Diferença entre Prescrição e Decadência no direito processual civil

Essa é uma das coisas que eu mais tive/tenho dificuldades de conceituar na faculdade, mas a decadência é a perda do direito potestativo, em razão do seu não exercício dentro do prazo legal ou convencional. Decorre, portanto, da inércia de seu titular, em razão de ato-fato caducificante.

Já a prescrição é o encobrimento (ou extinção, na letra do art. 189 do CC) da eficácia de determinada pretensão (perda do poder de efetivar o direito a uma prestação), por não ter sido exercitada no prazo legal.

Tirei isso de um livro que considero muito bom de autoria de Fredie Didier Jr.

Melhor forma de aprofundar o assunto: um dos textos usados por Didier.

https://www.passeidireto.com/arquivo/20323124/criterio-cientifico-para-distinguir-a-prescricao-da-decadencia

Prescrição e Decadência são atos-fatos jurídicos, já que, em ambos os casos, o suporte fático se dá em razão da inércia de alguem em exercer sua pretensão durante certo lapso temporal.

Tradicionalmente, a doutrina diferencia prescrição e decadência levando em conta os efeitos que esses institutos produzem em determinada relação jurídica. Enquanto a prescrição apenas impede o exercício do direito, por conta da inação do seu titular, a decadência extingue o direito subjetivo do indivíduo.

Assim, a prescrição tem seu início no momento em que o direito é violado, estando referida a direitos prestacionais, e resulta exclusivamente da lei. Já a decadência é o instituto no qual ação e direito tem origem comum, relacionando-se portanto a direitos potestativos, podendo ter como fonte a lei (decadência legal), ou a vontade das partes (decadência convencional), seja ela contratual ou testamentária.

Os prazos prescricionais, concentrados nos artigos 205 e 206 do CC/02 são necessariamente contados em anos, estão sujeitos a impedimento, suspensão e interrupção e não podem ser alterados pela vontade das partes, ao passo que os prazos decadenciais tem, em regra, curso fatal (não se suspendem nem interrompem, salvo em favor de absolutamente incapazes), são contados em dias, meses ou anos e podem ser alterados pela vontade das partes.