Em uma ação de alimentos, foi deferida uma tutela de urgência determinando que Rui Barbosa proceda o pagamento no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a titulo de alimentos provisórios para seu filho. Considerando que Rui Barbosa está seis meses inadimplentes da obrigação citada, seu filho requereu o cumprimento da referida decisão, considerando ainda, que no tramite desse pedido de cumprimento, Rui Barbosa foi intimado para o pagamento, não efetuou, ficou preso por 90 dias e até o momento não foi encontrados os bens passiveis de penhora, sabe-se que Rui Barbosa é sócio majoritário da empresa Rui Barbosa Advogados Associados cujo o patrimônio é mais do que suficiente para arcar com os alimentos provisórios, por fim, nota-se que Rui Barbosa alienou todos os seus bens, após o ajuizamento da ação de alimentos. Com base nas informações acima encontre uma solução jurídica para que a divida alimentícia seja paga?
Tendo em vista a sociedade em empresa , poderia ser possivel verificar se a solidaridade no contrato da sociedade , e a má fé de Rui foi caracterizada ao após o ajuizamento da ação de alimentos , ele alienou seus bens , tentando ''burlar'' a lei que protege o menor , garantindo-lhe a ação de alimentos
É necessária a desconsideração da personalidade jurídica inversa, em virtude do preenchimento do art. 50, do CC:
"Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. "
Nos termos descritos, não é razoável considerar que o réu não possui bens em seu nome, sendo certo que ocorre abuso da personalidade jurídica, seja com desvio de finalidade da pessoa jurídica, que passa a ser utilizada para ocultar bens e embaraçar a execução, seja por confusão patrimonial, nos termos do art. 50, §2º, do CC:
"Art. 50. [...]
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. "
Segue ementa de julgado do TJSP:
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. TENTATIVAS FRUSTRADAS DE LOCALIZAÇÃO DE BENS. DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA. POSSIBILIDADE. REQUISITOS PREENCHIDOS. EXEGESE DO ART. 50 DO CC. DECISÃO MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO."
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Direito Processual Civil I
•UNIPAC
Compartilhar