial poderá atuar sem a necessi-
dade de ordem judicial, para deferimento das medidas protetivas.
Em primeiro lugar, e antes de tratar das exceções previstas em lei, devemos entender o 
fluxo regular do deferimento de medidas protetivas de urgência.
12.1. legitimidAde
A legitimidade para requerer medidas protetivas é da vítima ou do Ministério Público. Não 
há, portanto, previsão legal expressa para que o Delegado de Polícia formule, em nome próprio, 
o pedido de medidas protetivas de urgência.
Assim sendo, a previsão legal (Artigos 12 e 18) nos apresenta que a vítima, ouvida pelo 
delegado de polícia e cientificada de seus direitos, pode fazer o pedido das medidas protetivas 
de urgência, as quais serão, via de regra, remetidas ao magistrado:
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da 
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem preju-
ízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da 
ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
E uma vez remetido o pedido, deve o juízo se ater à previsão do art. 18:
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida (pedido tratado no inciso III do art. 12 
acima), caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, 
inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou 
de dissolução de união estável perante o juízo competente; (Redação dada pela Lei n. 13.894, de 2019)
III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV – determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei 
n. 13.880, de 2019)
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Ou seja: o Delegado de Polícia não formula, em nome próprio, requerimento de concessão 
de medida protetiva. Ele remete ao juiz o pedido deduzido pela ofendida (e essa é a regra geral).
Agora sim. Uma vez que entendemos o fluxo processual regular da lei em estudo, podemos 
nos ater à exceção criada pela Lei n. 13.827/2019.
12.2. dA concessão de medidA protetivA pelo delegAdo de políciA
Em regra, apenas a autoridade judicial pode conceder a medida protetiva de urgência. E até 
a edição da Lei n. 13.827/2019, essa regra não tinha exceções.
No entanto, o novo diploma legal alterou a lei Maria da Penha trazendo uma exceção, per-
mitindo que a medida protetiva de afastamento do lar seja concedida pelo Delegado de Polí-
cia se o Município não for sede de comarca, permitindo até mesmo que o policial que tomar 
conhecimento da situação o faça, caso não haja Delegado de Polícia para fazê-lo no momento.
Façamos a leitura do novo dispositivo legal para melhor entender a decisão do legislador:
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psico-
lógica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor 
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Redação 
dada pela Lei nº 14.188, de 2021):
I – pela autoridade judicial;
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no 
momento da denúncia.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máxi-
mo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da 
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
Assim, verificada a existência do seguinte pressuposto:
• risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, ou de seus dependentes;
O agressor deverá ser imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência 
com a ofendida.
E quem determina esse afastamento?
• em primeiro lugar, a autoridade judicial;
• se o Município não for sede de comarca: o Delegado de Polícia poderá determinar essa 
medida;
• se o Município não for sede de comarca e não houver Delegado disponível no momento: 
o próprio policial (civil ou militar) poderá ordenar o afastamento.
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Esquematizando:
Lembre-se:
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máxi-
mo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da 
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
Quando determinada pelo Delegado ou por outro policial, a medida em questão será co-
municada em até 24h ao magistrado, que decidirá, em igual prazo, sobre sua manutenção ou 
revogação.
12.3. do registro dAs medidAs protetivAs
Por fim, a Lei nº 13.827/2019 acrescentou um novo dispositivo à 11.340/06 prevendo que 
as medidas protetivas de urgência deverão ser registradas em bancos de dados para fiscaliza-
ção de sua efetividade. Contudo, o parágrafo único do art. 38-A da lei em estudo passou a ter 
nova redação após a alteração promovida pela Lei nº 14.310/2022. Tome nota:
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência. (Incluído pela 
Lei nº 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após sua concessão, imediatamente 
registradas em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garan-
tido o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança 
pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. 
(Redação dada Lei nº 14.310, de 2022) .
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12.4. Hc e medidAs protetivAs
Antes de finalizar nosso estudo sobre as medidas protetivas, cabe observar que segundo 
o STJ, é cabível o remédio do Habeas Corpus para apurar eventual ilegalidade na fixação de 
medida protetiva consistente na proibição de aproximar-se de vítima de violência doméstica 
e familiar.
