qual a diferença entre sumula vinculante e jurisprudencia
DLRV Advogados
Há mais de um mês
Antes de 2004 só existiam as súmulas persuasivas.
Súmula é o resumo de vários julgamentos de um determinado tribunal sobre determinada matéria, quando as decisões são no mesmo sentido.
Wellington Cabral Saraiva nos traz uma explicação:
"Durante algum tempo, diversos processos nos tribunais discutiam se deveria haver pagamento de contribuição previdenciária sobre o valor do décimo-terceiro salário. Diversos desses processos chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu, repetidas vezes, ser devida a contribuição previdenciária naqueles casos. Constatada a repetição dos julgamentos sobre a mesma matéria e no mesmo sentido, o STF decidiu aprovar uma súmula, resumindo esse entendimento. Daí nasceu a súmula 688 de sua jurisprudência, a qual diz: “É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13.º salário.”
Como dito acima, tais súmulas são persuasivas, e não obrigam os magistrados a seguirem suas orientações.
Estas súmulas podem ser criadas por quaisquer tribunais, como forma de consolidar e orientar o jurista a respeito dos entendimentos predominantes do tribunal.
Em 2004, no entanto, através de uma emenda constitucional, foi criada a figura da súmula vinculante.
As súmulas vinculantes representam uma categoria diferenciada de súmula, dotada de teor obrigatório: obrigam a Administração Pública e todos os demais Juízes e Tribunais a seguir o conteúdo da Súmula.
Caso não o façam, a decisão violadora da súmula é passível de ser questionada diante do próprio Supremo, por meio de um instrumento chamado de reclamação constitucional.
O artigo 103-A determina como deve ser criada uma súmula vinculante:
"Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei."
Temos, portanto, que a Súmula Vinculante somente pode ser criada pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo Miguel Reale, pela palavra “jurisprudência”, devemos entender a forma de revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais.
Importa ressaltar que o direito jurisprudencial não se forma através de uma, duas ou três sentenças. É necessário que haja uma série de julgados que guardem, entre si, uma linha essencial de continuidade e coerência.
Para que se possa falar em jurisprudência de um Tribunal, é necessário certo número de decisões que coincidam quanto à substância das questões objeto de seu pronunciamento.
Yuri Rabelo
Há mais de um mês
Jurisprudência: são decisões reiteradas num mesmo sentido sobre casos semelhantes.
Súmula vinculantes é a jurisprudência propriamente dita, só que neste caso, é a jurisprudência dos tribunais superiores: STF, STJ, TST, TSM, TSE.
Detalhe: para aprovar uma Súmula vinculante, tem-se necessariamente que tratar de assuntos de repercursão nacional.
Outro detalhe: a súmula leva esse nome "vinculante" porque obrigada a todos os tribunais e juízes das instâncias inferiores a segui-las, ou seja, vincula todos as instâncias.
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Fellipe Miranda
Há mais de um mês
Jurisprudência: é o "arquivo" de decisão judicial (ou decisões judiciais) a respeito de determinado assunto, que tem função:
A) embasar decisão sobre ponto que a lei seja omissa, porém a matéria já tenha sido previamente dirimida por fontes de integração do direito (analogia, costumes, principios gerais do direito em comunhão com a norma), visto que o magistrado não pode se omitir do julgamento alegando lacuna legislativa, ou;
B) fixar sentido interpretativo à norma.
Súmula Vinculante: após várias decisões do Supremo Tribunal Federal sobre certa matéria, este pode (apenas o STF, pois a súmula dos demais tribunais não tem o condão vinculante), por meio de votação (tendo como quorum mínimo de votação 2/3 de seus membros), editar certas súmulas normatizando e pacificando o assunto controvertido, obrigando os demais magistrados a seguirem tal determinação. Como a doutrina costuma dizer: "é a ocasião excepcional em que o Poder Judiciário legisla".
Yuri Rabelo
Há mais de um mês
E para complentar... há Súmulas dos Tribunais superiores que não são vinculantes, elas levam o nome de "Súmulas" somente; neste caso elas não obrigam os magistrados inferiores a segui-las mas servem como uma orientação, um parâmetro a ser seguido pelo juízes e desembargadores em suas decisões sobre um determinado assunto.
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