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Quais são as camadas das neurose em gestalterapia?

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Celma Oliveira

Camada do clichê

A primeira camada é a do clichê, também classificada por alguns autores em GT de camada postiça, em virtude da facilidade de ser colocada e retirada. Os clichês são símbolos usados de forma automática que geralmente inauguram um encontro, uma conversa. Os famosos “bom dia, como vai?”, o “oi”, os sorrisos e apertos de mão são exemplos de clichês que usamos no cotidiano; eles servem para reconhecer a existência do outro, mas isso não significa que esteja ocorrendo uma comunicação autêntica. Essa camada é também uma forma de teste, onde se verifica a possibilidade do aprofundamento do encontro. Como afirma Perls (1969, p. 123): “[…] Estou testando o outro. Será que ele vai entrar na minha discussão a respeito do tempo ou de outro assunto neutro? Será que podemos seguir daqui para um solo ligeiramente mais precário?”.

Camada da representação de papeis

A segunda camada é a da representação de papeis. Essa é a camada do “como se”, onde a pessoa foge do que é, e se empenha em representar o que não é. Ela se esforça para parecer o que ela gostaria de ser ou o que imagina que as pessoas esperam que ela seja (Kiyan, 2001). Os papeis são os mais variados possíveis: o bonzinho, o fortão, o resistente, o piadista, o super sincero, o sempre simpático, o prestativo, o sedutor, a mãe protetora, o sofrido, o impotente, dentre outros. Uma pessoa pode se fixar em um papel rígido, bem como pode alternar em alguns específicos, como o caso da pessoa que adota a fragilidade em seu ambiente de trabalho e em sua convivência familiar revela-se um tirano.

Camada do impasse

Quando a pessoa se dá conta dos papeis que representa no mundo, isto é, sua forma inautêntica de se relacionar com o outro, ela vivencia a experiência que Perls denomina de “anti-existência”. “Agora, se trabalharmos com a camada de desempenho de papeis, se acabarmos com os papeis, o que é que a gente experiencia? Experienciamos, então a anti-existência, experienciamos o nada, o vazio.” (Perls, 1977, p.84). Está é a camada do impasse, também chamada de camada da anti-existência ou camada da evitação fóbica. Aqui a pessoa começa a entrar em contato com as suas angústias, com suas dores existenciais. Começa aos poucos a perceber o que está por debaixo dos papeis.

A atitude fóbica nesse momento de impasse é bastante comum, pois na maioria das vezes não queremos limpar nossas feridas, uma vez que para isso a dor é inevitável. Procuramos as mil e uma anestesias que a sociedade nos oferece. Abafamos nossas angústias e procuramos compensá-las com qualquer coisa que nos afaste da dor e, consequentemente, do crescimento. Na maioria das vezes a pessoa que busca a terapia está começando a entrar na camada do impasse. É importante que o terapeuta, nesse momento, não retire o paciente do incômodo, pois, para que a mudança de fato ocorra, a pessoa precisa estar bastante insatisfeita com os papeis que representa.

Camada implosiva

É nesse momento que a pessoa entra na camada implosiva, ou camada da morte. O neurótico sente como se estivesse morrendo, perdendo o que ela entendia como sendo ela. Existe uma espécie de luta interna entre a vontade de mudar, que significa “matar” a forma antiga e a tendência a permanecer na forma antiga, o que proporciona uma espécie de paralisação. Como afirma Perls: “[…] Apenas se mostra como morte por causa da paralisia causada por forças em oposição. É uma espécie de paralisia catatônica: nós nos agregamos, nos contraímos e comprimimos, nos implodimos.” (Perls, 1977, p.85).

Quando a pessoa encontra-se na camada da implosão, é comum que na terapia apareçam sonhos ligados a temática da morte. A pessoa pode sonhar que está morrendo, ou que algo ou alguém que represente sua forma existência neurótica esteja morrendo ou tenha morrido.

Camada explosiva

Nessa última camada, a explosiva, a pessoa consegue expressar seu verdadeiro self, isto é, sua forma autêntica. A energia bloqueada no impasse e paralisada na implosão pode finalmente ser liberada e canalizada para a satisfação das necessidades genuínas. Perls fala de quatro tipos de explosão: 

Existem quatro tipos básicos de explosões da camada da morte. Existe a explosão em pesar genuíno, se trabalharmos com uma perda ou morte que não tenha sido assimilada. Existe a explosão em orgasmo, em pessoas sexualmente bloqueadas. Existe a explosão em raiva, e também em alegria, riso, alegria de viver. Estas explosões se ligam a personalidade autêntica, ao verdadeiro self. (PERLS, 1977, p.85.)

 

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RD Resoluções

As acamadas da neurose são:

a) A camada externa - chamada de camada clichê, consiste de comportamento socialmente aceito, conversa fiada sem sentido, clichê cumprimentos, por exemplo.

b) A camada de papéis - Nós agimos como se fôssemos apenas o que quer que nosso papel fosse, ou seja,  vítimas indefesas ou perdedores nascidos, um chefe poderoso, um pai dedicado, um provedor que trabalha duro, o encrenqueiro, o diplomata . Então, se o papel é tirado através do luto, da redundância, do divórcio, das crianças crescendo e se afastando, muitas pessoas sentem uma perda de identidade, porque o eu real é tão soterrado; felizmente é recuperável.


c) A camada de impasse - Na terapia, chega um momento em que um cliente se sente preso, resistente, muito ansioso, confuso, desconfortável. É uma etapa importante na terapia, porque o cliente está próximo da catarse. Os terapeutas novatos muitas vezes se sentem impotentes e frustrados nesse ponto, particularmente quando vêem a terapia como uma atividade principalmente cognitiva. Terapeutas experientes irão recebê-lo e trabalhar ativamente para isso. Nesta camada, começamos a experimentar dois aspectos de nós mesmos presos ao conflito, a parte sadia que deseja concluir os negócios inacabados e a parte menos saudável que quer evitar o sofrimento (qualquer coisa por uma vida tranquila).


d) A camada implosiva / camada de morte - é a paralisia das forças opostas. Nós nos recompomos, contrai nossos músculos, implodimos, porque não nos atrevemos a soltar, no caso de algo terrível acontecer, como enlouquecer. Se um cliente puder tolerar esse sentimento horrível, "fique com ele", ele eventualmente explodirá.


e) Esta é a catarse, para a camada explosiva ou autêntica. Existem quatro tipos de explosão:

i) Raiva,

ii) Luto

 iii) Orgasmo

 Iv) Alegria

A pessoa alcança seu verdadeiro eu, uma pessoa autêntica, sentindo o que realmente sente e expressando-a plenamente.

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