Tal entendimento se deu no âmbitodo HC 298.99-AL, recebendo especial atenção no Infor-
mativo 574/STJ, e já foi objeto de provas de concursos públicos.
13. dA AtuAção do ministério púBlico
O Ministério Público possui uma atuação muito importante em casos de violência contra a 
mulher. Suas atribuições estão listadas nos artigos 25 e 26 da Lei n. 11.340/2006, que mere-
cem ser lidos. Peço que você preste especial atenção ao art. 26, que em especial costuma ser 
mais cobrado em provas de concursos, pois trata de atribuições práticas do MP nos casos de 
violência doméstica contra a mulher:
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorren-
tes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência 
doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de 
segurança, entre outros;
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de 
violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabí-
veis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;
III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
14. outrAs medidAs relevAntes
Existem ainda outras medidas importantes que podem ser tomadas com o intuito de me-
lhor prestar a assistência à mulher em situação de violência. Tais medidas estão previstas no 
art. 9º, que merece ser lido em sua integralidade:
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma 
articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, 
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas 
públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e 
familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
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§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua 
integridade física e psicológica:
I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por 
até seis meses.
III – encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuiza-
mento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de 
união estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei n. 13.894, de 2019)
Merece especial destaque o acesso prioritário à remoção quando a vítima for servidora 
pública, integrante da administração direta ou indireta, e a manutenção do vínculo trabalhista, 
quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
Além dessas medidas, há ainda a previsão de acesso a serviços médicos tais como os de 
contracepção de emergência, profilaxia para doenças sexualmente transmissíveis e outros 
procedimentos médicos cabíveis a possíveis casos de violência sexual.
É o que rege o art. 9º, em seu parágrafo 3º:
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso 
aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de 
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e 
cabíveis nos casos de violência sexual.
15. prisão preventivA do Agressor
Caso as outras medidas diferentes da prisão não sejam consideradas suficientes para 
manter a vítima em segurança, não restará alternativa ao poder público senão a de decretar a 
prisão preventiva do agressor.
Nesse sentido, é importante notar o seguinte:
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16. jurisprudênciA
Diante do exposto, você já conhece o procedimento geral da Lei Maria da Penha, os casos 
em que tal diploma é aplicável e as principais medidas que podem ser tomadas em defesa da 
mulher em situação de violência.
Para finalizar o nosso estudo, devemos citar questões jurisprudenciais que costumam ser 
objeto de prova, pois inúmeros dispositivos da Lei n. 11.340/2006 já foram objeto de delibera-
ção por parte do STJ e do STF – além dos que já citamos durante a aula, é claro.
Em primeiro lugar, temos a questão do delito de lesões corporais leves no âmbito da lei 
Maria da penha:
Segundo o STF, no julgamento da ADI n. 4424, o delito de Lesões Corporais Leves prati-
cado no escopo da Lei n. 11.340/2006 NÃO DEPENDE DE REPRESENTAÇÃO da ofendida, 
de modo que o MP pode dar andamento à ação penal por conta própria.
Dessa forma, restou reconhecido que, no caso da lei Maria da Penha, o delito de lesões 
corporais leves se processa mediante ação penal pública incondicionada!
Tal entendimento é de grande importância, tendo em vista que muitas vezes a vítima tem 
medo de representar contra o agressor. O entendimento pela ação penal pública incondicio-
nada possibilita uma atuação mais incisiva do poder público para coibir esse tipo de violência 
contra a mulher!
Existe ainda o entendimento (embora em sede de Habeas Corpus) de que o delito de lesões 
corporais culposas também se processa mediante ação penal pública incondicionada, quando 
praticado no contexto da Lei n. 11.340/2006.
Ainda sobre este assunto, é necessário discorrer sobre o tipo de ação penal aplicável aos 
delitos de ameaça e de natureza sexual, no âmbito da lei Maria da penha:
O entendimento jurisprudencial atual é que, no caso de delitos de AMEAÇA e de NATU-
REZA SEXUAL, a ação penal permanece PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO 
DA VÍTIMA, mesmo que a infração tenha sido praticada no escopo da Lei n. 11.340/2006.
17. medidAs protetivAs e desoBediênciA – lei n. 13.641/2018
Um ponto que sempre causou bastante conflito em relação às medidas protetivas é a ques-
tão da desobediência.
