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Timpanismo?

Quando ocorre nos ruminantes? Qual o Processo?

💡 2 Respostas

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Lucas Carvalho

A causa dessa afecção está associada a diferentes fatores que impedem que o animal elimine gases gerados durante a fermentação ruminal. Pode ser classificado como primário ou secundário. O primeiro caso caracteriza-se pelo aumento na tensão superficial ou viscosidade do líquido presente no rúmen, causando a persistência na ingesta das bolhas de gases presentes na espuma, mesmo com os copiosos movimentos ruminais não se desfazem, impedindo que sejam eliminadas.

Outros fatores que podem participar do aumento da viscosidade do líquido ruminal, especialmente a campo, está ligado a certas proteínas existentes nas plantas, principalmente nas leguminosas, que são as saponinas e as pectinas. Plantas ricas em proteínas e com digestibilidade mais elevada, apresentam maiores chances de causar timpanismo.

Mudanças na quantidade e na qualidade da saliva podem refletir na formação de bolhas e no desenvolvimento do quadro de timpanismo. Isto pode ser consequência da ação da saliva sobre o pH do conteúdo ruminal, que apresentam papel de grande importância na estabilidade da espuma, ou então, resultante do conteúdo de mucoproteína presente nestas. Deste modo, animais que produzem menor quantidade de saliva são mais susceptíveis.

Em animais confinados, foi levantada a hipótese de que a espuma seja oriunda do aumento da população de determinadas bactérias que produzem muco ou devido à retenção de gases produzidos pelos alimentos que são moídos finamente. Outros pesquisadores acreditam que, na realidade, a flora ruminal responda a uma alimentação composta por partículas finas, com a produção de uma secreção viscosa responsável por enredar o gás produzido durante o processo de metabolismo normal da flora, resultando no timpanismo.

O timpanismo secundário decorre de uma dificuldade no processo de eructação. Normalmente, é conseqüente de alguma obstrução física do esôfago ou faringe (engasgo). Pode ser também causada por tumores, abscessos, linfadenites e outros crescimentos. Com exceção do engasgo obstrutivo, esse tipo de timpanismo comumente ocorre progressivamente, sendo freqüentemente crônico ou intermitente, de acordo com a etiologia.

Esta afecção pode ser hereditária, acometendo bovinos de ambos os sexos, raças e idade. Tem sido observada uma alta incidência em bovinos que vivem confinados, alimentados com rações contendo elevada proporção de concentrado.

No caso do timpanismo agudo ocorre uma ligeira evolução do quadro clínico resultante do aumento do volume do rúmen. A exacerbada pressão intra-ruminal causa uma distensão do flanco esquerdo, gerando desconforto para o animal, fazendo com que este pare de se alimentar e demonstre sintomatologia de dor abdominal, escoiceando a região ventral e emitindo grunhidos. Há um aumento da freqüência respiratória que vem acompanhada de respiração pela cavidade oral, exteriorização (protrusão) da língua, sialorréia, extensão do pescoço e distensão dos membros. Inicialmente, observa-se aumento dos movimentos ruminais, diminuindo, por conseguinte, de intensidade, progredindo para atonia devido à grande distensão ruminal. Por fim, o animal acaba por cair, com a cabeça distendida, a boca aberta a língua exteriorizada e olhos dilatados. O animal evolui para o óbito dentro de algumas horas após o surgimento dos sintomas.

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Barbara Ribeiro

timpanismo, também denominada meteorismo ruminal, é definido como uma doença metabólica de animais ruminantes que se caracteriza pela pronunciada distensão do rúmen e retículo, resultantes da incapacidade de expulsão de gases gerados por meio de mecanismos fisiológicos normais, levando à dificuldade respiratória e circulatória, com consequente asfixia, evoluindo para a morte do animal.

A causa dessa afecção está associada a diferentes fatores que impedem que o animal elimine gases gerados durante a fermentação ruminal. Pode ser classificado como primário ou secundário. O primeiro caso caracteriza-se pelo aumento na tensão superficial ou viscosidade do líquido presente no rúmen, causando a persistência na ingesta das bolhas de gases presentes na espuma, mesmo com os copiosos movimentos ruminais não se desfazem, impedindo que sejam eliminadas.

Outros fatores que podem participar do aumento da viscosidade do líquido ruminal, especialmente a campo, está ligado a certas proteínas existentes nas plantas, principalmente nas leguminosas, que são as saponinas e as pectinas. Plantas ricas em proteínas e com digestibilidade mais elevada, apresentam maiores chances de causar timpanismo.

Mudanças na quantidade e na qualidade da saliva podem refletir na formação de bolhas e no desenvolvimento do quadro de timpanismo. Isto pode ser consequência da ação da saliva sobre o pH do conteúdo ruminal, que apresentam papel de grande importância na estabilidade da espuma, ou então, resultante do conteúdo de mucoproteína presente nestas. Deste modo, animais que produzem menor quantidade de saliva são mais susceptíveis.