A discussão era a seguinte: se o magistrado determinasse uma medida (como por exem-
plo, a proibição de manter contato ou de se aproximar da vítima), e tal determinação não fosse 
respeitada pelo agressor, poderia seu comportamento ensejar punição pelo delito de desobe-
diência (Art. 330 do CP)?
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Inicialmente, ao analisar essa possibilidade, o STJ havia entendido que não. Segundo o 
Tribunal, a desobediência de medidas protetivas determinadas judicialmente não ensejaria a 
punição do autor pelo crime de desobediência:Desobedecer medida protetiva não enseja a responsabilização penal automática pelo 
delito de desobediência (Art. 330 do CP).
Entretanto, o legislador – insatisfeito com a posição dos tribunais sobre o tema – revisitou 
a questão através da lei 13.641/2018, e tornou CRIME o descumprimento de decisão judicial 
que defere medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha!
Vejamos:
Art. 1º Esta Lei altera a Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para tipificar o 
crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência.
Art. 2º O Capítulo II do Título IV da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa 
a vigorar acrescido da seguinte Seção IV, com o seguinte art. 24-A:
Seção IV
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta 
Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as 
medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.”
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Dessa forma, temos que, após a edição da Lei n. 13.641/2018, a Lei Maria da Penha passa 
a contar com um crime integrando seu texto (previsto no art. 24-A), justamente tratando so-
bre a desobediência de medidas protetivas.
Portanto, veja que mesmo que o STJ tenha anteriormente entendido que não há crime de 
desobediência nesses casos (arts. 330 ou 359 do CP), a partir da edição da Lei n. 13.641/2018, 
a conduta passa a configurar delito ESPECÍFICO, previsto no texto da Lei Maria da Penha 
(Art. 24-A).
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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17.1. oBservAções soBre o delito
Antes de finalizar a análise desse tema, é importante tomar nota de algumas observações 
importantes sobre a nova conduta criminosa prevista na legislação especial:
• O Sujeito ATIVO do delito pode ser tanto homem quanto mulher.
• A prática do art. 24-A não exige violência ou grave ameaça. Se a medida protetiva é des-
cumprida de propósito, mesmo que com boa intenção (por exemplo: o autor descumpre 
medida protetiva de não se aproximar da vítima para lhe fazer um pedido de desculpas) 
o delito irá se configurar.
• Embora a pena do delito seja de 3 meses a 2 anos, o legislador expressamente vedou a 
concessão de fiança pelo delegado de polícia (§2º), de modo que apenas o magistrado 
pode arbitrar a fiança nos casos de flagrante do art. 24-A da lei em estudo.
• Note que, atualmente, o descumprimento de medida protetiva é CRIME ESPECÍFICO. 
Não configura o delito do art. 330 ou 359 do CP, mas sim o delito específico previsto no 
art. 24-A da Lei Maria da Penha. Não caia nessa pegadinha!
18. processo penAl e lei n. 13.721/2018
Por fim, é necessário falar brevemente sobre uma alteração realizada no Código de Proces-
so Penal pela Lei n. 13.721/2018:
CPP, art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, 
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de 
crime que envolva:
I – violência doméstica e familiar contra mulher;
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Destaque-se, portanto, que após a vigência da Lei n. 13.721/18, há prioridade na realiza-
ção do exame de corpo de delito quanto o crime envolve violência doméstica e familiar con-
tra a mulher.
Caro(a) aluno(a): finalizamos aqui nosso detalhado estudo sobre a Lei Maria da Penha (e 
assuntos correlatos). É hora de revisar e cair matando nos exercícios!
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RESUMO
Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
Premissas
Violência doméstica e familiar contra a mulher
• A aplicação da lei Maria da Penha INDEPENDE da orientação sexual da mulher.
Violação de Direitos Humanos
A violência doméstica e familiar contra a mulher é uma das formas de violação de direi-
tos humanos.
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Tipos de violência
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Atendimento pela autoridade policial
Denúncia & Retratação
No caso da lei Maria da Penha, a retratação pode ocorrer até o RECEBIMENTO da denúncia.
Impossibilidade de determinadas sanções
É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de pe-
nas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique o pagamento isolado de multa.
Segundo o STF, os institutos despenalizadores da lei 9.099/95 (Composição Civil de Danos, 
Transação Penal, Suspensão Condicional do Processo) NÃO se aplicam aos casos da lei Ma-
ria da Penha.
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Prisão Preventiva do Agressor
Medidas Protetivas e Desobediência
Para o STJ, desobedecer medida protetiva não enseja a responsabilização penal automáti-
ca pelo delito de desobediência (Art. 330 do CP). Entretanto, a conduta constitui crime especí-
fico previsto na Lei Maria da Penha, desde a edição da lei 13.641/18.
Lei n. 13.721/2018
Estabelece PRIORIDADE na realização de exame de corpo de delito no caso de crimes en-
volvendo violência doméstica contra a mulher.
Lei n. 13.827/2019
Estabelece exceções para permitir que o Delegado de Polícia (ou policial, no caso da au-
sência da autoridade policial) estabeleça medida de afastamento do agressor do convívio com 
a ofendida nos casos de Lei Maria da Penha.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (UNOESC/PREFEITURA DE MARAVILHA-SC/ADVOGADO/2021) A Lei Maria da Penha 
traz garantias procedimentais destinadas à proteção da mulher sujeita a violência doméstica. 
Quanto ao disposto na mencionada lei, é correto afirmar que:
a) É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e 
pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente do sexo feminino 
e previamente capacitados.
b) A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus 
dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transfe-
ri-los para essa instituição, independentemente da apresentação de qualquer documento ou 
formalidade extra.
c) É possibilitada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de 
penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena 
que implique o pagamento isolado de multa.
d) Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibi-
lizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por 
medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.
002. (CEBRASPE/DEPEN/SERVIÇO SOCIAL/2021) Marina, com 70 anos de idade, e Marcos, 
com 81 anos de idade, são casados e residem com um de seus filhos, Luís. Marcos é servidor 
público federal aposentado e, Luís, após passar um período de quatro anos desempregado, foi 
admitido em uma empresa privada, com carteira de trabalho assinada há cinco meses.
Tendo a situação hipotética acima como referência, julgue o item subsequente.
No caso de a Sr.ª Marina ser vítima de violência familiar, o juiz poderá aplicar medidas proteti-
vas à vítima e, em relação ao seu agressor, determinar o acompanhamento psicossocial e seu 
afastamento do domicílio.
003. (SELECON/PREFEITURA DE BOA VISTA-RR/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/2020) Dan é 
acusado de injúria contra Fran, sua esposa. Ao ser enquadrado nos crimes tipificados pela Lei 
Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), o acusado atuou com violência:
a) física.
b) moral.
c) social.
d) psicológica.
004. (CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/2020) Aos crimes 
praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, admite-se
a) transação penal.
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b) pena de prestação pecuniária.
c) suspensão condicional da pena.
d) suspensão condicional do processo.
e) pagamento isolado de pena de multa.
005. (CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/2020) Confor-
me a Lei Maria da Penha, caracteriza forma específica de violência doméstica e familiar con-
tra a mulher
a) a retenção de seus documentos pessoais, o que constitui violência patrimonial.
b) conduta que a impeça de usar método contraceptivo, o que constitui violência moral.
c) a destruição de seus objetos e instrumentos de trabalho, o que constitui violência física.
d) conduta que limite o exercício de seus direitos sexuais, o que constitui violência psicológica.
e) conduta que a faça participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação ou 
ameaça, o que constitui violência moral.
006. (CESPE/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) De acordo com a jurisprudência 
do STJ acerca da Lei Maria da Penha — Lei n. 11.340/2006 —, o delito de descumprimento de 
medida protetiva de urgência constitui crime
a) cujo sujeito ativo deve ser sempre um homem.
b) que não admite a concessão de fiança.
c) cuja caracterização será afastada se tiver sido prevista a aplicação de multa na decisão que 
tiver determinado a medida protetiva.
d) mesmo que a determinação da medida protetiva tenha partido do juízo cível.
e) cuja caracterização admite a modalidade culposa.
007. (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – BLOCO I/2019) Uma 
mulher sofreu diversas formas de violência doméstica provocadas pelo marido. Muito abalada, 
ela conseguiu ir a uma delegacia especializada e foi recebida por uma autoridade policial que, 
após ouvir suas queixas, adotou imediatamente as providências cabíveis. O expediente foi re-
cebido pelo juiz com pedido de medidas protetivas de urgência.