Em animais confinados, foi levantada a hipótese de que a espuma seja oriunda do aumento da população de determinadas bactérias que produzem muco ou devido à retenção de gases produzidos pelos alimentos que são moídos finamente. Outros pesquisadores acreditam que, na realidade, a flora ruminal responda a uma alimentação composta por partículas finas, com a produção de uma secreção viscosa responsável por enredar o gás produzido durante o processo de metabolismo normal da flora, resultando no timpanismo.

O timpanismo secundário decorre de uma dificuldade no processo de eructação. Normalmente, é conseqüente de alguma obstrução física do esôfago ou faringe (engasgo). Pode ser também causada por tumores, abscessos, linfadenites e outros crescimentos. Com exceção do engasgo obstrutivo, esse tipo de timpanismo comumente ocorre progressivamente, sendo freqüentemente crônico ou intermitente, de acordo com a etiologia.

Esta afecção pode ser hereditária, acometendo bovinos de ambos os sexos, raças e idade. Tem sido observada uma alta incidência em bovinos que vivem confinados, alimentados com rações contendo elevada proporção de concentrado.

No caso do timpanismo agudo ocorre uma ligeira evolução do quadro clínico resultante do aumento do volume do rúmen. A exacerbada pressão intra-ruminal causa uma distensão do flanco esquerdo, gerando desconforto para o animal, fazendo com que este pare de se alimentar e demonstre sintomatologia de dor abdominal, escoiceando a região ventral e emitindo grunhidos. Há um aumento da freqüência respiratória que vem acompanhada de respiração pela cavidade oral, exteriorização (protrusão) da língua, sialorréia, extensão do pescoço e distensão dos membros. Inicialmente, observa-se aumento dos movimentos ruminais, diminuindo, por conseguinte, de intensidade, progredindo para atonia devido à grande distensão ruminal. Por fim, o animal acaba por cair, com a cabeça distendida, a boca aberta a língua exteriorizada e olhos dilatados. O animal evolui para o óbito dentro de algumas horas após o surgimento dos sintomas.

Com relação à necropsia, quando esta é realizada dentro de uma hora depois da morte do animal, é possível encontrar alterações associada à elevada distensão abdominal. A língua encontra-se congesta e protrusa e os linfonodos da cabeça e da região cervical apresentam-se congestos e hemorrágicos. Observa-se na porção cervical do esôfago hemorragia e congestão, enquanto que a sua porção torácica encontra-se pálida. O fígado e no baço também encontram-se pálidos, consequência da compressão, e os rins estão friáveis. Normalmente, a congestão é mais intensa nos quartos anteriores e mais brandas ou ausentes no quartos posteriores.

Já  os animais nos quais a morte tenha ocorrido a algum tempo, podem ser visualizados enfisema subcutâneo e ruptura da parede do rúmen. Neste caso, o diagnóstico post-mortem torna-se muito mais complicado, uma vez existem diversas outras etiologias que podem estar relacionadas como possíveis causas de morte, especialmente em regiões de clima quente, que produzem gases e levam à rápida distensão da carcaça.

O diagnóstico é feito com base no quadro clínico apresentado pelo animal, juntamente com o histórico da dieta dos mesmos.

O tratamento escolhido varia com a etiologia do timpanismo e com a gravidade do caso. Quando se tratar do timpanismo espumoso, deve-se objetivar eliminar os gases e diminuir a estabilidade da espuma. Neste caso, o uso da sonda orogástrica pode ser de grande valia; contudo, dentro de um tempo, ela provavelmente será obstruída pela espuma e restos alimentares. Quando o uso da sonda não é possível, existe a possibilidade do uso de trocáter na fossa paralombar esquerda; em último caso, há a opção cirúrgica, denominada rumenotomia. Nos primeiros casos, no qual se utiliza sonda ou trocáter, após aliviar a pressão ruminal, recomenda-se o uso de óleos antifermentativos ou laxativos, que podem ser fornecidos via sonda ou no local da trocaterização, com intuito de estabilizar a espuma e tornar mais fácil a eliminação da ingesta.

Quando se tratar de timpanismo gasoso, a terapêutica é feita visando aliviar os sintomas por meio da sonda, sendo que esta pode apresentar resistência nos casos de obstrução da luz esofágica, ou então, procurar resolver a doença ou lesão existente.

O modo mais fácil de prevenir a ocorrência de timapnismo é evitando fornecer uma dieta excessivamente rica em grãos e pobre em fibras, bem como a intensa moagem de grãos. O uso de óleos na dieta pode apresentar certo efeito profilático; todavia, apresenta desvantagens também, como, por exemplo, dificuldade de administração e pequeno período de proteção. Já o uso de ionóforos na dieta bovina tem apresentado efeito satisfatório na prevenção do timpanismo.

Fontes:
http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc65/timpanismo.html
http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL87.pdf
http://ruminantes.netfirms.com/TIMPANISMO.htm

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