De acordo com a Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha –, o juiz poderá conceder medi-
da protetiva
a) somente após a audiência das partes.
b) isoladamente, sendo vedada a cumulação.
c) apenas se houver pedido expresso da ofendida nesse sentido.
d) de imediato, ainda que sem a oitiva das partes e sem a manifestação do Ministério Público.
e) somente após a manifestação do Ministério Público.
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Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha
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008. (QUADRIX/CRESS-SC/AGENTE FISCAL/2019) No Brasil, mulheres de todas as idades, 
classes e raças e vários níveis de escolaridade são atingidas pela violência de gênero. A Lei 
Maria da Penha constitui um importante instrumento para enfrentar e coibir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher. No que concerne à Lei Maria da Penha, julgue o item.
Realizar o encaminhamento da mulher vítima de violência doméstica ao hospital ou posto de 
saúde e ao Instituto Médico Legal configura uma das providências da autoridade policial no 
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar.
009. (QUADRIX/CRESS-SC/AGENTE FISCAL/2019) No Brasil, mulheres de todas as idades, 
classes e raças e vários níveis de escolaridade são atingidas pela violência de gênero. A Lei 
Maria da Penha constitui um importante instrumento para enfrentar e coibir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher. No que concerne à Lei Maria da Penha, julgue o item.
Nas ações penais públicas incondicionadas à representação da ofendida, será admitida a renún-
cia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada para tal finalidade.
010. (QUADRIX/CRESS-SC/AGENTE FISCAL/2019) No Brasil, mulheres de todas as idades, 
classes e raças e vários níveis de escolaridade são atingidas pela violência de gênero. A Lei 
Maria da Penha constitui um importante instrumento para enfrentar e coibir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher. No que concerne à Lei Maria da Penha, julgue o item.
O juiz poderá determinar o afastamento da mulher em situação de violência doméstica do seu 
lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos.
011. (IADES/SEASTER-PA/TÉCNICO DE ENFERMAGEM/2019) A Lei n. 11.340/2006, deno-
minada Lei Maria da Penha, cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e 
familiar contra a mulher, bem como estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres 
em situação de violência doméstica e familiar. Para efeitos de proteção da lei, a criação das 
condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos compete
a) ao companheiro e à família.
b) à família e ao Poder Judiciário.
c) à família, à sociedade e ao poder público.
d) à sociedade e ao companheiro.
e) aos filhos e ao Estado.
012. (IADES/SEASTER-PA/ENFERMEIRO/2019) A Lei n. 11.340/2006, chamada Lei Mariada 
Penha, cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, 
bem como estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violên-
cia doméstica e familiar. Para efeitos de proteção da lei, é considerada violência doméstica 
contra a mulher
a) qualquer ação ou omissão com base no critério biológico de diferença sexual que lhe cause 
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
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b) qualquer ação ou omissão com base no patrimônio que lhe cause morte, lesão, sofrimento 
físico, sexual ou psicológico e dano moral.
c) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause apenas morte.
d) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físi-
co, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
e) qualquer ação ou omissão com base no gênero que lhe cause apenas lesão leve.
013. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2019) Assinale a alternativa que 
está de acordo com os preceitos da Lei n. 11.340/2006.
a) As medidas protetivas de urgência devem ser adotadas pelo juiz no prazo de 24 horas.
b) A violência moral é entendida como qualquer conduta do agressor que constitua calúnia ou 
difamação, excetuando-se a injúria.
c) Em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e familiar estará desa-
companhada de advogado.
d) A Lei n. 11.340/2006 veda a aplicação dos institutos da Lei n. 9.099/95, exceto o sursis 
processual.
e) É possível obrigar o agressor a prestar alimentos provisionais ou provisórios.
014. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO/2019) Em busca de proteger os direitos 
das pessoas do sexo feminino, vítimas de violência física e psicológica no âmbito afetivo, do-
méstico e familiar, o legislador editou a Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha), que trouxe uma 
série de peculiaridades ao procedimento aplicável aos crimes praticados em tal contexto.
Sobre as previsões da lei acima mencionada, é correto afirmar que:
a) o crime de ameaça, apesar de previsto no Código Penal como de ação penal pública con-
dicionada à representação, quando praticado no contexto de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, independe da vontade da vítima para responsabilização do autor do fato;
b) o crime de lesão corporal simples praticado no contexto de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, por ter pena privativa de liberdade mínima inferior a 01 (um) ano, admite pro-
posta de suspensão condicional do processo;
c) a retratação ao direito de representação, quando cabível, nos crimes praticados no contexto 
da Lei n. 11.340/06, terá de ocorrer em audiência especial, na presença do magistrado, ouvido 
o Ministério Público, antes do recebimento da denúncia;
d) a pena privativa de liberdade aplicada no caso de condenação por crime de lesão corpo-
ral simples, praticado no contexto da Lei n. 11.340/06, poderá ser substituída por restritiva 
de direitos;
e) os crimes praticados no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, indepen-
dentemente da pena aplicada, não admitem suspensão condicional da pena.
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015. (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019/ADAPTADA) A prática 
de crime mediante grave ameaça contra a mulher no ambiente doméstico impede a substitui-
ção da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, independentemente da condição 
de primariedade do réu.
016. (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019/ADAPTADA) Haja vista 
a interpretação restritiva do direito penal, para a configuração da violência doméstica e familiar 
prevista na Lei Maria da Penha é necessária a comprovação da coabitação de autor e vítima.
017. (CESPE/TJ-PR/2018/ADAPTADA) O deferimento de medida protetiva de urgência a víti-
ma de violência doméstica e familiar não pode ser impugnado por habeas corpus.
018. (CESPE/DPU/ASSISTENTE SOCIAL/2016) Com referência às disposições da legislação 
específica relativa aos idosos e às mulheres, julgue o item que se segue.
A violência doméstica e familiar contra a mulher é caracterizada pela ação ou omissão que 
ocasione morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, além de dano moral ou patri-
monial, ocorrido em espaço de convívio permanente ou esporádico de pessoas, com ou sem 
vínculo familiar.
019. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA/2014) O crime de lesão cor-
poral com violência doméstica somente pode ser praticado contra cônjuge ou companheira, 
com quem o autor da agressão conviva ou tenha convivido na época dos fatos.
020. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGIS-
LATIVO/2014) Com relação aos crimes contra o idoso e à violência familiar e doméstica con-
tra a mulher, julgue o item.
Cabe a aplicação das sanções previstas na lei dos juizados especiais criminais para os casos 
de violência doméstica contra a mulher, desde que comprovada a culpa, e não o dolo, na con-
duta do autor do fato.
021. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGIS-
LATIVO/2014) Com relação aos crimes contra o idoso e à violência familiar e doméstica con-
tra a mulher, julgue o item.
Conforme a Lei Maria da Penha, ao condenado por crime praticado contra a mulher é vedada a 
aplicação de prestação pecuniária como sanção isolada.
022. (CESPE/SUFRAMA/ASSISTENTE SOCIAL/2014) Conforme disposto nas análises e le-
gislações específicas, julgue o item, relativo ao seguinte segmento: homens, mulheres e por-
tadores de HIV.
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Nos casos de comprovada prática de violência psicológica contra a mulher, a Lei Maria da Pe-
nha permite a aplicação de penas por meio de pagamento de cesta básica ou de pagamento 
de multa, desde que o agressor se comprometa a submeter-se a tratamento em serviço que 
ofereça atendimento psicológico às vítimas de violência.
023. (CESPE/SUFRAMA/ASSISTENTE SOCIAL/2014) Conforme disposto nas análises e le-
gislações específicas, julgue o item, relativo ao seguinte segmento: homens, mulheres e por-
tadores de HIV.
De acordo com a Lei Maria da Penha, configura-se violência doméstica e familiar contra a mu-
lher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause dano moral ou patrimonial, e 
pode ocorrer em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convi-
vido com a ofendida, independentemente de coabitação.
024. (CESPE/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/2013) Nos termos da Lei n. 11.340/2006 — Lei 
Maria da Penha —, a empregada doméstica poderá ser sujeito passivo de violência praticada 
por seus empregadores.
025. (CESPE/PC-DF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2013) Se duas mulheres mantiverem uma re-
lação homoafetiva há mais de dois anos, e uma delas praticar violência

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